sexta-feira, 12 de abril de 2013
Língua afiada...
PEGADINHA GRAMATICAL
"Tenho certeza que não errarei mais"
Primeiramente é bom relembrar o conceito de oração: enunciado que gira em torno de um verbo. Então, há tantas orações quantos forem os verbos de uma frase, certo? Um verbo, uma oração; dois verbos, duas orações; e assim por diante.
Na frase acima, temos duas orações, já que há dois verbos (tenho e errarei). Separando-as, teríamos: Tenho certeza e que não errarei mais.
Há algo esquisito na segunda oração, que depende da primeira. Quem tem certeza, não tem certeza DE algo? Onde está o de? Deveria estar antes da segunda oração: Tenho certeza DE que não errarei mais. Essa seria, então, a forma correta:
Outros exemplos:
Tenho vontade DE que você venha (vontade DE algo).
Tínhamos medo DE que você se zangasse (medo DE algo).
História...
Império Islâmico e a expansão muçulmana
Você certamente já ouviu falar dos
árabes, da religião muçulmana e do islamismo. Certamente já teve também contato
com algumas das realizações dos árabes, como os algarismos arábicos, o número
zero ou mesmo a bússola. Essas contribuições dos povos árabes e islâmicos para
o mundo foram possíveis graças ao desenvolvimento de um imenso império, o Império
Islâmico, que existiu entre os séculos VII e XIII. O texto abaixo apresenta
algumas características gerais do que foi este império.
Os árabes eram povos que
habitavam principalmente a Península Arábica, localizada no Oriente Médio.
Na região litorânea, eles constituíram algumas cidades e desenvolveram a
agricultura, o que possibilitou uma sedentarização, ou seja, a fixação em local
específico. Já no interior da península, por ser formada em sua maior parte por
áreas desérticas, viviam como nômades, cuja atividade principal era o comércio,
realizado em grandes caravanas.
Os árabes se organizavam politicamente
em tribos, não havendo unidade em um Estado. No aspecto religioso, eram
politeístas, acreditavam que todos os seres e elementos da natureza tinham vida
(animismo) e adoravam objetos tidos como sagrados (fetichismo).
Dentre esses árabes havia um chamado Maomé,
que nasceu na cidade de Meca, em 570. Meca era um importante centro
comercial da Península Arábica, sendo Maomé um comerciante em sua juventude, o
que proporcionou a ele entrar em contato com diversas outras culturas, como
cristãos e judeus. Segundo a tradição, Maomé quando tinha 40 anos recebeu a
revelação da palavra de Deus (Alá) através do anjo Gabriel. Nessa revelação,
Alá havia pedido a Maomé que difundisse o ensinamento de que havia apenas um
deus, Alá, e que Maomé seria seu profeta.
Iniciando essa difusão entre seus
familiares, Maomé passou a pregar o ensinamento em Meca. Por ser uma cidade comercial,
havia pessoas com variadas crenças, os comerciantes viam as pregações como
ameaças ao comércio e os sacerdotes temiam pelo seu domínio religioso. Maomé
foi perseguido, sendo obrigado a fugir para a cidade de Iatreb, ao norte, em
622. Esse episódio ficou conhecido Hégira (fuga, em árabe), marco
inicial do calendário muçulmano. Em Iatreb, Maomé conseguiu converter a
população e unir as tribos locais, tornando-se líder religioso e político da
cidade. Iatreb passou a se chamarMedina (cidade do profeta, em árabe) e
Maomé formou um exército de 10 mil homens que se dirigiram a Meca,
conquistando-a em 630.
Em Meca, Maomé e seus seguidores
destruíram todos os ídolos que eram adorados, menos a “pedra negra”, objeto
sagrado símbolo da união de todos os muçulmanos, e aCaaba, o local que abriga a
pedra, que se tornou o centro do principal templo da religião, dedicado
unicamente a Alá. Com a conquista da cidade, tinha início também a constituição
e a rápida expansão do Império Islâmico.
Ainda em vida, Maomé viu seu império
conquistar toda a Península Arábica. Com sua morte em 632, os poderes
políticos, religiosos e militares foram confiados aos califas, os substitutos
de Maomé. Os quatro primeiros califas eram parentes de Maomé e
governaram o império até o ano de 661, quando conseguiram expandir as
fronteiras islâmicas para o Egito, a Palestina, a Síria e a Pérsia. Era a primeira
fase de expansão do Império Islâmico.
A segunda fase teve como
detentores do poder a família dos Omíadas, que transformam Damasco na capital
do Império, governando até 750. Nesse período, os árabes se transformaram numa
potência naval, chegando à Índia, no Oriente, dominando o norte da África e
iniciando a conquista da Península Ibérica, na Europa.
A terceira fase do Império se
iniciou com a dinastia dos Abássidas, que transferiu a capital para Bagdá, na
Mesopotâmia. Com a grande extensão do Império, ele foi dividido em Emirados,
que eram estados independentes. Conquistaram ainda a Sicília, na Península
Itálica, além das ilhas de Córsega e Sardenha. Porém, o Império foi entrando em
declínio com a perda de territórios no Oriente, para os turcos seljúcidas e
para os mongóis. Os domínios na Península Ibérica ainda seriam mantidos até
1492, quando os espanhóis os expulsaram da região durante as Guerras de
Reconquista.
Entretanto, o legado árabe permanece
presente nos dias atuais devido às grandes contribuições na difusão das obras
greco-romanas, na arquitetura, na matemática, na literatura, nas ciências e em
vários outros aspectos culturais.
Viva a sabedoria...
A
estética na filosofia de Platão e Aristóteles
Platão e Aristóteles - Idéias divergentes sobre a arte.
A “Teoria das Ideias” platônica surgiu para explicar
primeiramente o problema colocado por Sócrates sobre definições. Em seu desenvolvimento
foi necessário estabelecer as ideias como unificadoras dos múltiplos objetos
dados nas sensações (representações do olfato, paladar, visão, audição e tato),
que sozinhos não são suficientes para explicar as representações desses objetos
e sua essência.
Platão divide, assim, a realidade em dois universos distintos: o
inteligível e o sensível. O primeiro contém as formas puras, as essências e o
fundamento da existência dos seres do segundo. Assim, tanto os seres da
natureza quanto os homens são cópias sensíveis de modelos originais
inteligíveis.
É a partir disso que Platão faz a crítica à arte. Cada ser
particular participa das ideias (a participação é a relação entre o todo e as
partes) sem se confundir com elas, que são, pois, absolutas. O mundo é uma
cópia do real e esse afastamento do verdadeiro já é uma Dessemelhança,
ainda que natural. Entretanto, Platão julga a arte como imitação, capaz de
enganar, uma vez que a realidade sensível já é uma imitação do inteligível. A
arte afasta ainda mais do real, pois imita a cópia. A imitação da cópia é o que
Platão chama de Simulacro, que introduz uma desmedida maior do que a
própria existência do mundo natural. Por isso Platão rejeita a arte em seu
estado ideal, querendo, com isso, substituir a Poesia pela Filosofia.
Já para Aristóteles, esse modelo platônico é inútil e
insustentável. Para ele, a realidade é o sensível e “o ser se diz de várias
maneiras”. Quer dizer que se denominam os seres sempre em relação a uma
categoria e a um gênero universal abstraído dos seres particulares. A imitação,
pois, torna-se até benéfica porque representa uma composição de narrativas que
mostram experiências possíveis. A imitação tem um caráter pedagógico, pois que
seu efeito (catarse) promove uma identificação com o personagem, criando ou
despertando sentimentos que purificam e educam, caracterizando normas de ações.
Nesse sentido, diz-se que a experiência artística se apoia em
situações que possuem uma Verossimilhança, não com fatos ou atos reais,
mas também com os que são possíveis de acontecer, ou seja, que estão em
potência. Aristóteles utiliza a tragédia acima das outras formas de arte,
porque ela trata dos dramas humanos em que só os melhores conseguem ser felizes
resolvendo tais dramas.
Portanto, enquanto a dessemelhança, ou melhor, a sua produção,
afasta cada vez mais do real, a verossimilhança (embora ontologicamente
diferente) é a possibilidade de se tornar uma realidade. A primeira deseduca,
enquanto a segunda prepara para a vida em comunidade, despertando sentimentos
comuns e universais.
Cultura viva...
A visão das imediações da nossa infância comove-nos: a
casa de campo, a igreja com as sepulturas, a lagoa e o bosque... é sempre com
padecimento que voltamos a ver isso. Apodera-se de nós a compaixão para com
nós próprios, pois por que sofrimentos não passámos, desde então! E ali
continua a estar tudo tão calmo, tão eterno: só nós estamos mudados, tão
agitados; até tornamos a encontrar algumas pessoas, nas quais o tempo não meteu
dente mais do que num carvalho: camponeses, pescadores, habitantes da
floresta... são os mesmos. Comoção, compaixão consigo próprio, à vista da
cultura inferior, é sinal de cultura superior; donde se conclui que, por
intermédio desta, a felicidade, em todo o caso, não foi acrescida. Justamente,
quem quiser colher da vida felicidade e deleite só tem que se desviar sempre da
cultura superior.
Friedrich Nietzsche, in 'Humano, Demasiado Humano'
Friedrich Nietzsche, in 'Humano, Demasiado Humano'
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