sábado, 28 de setembro de 2013

Nos bastidores...

As veteranas da prostituição no centro de SP

Invisíveis para a sociedade, idosas de até 65 anos estão entre as profissionais do sexo da Estação da Luz

Parte de uma população invisível, prostitutas, travestis e usuários de drogas dividem o centro de São Paulo longe das políticas públicas. À margem da Estação da Luz, famosa pela sua arquitetura europeia, mulheres que ‘fazem a vida’, como elas definem, são confundidas com passageiras das linhas de metrô e trem que percorrem a estação. As idades das profissionais causam o mesmo espanto que os valores aplicados por elas. Para 30 minutos com Jane, de 60 anos, o cliente desembolsa R$ 30. “Mas eles nunca passam de 15 [minutos]”, explicou a idosa garantindo não dar descontos aos mais ‘rapidinhos’.
Com a maquiagem carregada e olhos contornados por um lápis preto, Jane não perdeu o sorriso nem quando relatou o abandono que sofreu da filha. “Ela casou e disse que não precisava mais de mim. Me colocou para fora da casa dela. É difícil entender que a mãe criou você desse jeito”, justificou. Há quase 45 anos na profissão na região do Brás e Luz, Jane ganhou o “nome de guerra” em seu primeiro programa com um cliente apaixonado pelo filme Tarzan. “Eu tinha 16 anos e ele era doido por aquele filme”, disse aos risos.
Assim como Jane, inúmeras mulheres vendem o corpo para sustentar filhos e netos no centro. O motivo que leva à prostituição é repetido por três idosas ouvidas pelo iG: a dificuldade de encontrar emprego. A idade avançada, a origem humilde e traumas de violência doméstica construíram um muro entre elas e a sociedade.
Carolina Garcia/iG São Paulo
Em dia bom, Jane consegue até R$ 180. "Hoje sou modelo", disse ao posar para foto
“Tentei de tudo até ver meus filhos passando fome. Você acha que queria ganhar a vida dando a periquita, benzinho?”, explicou Marta*, de 65 anos, que pediu para não ter o verdadeiro nome divulgado. Sua hora custa R$ 40, mas pode cair para R$ 30 se o cliente for conhecido. Ao fechar o programa, as "meninas" seguem para os hotéis da região, que cobram entre R$ 8 a R$ 12 por hora.
Em sua bolsa, Marta leva duas fotos plastificadas da família. “Quando fico triste olho para as fotos e lembro porque estou aqui”. Há 17 anos, ela vai ao parque da Luz todos os dias, das 13h às 21h, mas apenas no ano passado os filhos descobriram a profissão da mãe. “Os amigos dele [do filho mais velho] passaram por aqui e me viram. Um dia depois, ele perguntou: ‘Mãe, você é puta?’. Eu confirmei e ouvi: ‘Achava que a senhora era uma mulher honesta’. Perdi o respeito dele na hora”. Sem roupas escandalosas e com uma meia-calça cor da pele, Marta apenas desabotoa os dois primeiros botões da blusa quando está pronta para o trabalho.
As mais velhas não têm frescura
“Se com as namoradas eles são certinhos, com a gente eles pedem as loucurinhas”, conta Marta. Entre os clientes de Jane e Marta estão jovens de 18 anos que são atraídos pelo desprendimento e experiência que a idade pode oferecer. “Eles falam que as novinhas são cheias de frescura. Cheias de ‘não toca aqui’ ou ‘não pega ali’ e isso afasta eles”, contou Jane que recebe a visita de um universitário, de 18 anos, a cada 15 dias.
Se com as namoradas eles são certinhos, com a gente eles pedem as loucurinhas"
Engana-se, no entanto, quem acredita que essas mulheres encaram qualquer cliente ou pedido pelo dinheiro. Apesar de oferecer sexo a um preço mais em conta (a R$ 25/hora), Ivone, de 60, garantiu que não deita com qualquer um. “Sou nojenta demais. Odeio homem fedido”. Já Jane não aceita pedidos de sexo oral. “Só coloco lá embaixo para trabalhar, nada na minha boca”. As ouvidas pelo iG ainda não dispensam o uso da camisinha apesar dos pedidos incessantes dos homens. E, segundo elas, a avassaladora maioria é casada.
Com francês fluente, Ivone confessou ter saudades dos tempos que passou fora do País. Já sem contato com a família, “que está metade morta e outra metade presa”, ela disse economizar para voltar a viver no exterior. “Aqui a puta não tem dignidade nenhuma e é a pior pessoa porque pensam que estamos nisso por falta de vergonha na cara, mas a história é outra”.

Longe das políticas públicas
Em 2007, Carolina Markowicz e Joana Galvão decidiram registrar o cotidiano de cinco profissionais idosas no parque da Luz. Oito horas de depoimentos foram resumidos em 20 minutos no curta-metragem 69 – Praça da Luz. “Não pesamos com o drama familiar, queríamos registrar a vida delas com um olhar mais leve, livre de preconceitos”, disse Carolina, que atua como publicitária e roteirista.
Assista ao curta 69 - Praça da Luz:
O curta conquistou prêmios brasileiros e internacionais, entre o Festival do Rio, Festival de Havana e exibição no MoMA, em Nova York. “Acho que o filme ganhou projeção porque o tema ainda é pouco debatido pelos órgãos públicos. Falta uma preocupação com essas mulheres”. E Carolina não está errada. A presença de profissionais do sexo nos parques e centro da capital só é acompanhada, segundo elas, por ONGs e grupos religiosos católicos e evangélicos.
Procurada pelo iG, a Secretaria Municipal de Política para Mulheres (SMPM) confirmou que não há ação específica para prostitutas. "A SMPM foi criada neste ano e ainda está implementando ações que busquem melhorias na qualidade de vida das mulheres". Na esfera federal, o cenário é o mesmo. A Secretaria de Política para as Mulheres (SPM), em Brasília, disse por meio de assessoria de imprensa que não tem dados atualizados sobre prostituição no País.   
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/2013-09-25/as-veteranas-da-prostituicao-no-centro-de-sp.html

Ideia sensacional...

Advogado espalha faixas em Maringá para combater vícios de linguagem

Algumas ideias aparecem repentinamente, sem você esperar por elas. Foi assim que a proposta de corrigir vícios de linguagem por meio de faixas espalhadas nos semáforos de Maringá (PR) surgiu, conta o advogado Lutero de Paiva Pereira.
A iniciativa surgiu enquanto Pereira jogava uma partida de golfe. "[O golfe] é um esporte que possibilita alguns momentos de reflexão. Em um deles [dos jogos] fiquei pensando nos vícios de linguagem que existem no ambiente do jogo. Voltei pra casa e pensei mais sobre os vícios que estão presentes em nossa realidade", explica o advogado. "Logo tive a ideia. Conversei com um companheiro de equipe da minha empresa e em uma semana já estava circulando a primeira faixa com correções de algumas palavras."
O objetivo do projeto Sinal do Saber, segundo o autor, é contribuir com o "desenvolvimento cultural da cidade".

Cruzamentos

"Por que não usar o semáforo para divulgar o conhecimento melhor da nossa gramática?", diz o idealizador da iniciativa que faz parte das ruas da cidade desde julho deste ano. "O sinaleiro é utilizado muito por artistas para suas artes."
O critério para a escolha dos semáforos é o fluxo de pessoas, explica o também advogado Tobias Marini de Salles Luz, que ajuda a coordenar o projeto. "Fazemos um rodízio entre os principais cruzamentos da cidade. A divulgação varia entre 4h e 8h por dia, dependendo da data e da ocasião, como promoções no comério, feriados etc", conclui.
Depois de exibidas nos semáforos, as faixas são expostas em parques e praças da cidade. O conteúdo delas é feito exclusivamente por Pereira. "Mas eu não me valho apenas dos meus conhecimentos. Consulto a gramática já produzida e também alguns sites especializados", diz o autor do projeto.
"A iniciativa está sendo bem aceita pela população. Já temos 12 faixas espalhadas pela cidade, mas não quero só ficar nos vícios de linguagem. O próximo passo será espalhar também conteúdos com informações etimológicas das palavras, contextos históricos, geopolíticos", destaca Pereira.
De acordo com o idealizador, outras cidades já mostraram interesse em replicar a ideia, como Curitiba (PR), Cuiabá (MT) e Presidente Prudente (SP).
"É muito bom ver outras cidades interessadas, mas acredito que a produção intelectual do projeto deva ser centralizada aqui em Maringá. Assim fica mais fácil manter um padrão de qualidade no conteúdo, pois não é qualquer palavra que devemos veicular", ressalta Pereira. "De qualquer forma, queremos o maior número de apoiadores para que possamos dar passos em direção ao maior desenvolvimento possível."

Apoiadores

O projeto é desenvolvido com a ajuda dos chamados apoiadores culturais, empresas que doam em média R$ 500 reais para a confecção de uma faixa e para o pagamento do funcionário que irá expor as informações no farol. Em troca, o empresário tem direito a ter sua logomarca exibida na faixa produzida.
"Caso a empresa queira expor sua marca com exclusividade, aí precisamos fazer alguns cálculos para mencionar o valor de apoio", acrescenta o autor da proposta.
A ideia de corrigir os vícios mais comuns de linguagem está sendo bem aceita pelos empresários da cidade, segundo Pereira. "Bem no começo do projeto eu estava em um jantar e oito entre dez representantes de empresas que estavam lá aceitaram apoiar financeiramente a iniciativa", conta Pereira.
O projeto não se restringe a faixas espalhadas nos semáforos. Folhetos nos elevadores e no canteiro de obras de uma empresa de engenharia são alguns exemplos de como a iniciativa está sendo adaptada.

Em uma empresa do ramo da construção civil, por exemplo, Pereira procurou usar a linguagem do próprio ambiente de trabalho deles para facilitar a compreensão.

Sob a sedução da megera...

Quadrilha de modelo agia em 8 estados; PF investiga participação de procurador

Procurador da Fazenda Nacional também é acusado de ser um dos lobistas da quadrilha

Da Redação
A quadrilha da qual a modelo Luciane Hoepers é acusada de fazer parte atuava no Distrito Federal e em 8 estados, segundo investigações da Polícia Federal. A Corregedoria-Geral da Advocacia da União (CGAU) instaurou investigação para apurar a conduta do procurador da Fazenda Nacional Manoel Felipe Rego Brandão, também apontado de ser um dos lobistas da quadrilha. O servidor pode ser demitido.  A informação é do Correio Braziliense.
Entre 2003 e 2006 Brandão ocupou o cargo mais alto da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Segundo a PF, na época ele agia como intermediador de contratos entre membros de organizações criminosas e políticos.Brandão está licenciado da procuradoria desde 2006 por conta de "assuntos particulares". O afastamento foi prorrogado há 1 ano com autorização do ministro Guido Mantega.
A CGAU informou que está averiguando os fatos e enviou ofício à PF pedindo cópias de provas que envolvam Brandão no caso.
Beleza abria portas
Brandão usava influência com contatos políticos a favor da quadrilha. Em uma ligação interceptada pela PF, Luciana aparece conversando com ele sobre a entrega de documentos para outras pessoas. “Você colocou aqui no documento que é aumento de alíquota e prestação de CRP. O que que é essa alíquota e o que que é esse CRP?”, pergunta Brandão.
Luciane é classificada pela PF de "pastinha", código para aliciadores de prefeitos no esquema. Ela mora em Brasília e usava sua beleza para tentar atrair gestores municipais. Com 1,75m, loira, olhos verdes e corpo definido, ela mesma admite que a beleza "abre portas".
Luciane teve a prisão decretada na semana passada, mas foi liberada ontem.
Segundo a PF, ela trabalhava para o doleiro Fayed Traboulsi. Em fevereiro, ela disse em uma entrevista que odeia ser chamada de “gostosa” e tem como sonho de consumo um apartamento em Miami.
A parte do currículo capaz de matar de inveja uma mulher-fruta inclui bicos como assistente de palco da Rede TV, Mulher Bombeiro, Casa Bonita, participações no Zorra Total e Faustão, ensaios para revistas masculinas e o título de musa do time de futebol catarinense Avaí. Numa entrevista para o  portal Terra, antes de a operação da PF ser deflagrada, “Lu” diz que ser bonita ajuda, “porque abre portas”, e revela que seu sonho de consumo é  um apartamento em Miami. 

Nada que qualquer panicat não possa dizer. Mas em março, em entrevista à revista Mensch, Luciane revela sua outra face. Descrita como alguém que “trabalha no mercado financeiro com fundos de investimentos, cheia de atitude e segura de si”, ela diz encarar empresários, banqueiros e políticos com a mesma segurança de quem encara uma sessão de fotos.

Dos 23 presos na operação Miqueias,  14 já foram soltos
Apenas nove das 23 pessoas presas pela Polícia Federal, na última quinta, por suposto envolvimento em lavagem de dinheiro e fraude em entidades previdenciárias, permanecem detidas. Segundo a PF, alguns suspeitos entraram com pedido de habeas-corpus, na semana passada, e o restante foi solto, ontem, porque expirou o prazo da prisão temporária. 

A PF não detalhou os casos. A investigação começou há um ano e meio, para apurar lavagem de dinheiro por meio da utilização de contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de laranjas. Nos 18 meses de investigação, a polícia estima que a movimentação em 30 contas dessas empresas chegou a R$ 300 milhões. A estimativa é de que o prejuízo dos fundos de pensão seja de R$ 50 milhões. Cinco carros de luxo e uma lancha avaliada em R$ 5 milhões foram apreendidos.

País da fantasia...

Ministério Público investigará presos que usam Facebook

Priscila Machado
  • Joá Souza | Ag. A TARDE | 15.1.2012
    Presídio Ariston Cardoso, em Ilhéus, onde internos têm acessado a internet por celulares, segundo de
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) vai apurar denúncia de que detentos do presídio Ariston Cardoso, em Ilhéus (467 km da capital), estão acessando a rede social Facebook das celas. A denúncia foi publicada nesta terça-feira, 24, no site da Associação de Policiais, Bombeiros e Familiares do Estado da Bahia (Aspra).
Um policial da cidade divulgou os perfis de presos na internet. Nessas páginas, eles postam fotos nas celas, fazem apologia ao uso de drogas, ameaçam rivais e criticam polícia e governo.
"Recebi a informação pelo próprio Facebook, mas já trabalhei em presídio e digo que a quantidade de celular que apreendemos é absurda", disse o policial.

Saiba mais

Segundo o promotor de execução penal de Ilhéus, Fernando Lucas Villar, que faz visitas mensais ao presídio, até ontem a prática não tinha sido constatada nem denúncias vieram à tona. "Agora vamos instaurar um procedimento investigatório criminal e outro administrativo", afirmou Villar.
De acordo com ele, até o ano passado havia cerca de 380 suspeitos na unidade, destinada a prisões provisórias, mas alguns cumprem prisão em regime semiaberto.
A Secretaria de Administração Prisional e Ressocialização (Seap) informou que a Superintendência de Gestão Prisional também apura o caso. Porém, a assessoria de comunicação não conseguiu contatar o diretor do presídio.
Segundo o advogado e professor de direito Cezar Faria, o uso de celular em prisões ainda não está previsto como crime no Código Penal, mas, como falta grave, pela Lei de Execução Penal. Quem for flagrado, pode receber punições como a regressão do regime. No caso de Ilhéus, as mensagens podem ser configuradas como apologia ao crime, cuja detenção pode chegar a seis meses.
Se for comprovada falha na administração dos presídios, os servidores podem responder pelo crime de prevaricação (que prevê até um ano de prisão).

Outros estados
A atitude dos presos assemelha-se a casos no Amazonas, Rio de Janeiro e Paraná, onde internos apareciam em um churrasco, com piscina de plástico, som e até cervejas.
No Paraná, presos aparecem tomando cerveja e na piscina em 2012 (Foto: Divulgação)

Mais uma etapa superada...