quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Pensamentos...


"Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas". Luís Fernando Veríssimo, escritor e jornalista, RS

Quarta-feira 26 de setembro de 2012

Anjo do dia: Sealiah.
Dia do Santo Isaac Jogues.
Dia do Deficiente auditivo – Lei nº 11.796, de 29 de outubro de 2008.
Dia Mundial de Relações Públicas – Lei nº 5.377, de 11/12/1967.
Dia Mundial da(o) Secretária(o).

1965 Beatles são condecorados pela Rainha Elizabeth II como membros do Império Britânico. Posteiormente Lennon devolveria a honraria em protesto pelo envolvimento da Inglaterra no conflito entre Nigéria e Biafra e pelo apoio à guerra do Vietnã.
1969 Beatles lançam o álbum Abbey Road, 12º e penúltimo disco do grupo.
2011 Occupy Wall Street: usuários do correio eletrônico Yahoo não puderam enviar mensagens que mencionassem a palavra "protesto" relacionada com o movimento em Wall Street, caracterizando a censura da nação que se julga modelo de democracia.

1934 Nascimento: Winnie Madikizela, a Winnie Mandela, em Pondoland, África do Sul.
1936 Nascimento: Luís Fernando Veríssimo, escritor e jornalista gaúcho.

Refletir...


“Aqueles que não conseguem se lembrar dos erros do passado estão condenados a repeti-los.” (George Santayana)

Devanear...


Soneto em Amargura - Virgílius

Quem dera, o amor, que ela agora sente
Por alguém... Devotado e comprometido,
Fosse a mim, e apenas a mim, oferecido
Eu seria feliz... ... - E pela vida contente -

Quem dera, os seus lábios, docemente
Balbuciassem, mentindo, que me amava.
Dessa doce mentira eu me alimentava...,
Pra viver me enganando..., Eternamente.

Mas ela não sabe desse amor sentido.
- Devotado amor que eu trago comigo -
Até quando, não sei..., Só o tempo dirá.

E mesmo amanhã, ela lendo esses versos,
Há de ficar, por instantes, se perguntando:
- Que mulher será esta? E não saberá...!!!

Sociedade sem rumo...


Após 14 anos de agressões à mulher, pai esfaqueia menino que tentava defender a mãe no RS
Um menino de seis anos foi esfaqueado nas costas pelo próprio pai ao tentar proteger sua mãe. A agressão ocorreu no início da madrugada desta quarta-feira (26), na cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul (150 km de Porto Alegre), no Vale do Rio Pardo. O agressor, um homem de 38 anos, ameaçava a mulher de morte quando acabou atingindo o filho, que foi hospitalizado. O casal tem um histórico de agressões desde 1998, quando a primeira das 18 ocorrências do tipo foi registrada na Polícia Civil.
Durante uma discussão na frente dos filhos - um de seis e outro de 12 anos - em uma casa humilde na zona sul da cidade, o homem ameaçou a mulher de morte. Ele foi à cozinha, pegou uma faca de churrasco e partiu para cima dela. Nesse momento, o filho menor colocou seu corpo entre os dois e acabou atingido. A faca perfurou o tórax da criança, mas não atingiu nenhum órgão vital. Ele foi internado no Hospital Santa Cruz e deve receber alta na quinta-feira (27).
Ao receber, no início da madrugada, a criança ferida, a instituição informou a Brigada Militar sobre o caso. Os pais foram encaminhados à Polícia Civil, que, ao confrontar os dois sobre o ocorrido, descobriu a verdade sobre a agressão. Até então, o homem afirmava que havia ocorrido um acidente.
No sistema informatizado das polícias há o registro de 18 ocorrências desde 1998, todas por ameaças e agressões. "Em um dos episódios, o marido agrediu outro filho, adolescente na época, por ele ter tentado defender a mãe durante uma briga do casal", afirma a titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) de Santa Cruz do Sul, Lisandra de Castro de Carvalho.
O homem que esfaqueou o filho, um mecânico com problemas de alcoolismo, foi detido e deve ter sua prisão preventiva expedida pela Justiça nas próximas horas. Ele deve ser indiciado por tentativa de homicídio. O menino ainda não foi ouvido pela polícia. Ele será recebido pela delegada depois que receber alta, para reconstituir a cena da agressão.
Por se tratar de um caso envolvendo menores de idade, os nomes dos envolvidos não foram divulgados para proteger a integridade das crianças.
Ciclo de violência
A última ocorrência foi registrada em 2007. Na época, a mulher solicitou medidas protetivas, que foram encaminhadas à Justiça e resultaram em uma audiência, na qual ela não aceitou as propostas de acordo.
"Mais tarde, ela voltou a conviver com o agressor", conta a delegada. Segundo ela, é comum esse tipo de reconciliação sem o amparo das instituições e que acaba colocando a mulher e os filhos novamente em uma situação de risco.
"É o que chamamos de ciclo da violência. Existe a primeira fase, que é a da discussão, a segunda, que é a da agressão, e a última, a da lua de mel, quando o agressor pede perdão, diz que vai mudar e acaba sendo aceito." Mas, em grande parte dos casos, ressalta Lisandra, se o agressor não for tratado e acompanhado, ele voltará a cometer a violência.
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/09/26/apos-14-anos-de-agressoes-a-mulher-pai-esfaqueia-menino-que-tentava-defender-a-mae-no-rs.htm

Respeito e bom senso acima de tudo...


Alunas são impedidas de entrar em escola pública de Olinda por usar saia
As estudantes são ligadas à Assembleia de Deus.
Secretaria de Educação disse que vai apurar o caso.
Alunas do segundo e terceiro ano de uma escola pública em Olinda foram barradas, nesta quarta-feira (26), na porta do colégio porque estavam usando saia. As estudantes são ligadas à Assembleia de Deus. As regras de vestimenta dos evangélicos, embora tenham algumas variações, dependendo da igreja, vetam calças, decotes e transparências.

O caso ocorreu na Escola Estadual Padre Francisco Carneiro, no bairro de São Benedito, durante a tarde. "Eu cheguei para o diretor e disse 'nós podemos usar saia, somos evangélicas'. Ele disse que não ia interferir na religião de ninguém, que podíamos usar saia, mas que queria ver o tamanho da saia da gente. Nossas saias estão bem decentes, estão em um tamanho ótimo", contou a estudante Taylene Batista.

Aos prantos, a estudante Thallita Cunha lamentou a atitude da direção da escola. "A gente foi barrada, logo hoje que tenho cinco provas, trabalhos, estudos. Isso aqui é uma escola do governo. Ele devia chamar a gente para dentro, não colocar a gente para fora. Vocês viram que ele fechou o portão na nossa cara", falou a garota.

A mãe de uma das alunas, Maria José Ferreira, ficou surpresa com a decisão da direção. "Desde quando ela estuda aqui, que virou evangélica, usou saia, nunca tinha sido proibida de entrar", reclamou.

No final da tarde, as alunas barradas foram chamadas para uma reunião com o diretor da escola. "Ele disse que foi um mal entendido, que ele tinha passado para o porteiro que não podia entrar no colégio com saia acima do joelho. Foi criado um Comitê de Fardamento, formado por nós mesmos, e, a partir de amanhã [quinta, 27], nós vamos poder entrar de saia. Acreditamos que foi um mal entendido, por isso não estamos com raiva do diretor", disse a estudante Raiane Trindade.

A reportagem do NETV 2ª Edição tentou entrar em contato com a direção da escola, mas ninguém quis se pronunciar sobre o caso. A Secretaria Estadual de Educação informou que vai encaminhar, ainda esta semana, a Comissão de Direito do Aluno para apurar o caso e tomar as medidas cabíveis. A secretaria disse também que todas as provas das alunas que não entraram hoje na unidade de ensino foram remarcadas e que o diretor da escola será notificado com uma medida administrativa.

O fardamento entregue pela Secretaria de Educação consiste em camisa e mochila. A recomendação é que a camisa seja usada com calça jeans e tênis, mas essa sugestão não é obrigatória.
http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2012/09/alunas-sao-impedidas-de-entrar-em-escola-publica-de-olinda-por-usar-saia.html

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Só rindo...





Viva a sabedoria...

A Resistência à Mudança
1. A vida está em constante mudança, mas, não raro, ignoramos que assim é. No entanto, se nos dermos um pouco à reflexão, verificaremos que a mudança começa em nós, tanto física como psicologicamente. Todavia, não queremos acreditar na verdade que vivemos. É mentira, nós não mudamos. Só os outros mudam. Mas nós, mesmo a contra-gosto, lá vamos mudando! Que chatice termos que constatar que afinal não somos eternos. Dizia Parménides que «o que é, é», «o que não é, não é». E que «só o que é, é eterno». Com efeito, o ser humano não é, porque está sendo, logo está sujeito ao devir universal.
O ser humano, as coisas, os ambientes estão em permanente devir. Queiramos ou não, é assim. Todavia, somos muito resistente à mudança. Aliás, o ser humano, por mais que diga o contrário, é muito conservador. Desde logo, porque não quer aceitar a sua própria mudança: a custo, vai dizendo que já nota algumas mudanças físicas ou biológicas, mas a nível psicológico, lá isso é que não! Está tudo na mesma! E ao nível da mentalidade, também mudamos? É óbvio. E até, por vezes, o admitimos. Mas atenção, admitimos esta mudança quando ela nos convém! Admitimo-la quando, por exemplo, queremos dar uma de moderno, de actualizado, a par dos tempos que correm, etc., não vão os outros pensar que parámos no tempo, isso pode trazer-nos uma imagem de parolo, de provinciano que não acompanha as modernices mundanas das Revistas e da Televisão. O Homem do nosso tempo tem muito medo disso. Não se assume. Por isso, para mostrar que acompanha a escalada da era da globalização (sim, porque também, nesta área da praxis humana, se faz sentir a globalização), faz muitas vezes figuras tristes!
2. E na política, admitimos a mudança? Canta-se em coro a dizer que sim. Mas neste sector ainda somos mais resistentes. E aplica-se o mesmo princípio, de que já falámos nos parágrafos anteriores. Dizemos que sim para agradar, para mostrarmos que somos democratas, porque senão ainda nos consideram conservadores, ou até mesmo reaccionários.
Mas é, talvez, no campo da política que a resistência à mudança causa mais estragos e cria dificuldades. Fala-se muito em alternância de poder, princípio vital da democracia. Todavia, fala-se pouco de alternância quando se está no poder, e muito quando se está fora dele. E quem se habituou a estar, por muito tempo, dez, quinze, vinte ou mais anos no poder, foge da palavra alternância, como o diabo da cruz, não vá este tecer os pauzinhos e provocar a dita.
Esta resistência à mudança fervilha por aí, sente-se a todo o momento, tropeçamos com ela a cada passo que damos. Mas não é só nos políticos que ela é notada. A resistência ao devir político está nos políticos sim, mas também está em toda a hierarquia, nos quadros, até chegar ao porteiro; está no exterior da política assumida. Não acreditam?
Ao longo dos tempos vão-se instalando interesses, cumplicidades, algumas amizades, simpatias... E quando se está muito tempo num sítio acabamos por considerar que o sítio é nosso; ou que podemos fazer o que queremos daquele sítio, ou que podemos utilizar aquele sítio sem que para isso tenhamos que o requerer, etc., etc., porque nos habituámos mal.
E então utilizam-se as mais estúpidas artimanhas para tentar contornar a democracia, a legalidade, o legítimo poder. É confrangedor observar como alguns simplórios pretendem ignorar a mudança efectiva, e o legítimo poder, aquele que é outorgado pelo povo. Esquecem-se alguns auto-democratas que, com a sua atitude, caiem no pior dos ridículos, marginalizam-se, auto-flagelam-se, enfiando-se no campo da 'empatocracia' e da obscuridade.
3. Pensava eu que 28 anos de vivência democrática era o suficiente para que toda a gente soubesse o que é a democracia. Mas estou enganado! Felizmente que a maioria há muito que conhece a democracia e sabe o que é viver democraticamente. E são poucos, uma minoria, que persiste em não aprender o que o tempo ensina. Olham para o passado, para o seu passado, alegram-se com ele, e sonham, sonham, sonham... e deleitam-se sonhando, pensando que um dia voltarão os cantares dos hinos adormecidos nos baús da ignorância; sonham pensando que um dia a sua «democracia» será reposta; que o seu poder, não o do povo, vingará; que, então, logo que tudo esteja conforme a sua vontade, serão ajustadas as contas... São os Velhos do Restelo, que de tão velhos que são já tocam com os narizes nos joelhos, por isso não vislumbram um palmo à sua frente, e vergam-se perante quem os engana, convencidos de que lhes estão a indicar o caminho. E, de facto, estão. Mas o caminho do passado, turbulento, cheio de espécies daninhas, que só conta para os arquivos, os anais da história. Mas isso basta-lhes, porque, como disse supra, aquelas criaturas vivem do sonho, mas não do sonho que comanda a vida, porque este é saudável, útil, necessário e reformador.
Como estão convencidos de que aquela é a forma mais correcta de estar vida, vão cometendo pequenos erros, porque também não se lhes dá possibilidades para que conjecturem erros maiores; vão cometendo atropelos propositados; depois, angelicamente, voltam atrás, admirados, porque alegam desconhecer os procedimentos. São obrigados a desfazer os erros, para irem vivendo socialmente. Mas sabe Deus, a que custo!
4. Não há mal nenhum em pertencer a uma minoria. Devemos aceitar as contingências da vida e, no caso concreto da política, tentar, por via democrática, alterar a situação. Todo nós, num determinado momento, fizemos, e faremos, parte de uma qualquer minoria, seja política, religiosa, estética, filosófica ou outra. E, às vezes, vale bem mais pertencer às minorias. Quem disse que as maiorias têm sempre razão?
O conhecimento, as doutrinas, a arte, o pensamento, a ciência, enquanto produtos da praxis humana, são fruto de trabalho árduo, da persistência, da reflexão, da solidão. Os trabalhadores do pensamento pertencem a múltiplas minorias. Eles não se sentem marginalizados, porque têm consciência do seu fazer, da sua atitude perante o mundo e a vida. Emite-os. Sinta-se solidário com a vida, como eles, e será feliz (António Pinela, Reflexões, Agosto de 2002).


Mais uma etapa superada...