Algumas
noções sobre a Economia enquanto ciência
A Economia é dividida em duas áreas mais gerais: a
Macroeconômica e a Microeconômica, que são fundamentais para o seu entendimento
enquanto ciência social.
A economia Analisa como a sociedade administra os recursos
escassos
Não diferentemente da Sociologia, da Ciência Política ou da
Antropologia, a Economia é também uma ciência social, uma vez que seu objeto de
estudo também é fruto da vida social. Mais especificamente, seu foco está em
compreender como ocorrem as relações entre os indivíduos e as organizações na
sociedade do ponto de vista da produção, da troca e do consumo de mercadorias,
de serviços e de bens em geral. Assim, a Economia vai tratar do estudo da
alocação dos recursos disponíveis pelos homens coparticipantes de uma vida em
sociedade, analisando como essa última administra esses mesmos recursos
escassos.
Desemprego, inflação, déficit público, alterações nas taxas de
juros, aportes financeiros dos Estados em tempos de crise, aumento de impostos,
desvalorização da taxa de câmbio, entre tantas outras expressões, já fazem
parte do nosso cotidiano e são de interesse da Economia enquanto ciência.Os
grandes problemas sociais (a exclusão social de alguns países, a questão do
meio ambiente, o atraso tecnológico, os índices de desemprego, a crise
financeira) de nossa época estão atrelados a problemas de ordem econômica e,
dessa forma, também são estudados por ela.
Os professoresCarlos Roberto Martins Passos e Otto Nogami, na
obra “Os Princípios de Economia” (2005), ensinam que essa ciência está dividida
em duas áreas mais gerais, o que significa dizer que existem estudos de caráter
macroeconômico e microeconômico. Segundo eles (PASSOS & NOGAMI, 2001, p.
70), “ateoria Microeconômica, ou microeconomia, preocupa-se em explicar o
comportamento econômico das unidades individuais de decisão representadas pelos
consumidores, firmas [empresas] e pelos proprietários de recursos produtivos
[fatores de produção, insumos de forma geral]. Ela estuda a interação entre as
firmas e consumidores e a maneira pela qual produção e preço são determinados
em mercados específicos.”Ela se debruça sobre o estudo mais pormenorizado da
ação e da relação econômica entre os chamados agentes econômicos: empresas,
consumidores ou unidades familiares e o Estado. As empresas seriam responsáveis
pela oferta dos produtos e serviços e objetivariam o lucro máximo. Dos
consumidores ou das unidades familiares partiria a demanda pelos produtos e
serviços, objetivando-se o melhor padrão para atendimento segundo seus desejos,
isto é, a própria demanda. Já o Estado, responsável pela organização e
regularização da sociedade – logo também da economia, em certos aspectos –
poderia agir ao mesmo tempo como empresário e consumidor. Dessa interação entre
tais agentes tem-se o mercado, sendo este o local ou o contexto em que
compradores (que compõem o lado da procura) e vendedores (que compõem o lado da
oferta) de bens, serviços ou recursos estabelecem contatos e realizam
transações. Assim, é preciso considerar que o sistema econômico oferece limites
para que tais agentes se realizem, isto é, alcancem seus objetivos. Esses
limites consistem na escassez da oferta diante da demanda. Assim, a escassez
significa que a sociedade tem recursos limitados e, portanto, não pode produzir
todos os bens e serviços que as pessoas desejam ter. Nesse sentido, haja vista
essa escassez, as decisões tomadas por cada indivíduo dentro da interação
econômica vão determinar o preço de determinado produto. Logo, o conhecimento
da Microeconomia é fundamental para entender e prever comportamentos, decisões
e estratégias dos agentes. Cabe à microeconomia estudar como os agentes
econômicos dentro do mercado (interagindo com este), sob determinado sistema de
preços, diante das limitações (da escassez) de recursos para produção, tomam
decisões.
Já a teoria Macroeconômica, ou macroeconomia, ainda segundo tais
professores (ibidem, p, 70), “estuda o comportamento da economia como um todo”.
Assim, tem como objeto de estudo o que determina e o que modifica o comportamento
de variáveis agregadas, tais como a produção total de bens e serviços, taxa de
crescimento econômico, as taxas de inflação e de desemprego, de criação de
emprego, as despesas totais de consumo, as despesas totais de investimento, o
volume total de poupança, as despesas totais do governo, os níveis do PIB
(Produto interno Bruto), etc. Dessa forma, as questões ligadas à economia
internacional, do ponto de vista das relações e transações comerciais e
financeiras entre países e blocos econômicos, também se inserem ao âmbito da
macroeconomia, pois muitos dos eventos e conjunturas internas às economias
nacionais são reflexo dos acontecimentos externos, fato que comprova o nível de
globalização econômica a que se chegou no dias atuais.
Contudo, ao final dessa breve explanação sobre os pilares que
compõem a Economia enquanto ciência, vale a pena fazer a ressalva de que,
apesar dessa divisão entre micro e macroeconomia, esses limites e zonas
fronteiriças entre essas áreas tornam-se cada vez mais difíceis de serem
definidos com precisão. É o que aponta Robert S. Pindyck e Daniel L. Rubinfeld
no livro, traduzido para o português, “Microeconomia” (2010), quando
afirmam que essa dificuldade da definição das especificidades se dá porque a
“macroeconomia também envolve análise de mercados (o que seria até certo ponto
objeto apenas da microeconomia) – por exemplo, mercados agregados de bens e
serviços, mão de obra e títulos de empresas. Para entender como operam tais
mercados agregados, é necessário compreender o comportamento das empresas, dos
consumidores, dos trabalhadores e dos investidores que os compõem. Dessa
maneira, os macroeconomistas têm se preocupado cada vez mais com os fundamentos
microeconômicos dos fenômenos econômicos agregados, e grande parte da macroeconomia
é, na realidade, uma extensão da análise microeconômica” (PINDYCK &
RUBINFELD, 2010, p. 04).
Assim, é papel do economista aplicar e elaborar modelos ou
hipóteses para analisar e esclarecer conjunturas, além, é claro, de esboçar
previsões (nem sempre certeiras) sobre os rumos do mercado e da economia,
nacional ou internacional, considerando os ferramentais e instrumentos
fornecidos tanto pela micro quanto pela macroeconomia.
http://www.brasilescola.com/sociologia/algumas-nocoes-sobre-economia-enquanto-ciencia.htm