quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Entendendo...






FAMÍLIA: NÃO APENAS UM GRUPO, MAS UM FENÔMENO SOCIAL

SOCIOLOGIA

As famílias são consideradas grupos primários, nos quais as relações entre os indivíduos são pautadas na subjetividade dos sentimentos entre as pessoas.

Considerando-se que a vida social é algo fundamental à existência e sobrevivência dos seres humanos enquanto indivíduos, é na família que se dá início ao processo de socialização, educação e formação para o mundo. 

Os grupos familiares caracterizam-se por vínculos biológicos, mas sua constituição ao longo da história em todos os agrupamentos humanos não se limitou apenas ao aspecto da procriação e preservação da espécie, mas tornou-se um fenômeno social.

As famílias são consideradas grupos primários, nos quais as relações entre os indivíduos são pautadas na subjetividade dos sentimentos entre as pessoas, fato que justifica, muitas vezes, o amor existente entre pais e filhos adotivos, logo sem relação consanguínea. 

Assim, os laços que unem os indivíduos em família não se sustem pela lógica da troca, da conveniência do relacionamento a partir de um cálculo racional como que em um contrato no mundo dos negócios em que cada parte vê vantagem na relação existente, constituindo um grupo formal. 

Ao contrário, a família é um grupo informal, no qual as pessoas estão ligadas por afeto e afinidade, e que por conta deste sentimento criam vínculos que garantem a convivência (em um mesmo local de residência, por exemplo), além da cooperação econômica.  

Mas o que dizer dos inúmeros problemas familiares que tanto se ouve falar ou mesmo que se pode enfrentar no dia a dia? As respostas para esta pergunta são várias, assim como o grau de complexidade de cada uma pode variar. 

Porém, de maneira muito simplista, até certo ponto, é possível afirmar que a gênese dos conflitos familiares está no momento em que as bases da união (que justifica o tipo de relacionamento e de ligação) deste grupo começam a ser minadas pelo despontar das personalidades, das opiniões diferentes, da individualidade de cada membro, o qual não abre mão daquilo que lhe é particular (enquanto indivíduo) em nome da família. 

Para ilustrar, basta pensar nos conflitos existentes em famílias com jovens adolescentes os quais, neste momento em que deixam a infância para entrarem na vida adulta, tornam-se muito mais críticos aos valores dos adultos que o cercam, muitas vezes cogitando até mesmo, de forma impulsiva, abandonar o lar. 

Logo, nada mais natural do que os choques de geração e conflitos entre pais e filhos neste sentido, o que não significa uma desestabilização definitiva da família. Assim, a despeito disso, os vínculos construídos para além do biológico permanecem.

Mesmo que por motivos quaisquer os indivíduos venham a se separar, não mais residindo no mesmo local, obviamente continuam a constituir uma família, principalmente no aspecto legal. 

Por isso mesmo, embora se tenha dito aqui ser a família um grupo informal, é fato que com a complexalização da sociedade (principalmente a sociedade ocidental) ocorreu uma espécie de formalização dos vínculos familiares. 

O Estado passou a regulamentá-los, criando um aparato legal que rege não apena as relações entre cônjuges, mas também entre pais e filhos. Isso se torna evidente principalmente quando se trata de questões ligadas a direitos sobre heranças, patrimônios, tutela de menores, pensões, entre outros casos, bem como na expedição de documentos como certidões de casamento (formalizam o vínculo) e nascimento (formalizam a paternidade).

Embora um fenômeno social presente em todas as culturas, obviamente os grupos familiares e as relações de parentesco não possuem as mesmas regras e convenções, manifestando-se de formas peculiares a depender dos costumes de um determinado povo ou sociedade. 

Logo, há uma relação direta entre padrões familiares de comportamento (expectativa de papel social de cada indivíduo, pai, mãe, filhos, avós, etc.) e os códigos morais vigentes, os quais também são construídos socialmente ao longo do tempo. 

Um exemplo claro está na forma diferente como monogamia e bigamia são vistas mundo a fora. Da mesma forma, o padrão cultural vigente vai determinar as relações de poder existentes entre os membros familiares, variando-se os tipos de autoridades existentes entre patriarcal (quando os pais de família exercem o poder de mando e controle), matriarcal (quando as mães assumem o mando) ou paternal (quando a autoridade é mais equilibrada entre os cônjuges).

Além disso, é importante considerar que ao longo do tempo a estrutura de organização da família pode sofrer alterações dentro de uma mesma cultura, uma vez que as transformações nos padrões familiares são consequência direta das transformações sociais, econômicas e políticas. 

Prova disso estaria no desenvolvimento do modo de produção capitalista, pois com a necessidade de mão de obra, criaram-se condições para a inclusão da mulher no mercado de trabalho, fato que contribuiria para mudanças em seu papel social.

Assim, há uma questão que se coloca na contemporaneidade: Diante de tantos divórcios, casamentos tardios e pessoas mais velhas morando ainda com os pais, ou mesmo vários casamentos ao longo da vida unindo-se filhos de relacionamentos anteriores, a família enquanto instituição estaria desaparecendo? 

Na tentativa de esboçar uma resposta, talvez possamos afirmar que, obviamente, aquele sentido mais tradicional da palavra estaria sim em extinção. Porém, tomando a família enquanto grupo e fenômeno social, é possível dizer que ela passa por uma forte reestruturação.

O que está em declínio é a ideia de uma família composta por um casal heterossexual na qual, enquanto a mulher se restringe à esfera privada dedicando-se exclusivamente aos afazeres domésticos, ao homem cabe a esfera pública, da rua, do mundo do trabalho. 

Neste padrão tradicional de família, a união entre os cônjuges era marcada, predominantemente, pela cerimônia religiosa do casamento, independentemente da religião, fato que contrasta com as uniões muito frequentes e pouco duradoras de agora, consequência direta do temor em relação ao compromisso mais sério, principalmente pelos jovens. 

Também como sinal dessa reformulação dos padrões e arranjos familiares estão as famílias que se iniciam com casais homossexuais, o que acaba por gerar polêmica não apenas pelo fato da união em si (dados o preconceito e a intolerância existentes), mas também quando se cogita a adoção de crianças por eles, uma vez que no imaginário de boa parte das pessoas prevalece a ideia de uma família na qual os pais têm sexos diferentes. 

Nestes novos padrões familiares, além da conquista de uma maior independência pelas mulheres (em vários aspectos), elas casam-se e tornam-se mães agora com mais idade, além de terem um número de filhos extremamente reduzido quando comparado aos níveis de décadas passadas.

Dessa maneira, é importante considerar que, se a família é a base ou início do processo de socialização dos indivíduos, o que se torna fundamental é que ela seja estruturada de tal forma que o relacionamento entre seus integrantes seja pautado na harmonia e respeito entre seus pares, dada a importância e influência que tal grupo exerce na vida de cada um. 

Logo, ao pensar na família enquanto grupo não se trata aqui de fazer uma apologia ao modelo do passado ou ao do presente, mas de propor a reflexão quanto aos desdobramentos de sua conformação e de suas transformações, uma vez que suas características refletem a sociedade de seu tempo, o que faz dela (da família) um fenômeno social.

http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/familia-nao-apenas-um-grupo-mas-um-fenomeno-social.htm

Curiosidade...





A DOENÇA MAIS ANTIGA DO MUNDO

Atualmente, médicos e especialistas têm conhecimento acerca de inúmeras doenças, de todas elas a mais antiga é a hanseníase. Os primeiros registros dessa doença datam de 1350 a.C.. Apesar de ser muito antiga, o tratamento eficaz da doença só foi descoberto no começo dos anos 80, com o desenvolvimento da poliquimioterapia.

A hanseníase é provocada pela bactéria Mycobacterium leprae, também conhecida como Hansen, ela agride principalmente os nervos e a pele, podendo, em estágios mais graves, resultar em deformações. A lepra, como era conhecida, consome, resseca, agride e penetra na pele, deforma nervos, músculos e ossos.

No início ela provoca uma dor quase insuportável que logo passa e é substituída pela perda da sensibilidade e dos movimentos. O nome foi alterado por causa do preconceito com o qual os portadores da doença eram tratados, no Brasil a lepra passou a ser conhecida como hanseníase.

Em números absolutos de hanseníase, o Brasil é o segundo país no ranking, perdendo somente para a Índia.


http://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/a-doenca-mais-antiga-mundo.htm

Piada...




Lua ou Nova Iorque?

Duas amigas loiras conversam e uma pergunta para a outra:

- O que fica mais perto, a Lua ou Nova Iorque?
- A Lua, é claro! - responde a outra loira.
- Por quê? - pergunta a segunda loira.
- Porque daqui conseguimos ver a Lua, mas não dá pra ver Nova Iorque.

Piadas: http://www.piadas.com.br/

Devanear...

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Então é...



História do Natal

Papai Noel: um dos símbolos do Natal

Origem do Natal e o significado da comemoração

O Natal é uma data em que comemoramos o nascimento de Jesus Cristo. Na antiguidade, o Natal era comemorado em várias datas diferentes, pois não se sabia com exatidão a data do nascimento de Jesus. Foi somente no século IV que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração. Na Roma Antiga, o 25 de dezembro era a data em que os romanos comemoravam o início do inverno. Portanto, acredita-se que haja uma relação deste fato com a oficialização da comemoração do Natal.

As antigas comemorações de Natal costumavam durar até 12 dias, pois este foi o tempo que levou para os três reis Magos chegarem até a cidade de Belém e entregarem os presentes (ouro, mirra e incenso) ao menino Jesus. Atualmente, as pessoas costumam montar as árvores e outras decorações natalinas no começo de dezembro e desmontá-las até 12 dias após o Natal.

Do ponto de vista cronológico, o Natal é uma data de grande importância para o Ocidente, pois marca o ano 1 da nossa História.

O Papai Noel : origem e tradição

Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.

Foi transformado em santo (São Nicolau) pela Igreja Católica, após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.

A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos, ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.

A roupa do Papai Noel 

Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura. Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys neste mesmo ano.

Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo.

Árvore de Natal

Em quase todos os países do mundo, as pessoas montam árvores de Natal para decorar casas e outros ambientes. Em conjunto com as decorações natalinas, as árvores proporcionam um clima especial neste período.

Acredita-se que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta.

Esta tradição foi trazida para o continente americano por alguns alemães, que vieram morar na América durante o período colonial. No Brasil, país de maioria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares, pois, além de decorar, simbolizam alegria, paz e esperança.

O presépio também representa uma importante decoração natalina. Ele mostra o cenário do nascimento de Jesus, ou seja, uma manjedoura, os animais, os reis Magos e os pais do menino. Esta tradição de montar presépios teve início com São Francisco de Assis, no século XIII. As músicas de Natal também fazem parte desta linda festa.

Curiosidade: o nome do Papai Noel em outros países

- Alemanha (Weihnachtsmann, O "Homem do Natal"), Argentina, Espanha, Colômbia, Paraguai e Uruguai (Papá Noel), Chile (Viejito Pascuero), Dinamarca (Julemanden), França (Père Noël), Itália (Babbo Natale), México (Santa Claus), Holanda (Kerstman, "Homem do Natal), POrtugal (Pai Natal), Inglaterra (Father Christmas), Suécia (Jultomte), Estados Unidos (Santa Claus), Rússia (Ded Moroz).

http://www.suapesquisa.com/historiadonatal.htm

Evolução...



Influência humana permite a cães imitar expressões uns dos outros, diz pesquisa

Segundo cientistas, hábito era até agora considerado exclusivo de humanos e de alguns primatas

Cachorros podem imitar as expressões uns dos outros em fração de segundos, afirmam cientistas italianos.

Até agora, a característica era associada exclusivamente a humanos e a alguns primatas, como chimpanzés e orangotangos.

O estudo foi publicado na revista científica Royal Society Open Science.

Os cientistas dizem que os cachorros demonstram o que seria uma forma de empatia básica, permitindo-lhes entender as emoções uns dos outros.

A característica teria surgido pelo convívio com o homem, durante o processo de domesticação desses animais, afirmaram os pesquisadores do Museu Histórico Natural da Universidade de Pisa, na Itália.

Esse é o motivo pelo qual os seres humanos imitam automaticamente um sorriso ou uma risada, possibilitando com isso a troca de emoções.

"Demonstramos que essa característica está presente nos cachorros. Ela é involuntária, automática e ocorre em uma fração de segundos", afirmou à BBC Elisabetta Palagi, responsável pelo estudo.

Ela explica que os cachorros mostram uma forma básica de "compreensão emocional" a partir da qual eles podem entender instantaneamente as emoções uns dos outros, por meio de expressões faciais e movimentos corporais.

Segundo a pesquisadora, essa característica é o primeiro passo rumo a formas mais complexas de empatia.

"Um cachorro, quando se encontra com outro cachorro, pode entender seu estado de espírito, ao imitar sua expressão e seu movimento corporal", explicou.

"Esse fenômeno também está presente nos humanos e em outras espécies de primatas".

Imitação rápida

Para chegar às conclusões, Palagi e outros dois cientistas gravaram cachorros brincando em um parque de Palermo, na Itália.

Os pesquisadores analisaram a forma como os cachorros interagiam, incluindo sinais usados por eles para indicar quando estavam se divertindo, tais como:

Agachar-se ou curvar-se para baixo em suas patas dianteiras

Relaxar a mandíbula e revelar alguns de seus dentes

Depois de analisar 50 horas de vídeo, os cientistas descobriram que os cachorros são capazes de imitar as expressões faciais e os movimentos de outros cachorros em uma fração de segundos.

Essa "imitação rápida" seria, segundo eles, uma resposta muito mais automática e involuntária do que o resultado de um possível treinamento.

Relação com humanos

Para chegar às conclusões, cientistas gravaram cachorros brincando em um parque de Palermo, na Itália.

No entanto, John Bradshaw, da Escola de Ciência Veterinária da Universidade de Bristol, no Reino Unido, afirmou que mais pesquisas são necessárias para afirmar com segurança que os cachorros são realmente capazes de entender as emoções uns dos outros.

"Os cachorros domesticados são leitores extraordinários da linguagem corporal, inclusive entre eles mesmos, e esse é o motivo pelo qual eles são tão fáceis de ser treinados", disse ele.

"Eles também amam brincar, aprendendo rapidamente que a imitação das ações do outro, seja um cachorro ou humano, significa que a brincadeira pode durar mais tempo. Mas a ciência ainda precisa mostrar que os cachorros têm um entendimento do processo cognitivo de outros cachorros, ou emoções".

Os cachorros são conhecidos por serem capazes de responder às emoções humanas, como imitar um bocejo, sugerindo que eles podem reproduzir alguns aspectos básicos de empatia.

Essa característica pode ter evoluído na medida em que os animais foram domesticados ou pode estar presente nos ancestrais selvagens dos caninos.

Os pesquisadores italianos planejam estudar se os lobos têm a mesma capacidade, assim como compreender melhor a relação complexa entre humanos e cachorros.

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151223_cachorros_imitacao_emocao_lgb


Mistério...



Os novos casos de animais que engravidam mesmo sem acasalar

Cientistas durante anos acreditaram que os lagartos tegu de Muller eram fêmeas.

A partenogênese, o fenômeno dos partos virgens no mundo animal, já é conhecida. Alguns são assexuados e não precisam de machos para engravidar (algumas espécies de lagarto, por exemplo).

Mas o que costuma chamar mais a atenção são os casos de animais de espécies que normalmente se acasalam. E quatro novas instâncias foram descobertas em 2015.

Bicho-pau

Fêmeas dessa espécie australiana de inseto vão se acasalar quando lhes convier. Elas também desenvolveram métodos para repelir machos para que também possam de reproduzir sem interferência.

Um estudo publicado pela revista científica especializada Animal Behaviour, em março, sugeriu que não é uma questão de escassez de machos que determina a partenogênese no bicho-pau, mas que o ato sexual pode ser sofrido para as fêmeas. Por isso, algumas desenvolveram métodos para lá de criativos para fugir de machos mais cheios de libido.

Para o bicho-pau australiano, "assédio sexual" levou à partenogênese

Elas podem exalar um cheiro "antiafrodisíaco", que desestimularia tentativas de acasalamento. Para lidar com machos insistentes, as fêmeas do bicho-pau simplesmente dão chutes nos pretendentes.

"Algumas fêmeas conseguiram deixar de ser atraentes para machos depois de se reproduzirem de forma partenogênica e essas fêmeas continuando a procriar especificamente desta maneira", diz o estudo.

Toda a cria de partenogênese é fêmea, o que pode provocar um grave desequilíbrio populacional caso as fêmeas sigam em "carreira solo". Mas os pesquisadores contam que machos ainda conseguem subjugar fêmeas mais do que serem derrotados.

Cobras

A partenogênese já foi detectada em diversas espécies de cobras criadas em cativeiro, mas durante muito tempo acreditou-se que se tratava de algo que fêmeas faziam quando não havia machos por perto.

Em 2012, porém, o pesquisador Warren Booth, da Universidade de Tulsa (EUA), descobriu duas ninhadas selvagens de uma espécie de víboras tinham nascido por partenogênese.

Foi a primeira vez que houve documentação deste fenômeno em cobras selvagens e que tinham suposto acesso a machos. Uma das cobras sobreviveu e também deu cria meses mais tarde.

Em 2015, outra equipe de pesquisadores descobriu outra ocorrência entre víboras. Mas os filhotes não sobreviveram, o que sugere que a partenogênese não é a forma ideal de reprodução. "Essas cobras são metade clonadas de suas mães, o que a faz delas altamente inatas. 

A partenogênese causa muita mortalidade e falta de desenvolvimento", explica um dos autores do estudo, Mark Jordan, da Universidade Purdue, também nos EUA.

Jordan, porém, diz ter evidências de como essa forma de reprodução tem sido fundamental para a biologia das víboras. "É um recurso que as fêmeas podem usar periodicamente, em situações em que não há machos por perto, em que as populações são pequenas ou quando as cobras estão mudando de habitat".

Peixe-serra

O ano de 2015 marcou a primeira ocorrência de um "parto virgem" em vertebrados selvagens que nunca tinham sido aprisionados. O animal em questão é o peixe-serra de dentes pequenos, que nunca tinha sido documentado praticando a partenogênese.

Partos virgens já tinham sido vistos em tubarões, que são "parentes" dos peixes-serra, mas apenas em espécimes cativos. É através de testes genéticos que se detecta a partenogênese. Segundo um trabalho publicado no Current Biology em junho, pelo menos sete exemplares saudáveis foram identificados.

Assim como tubarões, peixes-serra também recorrem à partenogênese.

A descoberta ocorreu por acaso: populações de peixe-serra estão diminuindo, e biólogos marinhos estão estudando geneticamente suas populações para entender a consequência das ameaças de extinção. 

Os filhotes descobertos eram saudáveis e seguiam crescendo. O que os pesquisadores ainda não sabem é a razão pela qual a partenogênese ocorreu entre os peixes.

Especulam que pode ser uma estratégia para contrabalançar baixos níveis populacionais. "Se elas não encontram machos, é possível que o mecanismo seja acionado como um último esforço", explica Kevin Feldheim, do Museu Field de História Natural de Chicago.

Lagartos

Lagartos não deveriam estar nessa lista porque já se sabe que são espécies com partos virgens e assexuados. Não há outra maneira senão se reproduzir sozinho.

Mas a história é mais complicada: o Journal of Herpetology publicou em agosto um estudo revelando haver machos em uma espécie supostamente toda feminina. 

Oito lagartos tegu de Miller machos foram descobertos entre 192 adultos encontrados em 34 diferentes locações na América do Sul.

Foi a primeira vez que um macho desta espécie foi encontrado, e isso sugere que os tegu também se reproduzem de forma sexual. 

No entanto, um dos cientistas responsáveis pela descoberta, o brasileiro Sérgio Marques de Souza, da USP, conta que as fêmeas partenogênicas não parecem mudar de comportamento.

Oito machos do lagarto tegu de Miller foram encontrados na América do Sul.

A existência de machos, porém, oferece pistas sobre a origem dos partos virgens entre os tegus. Acredita-se que a partenogênese ocorra em lagartos por meio da hibridização - quando duas espécies relacionadas se acasalam, resultando em uma nova. 

Todas as crias desses híbridos são fêmeas. A descoberta dos machos sugere que a partenogênese possa ter surgido de pressões ambientais.

Souza diz ainda que análises revelaram que os tegus estariam praticando a partenogênese há pelo menos 4 milhões de anos.

"Isso contraria estudos anteriores que propõem a tese de que organismos partenogênicos têm baixa variação genética e pouco sucesso evolucionário", diz o cientista brasileiro.

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151218_vert_earth_animais_virgens_fd

Mais uma etapa superada...