segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Refletir...


 
“A amizade é o grande bem da vida”.
(Jorge Amado)
www.bilibio.com.br

Pensamentos...


"Você diz que ama a chuva, mas abre um guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas procura a sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas fecha as janelas quando o ele sopra. É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama…" William Shakespeare, dramaturgo, poeta, ING, 1564-1616

Segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Anjo do dia: Ayel.
Dia da Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Festa de Bom Jesus da Lapa (BA).
Dia de Hiroshima - em memória das vítimas da bomba atômica lançada pelos EUA.
Dia do Chefe Escoteiro.

1932 Realização do primeiro Festival de Cinema de Veneza.
1965 Beatles lançam o álbum Help!.
1991 Criação da Internet (World Wide Web).
2008 A casa Sotheby's vende em NY a Leoa Guennol, peça mesopotâmica de 5 mil anos e 8,25 centímetros de altura, por US$ 57,16 milhões. Não foi divulgado o nome do proprietário e nem como ele obteve a peça, desaparecida quando da invasão norte-americana no Irã.
2011 Começa uma onda de protestos em Londres, na Inglaterra, que se espalha por outras cidades, seguidos de atos de vandalismo. Jovens sem perspectiva de vida, prejudicados pelo neoliberal corte de verbas sociais, brutalmente reprimidos (5 mortes).

1910 Nascimento: Adoniran Barbosa, compositor.
1938 Nascimento: Baden Powell de Aquino, nosso saudoso músico e compositor Baden, no Rio de Janeiro.
www.farmaciadepensamentos.com

Devanear...


Conta e Tempo - Frei Antônio das Chagas (1631/1682)
Deus pede estrita conta de meu tempo
E eu vou, do meu tempo dar-lhe conta;
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta,
Eu que gastei, sem conta, tanto tempo ?

Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado e não fiz conta;
Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
Hoje quero acertar conta e não há tempo...

Oh! vós que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo;
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta.

Pois aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar de prestar conta,
Chorarão, como eu, o não ter tempo.

http://lindos-sonetos.vilabol.uol.com.br/xav3.htm
 

Piada...


Cumpadi burro
-Ô, cumpadi, que palma de bananas bonita!

-Se você adivinha quantas bananas tem nesta palma eu lhe dou todas as 12.

-Ah, cumpadi! No "ôi" assim fica difícil, "vali" contando?

-Ah bom, cumpadi! Contando até eu acerto!

Curioso...


Palmilha antichulé
Confeccionada em carvão ativado, ela elimina o cheiro desagradável. Existe também o tênis antichulé, que tem um pequeno orifício na parte da frente para o ar circular um pouco.

Pirulito automático
O doce tem um bastão motorizado, que fica girando quando aperta-se um botão. Você só tem o trabalho de esticar a língua.

Prancha com motor
Foi criada nos Estados Unidos em 1984. Além do motor, que permite que se deslize sobre o mar até quando não há muitas ondas, tem um cordão que permite controlar sua velocidade e direção.

Prancha voadora
A Wind Weapon é uma prancha de surfe equipada com uma asa que a faz voar até 12 metros acima da superfície da água. É possível surfar nos ares durante 10 segundos.

Prendedor de roupa que faz previsão do tempo
O dispositivo identifica mudanças na pressão atmosférica. Caso haja sinal de chuva para a próxima hora, ele trava, impedindo que a roupa seja estendida no varal. Foi desenvolvido em 2005 por Oliver MacCarthy, aluno de design da Universidade Brunel, em Londres (Inglaterra).

Protetor de axilas
Para evitar manchas de suor nas roupas. Cada protetor dura 8 horas e deve ser grudado na roupa. Foi criado pela brasileira Neri Pirolli. O mesmo invento também é atribuído à dona-de-casa japonesa Nabuko Ogawa. Graças a ele, Nabuko ganhou o cargo de dirigente da Liga Japonesa de Donas-de-Casa Inventoras.

Pulseira anti-ronco
Ao ouvir o desagradável barulho, o aparelho dá um pequeno choque no dorminhoco. Ele pára imediatamente de roncar.

Rádio-chuveiro
Quando a água é ligada, o rádio que fica no chuveiro começa a funcionar.

Raquete mata-pernilongo
Funciona à pilha. É só encostar no pernilongo que ele morre eletrocutado.

Relógio contra enfartes
O relógio de pulso inventado pelo médico californiano Kenneth Matsumura tem um miniaparelho de eletrocardiograma embutido. Ele aciona um alarme quando detecta o perigo de um ataque cardíaco.

Sensores para o bebê
Um deles balança o berço quando o bebê chora e outro emite sons do útero. Há também um colchão que reproduz digitalmente o movimento dos passos e as batidas do coração da mãe na gravidez.

Spray de confiança
Os pesquisadores da Universidade de Zurique testaram em junho de 2005 um spray preparado com uma substância chamada oxitocina, que aumentava a confiança das pessoas em seus interlocutores.

Suporte para fio dental
A idéia do tenente Ruy Neto Ribeiro, feita de resina acrílica, é prática para alcançar os dentes da parte de trás da boca.

Sutiã e calcinha iluminados
Dois poloneses inventaram o conjunto, que é cravejado de LEDs, um sistema de pequenos pontinhos de luz.

Tabletes anti-odor
A pílula Etiquette foi inventada no Japão e vendeu 600 mil frascos nos 6 primeiros meses. Sua mistura, de chá verde, cogumelo e açúcar, promete acabar com o odor do corpo.

Tinta eleitoral
Criada pela empresa inglesa De la Rue para impedir que os eleitores votem mais de uma vez. Quem acabava de votar mergulhava o dedo numa tinta (vermelha, verde ou invisível), que só saía depois de 72 horas. Foi usada na Índia, Burundi e Ruanda, entre outros países.

Travesseiro de colo de mulher
A empresa japonesa Trane KK lançou em dezembro de 2004 um travesseiro no formato de colo de mulher. O Hizamakura tem como público alvo os homens solitários. "Desde a infância, as pessoas colocam a cabeça no colo da mãe para que elas lhes façam carinho ou limpem as suas orelhas", disse um dos diretores da fabricante.

Vaso sanitário falante
O holandês Leonard van Munter idealizou a louça equipada com sensores que dão conselhos. As "dicas sanitárias" vão desde alertas para se parar de fumar a fofocas sobre os hábitos higiênicos dos usuários.

Viva a sabedoria...


Textos Filosóficos 01
A NEO-ESCRAVIDÃO DISSIMULADA
por Alberto Oliva, filósofo em 22/07/2004
Toda sociedade faz ingentes sacrifícios para manter em funcionamento suas instituições. Investe parte das riquezas que produz na organização político-administrativa da vida coletiva. Nem sempre consegue alcançar bons resultados. Na maioria dos casos, a dinheirama é gasta com diminuta racionalidade econômica. Não há dúvida de que só em parte a qualidade das instituições é determinada pela quantidade de recursos nelas aplicados. O importante é que as instituições combinem eficiência funcional com respeito aos valores morais fundamentais. A dimensão moral pode não determinar o resultado material, mas é fundamental na criação das condições de interação que favorecem a confiança entre os agentes. Há sociedades que se tornam reféns da ineficiência administrativa. E, para piorar, desperdiçam parte considerável do PIB em programas e projetos que não redundam em beneficio nem mesmo para a população sofrida. Não há quadro mais desalentador que o de governos dilapidadores e/ou corruptos assessorados por uma burocracia pouco eficiente que se verga ao chamariz da propina.
O Brasil é o exemplo acabado da gastança com resultados desanimadores. Sua população, como mostrou recentemente o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), se vê obrigada a trabalhar a maior parte do ano para sustentar governos raramente proficientes. Olhando os números de 70 para cá, constata-se que quanto mais impostos o brasileiro tem pagado menos serviços de qualidade tem recebido. Se não existisse a síndrome da servidão voluntária, há muito tempo já teria espocado o clamor popular contra a neoderrama. Não deixa de ser aberrante o fato de a gritaria ser toda canalizada contra o espantalho do neoliberalismo quando a altíssima carga tributária é prova insofismável de que o País vive sob o jugo do neoestatismo.
As várias obrigações que o trabalhador tem para com os governos federal, estadual e municipal podem ser divididas em impostos diretos como imposto de renda, contribuição previdenciária e contribuição sindical e em impostos indiretos sobre consumo e patrimônio, como IPVA, IPTU, Cofins, IPI. Além das contribuições e taxas sobre limpeza e iluminação pública, coleta de lixo, emissão de documentos, etc. No ano passado, cada um de nós entregou, em média, 36,98% de seus rendimentos ao poder público. Causa espécie que esse percentual do PIB – um número astronômico – não choque e nem revolte. A falta de informação não explica o fato de essa derrama não ser percebida como um assalto oficial aos bolsos depauperados.
Segundo cálculos de especialistas, temos que dedicar exatos 4 meses e 15 dias de trabalho ao pagamento de impostos. Com o já constatado aumento da carga tributária, hoje beirando os 40%, estima-se que neste ano mais 3 dias de trabalho serão apropriados pelo Governo. Como é possível toda essa complacência diante dessa corveia se a simples suspeita de “lucro excessivo” ou de “preço abusivo” desencadeia uma forte reação contra a exploração capitalista? Quem trabalha mais de um terço do ano para o Governo não pode se sentir explorado por empresários que, nos setores onde é forte a competição, têm uma margem de lucro pequena. A condescendência para com o “confiscalismo” governamental talvez explique em parte por que as ideias socialistas tanto prosperam por aqui.
Se à carga tributária irracional forem acrescentados os gastos com serviços públicos básicos que deveriam ser providos pelo Estado, então se chegará à conclusão de que sobra pouco – até na realidade socioeconômica dos remediados - para o cidadão gastar com consumo pessoal. Da educação à saúde, passando pela segurança, quem pode despende rios de dinheiro para não precisar contar com os serviços deficientes providos pelas diversas instâncias do poder público. Há cálculos que indicam que gastos privados com educação, saúde, segurança e previdência estão se tornando impagáveis até para a classe média. Em 2003 teriam atingido 28% dos rendimentos, ou seja, teriam demandado despesas equivalentes a 3 meses e 12 dias de trabalho. Tudo somado, chega-se à constatação de que, antes de poder pensar em prover o básico, o brasileiro tem de devotar sete meses e 27 dias de trabalho para saldar impostos e contratar serviços que deveriam ser a contrapartida dos tributos escorchantes que lhe cobrados.
Se esses cálculos nada tiverem de errado, só durante cinco meses do ano o cidadão trabalha para si. E esse “para si” significa ralar para se alimentar, se vestir e morar. A maioria não consegue fazer nada disso com qualidade. E só uma ínfima minoria logra, nesses poucos meses em que pode ficar com os frutos de seu trabalho, adquirir bens, sair de férias e poupar alguma coisa. Se isso não é uma forma dissimulada de escravidão, o que é? Marx dizia que na escravidão todo trabalho parece não-pago, como se o escravo não se alimentasse, não fosse vestido e não tivesse onde morar. No neo-estatismo todo mundo quer arrancar um dinheirinho do Estado fingindo não saber de onde ele vem. Alguns querem só um pouco do que deram ao Leviatã, outros muito espertos, para lá de espertos, querem muito mais do que deram. São esses que a sociedade leva nas costas sem se dar conta.
Se a sociedade tivesse o direito de ficar com uma parte maior do que produz os resultados com certeza seriam melhores para o todo e os problemas sociais melhor equacionados. A infantilização das coletividades pelo Paizão desnaturado do Estado é chocante numa época em que tanto se fala de direitos e autodeterminação. No Brasil quase todo mundo teme a ganância dos empresários e quase ninguém enxerga a insaciável voracidade dos governos. Esta é uma forma de alienação, para usar um conceito pelo qual Marx tinha um especial apreço filosófico, que leva o brasileiro a se tornar cada dia mais explorado pelo Estado achando que vive sob as leis férreas do capitalismo.

http://profileonline.com.br/textos_filosoficos_01.htm

Corroído até as entranhas...


A corrupção ainda no primeiro plano

Nem seria preciso a recente descoberta de um vasto esquema de fraudes, ilícitos e cobrança de propinas no coração da Prefeitura de São Paulo para que a corrupção voltasse ao primeiro plano. Correndo ao lado da CPI do Cachoeira, da cassação do senador Demóstenes Torres e do vaivém que cerca o início do julgamento dos acusados pelo mensalão de 2005, as novas suspeitas turbinaram o problema.
O caso paulistano é escabroso, para dizer o mínimo. Deixa patente que a corrupção tem mil tentáculos. Não é comandada por um centro articulador claramente localizado. Sua cabeça não está em Brasília, por exemplo. O fenômeno está disseminado, podendo se manifestar em qualquer canto do País, e talvez seja até mais grave quanto mais baixo se desce na estrutura político-administrativa do Estado, em que há menos fiscalização e controle. Também não é monopólio de nenhum grupo ou partido: todos estão sujeitos a ela e todos podem vir a praticá-la, ativa ou passivamente. Não reconhecer isso é limitação ideológica.
Se quisermos enfrentar a sério o problema, vale a pena dilatar o conceito, para nele incluir, além dos crimes financeiros, uma série de procedimentos e atos que produzem menos frisson, mas são igualmente graves. Ou não haveria corrupção, por exemplo, na atitude de um parlamentar que se ausenta do plenário, mas permite que seus assessores registrem sua presença e votem em seu nome? Não seria corrupto um servidor público que exige do usuário dos serviços uma lista enorme de documentos e exigências só para postergar o atendimento, ou justificar uma falha do sistema? Um policial que achaca e humilha um suspeito só pelo prazer de vê-lo acatar sua autoridade é tão corrupto quanto o cidadão que sonega o Imposto de Renda porque se convenceu de que o governo usa mal o dinheiro que arrecada.
A corrupção é uma falha ética. Anda junto com o poder (político, econômico ou ideológico), como se fosse uma espécie de efeito colateral: onde há poder e poderosos há sempre a probabilidade de abuso, e no abuso está a raiz da corrupção.
Nos tempos hipermodernos em que nos encontramos, a corrupção tornou-se um problema que desafia e surpreende. Redes, tecnologias de informação e comunicação, uso intensivo do espaço virtual, uma mentalidade que transforma tudo em mercadoria, oportunidade e negócio, um desejo socialmente incontido de consumir e ostentar, tudo isso atiça a corrupção. Faz com que ela tenda a ficar fora de controle, a ultrapassar fronteiras, a se sofisticar. O crime organizado, o narcotráfico, os atentados ambientais, a luta sôfrega por mercados, a facilidade com que se obtêm informações, são muitos os combustíveis.
Mas o que a impulsiona também ajuda a freá-la: os mesmos fluxos virtuais funcionam como vitrines de atos escabrosos, roubando legitimidade deles e de certo modo controlando-os. A democratização da vida social faz o poder tornar-se mais visível e menos onipotente. Além do mais, o Estado brasileiro não é indefeso, está institucionalizado e bem aparelhado, dispõe de atualizados sistemas de controle internos e externos à administração pública, que criam incentivos à accountability, ao controle da burocracia, à isenção e à transparência. O poder público é vigiado pela sociedade civil, pela mídia, pela opinião pública, tem seus serviços avaliados cotidianamente pelos cidadãos. A corrupção é condenada pela opinião pública, algumas punições ocorrem e há muitos esforços governamentais para debelá-la.
Mesmo assim, o problema persiste. O que sugere que ainda não conhecemos suficientemente os seus meandros e as suas determinações.
Ainda não avaliamos, por exemplo, a real força que o dinheiro tem na modelagem do Estado, no exercício do poder político, no funcionamento do sistema representativo, no processo eleitoral e no modo de fazer política. Talvez por acreditarmos que um regime democrático esteja vacinado contra desvios e defeitos, menosprezamos a análise das relações entre os negócios e a democracia. Abandonamos a discussão sobre a qualidade da democracia, tema que agora frequenta alguns núcleos acadêmicos, mas ainda não estacionou no centro da agenda pública.
Também não conhecemos a fundo o efeito que a falência dos partidos como sujeitos de programa, vontade e ação tem na maré montante da corrupção. Nossos partidos não são mais "escolas de quadros", espaços privilegiados de seleção de lideranças ou organizadores de consensos sociais. Passaram a potencializar os defeitos do sistema partidário, sua permissividade exagerada, sua flexibilidade e sua falta de critério institucional. Colaboram, com ou sem intenção, para rebaixar a qualidade da política e aproximá-la do submundo.
Esses dois fatores se combinam perversamente em nosso "presidencialismo de coalizão", minando o que se tem de avanço institucional em termos de controles sobre o Estado.
Por fim, precisamos acertar as contas com os fatores culturais da corrupção. Culpar a formação nacional ou a cultura política pelo que há de corrupção na sociedade é um mau caminho, em especial se não se levar em conta a dinâmica social e a construção do Estado. Não há uma maldição cultural oprimindo a sociedade, por mais que se tenha de reconhecer que nenhum povo é livre de moldes culturais e tradições, que aderem a seu corpo como uma segunda pele. Cultura política é uma construção social, que acompanha o desenvolvimento histórico. Não podemos ignorá-la, mas será um erro se a empregarmos para naturalizar a corrupção.
Se juntarmos as pontas desse novelo, compreenderemos que a corrupção não é uma força da natureza, mas uma coisa dos homens. Em suma, algo que pode ser enfrentado e combatido, ainda que não possa ser peremptoriamente eliminado.

Mais uma etapa superada...