segunda-feira, 8 de abril de 2013
Língua afiada...
PEGADINHA GRAMATICAL
"As mulheres que os homens mais desejam são as
recatadas"
Lendo uma revista, defrontei-me com uma pesquisa sobre sexualidade, a qual apresentava o seguinte dado: mais de 40% dos homens brasileiros de 15 a 25 anos, apesar de gostarem de sair, de ficar com garotas desregradas, optariam por se casar com uma mulher casta. Na reportagem, havia a seguinte frase:
As mulheres que os homens brasileiros mais desejam são as recatadas.
Todos entendem essa frase sem qualquer problema, já que, na linguagem cotidiana, usamos sempre os termos da oração em ordem direta, ou seja, iniciamos a oração pelo sujeito, depois colocamos o verbo para, em seguida, acrescentarmos seu complemento (objeto direto ou objeto indireto) ou o predicativo do sujeito.
Está claro, então, que os homens brasileiros desejam mais as mulheres recatadas que as outras, não é mesmo? Não é bem assim, não.
O que ocorre é que nem sempre a oração é escrita em ordem direta, o que pode acarretar ambiguidade. Por exemplo, ao dizer Desejam as mulheres os homens, não há como saber 'quem deseja quem', pois a oração está em ordem inversa. Qual seria a ordem direta da frase?
As mulheres desejam os homens?
Ou Os homens desejam as mulheres?
Perceba que a oração iniciada pelo verbo desejar trouxe ambiguidade à frase. Não há clareza. O mesmo ocorreria se a frase fosse: As mulheres os homens desejam ou Os homens as mulheres desejam.
Na frase apresentada (As mulheres que os homens brasileiros mais desejam são as recatadas), há clareza quanto a 'quem deseja quem' porque obtivemos informações sobre a pesquisa antes de lê-la. Ela não está errada, portanto.
Há construções sintáticas, no entanto, sem informações anteriores esclarecedoras, e com os termos em ordem inversa, como vimos no parágrafo anterior, o que dificulta o entendimento geral da mensagem. Para evitar isso, podemos usar alguns elementos que nos auxiliam. Um deles é o pronome relativo.
Às vezes o pronome relativo que, usado na frase As mulheres que os homens brasileiros mais desejam são as recatadas também provoca duplo sentido.
Observe a frase, retirada de um jornal: A direção do hospital não deixou que o Presidente conversasse com os pacientes atendidos por enfermeiras inexperientes que acusavam o hospital de maus-tratos. A passagem ambígua é ...pacientes atendidos por enfermeiras inexperientes que acusavam o hospital... .
O pronome relativo que provoca a ambiguidade, pois, da maneira como o período foi construído, tem-se a impressão de que as enfermeiras acusavam o hospital, mas, segundo o jornal, os pacientes é que o acusavam de maus-tratos, praticados pelas enfermeiras. O que fazer, então, para evitar o duplo sentido? Vejamos a explicação:
O pronome relativo que pode SEMPRE ser substituído pelos também pronomes relativos o qual, a qual, os quais, as quais. O gênero e o número desses pronomes dependem do elemento substituído por eles. Se for feminino, singular, substitui-se por a qual; feminino, plural: as quais; masculino, singular: o qual; masculino, plural: os quais.
Na frase retirada do jornal, por exemplo, a substituição impediria a ambiguidade, uma vez que o substantivo pacientes seria substituído por os quais, e enfermeiras por as quais. A frase ficaria assim: A direção do hospital não deixou que o Presidente conversasse com os pacientes atendidos por enfermeiras inexperientes os quais acusavam o hospital de maus-tratos.
Pronto. Acabou-se o problema; os quais, pronome relativo masculino, plural, só pode referir-se a pacientes: os pacientes eram atendidos por enfermeiras inexperientes; os pacientes acusavam o hospital de maus-tratos.
Na nossa frase, porém, o problema continuaria, pois, ao realizarmos a substituição, formaríamos a seguinte frase: As mulheres as quais os homens brasileiros mais desejam são as recatadas. A ambiguidade permanece. Continuamos sem saber 'quem deseja quem', porque a ambiguidade existente na frase é sintática: que ou as quais podem exercer a função de sujeito, se as mulheres desejarem os homens, ou de objeto direto, se as mulheres forem desejadas pelos homens.
Há outro pronome relativo que também substitui o que: é o pronome quem.
Esse pronome nunca exerce a função de sujeito e, quando exercer a de objeto direto, será antecedido pela preposição a obrigatoriamente, transformando-se em objeto direto preposicionado.
Pode-se, então, substituir que por a quem: As mulheres a quem os homens brasileiros mais desejam são as recatadas. Agora, sim, temos uma frase adequada ao Português padrão, sem duplo sentido, quase perfeita.
Existem, portanto, três maneiras de estruturar a frase da revista: com que, com as quais e comquem:
Nas duas primeiras, o pronome relativo exerce a função de objeto direto. Na última, a de objeto direto preposicionado. A melhor de todas é a última, uma vez que, como vimos, é a única que não carrega duplo sentido.
História...
Império
Bizantino e o legado
O Império Bizantino foi uma continuidade do Império
Romano do Oriente, que perdurou até o século XV, quando a capital
Constantinopla (ou Bizâncio para os gregos, e hoje Istambul) foi conquistada
pelos turcos-otomanos, em 1453. O legado deixado pelo Império Bizantino é amplo,
influenciando desde as rotas comerciais entre Ocidente e Oriente até os códigos
civis contemporâneos.
A cidade de Constantinopla, uma antiga aldeia de pescadores
gregos, foi urbanizada por volta de 330 D.C. por orientação do imperador romano
Constantino. Inicialmente conhecida como Nova Roma, Constantinopla se
transformou na capital do Império Romano do Oriente e em um grande centro
comercial devido à sua localização geográfica privilegiada, no estreito de
Bósforo, em um ponto de junção entre o mundo ocidental e oriental.
O principal imperador bizantino foi Justiniano (527-565),
que durante seu reinado expandiu o Império aos seus limites máximos na região
mediterrânica, chegando inclusive a reconquistar a cidade de Roma e a Península
Itálica dos povos germânicos. Foi durante o governo de Justiniano que foram
compiladas as leis romanas, criando o Corpus Juris Civilis (Corpo do
Direito Civil). Esse código jurídico romano organizado pelos bizantinos
influenciou a constituição de diversos códigos civis em países da época
contemporânea.
Entretanto, após a morte de Justiniano, o Império Bizantino
entrou em um lento processo de decadência, que iria se arrastar até a tomada de
Constantinopla pelos turcos, em 1453.
Justiniano também financiou a construção de grandes obras
públicas, das quais se pode destacar a Catedral de Santa Sofia, que até hoje
existe na cidade de Istambul. O imperador governava ainda com poderes
absolutos, considerando-se o representante de Deus na Terra, o que o tornava
também o chefe da Igreja. Isso acabou diferenciando a própria Igreja, já que no
Ocidente, o bispo de Roma passou a ser o chefe da Igreja a partir de 455,
transformando-se no papa Leão I.
Outro ponto de diferenciação com o cristianismo católico
ocidental pode ser encontrado com o movimento dos iconoclastas, que,
orientados pela não veneração de imagens (ícones), passaram a destruí-las.
Entretanto, a produção de mosaicos e pinturas era incentivada, dentro de
parâmetros preestabelecidos pelos teólogos, como a retratação das figuras
sempre de frente.
Essa diferenciação entre as práticas religiosas da Igreja Romana
e do Império Bizantino, aliada às disputas políticas e econômicas entre o papa
e os imperadores bizantinos, levou à separação das duas igrejas. O episódio
ficou conhecido como Cisma do Oriente, ou Grande Cisma, dando origem a
duas igrejas católicas: a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Católica
do Oriente, mais conhecida no Brasil como Igreja Ortodoxa.
Constantinopla foi considerada o maior centro cultural do mundo
cristão durante a Idade Média, principalmente pela preservação de uma grande
quantidade de obras de artistas e pensadores da Antiguidade, em especial dos
gregos e dos romanos. As atividades dos monges copistas proporcionou que os
pensadores do Renascimento pudessem entrar em contato com os clássicos da
Antiguidade. Inclusive a influência grega sobre o Império Bizantino foi enorme,
a ponto de substituírem o uso do latim pelo grego nas cerimônias religiosas e
nos documentos oficiais.
Foram os bizantinos que difundiram o cristianismo no oriente
europeu, a ponto de dois monges bizantinos, Cirilo e Metódio, terem criado um
alfabeto, baseado no alfabeto grego, para converter os povos eslavos. O alfabeto
cirílico, como foi batizado, é hoje utilizado em diversos países, como na
Rússia e na Ucrânia.
Viva a sabedoria...
Em 1762, Jean-Jacques Rousseau publicou Emilio ou Da
Educação. Este tratado, de uma total novidade para a época, encontrou grande
sucesso, revolucionando a pedagogia e serviu de ponto de partida para as
teorias de todos os grandes educadores dos séculos XIX e XX. Trata-se de um
romance pedagógico que conta a educação de um órfão nobre e rico,
Emilio, de seu nascimento até seu casamento.
Fiel a seu princípio, segundo o qual o homem nasce naturalmente
bom, Rousseau estima que é preciso partir dos instintos naturais da criança
para desenvolvê-los. A educação negativa (essa que propõe o
filósofo), na qual o papel do preceptor (professor) é, sobretudo, o de
preservar a criança, deveria substituir a educação positiva que forma
a inteligência prematuramente e impensadamente. O ciclo completo desta nova
educação comporta quatro períodos:
1. O primeiro período vai de 0 a 5 (zero a cinco) anos,
correspondendo a uma vida puramente física, apta a fortificar o corpo sem
forçá-lo; período espontâneo e orientado graças, notadamente, ao aleitamento
materno;
2. O segundo período vai de 5 aos 12 (cinco a doze) anos e é
aquele no qual a criança desenvolve seu corpo e seu caráter no contato com as
realidades naturais, sem intervenção ativa de seu preceptor;
3. O preceptor intervém mais diretamente no terceiro período que
vai de 12 a 15 (doze a quinze) anos, período no qual o jovem se inicia,
essencialmente pela experiência, à geografia e à física, ao mesmo tempo em que
aprende uma profissão manual ou ofício;
Este é, pois, o modelo básico de educação proposto por Rousseau
para substituir a educação tradicional que, em nome da civilização e do
progresso, obriga os homens a desenvolverem na criança a formação apenas do
intelecto em detrimento da educação física, do caráter moral e da natureza
própria de cada individuo.
Cultura viva...
Quem
se Interessa pela Cultura?
Afinal, quantas pessoas se interessam pela cultura?, se põem o
problema da vida?, do homem?, se põem a interrogação sobre o que nos rodeia? É
um erro tocante o imaginar-se que as pessoas cultivadas se interessam pela
cultura. A cultura não vem nos livros, nem nos cursos, nem nas salas de
conferências, espetáculos, exposições com uísque ou a seco. A cultura é um
problema que tem que ver com os nossos cromossomas e tem a dimensão secreta,
oculta, privada, íntima, de uma vivência sagrada.
Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 3'
http://www.citador.pt/textos/quem-se-interessa-pela-cultura-vergilio-antonio-ferreiraVergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 3'
Entendendo...
Estrutura Homogênea e
Estratificada
A sociedade está organizada em estrutura homogênea e estrutura
estratificada. A estrutura homogênea apresenta uma solidariedade social
mecânica, em que há maior proximidade entre as pessoas e as relações são mais
intensas. Na estrutura estratificada, por sua vez, a solidariedade é orgânica,
com laço
Na sociedade homogênea há maior proximidade entre as pessoas e
as relações são mais intensas
Ao pensarmos nas diferenças entre uma estrutura homogênea e uma
estrutura estratificada, tomaremos por base principalmente as posições sociais
ocupadas pelos indivíduos, uns em relação aos outros, isto é, referindo-se à
forma como a sociedade está divida e organizada. Logo, na estrutura homogênea,
os aspectos e fatores que diferenciam os indivíduos não são em mesmo número ou
natureza daqueles presentes em uma estrutura estratificada.
Um dos aspectos está na forma como se apresenta a divisão do trabalho.
Nos agrupamentos sociais de períodos, como na Idade Média, quando predominava o
feudalismo, não havia uma grande divisão do trabalho, nem uma especialização,
pois todos os integrantes do grupo familiar trabalhavam juntos na produção da
lavoura ou na criação de animais. Predominava uma sociedade do tipo estamental,
na qual não há mobilidade social. O produto do trabalho era para todos, havendo
uma divisão de trabalho mais simples, apenas uma divisão de tarefas. A
organização da sociedade era dada por meio de estamentos e não de classes
sociais, como na sociedade industrial. Nas sociedades mais simples, deestrutura
homogênea, predomina um tipo de solidariedade social que Èmile Durkheim chamou
de mecânica, na qual os laços sociais são mais intensos, havendo maior
proximidade e menor diferença entre as pessoas. Daí maior homogeneidade. Outro
exemplo interessante seriam as tribos indígenas, nas quais os sentimentos de
pertencimento e de união são muito fortes.
Já nas sociedades de estrutura estratificada, predomina uma
alta especialização do trabalho. A sociedade industrial que nasce na Europa,
fruto do desenvolvimento do capitalismo, é o exemplo mais clássico. Nela
predominaria uma maior divisão do trabalho, que possuiria uma função
integradora, pois coloca em contato indivíduos diferentes, especialistas na
produção de cada parte que compõe o todo do produto. Nesse tipo, predomina uma
sociedade que Èmile Durkheim classificaria como solidariedade orgânica, na qual
os laços sociais seriam mais frouxos.
Ter-se-ia a formação de uma sociedade de classes, como afirmaria
Karl Marx, sociedade esta caracterizada pela constituição de uma classe
burguesa (dona dos meios de produção) e outra proletária (que apenas daria
força de trabalho). A diferença entre esses estratos sociais se daria não
apenas pela posição de cada um na produção da vida material, mas também em
relação à renda e ao acesso aos produtos, aos bens materiais. Obviamente, a
diferença entre as classes sociais teria como base a desigualdade social gerada
pela acumulação de riqueza e da propriedade privada, fato que certamente não
gera uma sociedade homogênea em vários aspectos (matérias, valores,
expectativas, etc.).
Logo, o desafio contemporâneo dos governantes das sociedades
estratificadas estaria em conseguir diminuir o fosso que separa os mais ricos
dos mais pobres. Se por um lado a mesma homogeneidade das sociedades mais
antigas não é mais uma realidade (e talvez algo utópico), seria importante resgatar
os valores que garantem um maior laço social, fundamental à coesão e à
existência de uma vida social mais justa.
http://www.brasilescola.com/sociologia/estrutura-homogenea-estratificada.htmCurioso...
Escotismo
O escotismo é um movimento de caráter educacional, voluntário e
sem fins lucrativos, no qual os jovens têm a oportunidade de se desenvolverem
socialmente de uma forma baseada em valores, respeito, amizade, fraternidade e
no amor pela natureza.
O movimento foi idealizado pelo lorde inglês Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, em 1907. Tudo começou quando Baden-Powell organizou um acampamento com vinte rapazes, no qual ensinou conceitos de primeiros socorros, observação, segurança e orientação aos jovens. Em virtude do bom resultado do acampamento, Baden-Powell resolveu escrever um livro: Escotismo para Rapazes, publicado em 1908. As idéias do inglês foram muito bem recebidas. Rapidamente o movimento se espalhou por vários países do mundo.
No escotismo, os jovens têm a oportunidade de se socializarem de forma disciplinada, pautada em valores e no meio da natureza. Desta forma, o escoteiro se desenvolve fisicamente, por meio de jogos ao ar livre, exercícios, etc; moralmente, visto que um dos objetivos do escotismo é desenvolver um caráter sadio nos escoteiros; e intelectual, já que são passados conhecimentos específicos de cada etapa das atividades.
O lema do escotismo é "Be Prepared" (esteja preparado), contudo no Brasil o mesmo foi adaptado para "Sempre Alerta". Isso significa que o escoteiro deve estar preparado mentalmente, sempre se lembrando de seus valores, e fisicamente, tornando-se ativo, forte e capaz de realizar o que for necessário. Os escoteiros são divididos em grupos etários. No Brasil, geralmente ocorre a seguinte divisão: Lobinho (7 a 10 anos), Escoteiro (11 a 14 anos), Sênior (15 a 17 anos) e Pioneiro (18 a 21 anos).
O movimento foi idealizado pelo lorde inglês Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, em 1907. Tudo começou quando Baden-Powell organizou um acampamento com vinte rapazes, no qual ensinou conceitos de primeiros socorros, observação, segurança e orientação aos jovens. Em virtude do bom resultado do acampamento, Baden-Powell resolveu escrever um livro: Escotismo para Rapazes, publicado em 1908. As idéias do inglês foram muito bem recebidas. Rapidamente o movimento se espalhou por vários países do mundo.
No escotismo, os jovens têm a oportunidade de se socializarem de forma disciplinada, pautada em valores e no meio da natureza. Desta forma, o escoteiro se desenvolve fisicamente, por meio de jogos ao ar livre, exercícios, etc; moralmente, visto que um dos objetivos do escotismo é desenvolver um caráter sadio nos escoteiros; e intelectual, já que são passados conhecimentos específicos de cada etapa das atividades.
O lema do escotismo é "Be Prepared" (esteja preparado), contudo no Brasil o mesmo foi adaptado para "Sempre Alerta". Isso significa que o escoteiro deve estar preparado mentalmente, sempre se lembrando de seus valores, e fisicamente, tornando-se ativo, forte e capaz de realizar o que for necessário. Os escoteiros são divididos em grupos etários. No Brasil, geralmente ocorre a seguinte divisão: Lobinho (7 a 10 anos), Escoteiro (11 a 14 anos), Sênior (15 a 17 anos) e Pioneiro (18 a 21 anos).
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