Antiguidade Clássica
A Antiguidade Clássica
refere-se a um período da História da Europa que ocorre aproximadamente do
século VIII a.C., quando surge a poesia grega de Homero, até a queda do Império
romano do ocidente no século V d.C., mais precisamente no ano 476. O que
diferencia esta época de outras anteriores ou posteriores são os fatores
culturais das civilizações mais marcantes, a Roma e a Grécia antigas.
Roma
Roma foi o último grande
império do mundo antigo. Com exércitos poderosos dominou terras que antes
pertenciam a gregos, egípcios, mesopotâmios, persas e muitos outros povos.
Com quase 1 milhão de
habitantes. Roma transformou-se na maior cidade da Antiguidade. Para lá se
dirigiam pessoas dos lugares mais distantes, levando suas culturas.
O poder do império
construído pelos romanos era tão grande que acabou se tornando uma referência
para todo o mundo ocidental, mesmo séculos depois de ter chegado ao seu final.
Origem de Roma :
explicação mitológica
Os romanos explicavam a
origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia
romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma
loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores.
Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma
nova cidade que seria Roma.
Origem de Roma:
explicação histórica
De acordo com os historiadores, a fundação de
Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da península
itálica : gregos, etruscos e italiotas.
Desenvolveu na região
uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade,
nesta época, era formada por patrícios ( nobres proprietários de terras ) e
plebeus ( comerciantes, artesãos e pequenos proprietários ). O sistema político
era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia.
A religião neste período
era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes
diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e
esculturas com influências gregas.
Localização
Roma é capital da
Itália, país europeu localizado em uma das penínsulas do Mar Mediterrâneo.
Trata-se da Península Itálica, situada na cordilheira dos Alpes e banhada pelos
mares Adriático, Tirreno e Jônico.
Os períodos da história
de Roma
A história de Roma é
dividida em três momentos:
Monárquico (753-509
a.C.);
Republicano (507-27
a.C.);
Imperial (27 a.C. – 476
d.C.).
Período Monárquico: o
domínio etrusco
Muitas das informações
sobre o período Monárquico fundamentam-se nas lendas contadas pelos romanos.
Nessa época, a cidade deve ter sido governada por reis de diferentes origens;
os últimos de origens etrusca, devem ter dominado a cidade por cerca de cem
anos.
Durante o governo dos etruscos,
Roma adquiriu o aspecto de cidade. Foram realizadas diversas obras públicas
entre elas, templos, drenagens de pântanos e um sistema de esgoto.
Nessa época, a sociedade
romana estava assim organizada:
Patrícios ou nobres:
Descendentes das famílias que promoveram a ocupação inicial de Roma. Eram
grandes proprietários de terra e de gado.
Plebeus: Em geral, eram
pequenos agricultores, comerciantes, pastores e artesãos. Constituíam a maioria
da população e não tinham direitos políticos.
Clientes: eram homens de
negócios, intelectuais ou camponeses que tinham interesse em fazer carreira
pública e que por isso recorriam à proteção de algum patrono, geralmente um
patrício de posses.
Escravos: Eram plebeus
endividados e principalmente prisioneiros de guerra. Realizavam todo o tipo de
trabalho e eram considerados bens materiais. Não tinham qualquer direito civil
ou político.
O último rei etrusco foi Tarquínio o Soberbo. Ele foi deposto em 509 a.C., provavelmente por ter
descontentado os patrícios com medidas a favor dos plebeus.
No lugar de Tarquínio
os patrícios colocaram no poder dois magistrados, chamados cônsules. Com isso,
terminava o período Monárquico e tinha inicio o período Republicano.
Período Republicano
República é uma palavra
de origem latina e significa “coisa pública”. Durante a passagem da monarquia
para a república, eram os patrícios que detinham o poder e controlavam as
instituições políticas. Concentrando o poder religioso, político e a justiça,
eles exerciam o governo procurando se beneficiar.
Para os plebeus, sem
direito à participação política, restavam apenas deveres, como pagar impostos e
servir o exército.
Organização política e
social na república
Na república, o poder
que antes era exercido pelo rei foi partilhado por dois cônsules. Eles exerciam
o cargo por um ano e eram auxiliados por um conselho de 100 cidadãos,
responsáveis pelas finanças e pelos assuntos externos. Esse conselho recebia o
nome de Senado, e a ele competia promulgar as leis elaboradas pela Assembléia
de Cidadãos, dominada pelos patrícios.
Reprodução de uma sessão
do Senado romano
À medida que Roma
cresceu e se tornou poderosa, as diferenças entre patrícios e plebeus se
acentuaram. Marginalizados, os plebeus desencadearam uma luta contra os
patrícios, que se estendeu por cerca de dois séculos (V-IV a.C.)
Durante esses dois
séculos, os plebeus conquistaram seus direitos. Entre eles, o de eleger seus
próprios representantes, chamados tribunos da plebe. Os tribunos tinham o poder
de vetar as decisões do Senado que fossem prejudiciais aos interesses dos
plebeus.
Outras conquistas foram
a proibição da escravização por dívidas e o estabelecimento de leis escritas,
válidas tanto para os patrícios quanto para plebeus. Até então, em Roma, as
leis não eram escritas e os plebeus acabavam julgados conforme os critérios dos
patrícios. Estabelecendo as leis por escrito, os plebeus garantiam um
julgamento mais justo.
Os plebeus conquistaram
ainda a igualdade civil, com a autorização do casamento entre patrícios e
plebeus; a igualdade política, com o direito de eleger representantes para
diversos cargos, inclusive o de cônsul; e a igualdade religiosa, com o direito
de exercer funções sacerdotais.
A estrutura do poder na
República Romana
Cônsules: chefes da
República, com mandato de um ano; eram os comandantes do exército e tinham
atribuições jurídicas e religiosas.
Senado: composto por 300
senadores, em geral patrícios. Eram eleitos pelos magistrados e seus membros
eram vitalícios. Responsabilizavam-se pela elaboração das leis e pelas decisões
acerca da política interna e externa.
Magistraturas:
responsáveis por funções executivas e
judiciária, formadas em geral pelos patrícios.
Assembléia Popular:
composta de patrícios e plebeus; destinava-se a votação das leis e era
responsável pela eleição dos cônsules.
Conselho da Plebe: composto
somente pelos plebeus; elegia os tributos da plebe e era responsável pelas
decisões em plebiscitos (decretos do povo).
A expansão das
fronteiras romanas
Iniciado durante a
República, o expansionismo romano teve basicamente dois objetivos: defender
Roma do ataque dos povos vizinhos rivais
e assegurar terras necessárias à agricultura e
ao pastoreio. As vitórias nas lutas conduziram os romanos a uma ação
conquistadora, ou seja, a ação do exército levou à conquista e incorporação de
novas regiões a Roma. Dessa forma, após sucessivas guerras, em um espaço de
tempo de cinco séculos, a ação expansionista permitiu que o Império Romano
ocupasse boa parte dos continentes europeu, asiático e africano.
O avanço das forças
militares romanas colocou o Império em choque com Cartago e Macedônia,
potências que nessa época dominavam o Mediterrâneo. As rivalidades entre os
cartagineses e os romanos resultaram nas Guerras Púnicas (de puni, nome pelo
qual os cartagineses eram conhecidos).
As Guerras Púnicas
desenvolveram-se em três etapas, durante o período de 264 a 146 a.C. Ao
terminar a terceira e ultima fase das Guerras Púnicas, em 146 a.C., Cartago
estava destruída. Seus sobreviventes foram vendidos como escravos e o
território cartaginês foi transformado em província romana. Com a dominação
completa da grande rival, Roma iniciou a expansão pelo Mediterrâneo oriental
(leste). Assim, nos dois séculos seguintes, foram conquistados os reinos
helenísticos da Macedônia, da Síria e do Egito. No final do século I a.C., o
mediterrâneo havia se transformado em um “lago romano” ou, como eles diziam,
Mare Nostrum(“nosso mar”).
Período de instabilidade
política
Com o fim das Guerras
Púnicas, em 146 a.C., iniciou-se um período de intensa agitação social. Além
dos escravos, povos da Península Itálica também se revoltaram, só que exigindo
o direito à cidadania romana. A expansão das conquistas e o aumento das
pilhagens fortaleceram o exército romano, que então se colocou na luta pelo poder. Assim, esse período ficou
marcado por uma acirrada disputa política entre os principais generais, abrindo
caminho para os ditadores.
Essa crise se iniciou
com a instituição dos triunviratos ou triarquia, isto é, governo composto de
três indivíduos. O Primeiro Triunvirato, em 60 a.C., foi composto de políticos
de prestigio: Pompeu, Crasso e Júlio César. Esses generais iniciaram uma grande
disputa pelo poder, até que, após uma longa guerra civil, Júlio César venceu
seus rivais e recebeu o título de ditador vitalício.
Durante seu governo,
Júlio César formou a mais poderosa legião romana, promoveu uma reforma
político-administrativa, distribuiu terras entre soldados, impulsionou a
colonização das províncias romanas e realizou obras públicas.
O imenso poder de César
levou os senadores a tramar sua morte, o que aconteceu em 44 a.C. Os generais
Marco Antonio, Lépido e Otávio formaram, então, o Segundo triunvirato,
impedindo que o poder passasse para as mãos da aristocracia, que dominava o
Senado.
A disputa pelo poder
continuou com o novo triunvirato. Em 31 a.C., no Egito, Otávio derrotou as
forças de Marco Antônio e retornou vitorioso a Roma. Fortalecido com essa
campanha, Otávio pôde governar sem oposição. Terminava, assim, o regime
republicano e iniciava o Império.
O Império Romano
Após vencer Marco
Antonio, Otávio recebeu diversos títulos que lhe conferiram grande poder. Por
fim, em 27 a.C., o senado atribuiu-lhe o título de Augusto, que significava
consagrado, majestoso, divino.
O período Imperial,
tradicionalmente, costuma ser dividido em dois momentos:
Alto Império: período em
que Roma alcançou grande esplendor
(estende-se até o século III d.C.)
Baixo Império: fase
marcada por crises que conduziram a desagregação do Império Romano (do século
III ao século V).
Alto Império
Augusto, durante seu
governo (27 a.C. a 14 d.C.), adotou uma série de medidas visando controlar os
conflitos sociais, solucionar problemas econômicos e, com isso, consolidar o
império fazendo com que Roma atingisse seu
apogeu e vivesse um longo período de prosperidade e de relativa tranqüilidade
social, também conhecido como Pax Romana. Isso foi possível porque o imperador
Otávio abandonou a política agressiva de conquistas, promoveu a aliança entre aristocracia e os cavaleiros (plebeus
enriquecidos) e apaziguou a plebe com a política do “pão e circo” (panem et
circenses) (anexo), que consistia em distribuir trigo para a população carente
e organizar espetáculos públicos de circo.
Do governo de Augusto
aos dois séculos que se seguiram, o Império Romano, por meio de conquistas
militares, ampliou ainda mais o seu território. Seus domínios estendiam-se pela
Europa, Ásia e África.
As conquistas abasteciam
o império não apenas de riquezas e terras, mas também de escravos, principal
mão-de-obra e todas as atividades, tanto econômicas quanto domésticas.
A comunicação entre
Roma, o centro do vasto império, e as demais regiões era garantida pela
existência de uma extensa rede de estradas. Daí provém o famoso ditado: “Todos
os caminhos levam a Roma”.
As estradas romanas,
além de possibilitar a comunicação entre as diferentes regiões do império,
facilitavam a movimentação de tropas e equipamentos militares, contribuindo
para o sucesso das campanhas.
Após a morte de Augusto
(14 d.C.) até o fim do século II, quatro dinastias se sucederam no poder. São
elas:
Dinastia Júlio-Claudiana
(14-68): Com os imperadores Tibério, Calígula, Cláudio e Nero, essa dinastia
esteve ligada à aristocracia patrícia romana. Principal característica dessa
fase: os constantes conflitos entre o Senado e os imperadores.
Dinastia Flávia (68-96):
Com os imperadores Vespasiano, Tito e Domiciano, apoiados pelo exército, o
Senado foi totalmente submetido.
Dinastia Antonina (96 –
193): Com Nerva, Trajano, Adriano, Antonio Pio, Marco Aurélio e Cômodo,
assinalou-se uma fase de grande brilho do Império Romano. Os imperadores dessa
dinastia, exceto o último, procuraram adotar uma atitude conciliatória em
relação ao Senado.
Dinastia Severa (193 –
235): Com Sétimo Severo, Caracala, Macrino, Heliogábalo e Severo Alexandre,
caracterizou-se pelo inicio de crises internas e pressões externas, exercidas
por povos diversos, prenunciando o fim do Império Romano, a partir do século
III da era cristã.
Baixo Império
Essa fase foi marcada
por crises em diferentes setores da vida romana, que contribuíram para pôr fim
ao grande império.
Uma das principais
crises diz respeito à produção agrícola. Por séculos, os escravos foram a
principal mão de obra nas grandes propriedades rurais. Entretanto, com a
diminuição das guerras, o reabastecimento de escravos começou a ficar difícil.
Além disso, com o passar
do tempo, os romanos tornaram-se menos hostis
aos povos conquistados, estendendo a eles, inclusive, parte de seus
direitos. Ou seja, os povos dominados deixaram de ser escravizados.
Essas circunstâncias
colaboraram para transformar a produção no campo. Por causa dos custos, muitos
latifúndios começaram a ser divididos em pequenas propriedades. Nelas, o
trabalho escravo já não era mais tão importante.
Nessa época, os lucros
com a produção agrícola eram baixos.
O lugar dos escravos
passou a ser ocupado, aos poucos, por camponeses, que arrendavam a terra em
troca da prestação de serviços nas terras do proprietário. Havia também os
colonos que, sem poder abandonar a terra, não tinham direito à liberdade, pois
estavam ligados a ela por lei e por fortes laços pessoais.
O centro de produção
rural era conhecido como Villa. Protegido por cercas e fossos, era habitado
pelos donos das terras e todos aqueles que dela dependiam.
Ao mesmo tempo em que a
vida no campo se transformava, um grande número de pessoas começou a deixar as
cidades em direção ao campo, provocando a diminuição do comércio e da produção
artesanal. Para uma população empobrecida, as cidades já não representavam mais
uma alternativa de vida.
Arrecadando menos
impostos pela diminuição das atividades produtivas, o governo romano começou a
enfraquecer e as enormes fronteiras já não tinham como ser vigiadas contra a
invasão de povos inimigos.
Detalhe de um monumento
(arco) erguido pelo imperador Constantino. Nele está retratada a ação dos
exércitos romanos nas fronteiras do império contra povos inimigos. Eles tomam
de assalto as muralhas de uma cidade.
Divisão do Império
Em 395, o imperador Teodósio
dividiu o império em duas partes: Império Romano do ocidente, com capital em
Roma; e Império Romano do Oriente, com
capital em Constantinopla. Com essa medida, acreditava que fortaleceria o
império. Achava, por exemplo, que seria mais fácil proteger as fronteiras
contra ataques de povos invasores. Os romanos chamavam esses povos de bárbaros,
por terem costumes diferentes dos seus.
A divisão estabelecida
por Teodósio não surtiu o efeito esperado. Diversos povos passaram a ocupar o
território romano. Em 476, os hérulos, povo de origem germânica, invadiram Roma
e, comandados por Odoacro, depuseram o imperador Rômulo Augústulo.
Costuma-se afirmar que
esse acontecimento marca a desagregação do Império Romano. Na verdade, isso
refere-se ao Império Romano do Ocidente , pois
a parte oriental ainda sobreviveu até o século XV.
Embora as invasões de
povos inimigos tenham papel decisivo no fim do Império Romano do Ocidente,
outras circunstâncias também foram
determinantes, tais como:
elevados gastos com a estrutura
administrativa e militar;
perda do controle sobre
diversas regiões devido ao tamanho do império;
aumento dos impostos dos
cidadãos e dos tributos dos vencidos;
corrupção política;
crise no fornecimento de
escravos com o fim das guerras de expansão;
continuidade das lutas
civis entre patrícios e plebeus;
a difusão do
cristianismo.
O fim do poderio romano
constituiu um longo processo, que durou centenas de anos. A partir daí, começou
a se formar uma nova organização social, política e econômica, o sistema
feudal, que predominou na Europa ocidental até o século XV.
Como vivia o povo romano
na Antiguidade
Para o povo romano a
vida urbana era um padrão a ser seguido até mesmo pelos camponeses que
visitavam Roma ocasionalmente.
Além de centro político,
administrativo, econômico e cultural, a cidade de Roma foi palco de inúmeras
diversões populares como teatro, as corridas de biga, os jogos de dados e as
lutas de gladiadores, uma paixão nacional.
As habitações da maioria
dos romanos eram simples. A população mais pobre vivia em pequenos
apartamentos, em edifícios de até seis andares, que apresentavam riscos de
desabamento e incêndio. Apenas uma minoria vivia em casas amplas e
confortáveis, com água canalizada, rede de esgoto, iluminação por candelabros,
sala de banhos e luxuosa decoração interior.
A infância em Roma
Assim como na Grécia, a
educação dos romanos variava de acordo com a classe social e o sexo.
Os meninos das classes
privilegiadas aprendiam a ler e a escrever em latim e grego com seus
preceptores, isto é, com professores particulares. Além disso, deviam ter
conhecimentos de agricultura, astronomia, religião, geografia, matemática e
arquitetura.
Em relação aos meninos
das classes menos abastadas, isso mudava de figura. A maioria, que não podia
dispor de tempo integral para os estudos, dedicava-se ao trabalho agrícola ou
artesanal.
O abandono de crianças,
tão comum nos dias de hoje, também existia na Roma Antiga, e as causas eram
variadas. Abandonados, meninos e meninas estavam destinados à prostituição ou à
vida de gladiadores, treinados para enfrentar leões, tigres e outros animais
perigosos. Outros ainda se tornavam servos.
Ricos e pobres
abandonavam os filhos na Roma antiga. As causas eram variadas: enjeitavam-se ou
afogavam-se as crianças malformadas, os pobres, por não terem condições de
criar os filhos, expunham-nos, esperando que um benfeitor recolhesse o infeliz
bebê, os ricos, ou porque tinham duvidas sobre a fidelidade de suas esposas ou
porque já teriam tomado decisões sobre a distribuição de seus bens entre os
herdeiros já existentes.
Importante assinalar
que, na Antiguidade, grega e romana, o infanticídio era praticado. A legislação
da Roma imperial tentou condenar essa prática, e o imperador Constantino, desde
315 – reconhecendo a importância do fator econômico na prática do abandono por
pais extremamente pobres -, procurou fazer funcionar um sistema de assistência
aos pais, para evitar que vendessem ou expusessem seus filhos. Depois de 318 o
infanticídio passou a ser punido com a morte.
Os trabalhadores de Roma
Em Roma, como nas demais
cidades do Império, existiam diferentes
tipos de trabalhadores, como carpinteiros, marceneiros, cesteiros,
ceramistas, caldeireiros. Toda a produção desses trabalhadores era vendida nas
lojas das cidades.
É preciso lembrar que
grande parte do trabalho na cidade era executada por escravos. Em sua maioria
prisioneiros de guerra, eram eles os responsáveis por qualquer tipo de
trabalho, desde os artesanais até os domésticos.
O papel das mulheres
As mulheres,
independentemente da classe social a que pertenciam, eram educadas
primeiramente para ser esposas e mães. Era responsabilidade das mulheres mais
abastadas a administração de suas casas, dos escravos e a criação dos filhos.
Em hipótese alguma poderiam participar das decisões políticas. Além disso,
deveriam ensinar às suas filhas a arte de fiar, tecer e preparar a comida.
As mulheres de classes
menos favorecidas podiam trabalhar ao lado de seus maridos ou administrar seu
próprio negócio, quando solteiras. Existia ainda um grupo de mulheres virgens
que dedicava toda a vida a zelar pela chama sagrada de Vesta, deusa do fogo,.
As vestais, como eram chamadas, deixavam suas famílias entre os 6 e os 10 anos
para passar aproximadamente 30 anos vivendo ao lado do templo, sem que pudessem
casar. Diferentemente de outras mulheres, as vestais não tinham de obedecer aos
pais ou maridos, possuíam o direito de se sentar nos melhores lugares nas lutas
de gladiadores e eram tratadas com respeito pelo sexo oposto.
A vida conjugal
Dentre as instituições
romanas destacou-se o casamento. Em Roma, com apenas 12 anos as meninas se
casavam por intermédio de arranjos familiares, isto é, os pais escolhiam os
maridos para as filhas. Um casamento com cerimônia pública era importante para
mostrar à sociedade que os nubentes pertenciam a uma família de posses.
O divórcio também era
comum, e pelos motivos mais variados, não precisando, muitas vezes, nem
esclarecer a causa da separação. Ao findar o processo legal, o pai da moça
recebia de volta o dote ofertado à época do casamento, e os filhos do casal
eram entregues aos ex-maridos.
Como se vestiam os
romanos
As vestimentas variavam
de acordo com o sexo e com a categoria social. As mulheres solteiras vestiam
uma túnica sem mangas que ia até os tornozelos; após o casamento, passavam a
usar trajes com mangas. As mulheres mais ricas vestiam roupas de seda e
algodão, enquanto as mais pobres usavam lã ou linho. Os homens livres trajavam
túnica de linho ou lã, até os joelhos, para não atrapalhar os movimentos. Os
trabalhadores vestiam roupas de couro, devido à maior durabilidade. A toga,
manto comprido, era usada apenas pelos cidadãos a partir dos 14 anos.
Os acessórios também
constituíam elementos importantes ma indumentária. Era comum as mulheres
utilizarem anéis, colares, pulseiras, braceletes e tornozeleiras, além de
maquiagem e perucas. Os homens, para completar seus trajes, davam mais ênfase
às sandálias, aos chinelos e às botas de feltro ou couro.
O direito romano
Desde criança, o romano
era educado para atender as necessidades do estado e respeitar as tradições e
os costumes. Uma série de normas regia a conduta dos cidadãos tanto na vida
familiar como na vida pública. Daí surgiram leis que orientavam as relações entre
os indivíduos. Reunidas, essas leis formaram códigos jurídicos, que deram
origem ao Direito Romano.
O Direito Romano
dividia-se em duas esferas: a pública e a privada. O Direito público era
composto pelo Direito civil, válido para os cidadãos romanos, e pelo Direito
estrangeiro, válido para os povos conquistados. O Direito privado regulava as
relações entre as famílias.
O Direito foi uma das
grandes contribuições dos romanos para as sociedades ocidentais. Seus
fundamentos, adaptados e reelaborados, foram adotados por diversos povos,
servindo de base até hoje para muitas sociedades.
A cultura romana
A cultura romana foi
muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos
aspectos da arte, pintura e arquitetura grega.
Os balneários (casas de
banhos) romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os
senadores e membros da aristocracia romana iam para discutirem política e
ampliar seus relacionamentos pessoais.
Balneário romano
A língua romana era o
latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando
origem na Idade Média, ao português, francês, italiano e espanhol.
A mitologia romana
representava formas de explicação da realidade que os romanos não conseguiam
explicar de forma científica. Trata também da origem de seu povo e da cidade
que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar:
Rômulo e Remo.
Literatura, arquitetura
e arte
A mais conhecida obra
literária dos romanos é Eneida. Ela foi escrita pelo poeta Virgílio, a pedido
do imperador Augusto. A intenção de Virgílio em Eneida é glorificar a cidade de
Roma. O livro, escrito em forma de versos, narra a lenda do herói troiano
Enéias.
Segundo a história de
Virgílio, Enéias teria fugido para a península Itálica depois da Guerra de
Tróia. Lá teria fundado Alba Longa, o reino pertencente ao avô de Rômulo e
Remo, fundadores lendários de Roma.
A Roma declamada por
Virgílio tinha a missão divina de proporcionar paz e vida civilizada ao mundo.
O imperador Augusto, por sua vez, era o designado pelos deuses para tornar a
realidade essa missão.
A arte romana foi
influenciada tanto por etruscos, um dos povos que ocuparam a península Itálica,
quanto por gregos.
Na arquitetura, por
exemplo, os romanos herdaram dos etruscos o arco e a abóbada, que
aperfeiçoaram, além de desenvolver novas técnicas de construção; dos gregos
aproveitaram as colunas.
Interior do Panteão,
pintura de Giovanni Paolo Pannini, realizada no século XVII. Essa construção,
do início da era cristã, ainda existe. (abóbada)
Na escultura, as principais
obras romanas foram as estátuas equestres e os bustos.
Estátua equestre do
Imperador Marco Aurélio
Busto de Marco Aurélio
Ciências e tecnologia
O desenvolvimento que os
romanos alcançaram nas ciências foi bastante limitado e sofreu marcante
influencia dos gregos. A medicina somente passou a ter um caráter científico
depois que os primeiros médicos gregos se estabeleceram em Roma; a matemática e
a geometria que os romanos conheceram também não alcançaram progresso
significativo.
Na astronomia, as noções
alcançadas pelos romanos também não ultrapassaram aquelas herdadas da Grécia.
Eles sabiam da existência de cinco planetas e tinham idéias não muito precisas
a respeito do movimento da Lua em torno da Terra. Seus conhecimentos
astronômicos permitiram que, no tempo de César (em 46 a.C.), fosse elaborado um
novo calendário – o calendário Juliano – que sobreviveu até os fins do século
XVI (1582), sendo substituído pelo calendário gregoriano, devido ao papa
Gregório XIII. Esse calendário, que não
é muito diferente do Juliano, foi adotado porque os astrônomos descobriram
algumas inexatidões no antigo calendário romano.
A medição do tempo, para
os romanos, apresentava dificuldades que somente puderam ser superadas séculos
mais tarde. Os dias eram divididos em 24 horas (12 diurnas, 12 noturnas). Os
relógios existentes mostravam as horas pelo deslocamento da sombra em relação à
posição do Sol durante o dia.
Os romanos numeravam as
horas contando-as a partir do nascer do Sol. Assim, o clarear do dia acontecia
na primeira hora; a sexta-hora correspondia ao meio-dia; a nona hora equivalia
ao meio da tarde, e assim por diante.
Os dias dos meses foram
divididos em fastos e nefastos. Dias fastos eram considerados inteiramente
favoráveis; nefastos, os dias negativos para algumas atividades, como as
comerciais (por exemplo, o comércio não podia funcionar naqueles dias).
Os primeiros dias do mês
eram denominados calendas; os dias 5 e 7 chamavam-se nonas; e os dia 13 e 15
recebiam o nome de dos. Eram considerados de má sorte os meses de março, maio e
metade de junho.
A geografia entre os
romanos foi inteiramente baseada nos ensinamentos aprendidos dos gregos, e a
cartografia limitou-se ao conhecimento e à elaboração de itinerários; mapas
rudimentares que indicavam, unicamente, os percursos que ligavam diferentes
lugares do império.
Na história, os romanos
limitavam-se à narração dos fatos acontecidos em épocas determinadas. Os
historiadores procuravam, ainda, destacar um sentido moral, extraído dos
episódios estudados. Entre os historiadores romanos, tiveram destaque Tito
Lívio, Tácito e Suetônio.
Foi na ciência do
direito que se revelou o gênio dos romanos antigos. Em 450 a.C., ocorreu a
promulgação da Lei das Doze Tábuas, o primeiro código escrito de leis elaborado
em Roma. Durante quase um milênio, a partir daquela data, o direito romano
sofreu uma evolução contínua, cujo apogeu foi marcado pela elaboração do Código
de Justiniano, em 535 d.C., quando o Império do Ocidente já havia sido invadido
pelos bárbaros.
Religião Romana
No culto familiar uma
prática muito comum era a existência de santuários domésticos, onde eram
cultuados os deuses protetores do lar e da família. Os deuses protetores da
família eram os Lares.
Os bens e os alimentos
estavam sob a proteção de divindades especiais, os Panates ou Penates. Esses
deuses eram cultuados pelo chefe da família junto à lareira, onde o fogo
permanecia sempre aceso. Durante as refeições, os romanos espalhavam junto ao
fogo migalhas de alimentos e gotas de leite e de vinho, como oferendas às
divindades. Com isso, acreditavam
conseguir a proteção dos deuses. Nas festas familiares oferecia-se aos
deuses o sacrifício de um animal (boi, carneiro ou porco), que depois era
dividido entre todas as pessoas da família.
Além dos deuses ligados
a família, havia os que eram cultuados pelos habitantes da cidade. O culto
público era organizado pelo Senado. Com ele, os fiéis esperavam obter dos deuses boas colheitas ou vitórias
nas guerras.
Os rituais religiosos
romanos eram controlados pelos governantes romanos. O culto a uma religião
diferente a do império era proibida e condenada. Os cristãos, por exemplo,
foram perseguidos e assassinados em várias províncias do império romano.
Os doze principais
deuses de Roma correspondiam aos principais deuses gregos. O quadro a seguir
mostra a correspondência:
Júpiter - deus romano
Júpiter: deus dos deuses
da religião romana
Os deuses romanos eram
os mesmos da Grécia, porém com outros nomes.
Nome romano |
Nome grego
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Atribuições
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Júpiter
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Zeus
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Pai dos deuses; deus do céu.
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Juno
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Hera
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Mãe dos deuses; protetora das mães e esposas.
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Marte
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Ares
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Deus da guerra.
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Vênus
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Afrodite
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Deusa do amor.
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Ceres
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Deméter
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Deusa da vegetação, das colheitas, da fertilidade da terra.
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Diana
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Ártemis
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Deusa da caça.
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Apolo
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Apolo
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Deus da luz; protetor das artes.
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Mercúrio
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Hermes
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Mensageiro dos deuses; deus das estradas; protetor dos comerciantes, dos viajantes e dos ladrões.
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Vulcano
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Hefesto
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Deus do fogo; protetor dos ferreiros e oleiros.
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Vesta
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Héstia
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Deusa do fogo doméstico; protetora da família e das cidades.
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Minerva
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Atena
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Deusa da sabedoria
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Netuno
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Posêidon
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Deus dos mares.
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Durante o período
republicano e imperial, os romanos seguiram a religião politeísta (crença em
vários deuses), muito semelhante à religião praticada na Grécia Antiga. Esta
religião foi absorvida pelos romanos, graças aos contatos culturais e
conquistas na península balcânica.
Porém, a religião romana
não era, como muitos afirmam, uma cópia da religião grega. Os romanos
incorporaram elementos religiosos etruscos e de outras regiões da península itálica.
Muitos imperadores, por
exemplo, exigiram o culto pessoal como se fossem deuses. Esta prática começou a
partir do governo do imperador Júlio César (anexo).
Diferentemente da crença
grega, os deuses romanos não agiam como mortais, isto é, não tinham como os
homens e os deuses gregos, virtudes e defeitos. Por isso não há relatos das
suas atividades, como na mitologia grega.
No início da Idade
Média, com seu significativo crescimento, o cristianismo absorveu todas as
crenças e outras práticas ligadas à religião desenvolvida pelos romanos e
passou a ser considerada religião oficial do Império Romano, desta forma a prática do politeísmo foi, aos poucos,
sendo abandonada.
O cristianismo
No período Imperial
surgiu em Roma uma nova religião: o cristianismo. Monoteísta, essa religião
pregava a salvação eterna, isto é, o perdão de todos os pecados e a recompensa
de viver no paraíso após a morte. Seu deus era um só – Deus - e Jesus Cristo,
seu filho, era o messias que tinha sido enviado à Terra para difundir seus
ensinamentos.
Economia
A economia do império
Romano teve como base uma única moeda corrente, a cobrança de baixas tarifas
alfandegárias e uma rede de estradas e portos protegidos. Tudo isso para
facilitar as trocas comerciais entre as várias regiões.
Embora a agricultura
fosse a atividade econômica mais importante do mundo romano, o comércio
marítimo de produtos de subsistência, exóticos ou de luxo foi bastante
expressivo.
Roma, centro do império,
consumia cereais importados da Sicília e da África, e azeite de oliva
proveniente em especial da região correspondente à Espanha e ao Egito. Os
mármores coloridos, utilizados nas principais construções e em esculturas da
capital e de outras cidades, vinham da Ásia e do norte da África.
O comércio de cerâmica,
cujo principal centro de produção era Arezzo, na Itália, abastecia o mercado
romano, bem como as províncias ocidentais, as do norte e o sudeste do império.
A produção em fábricas
era praticamente desconhecida. Em sua maioria, os artigos eram confeccionados
por artesãos, que trabalhavam com uma pequena produção e muitas vezes
diretamente para os usuários das mercadorias encomendadas. Já as oficinas que
fabricavam moedas eram de propriedade do imperados e organizadas por seus
funcionários.
Moeda romana em ouro
representando as duas faces de Janus - 225-212 a.C.
Moeda romana
O exército romano
As conquistas do Império
Romano deveram-se principalmente à firmeza e à disciplina de seus exércitos. A
maior unidade de exercito era a legião, que contava com 4.800 soldados cada
uma. No apogeu do Império, a Paz Romana era defendida por trinta legiões, ou
seja, 144 mil soldados.
Os legionários eram
muito hábeis na construção de pontes flutuantes para atravessar os rios. Essas
pontes e a capacidade de manter um ritmo de marcha de mais ou menos 32
quilômetros por dia permitiam que as legiões se movimentassem muito depressa.
O legionário protegia-se
com um capacete e uma e uma couraça. As pernas e os joelhos também tinham
proteção. No braço esquerdo usava um escudo de madeira coberto de couro. Nos
pés calçava sandálias de couro com pregos de ferro nas solas.
As armas ofensivas eram
três: o pilo (tipo de lança com cerca de dois metros), o gládio (espada curta
de lâmina pontiaguda com dois gumes) e o punhal.
Gládio romano
Faziam parte também, do
equipamento do legionário utensílios e ferramentas (cantil, caçarola, marmita,
pá, enxada, foice, etc.), além de alimentos (cereal), roupas e um estojo de
primeiros-socorros. Todo equipamento pesava cerca de 40 quilos e era transportado
numa espécie de armação de madeira e metal em forma de T.
A maioria dos soldados
no tempo do império eram voluntários,
isto é, alistavam-se no exército porque queriam e não porque fossem obrigados.
Para ser legionário era preciso ser cidadão
romano e ter pelo menos 1,74m de altura. O candidato quando aceito, ia para um
acampamento onde treinava marcha, cavalgada, nado e combate.
O coliseu
O Coliseu, em Roma
Anfiteatro Flávio -
Coliseu de Roma - Coliseum - Interior
Coliseu de Roma,
interior.
Mundialmente conhecido,
o Coliseu, construído por ordem do imperador Vespasiano e concluído, durante o
governo de seu filho Tito, é um dos mais grandiosos monumentos da Roma Antiga.
A parede externa do anfiteatro preserva os quatro pavimentos da estrutura de
concreto armado; nas três arquibancadas inferiores estão as fileiras de arcos,
e na quarta, pequenas janelas retangulares.
Os assentos eram de
mármore e a escadaria ou arquibancada
dividia-se em três partes, correspondentes às diferentes classes sociais: o
podium, para as classes altas; a meaniana, setor destinado à classe média; e os
pórticos, para a plebe e as mulheres. A tribuna imperial ficava no podium e era
ladeada pelos assentos reservados aos
senadores e magistrados. Por cima dos muros ainda se podem ver as bases de
sustentação da grade de cobertura de lona destinada a proteger do sol os
espectadores. Para evitar problemas nas saídas dos espetáculos, os arquitetos
projetaram oitenta escadarias de saída. Em menos de três minutos, o Coliseu
podia ser totalmente evacuado. Suas arquibancadas tinham capacidade para
80 mil pessoas.
O Coliseu de Roma foi
construído sobre o lago da casa de Nero, a Domus Áurea e ficou conhecido como
Colosseo (Coliseu) porque ali foi achada a estátua gigante (colosso) do
imperador.
Conta a história que os
gladiadores lutavam na arena e que o Coliseu, era o lugar onde os cristãos eram
lançados aos leões. Para a inauguração, apenas oito anos depois do início das
obras, em 80 d.C., as festas e jogos duraram cem dias, durante os quais
morreram 9 mil animais e 2 mil gladiadores.
As atividades do Coliseu
foram encerradas em 523 d.C., mas o espaço permanece carregado de uma clima
misterioso e símbolo do Império Romano e da cidade eterna.
Símbolos e curiosidades
Roma
Devido à sua história
milenar, são associados vários símbolos a Roma: o Coliseu, a Lupa Capitolina ,
os símbolos do cristianismo, e o famoso acrônimo S.P.Q.R., utilizado durante a
expansão imperial para designar as terras como sendo d' O Senado e (d)o Povo
Romano.
As cores da cidade são o
dourado e vermelho, representando, respectivamente, o cristianismo e o Império
Romano.
Também devido à sua
longa história, e dada a sua importância, Roma sempre teve uma população
diversa, caracterizada pelos diversos fluxos migratórios. Assim, costuma-se
dizer que um verdadeiro romano é aquele cuja família viveu em Roma pelo menos
durante sete gerações.
Principais imperadores
romanos
Augusto (27 a.C. - 14
d.C)
Tibério (14-37)
Caligula (37-41)
Nero (54-68)
Marco Aurelio (161-180)
Comodus (180-192).
Roma hoje
Com uma população de
quase 3 milhões de habitantes, Roma é a capital da Itália. Nela situa-se o
Vaticano, território independente, sede da igreja católica, e onde reside o
papa.
Ao fundo, a Basílica de
São Pedro, no Vaticano. Construída no
século XVII por Bernini, pintor, escultor e arquiteto italiano. A obra
apresenta uma perfeição técnica considerada inigualável.
Colunata da Basílica de
São Pedro, no Vaticano.
As praças e ruas do
centro histórico romano são consideradas o maior museu ao ar livre do mundo.
Igrejas, edifícios,
estátuas, monumentos formam um inestimável tesouro de arte e cultura. Milhões
de turistas visitam a cidade todos os
anos.
Quase 12 mil pessoas,
entre técnicos, funcionários da administração, vigias e operários, tem como
única ou principal atividade a proteção e a conservação do patrimônio artístico
e cultural da cidade. Apesar disso, os edifícios históricos e as obras de arte
estão seriamente ameaçados.
Um dos maiores inimigos
dos monumentos históricos de Roma é a poluição causada pela fumaça lançada dos
veículos. Ela provoca uma reação química que esfarinha as pedras, mesmo as mais
duras e resistentes. A velocidade da corrosão já foi até calculada: é de 5
milímetros em cada trinta anos. Esse ritmo vem arruinando baixos-relevos,
colunas, portas e esculturas de valor inestimável.
O governo italiano está
investindo para restaurar esse patrimônio. Mas restaurar não é suficiente: é
preciso conservar. Para isso, estão sendo tomadas medidas para que a área do
centro histórico romano deixe de ser uma das poluídas da Europa.
Fontana di Trevi, em
Roma.
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