terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Cultura...

Contra o pessimismo

Emir Sader

A crítica radical do mundo tem uma ampla avenida pela frente, mas isso também implica em riscos. Nunca a humanidade dispôs de tantos avanços técnicos e científicos para transformar o mundo conforme os sonhos humanistas, mas nunca se sentiu tão impotente diante de um mundo que parece funcionar por uma lógica absolutamente autônoma.

Entra governo, sai governo, as leis do mercado parecem dominar irreversivelmente o mundo, o estilo de vida norte-americano devasta espaços nunca antes alcançados – seja na China ou na periferia das grandes metrópoles do sul do mundo –, a Europa consolida uma hegemonia conservadora, parece não surgir um bloco de forças que se enfrente aos poder imperial dos EUA.

Tudo parece empurrar-nos para o pessimismo. A crise da URSS não deu lugar a um socialismo superador dos problemas desse modelo e, ao contrário, disseminou o neoliberalismo nas terras de Lênin. O capitalismo abandonou seu modelo keynesiano por um modelo de extensão inaudita da mercantilização de todos os rincões do mundo. Podemos perguntar-nos se vivemos um período de derrotas e retrocessos tão grandes como o que se viveu a partir dos anos 20, caracterizado por contra-revoluções de massas e por derrotas estratégicas dos projetos revolucionários.

Nos anos 20, diante da ascensão fulminante do fascismo e do nazismo e da consolidação do stalinismo nos partidos comunistas, Adorno e seus companheiros da Escola de Frankfurt aderiram a um pessimismo melancólico. Aprofundaram suas análises sobre as raízes da virada conservadora no mundo, dando especial destaque às tendências autoritárias na personalidade das pessoas. Wilhelm Reich concentrava essa tendência na impotência da pequena burguesia, enquanto Lênin havia apontado para a aparição e consolidação de uma aristocracia operária no seio da classe trabalhadora dos países centrais do capitalismo.

A diferença entre a crítica realista das condições concretas que a esquerda tinha de enfrentar, bloqueada melancolicamente pelo pessimismo e a responsabilidade de buscar alternativas, de decifrar os espaços de acumulação de forças que pudessem reverter, é o que diferencia os enfoque de Adorno e de Gramsci.

Este notabilizou-se pela frase “pessimismo da razão, otimismo da vontade”. Mas não se tratava apenas de agregar um estado de espírito de esperança – de “otimismo” – a uma situação sem saída, em que o bloqueio interno à esquerda – do stalinismo – e externo – dos fascismos – condenava a esquerda à imobilidade ou às visões de denúncia e de testemunha.

Assumindo-se não como intelectual revolucionário – ao estilo dos que seriam chamados de “marxistas ocidentais” –, mas com a responsabilidade de dirigente revolucionário ao estilo das gerações anteriores dele, que necessariamente envolviam a capacidade intelectual de elaboração (Nova: Ver: Anderson, Perry, “Considerações sobre o marxismo ocidental”, Boitempo Editorial, São Paulo, 2004). Responsabilidade que obrigava a captar a realidade concreta, incluindo suas contradições, essenciais para definir os elos mais fortes e mais fracos de cada campo, para poder desembocar nos espaços mais favoráveis à acumulação de forças a fim de reverter as condições desfavoráveis.

As análises que não desembocam nessa direção terão deixado de captar as contradições vivas da realidade, tendendo a se manter em visões descritivas, com os riscos do funcionalismo. Costumam destacar aspectos da realidade e absolutizá-los, ou pelo menos tirá-los de contexto e, principalmente, não dando conta da totalidade do fenômeno, com a contradição como seu motor.

A crítica, simplesmente, não remete à prática, resigna-se a uma visão externa ao objeto analisado. A crítica sempre foi, para o marxismo, para a dialética, uma forma de limpeza de campo de concepções que refletem de forma parcial ou completamente equivocada a realidade, não para deter-se aí, mas para incorporar seus elementos de verdade, negá-los nas suas inverdades e poder, assim, estar em condições de superá-las.

A crítica sem a prática superadora correspondente leva à inação, ao pessimismo, à desmobilização e, no limite, à desmoralização.
 http://www.outrobrasil.net/

Entendendo...

União Homoafetiva em debate no Brasil
A aprovação da união civil entre pessoas do mesmo sexo, união homoafetiva, é uma conquista importante no sentido de ampliar as garantias patrimoniais entre os homossexuais que vivem em união estável; uma vez que cabe ao sistema jurídico garantir a igualdade de direitos entre os cidadãos sem fazer ac
  
A união homoafetiva já é uma realidade no Brasil

Recentemente no Brasil, o Supremo Tribunal Federal aprovou a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Várias polêmicas vieram à tona transcendendo a discussão sobre casamento homossexual e preconceito, convidando também à reflexão sobre liberdade de expressão religiosa. 

Segundo dados do IBGE, no Brasil existem mais de 60 mil casais homossexuais, número este considerável e que pode ser muito maior ao se considerar aqueles que omitiram sua orientação sexual em razão do preconceito que enfrentam no dia a dia. 

Dessa forma, do ponto de vista jurídico, esta lei vem ao encontro dos interesses de um grupo social, o qual tem sua representatividade na sociedade e por isso deve ter suas demandas e direitos assegurados pela lei. Afinal de contas, como se sabe, cabe ao sistema jurídico, pelo menos em tese, garantir a igualdade de direitos entre os cidadãos sem fazer acepção de quaisquer características ou peculiaridades existentes e, neste caso, sem se considerar a sexualidade.

Essa decisão é uma conquista importante no sentido de ampliar as garantias patrimoniais entre os homossexuais que vivem em união estável, os quais, em caso de morte do companheiro ou companheira, poderão, com a aprovação desta lei, usufruir legalmente de sua herança, assim como já ocorre com todos os casais heterossexuais desde sempre. 

Dessa forma, colocando a questão dos direitos sobre patrimônio como o ponto central da discussão em torno desta lei, pode-se falar que a decisão do STF não proporciona uma mudança radical na organização da sociedade brasileira, pois não há restrições legais para que pessoas do mesmo sexo não tenham um relacionamento afetivo, nem mesmo para que não morem juntas. 

A constituição destas uniões já existe. Em outras palavras, esta decisão do poder judiciário não traz a união homoafetiva como algo novo, mas sim garante sua legalização e direitos outrora cerceados aos casais homossexuais brasileiros.

Em todas as sociedades e ao longo de toda a história da humanidade a relação homoafetiva esteve presente, variando, obviamente, conforme o nível de aceitação social do ponto de vista da cultura, tornando-se algo público ou não. É preciso considerar que os códigos morais e valores são construídos histórica e socialmente, e que por isso se a homossexualidade sempre existiu, por outro lado nem sempre foi tratada da mesma forma. 

Ainda que se esteja nas primeiras décadas do século XXI e que progressos tenham ocorrido em relação à defesa da integridade humana, a questão da tolerância com relação às minorias (mulheres, negros, homossexuais, entre outros grupos) parece não estar resolvida, fato que se comprova nas ocorrências relatas pelo noticiário, como as agressões contra homossexuais em locais públicos, como na famosa Avenida Paulista, na cidade de São Paulo. 

No Brasil, ao mesmo tempo em que se aprova uma lei para defesa da mulher, como a lei “Maria da Penha”, também se faz presente um forte preconceito e violência contra homossexuais. Dessa forma, em uma sociedade tão repleta de contradições, não se poderia esperar outra situação do que uma forte divisão entre opiniões “contra” ou a “favor” da discussão suscitada pelo STF.

Considerando-se o estigma que a homossexualidade carrega na sociedade brasileira, não houve consenso na opinião pública com relação a tal lei. Além disso, considerando-se também que esta questão toca a fronteira da religiosidade das pessoas, reverberam-se discursos diversos, os quais, em nome de outros valores que consideram “morais”, esvaziam a defesa da igualdade e da liberdade (fundamentais na moral ocidental) entre os indivíduos, independentemente de sua sexualidade. 

Dessa forma, pode-se entender que é dever do Estado criar mecanismos para preservação da dignidade humana, a qual não diz respeito apenas a gênero ou orientação sexual, mas sim ao homem enquanto ser autônomo e emancipado.

Na esteira do debate sobre a legalização da união homoafetiva, tem-se também discutido a criminalização da homofobia, isto é, tornar-se crime a manifestação de preconceito contra homossexual. 

Mas se a intenção em promover a discussão é boa, por outro lado, a forma como vem sendo colocada e defendida por aqueles que se dizem favoráveis à criminalização da homofobia parece embocar numa contradição que também tem levantado polêmicas. 

Em nome da defesa da diversidade sexual, cogita-se em tornar crime, por exemplo, a fala e a manifestação pública de religiosos que pregam a inconformidade do homossexualismo com suas convicções religiosas e doutrinárias. Em outras palavras, religiões como o cristianismo (evangélicos, católicos, entre outros) teriam seus líderes e fiéis cometendo crime ao mencionarem que reprovam a homossexualidade e atos como casamentos homoafetivos conforme suas fundamentações, que consideram sagradas.

Intelectuais, a mídia, e a opinião pública de maneira geral, apontam que esta seria uma das maiores polêmicas, pois, em nome de uma liberdade (da opção sexual), estar-se-ia, num primeiro momento, cerceando-se outra (a da liberdade religiosa). 

Assim, se por um lado a legalização da união homoafetiva e a criminalização da homofobia podem ser um avanço numa sociedade que busca construir uma tolerância com a diversidade (no sentido mais amplo da palavra), por outro pode desencadear (mesmo que esta não seja a intenção) um retrocesso no tocante às garantias de liberdade de expressão e de escolha religiosa. Se a pluralidade das escolhas sexuais deve ser respeitada, não de outro modo devem ser consideradas as expressões religiosas. Impedir que pastores, padres ou quaisquer religiosos confessem sua fé conforme os ensinamentos de sua doutrina parece indicar ser também uma forma de afrontar a liberdade, mais especificamente a liberdade de expressão religiosa.

Neste debate é preciso levar em conta ser consenso que a apologia à agressão física ou psicológica como expressões da homofobia, assim como ao preconceito por si só, devem ser expressamente repudiados. É preciso considerar que a própria essência de religiões como o cristianismo parte do princípio da defesa da vida, do homem, do acolhimento, da tolerância e da paz e, dessa forma, aquele que se considera cristão estaria em contradição com sua própria fé ao defender a violência contra o homossexual. 

Dessa forma, seria preciso deixar clara a fronteira entre discursos homofóbicos que defendam a violência (física ou psíquica) e outros que apenas desconsideram, embasados em sua religião, a naturalidade da homossexualidade.

Se existe o entendimento da necessidade de um Estado laico para garantir a democracia e o direito, a interferência do sistema jurídico na esfera religiosa parece ser uma ideia fora do lugar. Se a liberdade à escolha da sexualidade, bem como a integridade daquele que se reconhece como homossexual, devem ser garantidas, da mesma forma as liberdades de expressão e de religião devem ser asseguradas por lei.

A discussão, a polêmica e o debate propriamente dito fazem parte da vida em sociedade e, além disso, são positivos quando objetivam buscar consensos em nome da tolerância da coesão social. Por outro lado, a imposição de ideias e posicionamentos (em uma ou outra direção), ainda que sejam em nome de uma “causa nobre”, seguem na contramão das liberdades e da construção de um tecido social democrático e tolerante com as diversidades, sejam sexual ou religiosa.
http://www.brasilescola.com/sociologia/uniao-homoafetiva-debate-no-brasil.htm

Curiosidade...

Por que gagos conseguem cantar sem gaguejar?

A gagueira pode se manifestar tanto em meninos como em meninas

Inúmeras pessoas são gagas e sentem certa dificuldade em se comunicar verbalmente. As brincadeiras feitas em cima dessa falha são diversas, muitas chegam a constranger o indivíduo.

A medicina trata a gagueira como uma disfemia (alteração da pronúncia das palavras sem lesões do aparelho fonador). Sua característica principal é a de fazer com que o indivíduo repita sílabas e/ou de que faça longas pausas ao pronunciar palavras. Fato que normalmente não acontece quando um gago canta, já que nosso cérebro processa a fala e o canto de maneiras diferentes. 

O processo da fala envolve a tradução de pensamento lingüístico dentro do tempo ótimo de rapidez lingüística, cuja linguagem oral se faz necessária para que as praxias envolvidas na articulação da linguagem ocorram de forma sincrônica e apropriada. Essa habilidade do processamento de segmentação temporal no cérebro do gago é afetada. A definição da gagueira não é tão simples, pois são diversas as teorias que tentam explicá-la, entre elas se destaca a de Bloodstein; a gagueira é o resultado da reação de luta interior do indivíduo que fala.

Existem três tipos de gagueira: Hereditária, Afásica, Bilíngüe, Tônica do Atraso de Linguagem e a Esquizóide. O gago pode cantar sem quaisquer dificuldades devido ao canto não possuir uma fala auto-expressiva (aquela que não precisa ser trabalhada antes de pronunciada), pois o ritmo e a letra da música já existem, restando apenas a interpretação para o gago, assim ele não terá que processar a fala para cantar.

A gagueira é tratada de diferentes formas na fonoaudiologia, dessa forma, dar sustos ou qualquer outra coisa do gênero em uma pessoa gaga não irá curá-la. Somente um profissional pode ministrar tratamentos para a gagueira, pois ele é capacitado a ajudar a controlar e até mesmo a curar a gagueira, dependendo do caso.

Existem muitos gagos que são famosos, dentre eles destacamos: Aristóteles, Charles Darwin, Marylin Monroe, Napoleão Bonaparte, Nelson Gonçalves, Machado de Assis.
http://www.brasilescola.com/curiosidades/por-que-gagos-conseguem-cantar-sem-gaguejar.htm

Piada...

Dois amigos se encontram depois de muitos anos. Casei, separei e já fizemos a partilha dos bens. E as crianças? O juiz decidiu que ficariam com aquele que mais bens recebeu. Então ficaram com a mãe? Não, ficaram com nosso advogado.
http://www.piadasnet.com/piadas-curtas.htm

Devanear...

Leia um trecho erótico do livro "Amigo Secreto", de Sylvia Day
Steph não queria se render aos prazeres com Nick. Mas não conseguiu resistir por muito tempo...
Atualizado em 29/11/2013Conteúdo NOVA

Uau, que delícia. Tarado e carinhoso ao mesmo tempo. Seus lábios eram quentes, e o interior de sua boca, bem macio. Ele enfiou as mãos por dentro do casaquinho dela, puxando-a mais para perto. Quando ele desceu um pouco para apertar sua bunda, ela sentiu um calor se espalhar pela pele.

"Não", ela murmurou com a boca colada à dele.

Soltando um grunhido baixinho em resposta, Nick inclinou a cabeça e tornou o beijo ainda mais profundo. Ele a puxou, fazendo-a se desequilibrar e jogar seu peso sobre ele. Ele aproveitou a oportunidade para erguê-la do chão e sentá-la na mesa, encaixando o quadril no meio das coxas dela. Nesse momento, o latejar que Steph sentia desde o momento em que ele a tocara se transformou em pontadas de dor. "Nick…"

Ele apoiou a testa molhada de suor contra a dela, com a respiração ofegante junto a seus lábios inchados.

"Eu vou dar o que você queria ganhar de Natal, Steph."

"Eu não quero você."

"Que mentira." Ele apertou um dos seios dela.

Com os dedos habilidosos, localizou o mamilo pontudo, que revelava o que ela tentava esconder. Enquanto beijava sua orelha, ele murmurou:

"Aposto que você está toda meladinha para mim".

"Que é isso, Nick?" Ela ficou toda tensa, mas não negou.

"Eu tranquei a porta…"

"Você está louco?", ela rebateu, afastando a mão dele.

Nick a agarrou pela cintura, puxou-a para a ponta da mesa e encostou o pau duro no sexo dela.

"Estou." Ele começou a mover os quadris, produzindo um atrito entre o clitóris dela e o tecido da roupa de ambos. Ela gemeu.

"Estou louco por você, não sabia?"

"Por mim e por todas as outras."

"Não", ele rebateu, esfregando-se de novo contra ela com ainda mais vontade. "Eu gosto de mulheres. Mas louco mesmo eu só estou por você."

O atrito delicioso fez o sexo dela se comprimir de vontade. Com o coração acelerado e respirando com dificuldade, ela o empurrou sem muita convicção.

"Para com isso… Não estou conseguindo nem pensar direito…"

"Você pensa demais." Ele a segurou com força e continuou esfregando o pau nela. Stephanie nem se preocupou em acender a luz quando entrou, pois a luz do luar se espalhava pela sala inteira, que tinha janelas que iam do chão ao teto. Mesmo na semipenumbra, porém, os olhos dele brilhavam de desejo, fazendo com que ela sentisse um nó na garganta. Mantendo-a paradinha no lugar, ele foi passando toda a extensão de sua impressionante ereção pela abertura dela. Ele era tão maravilhoso, tão determinado, que só de vê-lo sentir prazer ela ficou à beira de um orgasmo.

"Eu quero você, Steph. E já faz tanto tempo… E eu sei que você também me quer."

Já quase gozando, ela segurou na beirada da mesa e remexeu os quadris contra o volume imponente nas calças dele, usando-o para se masturbar. O gemido áspero de Nick forneceu o ímpeto para fazê-la ir em frente. Soltando um grito, ela se deixou levar pelas ondas de prazer que se espalharam pelo seu corpo, deixando-a até tonta.

"Isso mesmo", ele incentivou com a voz rouca, ampliando os movimentos dela, fazendo o momento se prolongar.

 "Ah, minha querida. Você é tão linda."

Ela se deixou afundar no peito dele, liberando toda a tensão. Com o rosto comprimido contra a garganta dele, ela sentia aquele cheiro masculino, que era enlouquecedor. Steph grunhiu, desejando desaparecer do mundo. A última coisa de que o ego de Nick precisava era levá-la ao orgasmo sem o menor esforço.

"Você estava precisando disso fazia um tempão, não é?". Ele acariciou as costas dela com suas mãos grandes.

"Você não vai querer levar o crédito por isso?". Ela não conseguiu esconder sua surpresa.

"Eu?". Ele se curvou um pouco para trás. "Quem me dera. Esse foi por sua conta. Mas da próxima vez pode deixar comigo."

Ela deixou escapar uma risada contra sua vontade, e escondeu o rosto no ombro dele para disfarçar. Ele era charmoso, isso não havia como negar. "Não vai ter próxima vez."

O abraço dele era tão forte que estava perto de esmagá-la. "Até parece. Você quase me enganou. Se eu não tivesse visto aquela lista de desejos, até poderia achar que você não gosta de mim."
http://mdemulher.abril.com.br/amor-sexo/reportagem/contos/leia-trecho-erotico-livro-amigo-secreto-sylvia-day-761415.shtml

Falastrona...

Colegas no SBT têm vergonha de Sheherazade

Os jornalistas do SBT comentam entre si que têm vergonha de trabalhar na mesma redação que Rachel Sheherazade.

O motivo é o tipo de pensamento que a apresentadora faz questão de exibir e que incomoda grande parte de seus colegas.

O jornalismo do SBT, que antes era considerado mais imparcial, está cada vez mais associado a um pensamento de direita, por conta da figura de Sheherazade.

Nesta semana, após a entrevista que ela deu a um jornal impresso na qual defendeu o deputado Feliciano e depois de seus comentários sobre a polêmica dos "rolezinhos", a situação azedou de vez.

O problema é que ninguém na redação pode sequer pensar em tirá-la do cargo, já que a moça é protegida do patrão, Silvio Santos.

O jeito, para manter o emprego, é aguentá-la.
http://entretenimento.r7.com/blogs/fabiola-reipert/colegas-no-sbt-tem-vergonha-de-sheherazade/2014/01/18/

Masmorra nacional...

A barbárie no presídio de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte. Um novo Maranhão?
Cenas desumanas mostram como a situação dos presídios do Nordeste está prestes a sair de controle


"É muito desumano”, resumiu o ministro Joaquim Barbosa ao inspecionar, em abril de 2013, a penitenciária estadual de Alcaçuz, localizada a cerca de 30 quilômetros de Natal, Rio Grande do Norte. Presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Barbosa viu urina escorrendo pelas paredes, sentiu o forte cheiro de fezes e passou por celas e corredores escuros e sem ventilação. Quase um ano depois, um novo relatório do CNJ, obtido por ÉPOCA, referente a uma vistoria feita em dezembro, mostra que o drama observado pelo ministro continua. Pior ainda, o documento acrescenta novas tintas ao descaso.

SUPERLOTAÇÃO Internos no presídio de Alcaçuz. São 800 presos num lugar onde caberiam, no máximo, 600. 

As visitas íntimas ocorrem de “forma promíscua” no meio do pavilhão. Apenas oito agentes penitenciários cuidam diariamente de 800 internos. Confinados sem atendimento médico, os presos sofrem com doenças infecciosas, como a tuberculose. O quadro não deixa dúvidas de que, se nada for feito rapidamente, o Rio Grande do Norte é forte candidato a se tornar o próximo Maranhão. O Estado potiguar, porém, não é o único postulante na fila. Em Pernambuco, há unidade prisional com apenas dois agentes penitenciários para cuidar de 2 mil presos. Na falta de pessoal, o próprio bandido assume a chave da cadeia e impõe a lei do mais forte, mandando aplicar até surra.

Esse cenário é o ambiente perfeito para nutrir atitudes monstruosas como a de Antonio Fernandes de Oliveira, de 29 anos de idade. Conhecido com Pai Bola, ele age em Alcaçuz sob o efeito do crack. Em novembro de 2009, Pai Bola foi capaz de desferir 120 golpes de faca artesanal numa vítima que lhe negou o celular. Seis meses antes, matara outro interno por asfixia, usando um lençol. Dois anos depois, cometeu um crime ainda mais bárbaro. 

Decapitou um colega de cela, comeu literalmente seu fígado e depois espalhou suas vísceras pelas paredes. Mesmo diante de repetida atrocidade, a direção do presídio permitiu que em 2012 um rapaz se oferecesse para ler a Bíblia para Pai Bola. Durante a noite, o religioso foi morto com uma facada no pescoço enquanto dormia. “Me deu vontade”, respondeu Pai Bola quando questionado sobre o motivo que o levara a matar o religioso.
>> O que diz o relatório do CNJ que escancarou a barbárie nos presídios do Maranhão

Nem a visita de Barbosa trouxe uma solução rápida para o preso sanguinário. Somente na semana passada, a Justiça mandou uma correspondência ao presídio em busca de algum atestado sobre a saúde mental do assassino. O Ministério Público Estadual pediu que seja declarada a insanidade dele. As funcionárias do Fórum de Nísia Floresta, município onde se localiza Alcaçuz, desviam os olhos e viram o rosto ao folhear os processos de homicídios cometidos por Pai Bola. 

O juiz Henrique Baltazar Vilar dos Santos, responsável pelo presídio, é mais frio e explica a violência na penitenciária. Ele conta que as facas usadas para matar são feitas com pedaços de ferro extraídos das próprias celas. Não são compridas o suficiente para atingir um órgão vital nem muito afiadas. Por isso, são necessários vários golpes para matar. O assassino geralmente começa o ataque pelo pescoço para deixar a vítima sem reação. Logo após a inspeção feita por Joaquim Barbosa, o CNJ elaborou um relatório que enumera 20 assassinatos de presos dentro de Alcaçuz desde 2007.

A afirmação de que o Rio Grande do Norte pode ser o novo Maranhão encontra base na comparação entre a situação carcerária nos dois Estados. Ambos também têm em comum governos poucos eficientes na aplicação de verbas no sistema penitenciário. Conforme dados da Justiça do Rio Grande do Norte, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) prometeu investir R$ 6 milhões em 2013 na reforma de estabelecimentos penais para abrir mais 500 vagas, mas aplicou apenas R$ 2 milhões. Roseana Sarney precisou devolver R$ 22 milhões ao Ministério da Justiça porque deixou de apresentar projetos que atendiam às exigências técnicas para a construção de presídios. 

Na tarde da quinta-feira passada, a diretora do presídio de Alcaçuz, Dinora Sima Lima Deodato, apontou o dedo para um saco de cimento e alguns tijolos comprados para reformas no presídio e que estavam no pátio de entrada da penitenciária – onde 800 internos vivem num lugar onde caberiam, no máximo, 600. Essa é a providência mais visível da administração da governadora Rosalba Ciarlini contra o caos nos estabelecimentos penais e em resposta ao alerta do CNJ.

RUÍNAS Inspeção do ministro Joaquim Barbosa em Alcaçuz (acima) e a governadora Rosalba Ciarini (à esq.). O presídio potiguar reúne vários elementos de uma tragédia anunciada  

RUÍNAS
Inspeção do ministro Joaquim Barbosa em Alcaçuz (foto acima) e a governadora Rosalba Ciarini (abaixo). O presídio potiguar reúne vários elementos de uma tragédia anunciada.

A diretora Dinora se dispôs a mostrar a ÉPOCA que nada ou pouquíssima coisa mudou desde a visita de Joaquim Barbosa à penitenciária. Mal a diretora tinha acabado de se levantar da cadeira de seu escritório para ir ao pavilhão, ela recebeu por telefone uma contraordem da Secretaria Estadual de Justiça. “Não autorizaram sua entrada”, disse Dinora. A decisão vinda de cima é política, e nada tem a ver com medidas de segurança, pois a própria diretora se prontificara a abrir os portões para a visita da reportagem de ÉPOCA.

As artimanhas dos governantes para maquiar números também influenciam o caos penitenciário. O atual governo potiguar diz que a governadora Wilma de Faria (PSB), que comandou o Estado entre 2003 e 2010, criou uma espécie de “presídio no papel”. Sem nenhuma reforma, Wilma simplesmente transformou, numa canetada, delegacias da Polícia Civil em centros de detenção. Atualmente, cerca de 1.430 presos, o que corresponde a 20% da população carcerária, cumprem penas nesses locais, muitas vezes sem banho de sol nem segurança contra fugas.

Vários outros Estados do Nordeste enfrentam situações extremas. Entre eles, Pernambuco, onde houve 98 assassinatos nos presídios entre 2011 e julho de 2013. Lá, o número de presos quase dobrou, chegando a 29 mil. O Rio Grande do Norte vem logo em seguida, com 89% de aumento. É provável que as prisões em massa tenham sido reflexo da explosão de violência na década passada, quando a alta criminalidade migrou do Sudeste para o Nordeste. São Paulo e Rio de Janeiro reduziram consideravelmente os homicídios, ao mesmo tempo que no Nordeste as mortes violentas quase duplicaram – Maranhão e Bahia multiplicaram por quatro seus índices. Assim, Alagoas, Piauí, Maranhão, Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte entraram na lista dos dez Estados mais críticos do país. Para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a elevação de renda atraiu o tráfico de drogas, trazendo a violência em seu rastro.

Os 88.445 presos do Nordeste registrados pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) representam 15% do total de encarcerados do país, 548 mil. Embora a gestão dos sistemas penitenciários caiba aos Estados da federação, é atribuição da União formular políticas criminais e penitenciárias e fomentar a melhoria das condições gerais. O Depen é o responsável ainda por distribuir aos Estados o Fundo Penitenciário Nacional (Funpen). A questão é a importância política que o governo federal está disposto a dar à área, que só tem destaque quando ocorrem tragédias como a de Pedrinhas, no Maranhão, onde presos foram decapitados. Em 2013, o Executivo federal só gastou 19% dos R$ 384 milhões do Funpen, ou R$ 73,6 milhões. Os recursos foram contingenciados para fazer o superavit primário. O Nordeste é a região onde Dilma Rousseff, proporcionalmente, teve mais votos nas últimas eleições. Mesmo que a segurança pública seja da alçada estadual, o governo federal também é responsável pelo atual descalabro. 
 http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/01/bbarbarieb-no-presidio-de-alcacuz-no-rio-grande-do-norte-um-novo-maranhao.html

Mais uma etapa superada...