segunda-feira, 24 de junho de 2013

Entendendo..

O descompasso entre a prática e a teoria: ideias liberais mal copiadas no Brasil entre o Império e a República

Os conservadores não queriam deixar de ser uma sociedade escravocrata.
No Brasil, entre os séculos XVIII e XIX, os filhos da oligarquia agrária enviados à Europa para estudar, voltavam trazendo nas malas toda uma formação orientada pelas principais correntes ideológicas que circulavam no continente europeu naquele período. 

Iniciava-se, dessa forma, um processo de “importação“ ideológica que futuramente esbarraria num contexto nacional completamente avesso ao cenário da Europa, caracterizando um verdadeiro artificialismo ideológico de um Estado que pensava de um jeito, mas agia de outro. 

Do Império aos anos que antecederam a República, tentou-se copiar as ideologias dos contextos europeu e americano na tentativa de construção de um Estado com poder descentralizado com bases impessoais e racionais, com funções dadas dentro de uma burocracia técnica.

No entanto, tais tentativas malograram, uma vez que a organização social brasileira condicionava a uma vida política pautada pela sobreposição entre as ordens pública (que diz respeito aos interesses coletivos, de toda a sociedade) e privada (particularistas, de interesse individual apenas). 

Em outras palavras, a causa do artificialismo dos ideais liberais e o malogro desta “importação de ideais” poderia ser encontrada na relação de promiscuidade ou de intercruzamento entre o público e o privado, uma vez que as políticas racionais de cunho positivista e liberal que o Estado defendia no âmbito do pensamento tinham de se moldar à sociedade patriarcal, escravocrata e patrimonialista. 

Se o liberalismo era sinônimo de liberdade e de descentralização política (a qual era interessante uma vez que a autonomia da elite poderia ser de maior valor do que a submissão ao poder da figura imperial), por outro ia na contra mão da realidade conservadora do Brasil. Prevaleciam as ideias tradicionais e elitistas de manutenção do território (e do poder que dele provinha), da territorialidade e do sistema econômico de produção assentado sobre a escravidão.

A maneira como se deu a Independência do país sem a eclosão de uma revolução (como as que ocorreram em outros países da América Latina) deixa claro que embora tenha sido motivada por um espírito “liberal-moderno”, foi promovida pela manutenção de sistemas e atividades da colônia, por atividades ainda em muito ligadas ao contexto da ordem privatista rural, cenário este que configurou o artificialismo ideológico. 

Este foi, certamente, o ponto alto do descompasso das práticas políticas nacionais com os ideais liberais positivistas da época. Assim ocorreu tanto no ensaio para a constituição do Império como para o advento da República.

Como mostra Luiz Werneck Vianna (1996), o idealismo nacionalista revolucionário que motivou a ruptura com a Metrópole portuguesa e, mais tarde, o próprio advento da República, cedeu lugar para a lógica do “conservar mudando”. 

A tentativa de se construir um Estado fundado na preservação de fatores como o trabalho escravo e o territorialismo (manutenção do grande latifúndio e do status da propriedade privada), permitiu que ele (o Estado) ficasse marcado por uma grande ambiguidade dada por seus anseios à modernidade e seu apego à tradição.

“A radical ambiguidade do Estado – entre liberalismo e a escravidão – devia se resolver nele mesmo, instituição tensa, arquiteto de uma obra a reclamar a cumplicidade do tempo, delegando-se ao futuro a tarefa de vencer a barbárie de uma sociedade fragmentária e invertebrada, até que ela viesse a corresponder e atender às exigências dos ideais civilizatórios dos quais ele seria o único portador”(VIANNA, 1996, p.378).

Esse contexto de transformação parcial da esfera política ou da utilização do liberalismo como um “conta-gotas”, nas palavras de Werneck (1996), é também referido por Wanderley G. dos Santos. 

Ao discorrer sobre a evolução do liberalismo no Brasil em um dos trabalhos, ele mostra a ótica sobre a maneira como se deu a formação deste contexto político nacional com ares de liberal e democrático, mas impregnado de questões obscuras que denunciavam uma “não conversão integral” ao liberalismo e às práticas positivistas apregoadas, na teoria, pelo Estado e pela Constituição.

 “Assim, para que o Estado liberal operasse a contento, tal como descrito na Constituição, seria suficiente varrer os políticos corruptos do sistema. Essa ideia constituiria a espinha dorsal da agenda dos políticos liberais até 1930: eleições honestas, afastamento dos políticos corruptos, liberdade para o mercado político poder operar como devia. Não deveria surpreender a ninguém, entretanto, encontrar muitos dos que aderiram a esse tipo de liberalismo pedindo ao Estado que sustentasse os preços do café, ou ao Governo que apoiasse a economia açucareira” (SANTOS, 1998, p.34).

Logo, nada mais indicador que estas questões obscuras (presentes na prática política) para denunciar o artificialismo ideológico existente, que mais tarde contribuiria ao vilipêndio do espaço político brasileiro de maneira geral. 

Assim, se a tentativa da efetivação de práticas políticas envoltas pelos ideais europeus em voga poderia ser lida como uma ação voltada à esfera pública, e se por outro lado, a forma com qual a classe política tentou pautar suas ações na defesa de seus interesses denuncia a tentativa de perpetuação da esfera privada no poder, o que se pode inferir é que a organização política nacional foi construída sobre esta sobreposição entre tais esferas. 

Dessa forma, será esta sobreposição ou simbiose entre a coisa pública e a privada o ponto fundamental para se pensar como também foi edificado o campo da política no Brasil, o qual, como se sabe, possui muitas fragilidades.
http://www.brasilescola.com/sociologia/o-descompasso-entre-pratica-teoria-ideias-liberais.htm

Curioso...

Iron Maiden
Réplica da Dama-de-ferro

Iron Maiden ou dama-de-ferro era um instrumento de tortura utilizado na Idade Média. Era caracterizado por sua semelhança com um sarcófago, apresentava o rosto de uma mulher beatificada, onde colocavam os presos da época para sofrerem até a morte. Era utilizado por pessoas que praticavam qualquer tipo de crime contra o Estado, exceto contra a majestade, como no caso das adúlteras, jovens e viúvas que não mantinham a castidade, em interrogatórios com suspeita de bruxaria e com pessoas que mantinham relação com as forças do inferno.

A porta deste instrumento era composta, em seu interior, por espinhos extremamente afiados que perfuravam o corpo dos presos sem que pudesse atingir os órgãos para que este experimentasse o gosto terrível da dor até a morte. A dor se intensificava todas as vezes que o instrumento era aberto, o que era feito tanto no lado da frente do instrumento como atrás, pois ao fechá-lo os espinhos novamente atingiam as perfurações antes feitas. Acredita-se que os espinhos utilizados no instrumento eram desmontáveis e de tamanhos variados para que pudessem controlar a agonia do preso segundo os seus feitos.

Outra característica deste instrumento de tortura era que sua estrutura era extremamente grossa não permitindo ouvir os gritos e gemidos de quem agonizada dentro dele.

O instrumento mais famoso foi o Iron Maiden de Nuremberg inventado na Alemanha, no século XV, como réplica dos instrumentos mais antigos. Este foi destruído em 1944 quando a cidade onde estava foi bombardeada por ataques aéreos durante a Segunda Guerra Mundial.

Piada...

Um casal discute dentro do carro durante a viajem... Depois de uns minutos eles passam por uma fazenda, onde há mulas e cavalos. Então o esposo diz: - Seus parentes? A esposa responde: - Sim, sogra e cunhados...
http://www.piadasnet.com/piada1728casais.htm

Devanear...

Sossega coração - Fernando Pessoa
Sossega, coração! Não desesperes! Talvez um dia, para além dos dias. Encontres o que queres porque o queres. Então, livre de falsas nostalgias, Atingirás a perfeição de seres.   Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo! Pobre esperança a de existir somente! Como quem passa a mão pelo cabelo E em si mesmo se sente diferente, Como faz mal ao sonho o concebê-lo!   Sossega, coração, contudo! Dorme! O sossego não quer razão nem causa. Quer só a noite plácida e enorme, A grande, universal, solente pausa Antes que tudo em tudo se transforme.
http://www.mensagenscomamor.com/poemas-e-poesias/poesia_para_coracoes_partidos.htm

Revoltante...

Quinze crianças são vítimas de violência a cada hora no Brasil
Reportagem especial exibe histórias tocantes de vítimas de abusos e a precariedade dos órgãos de defesa das crianças.
Abuso sexual, exploração, maus tratos, agressões, negligência. Em todo o país, a cada hora, 15 crianças são vítimas de algum tipo de violência. Mas esse número pode ser bem maior, porque nem todos os casos são denunciados.
No Congresso Nacional, um projeto polêmico, conhecido como Lei da Palmada e que não vai mais permitir qualquer tipo de castigo físico, está parado há mais de um ano.

O Fantástico entra nessa discussão e apresenta um retrato da violência e da omissão contra a criança no Brasil. Uma reportagem especial de Marcelo Canellas, Lorena Barbier e Wellington Valsechi.
A reportagem especial exibe histórias tocantes de vítimas de abusos e a precariedade dos órgãos de defesa das crianças. Discute também a Lei da Palmada, que divide a opinião de especialistas.

'Há um abismo enorme entre lei e realidade', diz repórter sobre violência
Veja depoimento de Marcelo Canellas sobre violência contra a criança.
Depois de meses investigando a situação da violência contra a criança no Brasil, o repórter Marcelo Canellas afirma ter ficado marcado pela disparidade entre as intenções do discurso oficial e a vida real. Se, na lei, o que o Estado procura é criar uma rede de proteção para a juventude, na prática, o que se vê são Conselhos Tutelares sucateados, deixando os menores desamparados contra agressões.

Mas, no meio desse cenário triste, ainda há espaço para esperança. Assista ao lado ao depoimento do repórter.

Processo seletivo...

Estudo indica que homens namoram as belas, mas se casam com as feias

Pesquisa diz que homens preferem casar com as feias.
Homens que buscam um relacionamento fortuito preferem mulheres mais belas, de feições mais femininas, enquanto preferem as menos atraentes quando querem relações estáveis, revelou um estudo publicado nesta sexta-feira e que mergulha nos determinantes evolutivos sobre o jogo amoroso.

Segundo a pesquisa, feições femininas, como um maxilar menor ou bochechas mais preenchidas são vinculadas à atratividade de uma mulher, que são consideradas um indício de saúde, juventude e fidelidade, entre outras características.

Feições femininas estão associadas a um nível mais elevado do hormônio feminino estrogênio, que também está relacionado com o sucesso reprodutivo.

Estudos sobre os fatores que influenciam a formação de casais entre humanos costumam se concentrar nas mulheres, que demonstram ter uma preferência similar por homens mais fortes para se envolver em casos rápidos, mas preferem um de tipo mais intelectual para relacionamentos estáveis, possivelmente por considerarem esta uma aposta mais confiável para ajudar a criar os futuros filhos.

Em um estudo realizado com centenas de voluntários heterossexuais do sexo masculino, uma equipe de cientistas apresentou composições de fotos variadas de rostos de mulheres e perguntou aos homens quais eles escolheriam para relacionamentos longos ou curtos.

As fotos apresentaram duas versões de cada rosto, uma com traços sutilmente mais femininos e outra com traços mais masculinos. As fotos eram de rostos de mulheres japonesas e europeias.

Os pesquisadores descobriram que os homens atribuíram notas mais altas para um relacionamento casual às mulheres com traços mais femininos. Essa preferência se mostrou especialmente alta entre os homens que já estavam em uma relação estável.

"Quando um homem tem uma parceira garantida, o custo potencial de ser descoberto pode aumentar a seletividade no que diz respeito a parceiras fortuitas em comparação com homens sozinhos, que podem aumentar as chances de sucesso em relacionamentos ao suavizar seus padrões", escreveram os autores do estudo.

Mas, ao fazer escolhas de longo prazo, os homens "podem realmente preferir mulheres menos atraentes ou femininas", acrescentaram.

Pesquisas anteriores revelaram que as mulheres atraentes são mais propensas a ser infiéis, particularmente se o parceiro for feio.

"Se sua parceira o trair, o homem corre o risco de criar um filho que não é seu", explicaram os autores.

O estudo, conduzido por Anthony Little, da Universidade de Stirling, na Inglaterra, e Benedict Jones, da Universidade de Glasgow, na Escócia, está publicado no British Journal of Psychology.

http://br.mulher.yahoo.com/estudo-indica-homens-namoram-belas-mas-se-casam-203251652.html

Gabolas nada mais...










A presidenta Dilma Rousseff falou, mas não disse
Em artigo, o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos analisa o pronunciamento desta sexta e afirma que o discurso foi ineficaz e que as manifestações revelam o maior ataque à democracia dos últimos 20 anos.

Não se cura tuberculose por decreto ao fim de passeatas. Mas as gangues de ladrões e depredadores que desde terça-feira, dia 18 de junho, receberam de presente a mais legítima carona da sociedade – desfiles pacíficos em nome da democracia – estão pouco se lixando. 

Os articuladores anônimos dos grupos violentos de direita, neo-nazistas inclusive, e dos radicalóides sociopatas, conhecem muito bem o tempo das políticas, mas não é o que os interessa. 

Para os atraídos de boa fé para a trapaça reivindicatória, enfim, o discurso da presidente Dilma não trouxe novidade. Investimento em saúde e educação, ensino técnico como nunca visto, transparência na administração, através da lei de acesso à informação, apuração de desvios administrativos, com inédita demissão de ministros, são políticas já em vigor e rotineiras, isto é, não há mais discussão sobre se devem ou não devem ser executadas. 

São políticas de Estado, compromisso do país. Isso para não enumerar sucessivas inovações na política social que, estupidez que o amanhã julgará, passou a ser impudico mencionar em meios de classe de renda mais elevada.

A mensagem da presidente arrisca ser ineficaz, do mesmo modo como são absolutamente vazias as reivindicações marchadeiras: saúde, educação, transparência, ética na política – sem que se indiquem os acusados de objetá-las. 

Por isso, as provocações tendem a perdurar enquanto os de boa fé não se derem conta de que são equivocadas as manifestações com tanta virulência contra o que de fato já está em execução, obtendo variados graus de sucesso. O cerne da contestação não está nas demandas fragmentadas. Está no ataque à democracia como sistema capaz de prover e operar uma sociedade justa. 

Em outras palavras: segundo os mentores e comentaristas convertidos os grandes feitos dos últimos governos não seriam tão significativos, antes revelando ser a democracia, pelo menos em sua forma atual, um desastre governativo. Recusa enfática a esse niilismo não constou, mas devia ser crucial, do discurso presidencial.

A mensagem subliminar dos arquitetos da desordem (com exceção do Movimento pelo Passe Livre fora) e dos aproveitadores de todas as idades tem consistido em insinuar que as instituições democráticas – governo representativo, parlamentos, movimentos sociais organizados, partidos políticos – são os obstáculos à construção de uma sociedade mais justa e livre. 

Golpistas crônicos, anarquistas senis em busca de holofote, muitos jovens anencéfalos e assustados da classe média em geral, formam a retaguarda deste exército do obscurantismo e da violência. A essência desse arremedo intolerante de participação é uma reação à democracia e  realizações. 

Faltou ao discurso de Dilma Roussef uma declaração de que reconhecia as manhas dos que se aproveitam das boas intenções para conduzi-las ao inferno. E de que não se submeterá a elas.

Enquanto a empulhação televisa continua a descrever as manifestações “cívicas até aqui pacíficas”, no meio das passeatas, como se as apresentadoras não soubessem o que viria ao fim da encenação, registro que, em minha opinião, se trata do maior cerco reacionário, nacional e internacional, que este país já sofreu nos últimos vinte anos.
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2013-06-22/a-presidenta-dilma-rousseff-falou-mas-nao-disse.html

Mais uma etapa superada...