segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Piada...


O MARIDO IDEAL
Na segunda-feira o sujeito chega atrasado ao serviço, exibindo umas olheiras enormes e vai logo levando uma comida do chefe.
— Sabe o que é, dotor, é a minha mulher… — começa a desculpar-se.
— E o que é que tem a sua mulher? — pergunta o chefe, incisivo.
— Ela está dormindo com outro cara…
— É mesmo? — retruca o chefe, com ar compadecido. — Puxa, que pena!
— Sente-se aí, não fica assim, meu amigo, isso vai passar… tenho certeza de que você vai saber superar isso…
— Mais é muito difícil, dotor!
— Eu entendo! Ela não lhe sai da cabeça, não é?
— Não, não é isso! É que a minha cama é pequena… não cabem três pessoas!
http://www.mundodaspiadas.net/

Devanear...


Profissão de Fé – OLAVO BILAC

Le poète est ciseleur,
Le ciseleur est poète.
Victor Hugo

Não quero o Zeus Capitolino,
Hercúleo e belo,
Talhar no mármore divino
Com o camartelo.

Que outro - não eu! - a pedra corte
Para, brutal,
Erguer de Atene o altivo porte
Descomunal.

Mais que esse vulto extraordinário,
Que assombra a vista,
Seduz-me um leve relicário
Do fino artista.

Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.

Imito - o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.

Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.

Corre; desenha, enfeita a imagem,
A idéia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
Azul-celeste.

Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.

Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito:

E que o lavor do verso, acaso,
Por tão sutil,
Possa o lavor lembrar de um vaso
De Becerril.

E horas sem conta passo, mudo,
O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo,
O pensamento.

Porque o escrever - tanta perícia,
Tanta requer,
Que ofício tal... nem há notícia
De outro qualquer.

Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!

Deusa! A onda vil, que se avoluma
De um torvo mar,
Deixa - a crescer; e o lodo e a espuma
Deixa - a rolar!

Blasfemo, em grita surda e horrendo
Ímpeto, o bando
Venha dos Bárbaros crescendo,
Vociferando...

Deixa - o: que venha e uivando passe.
- Bando feroz!
Não se te mude a cor da face
E o tom da voz!

Olha-os somente, armada e pronta,
Radiante e bela:
E, ao braço o escudo, a raiva afronta
Dessa procela!

Este que à frente vem, e o todo
Possui minaz
De um Vândalo ou de um Visigodo,
Cruel e audaz;

Este, que, de entre os mais, o vulto
Ferrenho alteia,
E, em jato, expele o amargo insulto
Que te enlameia;

É em vão que as forças cansa, e à luta
Se atira; é em vão
Que brande no ar a maça bruta
À bruta mão.

Não morrerás, Deusa sublime!
Do trono egrégio
Assistirás intata ao crime
Do sacrilégio.

E, se morreres por ventura,
Possa eu morrer
Contigo, e a mesma noite escura
Nos envolver!

Ah! ver por terra, profanada,
A ara partida;
E a Arte imortal aos pés calcada,
Prostituída!...

Ver derribar do eterno sólio
O Belo, e o som
Ouvir da queda do Acropólio,
Do Partenon!...

Sem sacerdote, a Crença morta
Sentir, e o susto
Ver, e o extermínio, entrando a porta
Do templo augusto!...

Ver esta língua, que cultivo,
Sem ouropéis,
Mirrada ao hálito nocivo
Dos infiéis!...

Não! Morra tudo que me é caro,
Fique eu sozinho!
Que não encontre um só amparo
Em meu caminho!

Que a minha dor nem a um amigo
Inspire dó...
Mas, ah! que eu fique só contigo,
Contigo só!

Vive! que eu viverei servindo
Teu culto, e, obscuro,
Tuas custódias esculpindo
No ouro mais puro.

Celebrarei o teu ofício
No altar: porém,
Se inda é pequeno o sacrifício,
Morra eu também!

Caia eu também, sem esperança,
Porém tranquilo,
Inda, ao cair, vibrando a lança,
Em prol do Estilo!
http://lindos-sonetos.vilabol.uol.com.br/xav5.htm

Pensamentos...


"Na realidade, o tempo é neutro; pode ser usado construtiva ou destrutivamente". Martin Luther King Jr., orador, pastor protestante, EUA, 1929-1968

Segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Anjo do dia: Menadel.
Dia de São Roberto Belarmino.
Dia da Compreensão Mundial.
Dia do Espiritismo no Brasil.
Dia Nacional do Transportador Rodoviário de Carga.

1985 Criação do Parque da Chapada de Diamantina, que vira Parque Nacional..
1958 Martin Luther King Jr. publica o seu 1º livro Stride Toward Freedom.
2011 Occupy Wall Street: início do movimento, em Nova Iorque, EUA. 99% da população contra 1% dos banqueiros de Wall Street, que depois de conseguirem a criminosa desregulação do sistema financeiro, roubaram a poupança dos norte-americanos.

1935 Nascimento: Dom Mauro Morelli, Bispo católico.
1955 Nascimento: Marina Lima, cantora e compositora.

O dia 17 de setembro na história

1787 - É assinada a Constituição norte-americana.

1824 - Decreto ordenando que as minas do Rio Grande tenham o mesmo regime observado pelas antigas ordens e regulamentos de outras províncias mineiras.

1843 - Inaugurada a Universidade do Chile.

1855 - Toma posse do governo do Estado o 27º presidente, Manoel Vieira Tosta, Barão de Muritiba.

1861 - Enfrentamento armado entre tropas nacionais argentinas e as de Buenos Aires, com vitória das primeiras, significando um importante avanço para a unificação do país.

1894 - Inauguração da confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro, ponto de encontro de intelectuais. 
1917 - Nasce Olimpio Hermelindo Lucietto, falecido em 02 de novembro de 2011 em Chapecó.
1941 - Nasce o jornalista e político Fernando Gabeira.
1946 - É aprovada a 4ª Constituição brasileira.
1971 - Carlos Lamarca, guerrilheiro do VPR, Vanguarda Popular Revolucionária, é morto com cinco tiros por uma patrulha militar em Ipupiara, na Bahia.
1976 - Apreensão do jornal O Pasquim.
1980 - Presidente da Nicarágua, Anastácio Somoza, é assassinado durante atentado com foguete de bazuca, em Assunção, no Paraguai.
1985 - Criação do Parque da Chapada Diamantina.
1988 - Iniciam-se os Jogos Olímpicos de Seul.
1992 - Morre o cantor e compositor Herivelton Martins.
2001 - A Organização Mundial do Comércio aprova texto de adesão da China.
www.farmaciadepensamentos.com

http://www.clauderioaugusto.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=2129:o-dia-17-de-setembro-na-historia&catid=47:geral&Itemid=1

Refletir...

"Toda a alegria vem do amor, e todo o amor inclui o sofrimento." (Abílio Manuel de Guerra Junqueiro)
www.bilibio.com.br 


O que interessa?


Breve tratado sobre o veneno na internet
Rápido retrospecto de duas coisas que ganharam minha atenção na internet recentemente:

- uma atriz X, cujo nome não me lembro agora, publicou uma foto engraçada do filho de 7 anos de idade lendo uma Playboy. Na legenda, algo como "ele anda muito entretido, esse meu filho". Foi divertida a piada, nada de mais. Repercussão: internautas caíram de pau em cima dela. "Irresponsável", "péssima mãe", "onde já se viu uma coisa dessas"?? Até onde vi, a coisa perigava parar na Justiça.

- Meu ex-colega de CQC Rafinha Bastos apareceu num programa bacana aqui do Yahoo!: "2 Chopes Com". Na (boa) entrevista, ele faz um "mea-culpa" e expressa uma vontade de não se envolver em muitas polêmicas mais, uma vez que deseja ter uma carreira duradoura. Repercussão: internautas ensandecidos o mandam às favas, dizem que ele é um lixo, que agora é tarde demais, "morre diabo", e daí pra baixo.

A internet virou a terra dos justiceiros de plantão. Boa parte do sucesso desse intrigante meio também de comunicação está no fato de que, aqui, corajosos conhecedores do mundo, da moral e dos bons-costumes, podem falar à vontade. Dão veredictos, julgam a vida alheia, tiram suas conclusões e, muitas vezes, fazem intimidações severas, com pressões violentas e grande repercussão. O bacana é perceber que, na grande maioria dos casos, os internautas mais falastrões e indignados se expressam garantidos pelo anonimato ou por um perfil fake. Ou seja, a internet também está virando a terra dos covardes.

Entendo e não repreendo o fenômeno da rede. Em tempos de delicioso direito de expressão total, geral e irrestrito de ideias, é tentador que tenhamos voz na web. Essa, por sua vez, garante que cada um de nós possa ter a possibilidade de, pelo menos, chamar a atenção de quem nos interessa — de um amigo que te aceita no Facebook ao Barak Obama, caso o seu Twitter chegue até os olhos dele. Fascinante e compreensível fenômeno de apropriação e explanação de pensamentos de todo tipo, para toda gente. Mas é lamentável que a cegueira do ódio coletivo seja tão forte na vida virtual e passe a virar uma quase regra de expressão social por aqui.

Me lembro quando o cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda dividiu com todo mundo, numa entrevista, que ficou chocado de ver o quanto ele também é odiado nas redes sociais. Fez uma rápida pesquisa e sacou que não é uma unanimidade. Até aí, zero novidade. Mas ficou embasbacado com a raiva de muitos quando o assunto era seu nome.

Mais: uma vez, em 2010, conversei num começo de pauta, em off, com a atriz Gabriela Duarte. Ela me contou que tinha entrado no Facebook ou Twitter com a mãe, dona Regina Duarte, e saiu em questão de dias, ou horas. Não lembro direito. Lembro que elas ficaram chocadas com a quantidade de impropérios que começaram a ler como feedback dos internautas. Enfim, coisas que eu mesmo já recebi umas 300 vezes de seguidores meus que me acompanham para me detonar no Twitter, ou de outros que entram nos meus textos do Yahoo! só para dizer o quanto eu sou um merda, vazio, sem-graça, um lixo, etc, etc.

O que será que justifica esse comportamento agressivo em nosso mundo virtual? "As massas são cegas", aprendemos na Filosofia. Talvez seja um fenômeno de comportamento coletivo, uma histeria social. Talvez seja mais simples; é por aqui que as vozes tem vez. Você não sai publicando suas ideias num jornal de grande circulação facilmente. Mas tendo um blog ou comentando uma notícia num site de grande acesso, você será notado. E a ira é mais espontânea como expressão do que anda engasgado - até porque, convenhamos, a vida de muita gente não anda muito boa. Além disso, em tempos coléricos como os nossos, a ira é mais midiática e popular.

Bom, o meu conselho é não se intimidar e relativizar a coisa. Não vivemos e nunca mais viveremos sem a internet, acreditem. Ela tem voz agora, mais que nunca, está irritada, ou nem sabe que está irritada mas aprendeu a estar — e isso é obra do "internauta cruel".

O internauta cruel quer meter o pau. Quer ler pouco. O internauta cruel está irritado porque esse texto está longo; ele tem preguiça de se aprofundar muito e pensar. Isso não combina com essa praia aqui. O internauta cruel vai me malhar nos comentários. Vai pedir minha cabeça pro Yahoo! e reiterar o quanto me odeia e como eu sou um idiota. O internauta cruel tá uma fera. Ele cogita parar de me seguir no Twitter agora mesmo, ainda que isso implique em não poder mais falar mal de mim para eu mesmo ler e me sentir mal na minha página.

Mas o internauta cruel vai desligar o computador alguma hora e se deparar com a vida real, que é muito mais complexa. Ou vai jogar futebol de botão com o avô. E eu vou seguir com os bons internautas, como são muitos de vocês, ao mesmo tempo que continuarei sem entender, ainda, como funciona muita coisa dessa nova web-vida que nos tomou de assalto.
http://br.noticias.yahoo.com/blogs/rafael-cortez/breve-tratado-sobre-o-veneno-na-internet-192743731.html

Mais uma etapa superada...