sábado, 22 de abril de 2017

Constatação do hiato entre pais e filhos...

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O que se sabe até agora sobre o jogo da "Baleia azul"

Série de 50 desafios que estimulam o suicídio de jovens é investigada em diversos estados do Brasil


RIO — O jogo da "baleia azul", série de 50 desafios cujo objetivo final do jogador é acabar com a própria vida, está movimentando as redes sociais, principalmente desde o início desta semana, quando a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) do Rio divulgou que está fazendo um rastreamento das redes sociais para reunir informações sobre o jogo. Um inquérito foi instaurado depois que a mãe de um menino de 12 anos denunciou que o garoto foi convidado a participar da série de desafios.

Entenda o jogo

O jogo consiste em uma série de 50 desafios diários, enviados à vítima por um "curador". Há desde tarefas simples como desenhar uma baleia azul numa folha de papel até outras muito mais mórbidas, como cortar os lábios ou furar a palma da mão diversas vezes. Em outra tarefa, o participante deve "desenhar" uma baleia azul em seu antebraço com uma lâmina. Como desafio final, o jogador deve se matar.

O "curador" é quem envia ao participante do jogo os 50 desafios que ele deve cumprir diariamente até chegar ao suicídio. Se condenado, ele pode ficar preso por mais de 40 anos. (3 anos por associação criminosa, 8 anos por lesão grave, 6 meses por ameaça e 30 anos por homicídio).

O GLOBO teve acesso à mensagem recebida por um carioca de 22 anos convidando-o para entrar no jogo na última quinta-feira. No texto, há uma ameaça: "Caso nos bloqueie ou nos ignore, mandaremos seu número a nosso chefe. Ele pegará seus dados e descobrirá seu nome".


A mensagem recebida por um jovem - Reprodução

O conjunto de tarefas se tornou preocupação para autoridades de diferentes países. A origem do jogo que incentiva o suicídio não é conhecida, mas os primeiros relatos surgiram na Rússia. Em fevereiro, duas adolescentes se jogaram do alto de um prédio de 14 andares em Irkutsk, na região da Sibéria. Segundo investigações, Yulia Konstantinova, de 15 anos, e Veronika Volkova, de 16, se suicidaram depois de percorrer as 50 tarefas enviadas. Em sua página no Facebook, Yulia tinha compartilhado a imagem de uma baleia azul.

O perfil das vítimas

A delegada Fernanda Fernandes, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) do Rio, está traçando o perfil dos participantes da 'Baleia Azul'. Segundo ela, os convidados a entrar no jogo são adolescentes que têm, em média, de 12 a 14 anos, e com tendência à depressão. A maioria resiste em sair do jogo por temer ameaças dos administradores.

Moradora da Zona Oeste do Rio, Mariana (nome fictício), de 15 anos, é uma sobrevivente e recomenda que outros jovens e adolescentes não embarquem no jogo macabro.

Como a polícia está atuando

Há notícias de casos de suicídio relacionados ao jogo da baleia azul em diversos estados. No Rio de Janeiro, a delegada Fernanda, da (DRCI), disse, na última quarta-feira, que os "curadores" do desafio podem ser indiciados até por homicídio.

De acordo com Fernanda, um inquérito foi instaurado para investigar os crimes de associação criminosa, ameaça, lesão corporal (em relação às automutilações praticadas pelos participantes) e homicídio tentado ou consumado. A delegada informou, ainda, que notificará as secretarias municipal e estadual de Saúde para que casos de mutilações graves em adolescentes e jovens sejam comunicados diretamente à DRCI.

Policiais Civis do Paraná estão investigando as circunstâncias de sete tentativas de suicídio de adolescentes, todas ocorridas nesta terça-feira na capital do estado, Curitiba. A Secretaria municipal de Saúde avalia que pode haver uma relação entre esses casos e o "jogo da baleia azul". De acordo com autoridades, os jovens tinham sinais de automutilação e de ingestão de remédios.

Em Minas Gerais, a polícia investiga o caso de um garoto de 19 anos, encontrado morto no último dia 12, em Pará de Minas, no centro-oeste do estado. O celular do jovem já foi periciado e as autoridades aguardam o resultado do laudo.

Um inquérito foi instaurado no Mato Grosso para apurar as circunstâncias da morte de uma adolescente de 16 anos, encontrada numa represa de Vila Rica. De acordo com as autoridades, a mãe da jovem teria identificado cortes nos braços da vítima há cerca de dois meses. Ela também entregou à polícia duas cartas escritas a mão pela filha. Os investigadores aguardam ainda o resultado da perícia no celular da jovem.

Repercussão Nacional

A Câmara dos Deputados aprovou a realização de uma audiência pública para discutir o "jogo da baleia azul". A reunião, ainda sem data marcada, será promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Casa. Os organizadores da audiência convidarão um representante da Unicef Brasil e o youtuber Felipe Neto, que gravou um depoimento em seu canal no site de vídeos para alertar as famílias sobre o jogo e sobre a necessidade de atenção à saúde mental dos adolescentes.

Na audiência, representantes do Facebook e do WhatsApp, meios em que os jovens são geralmente cooptados para o jogos, deverão explicar o que as empresas têm feito para combater a propagação do jogo na web. O senador Magno Malta (PR-ES) também pediu, nesta quarta, urgência para a leitura do requerimento de instalação da CPI dos Maus Tratos Infantis, com o objetivo de investigar diversos tipos de violência contra crianças. Um dos argumentos foi o jogo da Baleia Azul.

A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) solicitou à Polícia Federal, nesta quarta-feira, que investigue o desafio "baleia azul", que incentiva a automutilação e o suicídio entre jovens e adolescentes. O ofício foi endereçado ao diretor-geral da PF, Leandro Daiello, e pede a abertura de inquérito para se chegar aos responsáveis pela propagação do jogo, praticado em grupos fechados nas redes sociais.


Repercussão nas redes

O youtuber Felipe Neto divulgou um desabafo que considerou o vídeo mais importante que já fez. Ele revelou que foi diagnosticado com depressão, mas disse que leva uma vida normal, já que faz tratamento para a doença. O youtuber acredita que o "desafio da baleia azul" é um problema porque atrai as pessoas que sofrem com distúrbios de saúde mental, como a depressão.

"Vocês acham que o jogo da Baleia Azul é o responsável pela morte desses jovens? Eu não gostaria de acreditar que alguém saudável, estável psicologicamente jogue um jogo desse e termine se matando. Então eu acho que o problema aqui não é o jogo. Eu vejo muita gente falando 'porque o jogo matou...cuidado com o seu filho jogando o jogo'. Sim, óbvio, cuidado com o seu filho, óbvio. Mas, cuidado com o seu filho", salientou o youtuber.


Na contramão dos desafios macabros propostos pelo jogo da "baleia azul", alguns "concorrentes" do bem começaram a surgir na internet. O Baleia Verde dá aos participantes 35 tarefas que estimulam a autoconfiança e autoestima dos jogadores. A página no Facebook leva uma mensagem de apoio àqueles já tiveram ou têm ideias suicidas

Já o "Baleia rosa" conta com mais de 200 mil seguidores. O jogo propõe desafios como “escreva na pele de alguém o quanto você a ama”, “poste uma foto usando a roupa que te faz sentir bem” e “faça carinho em alguém”. Os administradores contaram ao GLOBO tem recebido muitas mensagens de crianças pedindo ajuda e entraram em contato com uma psicóloga para ajudar a responder os casos mais sérios.

 
Uma das fotos compartilhadas no site da Baleia rosa - Reprodução Baleia Rosa

Os boatos que estão surgindoUma mensagem que circula pelo Whatsapp ameaçando estudantes de uma escola da cidade de Ipanema, em Minas Gerais, gerou pânico entre os pais dos alunos. O texto diz que um dos desafios propostos pelo infame "jogo da baleia azul" é envenenar 30 crianças e que a Escola Estadual Nilo Morais Pinheiro seria o alvo escolhido. A Polícia Militar está investigando o caso para chegar ao autor da mensagem e a suposta ligação com o jogo.

 
Ameaça de envenenamento alarma direção de escola e pais de alunos - WhatsApp/Reprodução

Um homem de 24 anos foi detido no município de Novo Mundo, no Mato Grosso, por propagar a mesma mensagem pelo WhastApp. Segundo a Polícia Militar, o jovem que mandou a mensagem considerava tudo uma brincadeira e afirmou, em depoimento, que não está envolvido no jogo. Acionada pelo número de emergência, a PM também apreendeu o telefone do suspeito, que foi posteriormente encaminhado à delegacia local.

 

Robson Silvério dos Anjos, de 24 anos, foi preso por ter enviado ameaça a crianças da cidade de Novo Mundo, no Mato Grosso - WhatsApp/Reprodução

Como identificar e ajudar filho a não se envolver no jogo

Os pais precisam ficar de olho se a criança ou adolescente apresentou alguma mudança brusca de comportamento. Segundo Elizabeth dos Reis Sanada, doutora em psicologia escolar e docente no Instituto Singularidades (SP), isso pode ser sinal de que a criança ou adolescente esteja sofrendo com algo que não pode lidar. Os pais também devem demonstrar interesse por sua rotina para entender se o jovem está com problemas.

Os filhos também devem se sentir acolhidos e, por isso, Elizabeth reforça que os pais revertam suas expectativas em relação a eles. Os jovens precisam buscar pessoas em quem confiam para compartilhar seus anseios, seja na escola ou na família.

“É preciso que o adolescente fique à vontade para falar de suas frustrações e se sinta apoiado. Se ele tiver um espaço para dividir suas angústias e for escutado, tem um fator de proteção”, dsse.

Para Angela Bley, psicóloga coordenadora do Instituto de Psicologia do Hospital Paqueno Príncipe (PR), o adolescente muitas vezes não tem capacidade de discernir sobre todo o conteúdo ao qual é exposto e, por isso, é importante o diálogo franco.

Iniciativas da escola

As escolas podem ajudar a identificar situações de risco entre os alunos. “Não é qualquer criança que vai responder ao chamado de um jogo como esse, são os que têm situações de vulnerabilidade. A escola ajuda a construir laços e tem papel fundamental de perceber como os alunos se desenvolvem”, afirma Elizabeth. Alguns colégios, já cientes da viralização do jogo, começaram a pensar em alternativa para aumentar a conscientização sobre a importância de cuidar da vida.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/o-que-se-sabe-ate-agora-sobre-jogo-da-baleia-azul-21236180#ixzz4ezzvizIF
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Reflexo da sociedade...

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PPP ou PQP?

Guarde o nojo, o cansaço. Podemos estar testemunhando o expurgo da bandidagem.

A megaconspiração entre empreiteiros e políticos no Brasil conseguiu desmoralizar a Parceria Público-­Privada. A PPP seria excelente instrumento para melhorar a vida de centenas de milhões de pessoas. 

Em infraestrutura, transporte, metrôs, estradas, portos, aeroportos, moradia, saneamento, escolas, hospitais, urbanização de favelas. Que desperdício. Tudo contaminado pela ganância e pela falta de caráter de “serial-robbers” no Poder.

Graças à Operação Lava Jato – que a classe política tenta torpedear com o projeto “contra abuso de autoridade” –, temos acesso às entranhas desse polvo em que se transformou a PPP. As propinas eram distribuídas em motéis e flats e mesmo na casa da mãe idosa, ou pagos no exterior ou em mesadas em espécie. 

Diante disso, pensamos: PQP! Emergem detalhes constrangedores e montantes estapafúrdios guardados até em meia-calça feminina por baixo do terno. “A gente entregou um ‘recurso’, a pessoa baixou a calça e botou dentro da meia”, revelou o delator Carlos Cunha, em processo que apura corrupção na reforma do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

A cada delação, casos picantes são relatados em minúcias. Assim ficamos sabendo que somente a Odebrecht teria pago 36 parcelas de mesadas de R$ 547 mil ao ex-deputado Eduardo Cunha, por sua “ajuda política” para o Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. 

A ajuda de Cunha era cobiçada por sua influência na Caixa Econômica Federal, que contribuiu para a obra com R$ 3,5 bilhões do FGTS. No total, Cunha teria recebido R$ 52 milhões por essa PPP, prevista para durar 15 anos. Apelidado de Caranguejo na planilha, ele diz que a delação é “falsa, fluida e desprovida de provas”. Fluida?

Impressiona que as delações dos executivos da Ode­brecht – um roteiro de endereços, valores, métodos de distribuição, nomes de intermediários, descrições de acobertamento – sejam todas tachadas de “falsas” pelos acusados. 

Se assim fosse, Emílio e Marcelo mereceriam um Oscar de ficção. E os figurantes também. Cada dia a propina era paga num endereço diferente. Para proteger os executivos de...assalto! Um dos delatores comprou um cofre “desses de caminhão” e instalou na sala de seu apartamento.

Ficamos sabendo que Sérgio Cabral, agora réu pela sétima vez, distribuía obras entre as empreiteiras antes mesmo das licitações e que teria recebido mais de R$ 700 milhões de propina pelas obras do Maracanã e pelo PAC das favelas. 

Imagine um governador roubar dos favelados, desviar milhões do teleférico do Complexo do Alemão. É preciso diagnosticar o transtorno que acometeu Cabral. Muitas negociações aconteciam no Palácio mesmo. Ele falará?

São Paulo também contribuiu ativamente para desmoralizar as PPPs. As obras da Linha 6 do metrô de São Paulo, que teriam 15 estações, estão paradas. Dá para entender. Do contrato de R$ 9 bilhões assinado pela Odebrecht, saíram, segundo delações, propinas vultosas para a campanha do governador Geraldo Alckmin. 

Também saiu dos custos do metrô um “programa de ajuda” de R$ 14 milhões para o ex-prefeito Gilberto Kassab. Como ministro das Cidades de Dilma Rousseff, Kassab teria tentado retribuir com benefício fiscal para a Odebrecht.

Contra Lula, o cerco aperta. No caso do ex-presidente, não são as somas que mais impressionam, por enquanto. Mas, ainda segundo as delações, a atração pelos favores pessoais, como a obra de R$ 700 mil no sítio de Atibaia, pedida por ele ao amigo Odebrecht, coordenada por Dona Marisa e disfarçada por um contrato fictício em valor mais baixo e em nome de Fernando Bittar, o sócio do filho. 

Quem negaria um favor a Lula? Ou ao “assessor para assuntos pessoais do presidente”, Rogério Aurélio Pimentel? Afinal, como disse o delator, a obra custaria algo, “digamos, dentro do nada, nenhum valor absurdo”.

Lula também pediu à Odebrecht, em troca de favores, ajuda a regimes autoritários. Alguns empreendimentos no exterior eram comandados por seu sobrinho Taiguara dos Santos. E assim Lula ajudou a Cuba dos irmãos Castro, a Venezuela de Chávez e Maduro e a Angola de José Eduardo dos Santos. 

Este último governa Angola desde 1979 e também é comandante em chefe das Forças Armadas. Um dos países mais corruptos que visitei, na época da guerra com a África do Sul.

São 267 acusados de crimes contra nosso dinheiro. São mais de 900 horas de gravações. Guarde o nojo, o cansaço com as repetições dos episódios, o descrédito alimentado pelo sigilo e pela impunidade ao longo de décadas. 

Podemos estar testemunhando o expurgo da bandidagem, o confisco de bens e a volta de bilhões para os cofres públicos. O desfecho da série pode ser escrito também por nós. Vamos limar o projeto oportunista contra abuso de autoridade e ajudar a acabar com o foro privilegiado.


Quando viver deixa de valer a pena...

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Crescimento constante: Taxa de suicídio entre jovens sobe 10% desde 2002

Dados do Mapa da Violência 2017 obtidos com exclusividade pela BBC Brasil mostram 2.928 casos somente em 2014.

Suicídio ainda é tabu, mas especialistas defendem que deve ser mais debatido.
  
De assunto mantido entre quatro paredes a tema de série na internet, o suicídio de jovens cresce de modo lento, mas constante no Brasil: dados ainda inéditos mostram que, em 12 anos, a taxa de suicídios na população de 15 a 29 anos subiu de 5,1 por 100 mil habitantes em 2002 para 5,6 em 2014 - um aumento de quase 10%.

Os números obtidos com exclusividade pela BBC Brasil são do Mapa da Violência 2017, estudo publicado anualmente a partir de dados oficiais do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do 

Ministério da Saúde.

Um olhar atento diante de uma série histórica mais longa de dados permite ver que o fenômeno não é recente nem isolado sobre o que acontece com a população brasileira. Em 1980, a taxa de suicídios na faixa etária de 15 a 29 anos era de 4,4 por 100 mil habitantes; chegou a 4,1 em 1990 e a 4,5 em 2000. Assim, entre 1980 a 2014, houve um crescimento de 27,2%.

Criador do Mapa da Violência, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz destaca que o suicídio também cresce no conjunto da população brasileira. A taxa aumentou 60% desde 1980.

Em números absolutos, foram 2.898 suicídios de jovens de 15 a 29 anos em 2014, um dado que costuma desaparecer diante da estatística dos homicídios na mesma faixa etária, cerca de 30 mil.

"É como se os suicídios se tornassem invisíveis, por serem um tabu sobre o qual mantemos silêncio. Os homicídios são uma epidemia. 

Mas os suicídios também merecem atenção porque alertam para um sofrimento imenso, que faz o jovem tirar a própria vida", alerta Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).

O sociólogo aponta Estados do Centro-Oeste e Norte em que a taxa de suicídio de jovens é maior, num fenômeno que os especialistas costumam associar aos suicídios entre indígenas: Mato Grosso do Sul (13,6) e Amazonas (11,9).

Na faixa etária de 15 a 29 anos, a taxa de suicídio tem se mantido sempre um pouco acima da verificada na população brasileira como um todo, segundo a publicação "Os Jovens do Brasil", lançada por Waiselfisz em 2014, com um capítulo sobre o tema.

Segundo a publicação, o Brasil ainda apresenta taxas de suicídio relativamente baixas na comparação internacional feita com base em dados compilados pela ONU.

Em países como Coreia do Sul e Lituânia, a taxa no conjunto da população supera 30 por 100 mil habitantes; entre jovens, supera 25 por 100 mil habitantes na Rússia, na Bielorússia e no Cazaquistão.

Em números absolutos, porém, o Brasil de dimensões continentais ganha visibilidade nos relatórios: é o oitavo país com maior número de suicídios no mundo, segundo ranking divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2014.

Depressão, drogas, abusos e bullying

O suicídio na juventude intriga médicos, pais e professores também pelo paradoxo que representa: o sofrimento num período da vida associado a descobertas, alegrias e amizades, não a tristezas e morte.

O tema foi debatido na quinta-feira (20) numa roda de conversa organizada pelo Centro Acadêmico Sir Alexander Fleming (Casaf), do curso de Medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com a presença de estudantes e professores.

Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, o problema é normalmente associado a fatores como depressão, abuso de drogas e álcool, além das chamadas questões interpessoais - violência sexual, abusos, violência doméstica e bullying.

A cientista política Dayse Miranda, coordenadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção da UERJ, participou do debate e destacou os relatos dos estudantes.

"Fiquei impressionada como os alunos falaram de sofrimento, seja deles, seja a dificuldade para lidar com o sofrimento de outros jovens, além do uso excessivo de medicamentos, que eles naturalizam", afirma.

"Um deles disse considerar impossível um aluno passar pelo terceiro ano de Medicina sem usar remédios para ansiedade e depressão."

A coordenadora-geral do centro acadêmico de Medicina, Elisabeth Amanda Gomes Soares, de 22 anos, aluna do sexto período, diz que a intenção ao promover o evento foi debater a saúde mental do estudante.

Segundo ela, o aluno de Medicina muitas vezes acaba se distanciando das questões mais humanas e esquece a vida social e familiar para se dedicar ao curso, sucumbindo às pressões.

"É muita cobrança por competitividade, nota, sucesso, presença... Temos de discutir isso dentro do curso, é um tema ainda pouco falado", afirma.

Dayse Miranda destaca, entre os jovens que cometem suicídio, o grupo que tem de 15 a 24 anos. "É um período que inclui adolescência, problemas amorosos, entrada na faculdade, pressão social pelo sucesso... Depois dos 25 anos, já é um jovem adulto, as preocupações mudam, já são mais relacionadas a emprego", avalia.

"Também alerto não ser possível falar do jovem como um grupo único. Há diferenças entre grupos sociais. O aluno de Medicina é parte de uma elite. Como é em outros grupos? Temos de discutir esse tema seriamente, pois o problema vem crescendo."

Ambiente escolar

Psiquiatra da infância e da adolescência e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Carlos Estelita estuda a interface entre o suicídio e outros fenômenos violentos - desde famílias que vivem em comunidades urbanas tomadas por tiroteios e vivem o estresse diário dos confrontos até jovens indígenas que se sentem rejeitados tanto por suas tribos como por grupos brancos.

O bullying no ambiente escolar é citado por ele como um dos principais elementos associados ao suicídio. "Pessoas que seguem qualquer padrão considerado pela maioria da sociedade como desviante, seja o tênis diferente, a cor da pele, o peso, o cabelo ou a orientação de gênero, são hostilizadas continuamente e entram em sofrimento psíquico", afirma Estelita, professor do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, ligado à Fiocruz.

"Temos de alertar também para a transformação do modelo tradicional de família e para o fato de que a escola nem sempre consegue incluir esse jovem."

Outra dificuldade é falar do assunto com jovens. Muitas vezes, estratégias que funcionam com adultos não têm o mesmo resultado quando usadas com adolescentes - e, entre as peculiaridades desse grupo, está a forma como usa a internet e as redes sociais.

A rede vem sendo palco para grupos que não só romantizam o suicídio, mas exortam jovens a cometê-lo, usando a falsa ideia do desafio. O psiquiatra sublinha a necessidade de uma política nacional de atendimento a urgências, pois, muitas vezes, os profissionais não sabem como lidar com casos de tentativas de suicídio.

A psicóloga Mariana Bteshe, professora da Uerj, diz que os pais devem estar atentos a qualquer mudança brusca no comportamento do jovem, como, por exemplo, um adolescente expansivo que, de repente, fica introspectivo, agressivo, tem insônia, dorme demais ou passa muito tempo no quarto.

Mais uma vez, o alerta especial vai para o uso da internet, e Bteshe lista, na contramão do jogo que incentivaria o suicídio, iniciativas que tentam combater a depressão e lançam desafios "do bem", como o jogo da Baleia Rosa.

"Muitas vezes o jovem fica muito tempo na internet, e os pais não sabem o que ele anda vendo ou com quem anda falando. É preciso que a família, mantendo a privacidade do jovem, busque uma forma de contato com ele e abra um espaço de diálogo", afirma a psicóloga, que defendeu na Fiocruz uma tese de doutorado sobre suicídio.

Bteshe reitera que silenciar sobre suicídio não ajuda a combater o problema. Este é um dos tabus associados ao tema, o chamado "Efeito Werther" - a ideia de que falar de suicídio pode inspirar ondas de casos por imitação.

O nome vem do protagonista do livro "Os sofrimentos do jovem Werther", de Goethe, publicado em 1774, sobre um rapaz que se suicida após um fracasso amoroso e cujo exemplo teria provocado outros suicídios de jovens.

Atualmente, diz a psicóloga, a diretriz da OMS é abordar o tema sem glamour, sem divulgar métodos e sem apontar o suicídio como solução para os problemas - agindo sem preconceito e oferecendo ajuda a quem precisa.

A cada 40 segundos alguém tira a própria vida no mundo. Uma das rincipais causas de morte entre os humanos, o suicídio estarrece, incomoda, silencia. Entenda o que gera o comportamento e como este gesto extremo pode ser evitado.



Quando a razão é superada pela selvageria...

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Paciente agride enfermeira de unidade de saúde em Curitiba

Situação ocorreu por volta das 20h de quinta-feira (20), na UPA do Boa Vista; mulher foi presa.

Vídeo registra paciente agredindo enfermeira em unidade de saúde de Curitiba.

Uma mulher foi presa por agredir uma enfermeira da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Boa Vista, em Curitiba, por volta das 20h de quinta-feira (20). Um vídeo mostra o momento da agressão. Assista acima.

A paciente aguardava para ser atendida e achou que tinha sido passada para trás na fila de espera. Então, partiu para cima da profissional da unidade de saúde gritando "Estava na minha vez".

Ela foi contida por outras pessoas e encaminhada pela Guarda Municipal até a UPA do Pinheirinho. Depois que foi atendida, a suspeita foi levada para a delegacia de Polícia Civil.

Conforme a prefeitura, a mulher esperava pelo atendimento porque o caso dela era considerado de baixa gravidade. Neste sábado (22), ela continua presa e deve responder por dano qualificado, com pena de seis meses a três anos de prisão.

A enfermeira que foi agredida teve ferimentos leves.

http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/video-registra-paciente-agredindo-enfermeira-em-posto-de-saude-de-curitiba.ghtml

Quando o trivial se torna exceção...

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Policial multa a si próprio nos EUA por exceder limite de velocidade

Vídeo flagrou chefe de polícia dirigindo a 120 km/h em Oklahoma. 

Ele disse que tinha um motivo para ter pressa, mas que vai pagar multa de US$ 300.

O chefe de polícia de uma pequena cidade dos EUA multou a si próprio após ultrapassar o limite de velocidade. Ele foi flagrado em um vídeo e alvo da reclamação de um cidadão.

Justin Burch, chefe de polícia de Sperry, no estado de Oklahoma, postou um pedido de desculpas no sábado, afirmando que errou ao dirigir a mais de 120 km/h.

Burch disse que tinha um motivo para estar com pressa, mas admitiu que mereceu a multa. Ele disse que se multou em US$ 300 (cerca de R$ 925) e que vai pagar a multa integralmente.


Mais uma etapa superada...