quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Viva a sabedoria...



Liberdade – Jonathan Franzen
Da adolescência de um casal em New York, a partir dos anos 70, até 2010, vamos acompanhar um cotidiano, um mosaico de nossa época nos EUA, sobretudo na pele de Patty e Walter. Das mágoas e dores, a família Berglund avança para a redenção de um novo mundo, o mundo digital, o mundo pós-contemporâneo. Este livro tem recebido restrições e apontamentos em torno da ingenuidade, pressa, escorregões literários de Franzen para bordões usuais do jargão literário, o que de fato parece ter acontecido. Ainda assim estamos diante de uma obra que merece notação por fotografar uma época na qual os EUA decidiram por Bush e o negaram, uma época na qual o mundo digital veio forte e atropelou comportamentos e momentos que marchavam para a frente olhando, muitas vezes, para os anos 70. Uma introdução à família e aos relacionamentos familiares por mais de trinta anos.
http://filosofia.com.br/vi_livro.php?id=41

Rotina diária...


O estado de violência
"Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem." A frase lapidar de Bertolt Brecht pode ser o ponto de partida para uma reflexão sobre a sensação de insegurança que, segundo recente relatório da ONU, é a maior do mundo e atinge 70% dos brasileiros. São Paulo, a maior metrópole do País, registra 1% dos homicídios do mundo, mesmo tendo só 0,17% da população global. Os indicadores do estado de violência na capital - assassinatos, estupros, roubos de cargas e de veículos, arrastões - aumentaram seguidamente nos últimos meses (homicídios, 47% em junho), expandindo as correntes de medo e comoção, que desaguaram no assassinato de Tomasso Lotto, italiano de 26 anos que escolhera o Brasil para morar e trabalhar. Lotto chegou na sexta e morreu no sábado, 21.

A constatação do secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, de que São Paulo vive uma "escalada de violência", devendo se encaixar o homicídio do jovem italiano na paisagem de eventos corriqueiros que ocorrem "em Cidade Tiradentes, em Itaquera e no Jardim Ângela", não responde à questão central: qual a razão do pico de violência no ciclo em que 30 milhões de brasileiros entram no andar da classe C? Ou, para seguir a pista oferecida pelo dramaturgo alemão, não teria havido descompressão das margens para aliviar a carga de violência do rio? Algo soa estranho. O Brasil do resgate social da era Lula, cantado em prosa e verso porque transformou sua pirâmide em losango com o adensamento das classes médias e o estreitamento das margens de pobreza, aponta para uma composição menos desigual, mais harmônica e, por isso mesmo, menos conflituosa.

Essa é a leitura apropriada de uma paisagem pintada com os traços da distribuição de renda e de menor desigualdade entre classes. A recíproca é verdadeira. Apregoa-se que a exclusão social desencadeia violência por transformar a indignação, a contrariedade de amplos contingentes, a fúria de grupamentos marginalizados em linguagem e arma contra a ordem estabelecida. Os excluídos da mesa social, explicam a sociologia e a psicologia, tendem a ultrapassar as fronteiras da sociabilidade e da civilidade, distanciando-se de práticas civilizatórias da modernidade e se aproximando da barbárie. Atos radicais contra pessoas e organizações constituiriam reflexo de tal condição. Como se pode aduzir, as hipóteses parecem lógicas. Mas não são as únicas que explicam a fenomenologia da insegurança e da harmonia social.

Observe-se, por exemplo, a aparente contradição entre a expansão do progresso social, aqui entendido como elevação dos padrões de vida de classes menos favorecidas, e o incremento da violência no País. Basta analisar as taxas de criminalidade que se expandem no Sudeste, região que detém o maior PIB nacional. Desde a década de 70, os homicídios quadruplicaram em São Paulo e triplicaram no Rio de Janeiro. Mais de cem pessoas morrem no Brasil todos os dias, vitimadas por armas de fogo. No Rio a taxa é maior que o dobro da média nacional. Os motivos são conhecidos. Ali, ao longo de décadas, travou-se uma luta renhida entre traficantes e forças policiais, dentro de uma complexa anatomia urbana, ocupada por favelas que, até há bem pouco, eram consideradas território imune ao império da lei. Hoje, o "país" informal dominado pela criminalidade cede lugar ao Estado formal, que desenvolve árdua tarefa de pacificação nas comunidades.

Já São Paulo, o maior aglomerado urbano do País, comporta uma população equivalente à de dez cidades de mais de 1 milhão de habitantes. Sua cadeia de problemas se deve ainda ao intenso processo de conurbação que liga a capital a 38 municípios no entorno, formando um agregado de cerca de 20 milhões de pessoas. Com tal gigantismo, não surpreende que a região seja abrigo das maiores carências nacionais, a começar da segurança pública. São Paulo e Rio contabilizam mais da metade dos crimes violentos do País. Chega-se, neste ponto, à indagação central: a elevação dos padrões de cidadania - pelo acesso de contingentes marginais ao mercado de consumo e aos direitos básicos dos cidadãos - contribui para a harmonia social? A considerar a planilha de expansão dos crimes, não. Ora, se a resposta é negativa, que fatores explicam o aumento da violência? O primeiro é, seguramente, a ausência do poder do Estado.

O descaso e a omissão dos governos nas frentes dos serviços públicos essenciais são responsáveis pela institucionalização da violência. Agrupam-se nesse vácuo falhas nas áreas de prevenção da segurança, deficiências dos sistemas de saúde, transportes, habitação, educação, etc. As carências abrem espaço a múltiplas formas de violência. Criminosos fazem do crime seu meio de vida. Bafejados por defasadas leis penais, entram em regime de progressão da pena, ganham indulto e liberdade condicional. E retornam ao mundo do crime. Veja-se mais um dado da desorganização: há 514 mil pessoas presas no País e cerca de 500 mil mandados de prisão aguardando cumprimento, 360 mil só no Sudeste. Que segurança se pode ter diante desse quadro?

Um tipo de violência leva a outro. O desarranjo decorrente da ausência dos braços do Estado induz parcelas sociais a descumprir obrigações, desrespeitar leis, fugir ao império da ordem, como se pode constatar nas violações no trânsito ou nas teias de corrupção que se multiplicam nos subterrâneos da administração pública. E o que dizer da violência do próprio aparato policial, cujas condições de vida digna deixam a desejar, a partir de uma miserável remuneração? A violência que viceja no seio das polícias decorre, pois, da violência institucionalizada, cujo responsável maior é o Estado. À guisa de conclusão, com um adendo à lição de Brecht: além das margens, ninguém diz violentas outras áreas que comprimem o rio.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-estado--de-violencia-,907404,0.htm

Começou assar a pizza...


STF rejeita desmembramento do mensalão. Ministros batem boca.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitaram o desmembramento do processo do chamado mensalão no início do julgamento do caso nesta quinta-feira, negando pedido feito pela defesa de um dos réus.
O desmembramento foi proposto pelo advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos --que representa José Roberto Salgado, ex-diretor do Banco Rural-- para que os réus que não têm foro privilegiado não fossem julgados pelo Supremo.
O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, foi o primeiro a votar contra o desmembramento, e foi seguido pelos ministros Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Cezar Peluso, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Carlos Ayres Britto, presidente da Corte.
Votaram a favor o revisor do caso, ministro Ricardo Lewandowski, e o ministro Marco Aurélio Mello.
A questão gerou bate-boca entre Lewandowski e Barbosa, que afirmou haver “"deslealdade" e indagou sobre os motivos do revisor não ter levantado a questão meses atrás, antes do início do julgamento.
O presidente do Supremo, ministro Ayres Britto, tentou interromper a discussão, que estaria indo para o "lado pessoal".
O STF iniciou nesta quinta-feira o julgamento do processo do caso que ficou conhecido como mensalão, um suposto esquema que funcionaria com o desvio de recursos públicos que seriam usados para a compra de apoio entre parlamentares da base governista no Congresso, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República.
O caso, que veio à tona há sete anos, foi a maior crise política do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A proposta de desmembramento foi o primeiro tema a ser discutido na sessão. Neste primeiro dia, estavam inicialmente previstas a leitura de um resumo do relatório de Barbosa e a argumentação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

http://br.noticias.yahoo.com/stf-rejeita-desmembramento-mensal%C3%A3o-ministros-batem-boca-211409991.html

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Só rindo...





Refletir...


“As únicas desgraças completas são as desgraças com as quais nunca aprendemos.” (William Ernest Hocking)
www.bilibio.com.br

Pensamentos...


"Nunca confunda liberdade de expressão com liberdade de opressão". Anônimo

Quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Anjo do dia: Iah-hel.
Dia de Santo Afonso Maria de Ligório.
Dia do Cerealista.
Dia do Poeta da Literatura de Cordel.
Dia do Selo Postal Brasileiro.
Dia Mundial da Amamentação.

1767 Corrêa Barbosa funda a povoação de Piracicaba.
1843 Lançamento dos primeiros selos postais brasileiros, denominados Olhos-de-Boi, nos valores de 30, 60 e 90 réis.
1966 Charles Whitman invade a Universidade do Texas, em Austin, EUA, e sai atirando do alto de uma torre no meio do campus, atingindo inclusive sua mãe e sua mulher, mata 16 pessoas e deixa 31 feridas.
1971 George Harrison e Ravi Shankar promovem um concerto para arrecadar fundos para ajudar os pobres de Bangladesh.
2003 Ignácio Ramonet, editor do jornal Le Monde Diplomatique (FRA), publica texto em que observa o uso das tecnologias da informação de forma abusiva, principalmente pelo governo dos EUA após os atentados de 11 de setembro, chamado de `Vigilância Absoluta'.

1941 Nascimento: Ney Matogrosso, cantor.
1953 Nascimento: Bruna Lombardi, atriz.
www.farmaciadepensamentos.com

Devanear...


Círculo Vicioso - Machado de Assis
Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
- "Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela! "
Mas a estrela, fitando a Lua, com ciúme:

- "Pudesse eu copiar o transparente lume,
Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela..."
Mas a Lua, fitando o Sol, com azedume:

- "Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda a luz resume! "
Mas o Sol, inclinando a rútila capela:

- "Pesa-me esta brilhante auréola de nume...
Enfara-me esta azul e desmedida umbela...
Por que não nasci eu um simples vaga-lume?"
http://lindos-sonetos.vilabol.uol.com.br/xav3.htm

Mais uma etapa superada...