domingo, 18 de janeiro de 2015

História...

Veja como era o cotidiano do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial

No caminho para a Europa, havia Natal. Nunca antes a cidade tinha recebido tantos turistas. Rapazes brancos que em poucos dias ficavam cor de laranja sob o sol, o que não espantava as moças da cidade. Elas cercavam os GIs para conhecer as novidades, inéditas na história do país. Whisky, Coca-Cola, Lucky Strike, foxtrot e bombardeiros de 16 toneladas.

Cotovelo geográfico

Hoje, quem anda pela orla em Natal chega a Miami. A praia de Miami, assim batizada graças a quem a frequentava 70 anos atrás. No auge da Segunda Guerra, tomar sol em Miami, Rio Grande do Norte, era um dos passatempos dos 10 mil soldados americanos que, entre 1942 e 1945, operavam as bases militares mais importantes dos aliados no Hemisfério Sul - o Campo de Parnamirim e a Base Naval de Hidroaviões.

Espécie de cotovelo entre a América e a África, o Nordeste brasileiro era considerado pelos americanos um dos pontos mais estratégicos do mundo. Os aviões militares, que partiam da Miami original, nos EUA, faziam escala em Porto Rico, Trinidad e Belém - para depois partirem rumo a Senegal, Togo e Libéria e daí à Europa, levando carga ou os próprios bombardeiros, como as fortalezas voadoras B-17 e B-24. Parnamirim virou o aeroporto mais congestionado do mundo, com até 800 pousos e decolagens por dia. "Antes pacata e tranquila, a vida noturna de Natal alterava-se profundamente: era agora agitada e trepidante; bares e boates surgiam da noite para o dia", escreve o jornalista Murilo Melo Filho em seu livro de memórias, Testemunho Político. A americanização logo chegou aos trajes. Os homens abandonaram os ternos e as calças de risca-de-giz e passaram a vestir roupas cáqui de inspiração militar. As calças de brim azul, usadas nas horas vagas por recrutas americanos, chegaram ao Brasil via Natal - embora só fossem se espalhar pelo país na década de 50. As moças - que antes só passeavam na companhia de pais e irmãos, vestidas com saias rodadas - agora andavam sozinhas, de calças compridas, mascando chicletes, o sinal inconfundível da modernidade.

Além dos soldados, Natal recebeu estrelas do showbiz, enviadas pelo governo dos EUA para levantar o moral das tropas. Humphrey Bogart veio animar a estreia de Casablanca no teatro da base, em 1942. A orquestra de Glenn Miller tocou no Cine Rex. Nos prédios das bases militares, sucediam-se festas onde os combatentes americanos se misturavam aos jovens - e, principalmente, às jovens - natalenses.

Além de cortejar as moças de família, os americanos eram frequentadores de prostíbulos como o Wonder Bar, a Casa da Maria Boa, a Pensão Estela e o Bar Ideal. (Para controlar as doenças venéreas, os médicos do exército passaram a examinar as moças da zona de meretrício e as garotas saudáveis ganharam atestados chamados love cards.) Em Natal, mais do que em qualquer outro lugar das Américas, a política da boa vizinhança era um tremendo sucesso.

A Política de Boa Vizinhança do presidente americano Franklin Roosevelt era uma doutrina para toda a América Latina, visando combater o antiamericanismo e as simpatias pelo Eixo por meio de trocas culturais patrocinadas pelo Estado. Quando o Brasil entrou na guerra do lado aliado, em 22 de agosto de 1942, assumiu mais que um compromisso militar. Os americanos deixavam de ser figuras de cinema para se tornarem presenças físicas. Os brasileiros, antes só exóticos, viraram exóticas figuras de cinema.

-O que é isso, senhora Miranda?

-Um reco-reco.

-Reco... reco? - a voz poderosa vinha em fortíssimo sotaque americano.

-Sim. E isto é um pandeiro.

-Pandeiro?

-Sim, um pandeiro. Algo errado, mister Welles?

-Nada. É que às vezes fico meio confuso.

Era 15 de novembro de 1942 e o diálogo ocorria em um estúdio no Rio de Janeiro, transmitido diretamente à radio CBS dos EUA. Ao redor do microfone estavam Orson Welles - a voz mais famosa do país, graças à transmissão de A Guerra dos Mundos, em 1938, e que havia acabado de estrear no cinema com Cidadão Kane - e Carmem Miranda, que na época já era uma estrela de Hollywood. Ela tinha migrado aos EUA meses antes da guerra - quando o conflito começou, havia estourado na Broadway com o musical Streets of Paris, cantando Mamãe Eu Quero. Lá, ganhara o apelido de brazilian bombshell. Carmen era a encarnação da política de boa vizinhança: em 1940, se apresentou na Casa Branca e no mesmo ano foi eleita a terceira personalidade mais popular de Nova York.

Nas dezenas de filmes dos quais participou em Hollywood, Carmem se tornaria um estereótipo não só do Brasil mas também de toda a América Latina. Já Welles havia sido enviado para cá com a incumbência de gravar um documentário sobre o país - encomenda do Office of Interamerican Affairs. Welles virou figura folclórica nas noites cariocas: acompanhado de tipos como Grande Otelo, tomava proverbiais bebedeiras de cachaça, colecionava amantes e discorria sobre as origens comuns do jazz e do samba para extasiados convivas em bares e boates.

O Office havia enviado ao Brasil outro personagem ilustre: Walt Disney. O Rio de Janeiro foi a principal parada em uma viagem pela América Latina, no início de 1941 - uma espécie de pesquisa de campo para um filme de propaganda da amizade continental. Disney instalou seu QG no Copacabana Palace e cercou-se de artistas locais para sentir o clima. Com a ajuda de cartunistas brasileiros como J. Carlos e Luiz Sá, criou o maior sucesso da Disney no Brasil: Zé Carioca. Aliás, não criou: encontrou. Na comitiva brasileira estava o músico José do Patrocínio Oliveira, paulista de Jundiaí. Como membro do Bando da Lua, a banda de Carmem Miranda, viveu nos EUA, onde aprendeu inglês. Foi assim, sendo ele mesmo, que interpretou o papagaio Zé Carioca na animação Alô, Amigos, de 1942. Pois é, Zé Carioca era paulista. O personagem ainda é publicado no Brasil, enquanto ninguém se lembra mais dele no exterior.

A missão de Welles não foi tão bem-sucedida: em vez de gravar loas ao governo Vargas - conforme a encomenda -, ele registrou a vida nos cortiços cariocas e de tecelões e pescadores pobres no Nordeste. Os rolos acabaram confiscados. As imagens do documentário ainda existem, mas nunca foram montadas.O filme se chamaria: It's All True (É tudo verdade).

Matérias-primas

Os EUA não queriam a amizade do Brasil apenas por bases e danças exóticas nem pagaram com papagaios: como parte dos acordos com o governo Vargas, os EUA financiaram a construção da Usina Siderúrgica Nacional de Volta Redonda - que custou 200 milhões de dólares da época (hoje cerca de 2,6 bilhões de dólares). Do Brasil, os EUA queriam matérias-primas importantes ao esforço de guerra. A principal era a borracha, usada em tanques, jipes, aviões, uniformes e armamentos.

A indústria da borracha estava praticamente morta no Brasil desde o início do século 20. Nativa da Amazônia, a seringueira foi plantada pelos ingleses em suas colônias do Sudeste Asiático e essas plantações tinham uma produção muito maior que as brasileiras, pois estavam livres de pragas nativas. Mas os japoneses ocuparam a região e bloquearam o acesso às plantações. Além disso, o Brasil era fonte de materiais que iam desde minérios simples, como ferro e manganês, até diamantes industriais, óleos vegetais e carne em conserva. E era o único produtor disponível de cristais incolores de alta qualidade, o quartzo, utilizados em aparelhos de comunicação, detectores de som e de localização usados contra submarinos e aviões. A cera de carnaúba, palmeira nativa do Brasil, tem várias aplicações industriais: era usada na produção de vernizes à prova d¿água pela indústria bélica. Os bichos da seda, cultivados por pequenos produtores japoneses em São Paulo, eram essenciais na fabricação de paraquedas. E a hortelã-pimenta dava origem ao mentol, que aumentava a potência da nitroglicerina.

Ao decretar guerra aos países do Eixo, Vargas tinha uma dura tarefa de convencimento. Muitos brasileiros admiravam a Alemanha. Havia mais de 200 mil descendentes de alemães no Brasil. "Cresci ouvindo dizer que os alemães eram o povo mais inteligente e avançado da Terra. Já os EUA não tinham grande expressão antes de 1939. Essa admiração pelos americanos só veio depois dos afundamentos dos nossos navios", lembra o veterano da Aeronáutica Osias Machado.

Vida de imigrante

Para a sorte de Vargas, os nazistas fizeram sua parte em cultivar o ódio dos brasileiros. Em agosto de 1942, o irmão mais velho de Osias, Messias, vivendo no Rio de Janeiro, mandou um telegrama avisando que iria ao Nordeste no navio Itagiba. Em 17 de agosto, correu a notícia de que o barco fora afundado no litoral de Sergipe. Era a quarta vítima de torpedos alemães no mês - represália ao alinhamento do Brasil com os EUA, no início do ano. Até o fim de agosto, mais de 600 brasileiros morreriam. "Achei que meu irmão estivesse no fundo do mar. Aí, pensei: agora é guerra. Quero vingança." Dias depois, veio o alívio: Messias não havia embarcado no Itagiba. Mas a semente estava plantada. "Passei da admiração ao ódio em questão de dias. Juntei um grupo de amigos e saímos quebrando o que fosse de gente do Eixo. Não me arrependo."

A raiva de Osias não era incomum. Em 19 de agosto de 1942, uma multidão saiu às ruas de Porto Alegre. "Formou-se uma grande concentração popular em frente ao Cinema Central, daí irradiando-se por toda a cidade. Os manifestantes saíram correndo pelas ruas, iniciando as depredações que se estenderam até altas horas. Na Sociedade Germania, os manifestantes penetraram no edifício, retiraram os móveis e utensílios para o meio da rua e os incendiaram", noticiou o jornal Correio do Povo.

Até os comunistas aderiram à mobilização de Vargas. Na época, muitos líderes estavam presos. Ainda assim, os esquerdistas em liberdade se uniram ao regime contra o inimigo comum. "Os membros do PCB que não estavam em cana chegaram a criar um slogan na época: `Quem é jovem vai pra guerra¿. E a palavra de ordem foi levada a sério", diz o historiador René Gertz, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

O Estado Novo foi um regime autoritário nacionalista - pelo decreto-lei 406, de 4 de maio de 1938, as escolas em língua estrangeira foram proibidas. No ano seguinte, foi a vez das igrejas - só o latim sobreviveu nos rituais católicos. Quando o Brasil entrou na guerra, também foram proibidas publicações em qualquer língua que não o português. Para viajar de um estado a outro, descendentes de alemães, italianos e japoneses precisavam de salvo-conduto emitido pela polícia. Não podiam se reunir, nem mesmo em casa. De 1942 a 1945, cerca de 3 mil pessoas foram presas sob acusações de serem "súditos do Eixo" e enviados para 12 campos de prisioneiros, os maiores nas cidades paulistas de Pindamonhangaba e Guaratinguetá.

O preço do azeite

Em janeiro de 1944, na véspera de embarcar para um treinamento nos EUA, Osias, voluntário do 1º Grupo de Caça da Força Aérea Brasileira, resolveu se despedir almoçando à beira da baía de Guanabara. Com o uniforme da FAB, entrou no restaurante Albamar - que existe até hoje - e pediu peixe. De garfo à mão, deu uma espiadela no vidro de azeite. "O azeite custava 20 cruzeiros. O peixe, uns 5", lembra. O azeite era e ainda é importado. Com o comércio internacional bloqueado pelos submarinos alemães, o preço se tornou impraticável. Osias ponderou e deu de ombros, pedindo o peixe sem azeite mesmo. Foi interrompido por uma voz com sotaque português na mesa ao lado, entre indignada e gentil. "Na minha terra, quem vai guerrear almoça de graça. E peixe só se come com azeite. Eu pago tudo." Pela gentileza do lusitano filantropo, Osias pôde enfrentar os nazistas com a força adicional do azeite de oliva.

Racionamento

A falta de itens elementares, como pão branco, gasolina e diesel, tornou-se parte do dia a dia bem antes do rompimento das relações diplomáticas com o Eixo. Em 1939, a escassez de trigo esvaziava os fornos das padarias - o Brasil sempre importou trigo. Em 1942, o governo tentou resolver o problema criando o "pão de guerra", feito com farinha de milho. Os preços eram tabelados. Em São Paulo, o pão branco custava 2,50 cruzeiros. O pão de guerra, 1,60. "Foi um dos momentos em que a mobilização da guerra chegou fundo no cotidiano das pessoas. O pãozinho branco já estava muito instituído entre nós", diz Roney Cytrynowicz, autor da obra Guerra Sem Guerra: a Mobilização e o Cotidiano em São Paulo durante a Segunda Guerra Mundial.

Nos bares e restaurantes, reclamava-se que o pão de guerra tinha gosto de areia. Mas, se faltava pão, havia macarrão - importado da Argentina. Nascia o "pão de macarrão", tão popular que sua receita ainda pode ser encontrada no livro Não É Sopa, de Nina Horta, de 1995. Petróleo e carros eram outra parte importante do cotidiano. Para contornar a escassez (o país importava cada gota de óleo), em 1940 o governo decretou que todo proprietário de dez automóveis deveria ter, pelo menos, um movido a gasogênio. Em 7 de maio de 1942, começaram os racionamentos. Em julho, carros particulares foram proibidos no Rio. Logo, a maioria dos donos de carro teve de trocar os motores.

O colapso nos transportes levou à falta de outros itens - os ovos, o açúcar e o sal demoravam para chegar às grandes cidades. Em 1944, começou a faltar até lenha. Não havia peças automotivas, na maioria importadas. Em outubro, em São Paulo, havia mais de 300 ônibus parados por falta de chassis. No auge da escassez, o Correio Paulistano descrevia uma cidade vazia: "Nas grandes vias ermas, os distraídos pedestres atravessam as ruas sem olhar para os lados. As ruas ficaram limpas de automóveis".

A escassez levou à inflação: em São Paulo, o preço dos alimentos aumentou 400% durante os anos de guerra. O açúcar passou a ser racionado: em novembro de 1944, a cota por pessoa era de 750 g a cada 15 dias. Para comprar os gêneros que faltavam, eram usados cartões de racionamento - nos quais os donos de lojas e mercados anotavam a quantia de produto vendido. Em alguns bairros, para comprar carne, as filas começavam às 4 da manhã e os açougues só abriam duas vezes por semana. O caos nos transportes multiplicava filas na frente dos teatros, dos cinemas e das paradas de bonde - eles não foram tão afetados porque a matriz energética do Brasil era hidroelétrica.

Quem quisesse fugir dos bondes entupidos e com gente pendurada nos balaústres tinha de dividir um táxi com desconhecidos. "Ao fim do dia, os taxistas escreviam com giz o nome dos bairros residenciais no para-brisas e se enfileiravam, enquanto aguardavam os passageiros com destino comum", escreveu o jornalista americano Robert Moore, que visitou o Rio em 1944. "Quem deseja um táxi só para si é obrigado a pagar uma fortuna pela corrida."

Além dos americanos, de racionamentos e da perseguição a estrangeiros, o governo fez mais para trazer a guerra para perto. Em 1942, passaram a ocorrer blecautes nas maiores cidades brasileiras, um exercício de guerra para o caso de ataque aéreo ou naval. Cartilhas foram distribuídas para explicar o procedimento. Às 21 horas, tocavam as sirenes, escureciam os cinemas, apagavam-se a iluminação pública e até os faróis de carros. No Rio, os holofotes do Corcovado ficavam desligados. Em Salvador, até os tambores dos candomblés cessavam. "Pelas esquinas, rondavam os vigias, atirando pedrinhas nos telhados de casas onde houvesse luzes acessas. Portas e janelas eram acortinadas com pano preto, as frestas tapadas com jornal. Todos esperando o bombardeio", conta o escritor Paulo Carvalho-Neto em Morrer pelo Brasil.

Em Natal, o Dia da Vitória, 8 de maio de 1945, foi um fiasco. Multidões comemoravam na Times Square de Nova York, na praça Vermelha de Moscou e na avenida Rio Branco, no Rio. Ali ninguém saiu às ruas. O Teatro Carlos Gomes, onde seria celebrado o evento, estava deserto. Os organizadores foram às ruas para catar mendigos e prostitutas para ocupar os 600 lugares vazios. O discurso da vitória foi feito para uma plateia sonolenta, totalmente desinteressada. O for all, ou forrobodó, havia acabado.

Espiões nazistas no Rio

Fundado em 1928, o braço brasileiro do Partido Nazista era o maior fora da Alemanha - chegou a contar com mais de 2 mil membros, quase todos saídos dos 200 mil descendentes de alemães que viviam no Brasil na época. A seção brasileira do Partido Nazista foi desbaratada em 1938, quando Getúlio Vargas proibiu todos os partidos políticos, inclusive os estrangeiros. Mas isso não impediu que a Abwehr, o serviço de informações de Hitler, armasse uma rede de espionagem em solo brasileiro. Os espiões do Reich (na maioria amadores) passavam informações sobre política interna, geografia e movimento nos aeroportos por meio de rádios piratas, cartas com tinta invisível e microfotografias. Após a entrada do Brasil na guerra, todos os descendentes germânicos viraram suspeitos e muita gente inocente foi presa só por dizer guten tag (bom dia) na rua. Espiões de verdade foram também pegos: um dos líderes do esquema, o empresário Albrecht Gustav Engels, foi preso no Rio de Janeiro em 1943.

Fogueira no porta-malas

Para suprir a falta de gasolina e diesel, o governo brasileiro passou a produzir em 1941 carros e ônibus movidos a gasogênio - um aparelho instalado na parte de trás do veículo que transformava carvão vegetal em combustível. Pouco a pouco, os carros a gasogênio se multiplicaram pelas ruas de cidades grandes, como São Paulo - mas mesmo eles eram proibidos de trafegar entre 9 da noite e 5 horas da manhã. Como o pão de guerra, o gasogênio não caiu no gosto de ninguém. Além de demorar para funcionar, o carro tinha metade da potência de um motor à gasolina. "Fazia uma bagunça danada. Imaginem: era como ter de acender todos os dias uma fogueira no porta-malas do carro", lembra o veterano de guerra Osias Machado. Assim mesmo, São Paulo conseguiu organizar em 1944 seu primeiro Grande Prêmio de Automobilismo em Interlagos - só com carros à base de gasogênio. O motorista vitorioso, Chico Landi, futuro piloto de Fórmula 1, foi celebrado como um herói do esforço de guerra.

A batalha da borracha

Enquanto a festa acontecia em Natal, um aspecto mais sombrio dos acordos entre Brasil e EUA se desenrolava na Amazônia. Para suprir a necessidade dos aliados por borracha, Vargas organizou um verdadeiro exército de 50 mil pessoas para sangrar as seringueiras da floresta. A maioria desses "soldados da borracha", como ficaram conhecidos, veio do Nordeste, que em 1942 passava por uma seca gigantesca. Caminhões entupidos de nordestinos embrenharam-se por estradas tortuosas e esburacadas, desde o sertão até o coração da selva. "Mas aquela gente estava acostumada à caatinga seca, e não à floresta úmida. Milhares morreram tentando colher látex, de doenças pulmonares, por picadas de aranhas e cobras etc.", diz René Gertz, da UFRGS. Estima-se que entre 15 mil e 20 mil soldados da borracha tenham morrido nas profundezas da Amazônia. Para comparação, o número de soldados brasileiros mortos em batalha na Europa ficou em 465.

Os "corações sujos"

Os imigrantes japoneses foram o grupo mais afetado pelas perseguições aos "súditos do Eixo". Em 1943, 305 famílias de moradores das ruas Conde de Sarzedas e Estudantes, no bairro da Liberdade, em São Paulo, foram despejadas à força. Pouco depois, mais de 7 mil japoneses ou descendentes acabaram expulsos de Santos e enviados para a zona rural. A triste ironia é que a mais ativa organização nipônica não agia contra brasileiros - mas contra os próprios imigrantes. Após a rendição japonesa, em 1945, nasceu em São Paulo a organização Shindo Renmei. Militarista e ultranacionalista, afirmava que as notícias da derrota eram parte de um complô - e os imigrantes ou descendentes que acreditassem nelas eram chamados de "corações sujos". Apoiada por 80% da comunidade japonesa, a seita começou uma campanha de terror contra os "derrotistas": de janeiro de 1946 a fevereiro de 1947, assassinos da Shino Renmei mataram 23 imigrantes.

http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/veja-como-era-cotidiano-brasil-durante-segunda-guerra-mundial-729408.shtml

Viva a sabedoria...

Sobre o Estado - Filosofia do Direito de Hegel


Se a razão – como diz Hegel – “é a certeza consciente de ser toda a realidade” e a verdade reside apenas no todo, as partes se tornam racionais à medida que participam do todo de forma consciente. O Estado para Hegel é um todo ético organizado, isto é, o verdadeiro, porque é a unidade da vontade universal e da subjetiva. É, como entende o referido autor, a substância ética por excelência, significando com isso que Estado e a constituição são os representantes da liberdade concreta, efetiva.

O direito estatal externo repousa sobre relações entre Estados autônomos. Contudo, o Estado para Hegel é o que é em-si e para-si e, portanto, tem a efetividade de sua universalidade ou totalidade plena. Esta totalidade refere-se à união do espírito objetivo e o espírito subjetivo em que o indivíduo tem sua realidade e objetividade moral sendo parte do todo ético. Dessa forma, o indivíduo tem uma relação jurídica para com o Estado, isto é, tem um tribunal acima de si que realiza o direito enquanto liberdade. 

Mas as relações entre estados, diz Hegel, não são da mesma natureza que as dos indivíduos em sua vida privada e o Estado: sendo cada Estado uma totalidade em-si e para-si, sua vontade reside na particularidade para a qual se volta (substância ética, o povo). Daí que, não havendo nada acima do Estado, a relação entre os Estados se dá na forma do contrato e do respeito mútuo. Um Estado precisa ser reconhecido por outro para que tenha sua legitimidade absoluta.

Verifica-se que tal consideração sobre o Estado mostra-o, em sua individualidade, no estado de natureza. Isto nos leva a compreender que se não há acordo entre as vontades particulares dos Estados em meio a uma disputa, esta só pode ser resolvida com a guerra. A guerra, para Hegel, é legítima, pois além de ser considerada transitória (porque contém em si a possibilidade da paz), ela também é válida para a saúde moral dos povos, renovando a vaidade dos bens e coisas temporais.

Assim, fica de certo modo evidenciada a pouca simpatia do filósofo pela criação de um Estado mundial. Para que isto fosse possível, seria necessário que houvesse um acordo unânime entre todos os Estados de tal forma que prevalecesse a vontade universal, o que, segundo Hegel, dificilmente ocorrerá porque as considerações desta organização sempre repousariam sobre uma forma de contingência, isto é, sobre princípios de uma vontade particular.

Entretanto, o problema é: se o Estado é a razão efetivada, as contradições em seu interior não levariam à superação deste, já que a lógica de Hegel sempre prevê uma síntese? Mesmo que a razão não leve ao seu contrário, as contradições no interior do Estado serviriam somente para aperfeiçoar as suas instituições, uma vez que “a história universal é o progresso na consciência da liberdade” e o Estado, conforme Hegel, é o fim (télos) da história? Além disso, ainda conforme a sua lógica, não deveria Hegel ter concebido uma organização mundial, um todo pleno (assim como preferiu um Estado a uma coleção anárquica de indivíduos) do que uma coleção de Estados anárquica?

Portanto, são essas as principais questões com relação ao direito estatal externo hegeliano. O que se evidencia é a possibilidade de que Hegel teve um momento de sua particularidade, que pode ter seu contraste no fato de que, na juventude, idolatrava Napoleão e desprezava a Prússia, mas, em adulto, foi um servidor fiel do Estado prussiano. Se verdadeiramente há um progresso da liberdade na consciência, por que este não se dá a nível cosmopolita, restringindo-se a um espírito objetivo de um povo e, com isso, de vários povos, não sendo, portanto, universal? Hegel vê o Estado em sua multiplicidade de relações exteriores, sem nenhum fundamento que as justifique ou as legitime senão o acordo contratual entre os Estados visando, cada um, o seu bem-próprio. Em caso contrário, dar-se-á a guerra que, como já vimos, é até benéfica e devidamente justificada.

http://www.brasilescola.com/filosofia/sobre-estado-filosofia-direito-hegel.htm

Cultura...

CULTURA POPULAR

Há diversas definições para a expressão cultura popular; no entanto, todas falam de alguns elementos-chave, como manifestação cultural e produção do povo, que participa de forma ativa; resultado da interação cultural de pessoas de determinadas regiões; entre outros.

cultura popular nasce da adaptação do homem ao ambiente onde vive e envolve diversas áreas de conhecimento, como artes, artesanato, crenças, folclore, hábitos, ideias, linguagem, moral, tradições, usos e costumes. Ela surge das tradições e costumes e é transmitida de geração para geração, principalmente, de forma oral.

Folclore
Uma definição simples de folclore é um conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração. A maioria dos mitos e  das lendas surge da imaginação das pessoas. É comum que essas histórias tenham sido criadas com a intenção de passar alguma mensagem, ou mesmo, de assustar as pessoas. Muitas delas deram origem a festas populares. As lendas são histórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.
Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza através de explicações científicas, criavam mitos com o objetivo de dar sentido às coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido à vida e ao mundo.
No Brasil, o folclore é comemorado no dia 22 de agosto.
Lendas e mitos do Brasil

  • • Boitatá
  • • Boto
  • • Bumba-meu-boi
  • • Lobisomem
  • • Maculelê
  • • Mãe-d’água (Iara)
  • • Mula sem cabeça
  • • Saci-Pererê
Festas populares no Brasil

  • • Carnaval
  • • Círio de Nazaré
  • • Festas Juninas
http://www.infojovem.org.br/infopedia/descubra-e-aprenda/criatividade/cultura-popular/

Entendendo...

Georg Simmel - microssociologia: Cientista criou a sociologia das formas


Georg Simmel (1858-1918) foi um renomado cientista social alemão que contribuiu com a sociologia em seu estágio inicial de desenvolvimento, formulando paradigmas e teorias sociais inovadoras.

No que diz respeito à perspectiva sociológica, Simmel foi o fundador da chamada "sociologia formal" ou "sociologia das formas" e se diferenciou no campo do estudo dos fenômenos sociais em razão de seu interesse pela análise microssociológica, que se refere à investigação da sociedade, mas a partir das ações e reações dos atores sociais em interação.

A sociologia formal é uma perspectiva teórica que está muito próxima da chamada "sociologia da ação", e ambas se contrapõem às concepções teóricas de caráter macrossociológico, como o estruturalismo, o funcionalismo e o neomarxismo.

A sociologia formal
As concepções teóricas que sustentam toda a gama de pesquisas e estudos elaborados por Simmel estão fundamentadas no paradigma filosófico originalmente construído por Immanuel Kant (1724-1804).

A partir das concepções filosóficas kantianas, Simmel concluiu que a realidade social é extremamente complexa, e até certo ponto caótica, em relação aos significados. O conhecimento dos fenômenos sociais, que ocorrem imersos nessa realidade e que interessam ao cientista social, só são passíveis de serem apreendidos (ou compreendidos) mediante a adoção de categorias ou modelos analíticos.

As categorias e modelos analíticos servem para ordenar o pensamento de modo que se possa interrogar e interpretar a realidade. Um modelo ou categoria analítica é uma simplificação do real porque opera com base na abstração, num esforço de separação dos fenômenos sociais que estão imersos na complexa realidade social, tanto em seus aspectos sociológicos como históricos.

De acordo com Simmel, os modelos e categorias analíticas não são proposições arbitrárias e nem recursos empregados apenas pelos cientistas sociais que interrogam o real, pois são também utilizados pelos próprios indivíduos que integram a sociedade, como recurso de ação e interação social.

Modelos e categorias analíticas são recursos teóricos que também foram empregados pelo cientista social alemão Max Weber, quando se refere ao "tipo ideal" que serve para delimitar o real ou, em outras palavras, serve para construir objetos de pesquisa que serão analisados e interpretados - e, consequentemente, dotados de algum significado.

Não é por acaso que Max Weber estabeleceu em seus estudos uma interlocução permanente com as obras de Simmel.

http://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/georg-simmel---microssociologia-cientista-criou-a-sociologia-das-formas.htm

Curiosidade...


Quanto tempo dura um sonho?

 


Antigamente acreditava-se que os sonhos aconteciam em frações de segundos, hoje se sabe que eles, na verdade, duram um tempo real em nossa mente, ou seja, ocorrem na mesma velocidade em que sonhamos. Cada sonho pode durar de alguns segundos até uma hora.

Os sonhos ocorrem durante o período chamado de REM (rapid eye movements), chamado de “rápido movimento dos olhos”. Um sonho normal, em média, dura cerca de 10 a 40 minutos. O enredo de um sonho está vinculado com os nossos medos, preocupações, desejos, etc.

Algumas pessoas pensam que não sonham, porém isso não é certo. Na verdade, todos nós sonhamos, porém só lembramos-nos de um sonho quando acordamos no meio dele.
http://www.brasilescola.com/curiosidades/quantotempo.htm

Piada...



No balcão da Alfandega: Seu nome ? Abu Abdalah Sarafi. 

Sexo? Quatro vezes por semana. Não, não, não! Homem ou 

mulher? Homem, mulher. Algumas vezes camelo.

http://www.piadasnet.com/piada1937curtas.htm

Devanear...


Depoimentos de uma Ninfomaníaca... O inicio


Olá, meu nome é Millena, e vou fazer uma série de relatos sobre minha vida sexual, como tenho pouco tempo para escrever, talvez demore um pouco entre um conto e outro...
Desde antes de começar a transar, sempre fui muito interessada em tudo que envolvia sexo, conversava com as meninas mais velhas para tirar dúvidas, roubava as revistas do meu irmão (faz tempo mesmo a época das revistas...) depois passei a acessar sites e até conversava com meu irmão perguntando sobre as namoradas dele, na época eu tinha 16 e ele 21, mas ai eram só conversas e depois me trancava no quarto para me masturbar pensando em tudo que via e ouvia...


Comecei a namorar tarde, com 17, pois apesar da curiosidade e vontade era muito tímida, e sempre me dediquei aos estudos, as vezes ficava com algum garoto da escola, mas nada muito sério.

Meu primeiro namorado foi Henrique, como ja disse eu tinha 17, ele com 19, apresentei ele a minha familia e tudo mais, mas meu irmão não gostava muito dele. Sempre que saíamos rolava um clima mais quente, mão boba e coisas do tipo, mas sexo mesmo não rolou, pois em nossas casas sempre tinha alguem e eu não podia entrar em moteis, o que eu mais gostava era quando íamos no cinema, e lá podiamos ousar um pouco mais quando as luzes apagavam e então ele aproveitava pra invadir minha buceta sempre bem lisinha com seus dedos e chupar meus peitos enquanto eu agarrava com vontade o seu pau. Cada dia que passava minha vontade aumenteva, e dedos já não bastavam para me satisfazer, então sem pensar em regras da sociedade e coisas do tipo, fui falar com meu irmão, que sempre foi muito bonito, alto, olhos verdes iguais aos meus, forte e sempre em boa forma.

Em um sábado a noite fui conversar com ele em seu quarto como sempre fazia, e perguntei se ele não iria sair com alguma menina aquela noite, um pouco desapontado ele respondeu que não. Vi ali minha chance e logo falei que ele podia se divertir muito mais comigo do que com as suas "amiguinhas"... Ele me olhou com malícia, mas respondeu que o que o que as "amigas" faziam a irmã não poderiam fazer. Isso me deixou ainda mais excitada e sem demora falei: - Posso sim se você me ensinar...

Ele sorriu e disse pra eu não brincar com essas coisas, daí sem paciência pra mais assunto e pouco me importando com o que ele ia dizer, sentei no seu colo e comecei a rebolar... Estava de saia e já sem calcinha. Primeiro ele ficou estático, mas logo me pegou pelos cabelos e perguntou se eu tinha certeza do que estava fazendo... Falei que sim, que queria muito e com meu namorado não iria conseguir. 

Já sentia seu pau duro na minha bundinha, então ele deu uma mordida em meu pescoço e colocou a mão entre minhas pernas, percebendo que eu já estava sem calcinha não demorou em colocar dois dedos dentro de mim enquanto me beijava. Nesse momento parei de ver ele como irmão e passei a vê-lo como meu homem. 

Levantei, virei de frente para ele e vi em seus olhos o desejo de me possuir, logo ele tirou a camisa e a bermuda, deixando a minha disposição aquele pau delicioso, bem maior que o de Henrique. "Era isso que você queria safada... Agora vai ter que aguentar ele todo dentro de ti." 

Tremi de prazer com essas palavras e logo tirei minha blusa, ficando com a sainha e os seios a mostra. "De joelhos" ele disse, e assim que me ajoelhei ele me agarrou com força pelos cabelos e disse que ia começar fodendo a minha boca, puxou minha cabeça em sua direção e eu não resisti, deixei aquele pau gostoso invadir minha boquinha enquanto ele controlava minha cabeça, até que ele me soltou e eu passei a chupar com força, lambia seu pau e suas bolas, deixei seu pau todo babado, meu primeiro boquete foi uma delicia. 

Depois de alguns minutos ele me mandou deitar e abrir as pernas, pensei que ia me comer, mas o que veio foi sua boca chupando minha buceta de um jeito que meu deixou louca, minhas amigas sempre diziam que sexo oral era bom, mas eu não imaginava que fosse tanto... Ele colocava sua língua dentro da minha buceta e mexia rapidamente, depois lambia e mordia meu clitóris, então colocou dois dedos dentro enquanto passava a língua, não resisti e gozei muito! 

Depois disse ele subiu na cama, deitou sobre mim e começou a passar a cabeça do seu pau na entrada da minha buceta, uma delícia, e aos poucos começou a me penetrar... Foi maravilhoso sentir aquele pau entrando em mim, pela primeira vez tinha um homem dominando meu corpo, sentia dor e prazer ao mesmo tempo, mas o prazer era maior, comecei a gemer alto, arranhar as costas dele e ele puxava meu cabelo e me chamava de vadiazinha, de puta e outras coisas, sim, naquele momento eu era a putinha do meu irmão! Ele começou metendo devagar, pois sabia que era minha primeira vez, mas foi aumentando a força e logo parecia que estava comendo um puta de verdade de tão forte e rápido que enfiava. Foi maravilhoso perder a virgindade com ele, mas como logo nossa mãe ia voltar para casa, tivemos que parar e fazer de conta que nada tinha acontecido...

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Mais uma etapa superada...