quinta-feira, 10 de maio de 2012

Devanear...



SONETO 145

Estes lábios que a mão do Amor criou,

Entreabriram-se para dizer, “Eu odeio”,

A mim que sofria de saudades dela:

Mas, ao ver meu estado desolado,

Seu coração se tomou de piedade,

Repreendendo a língua, que, sempre tão doce,

Foi gentilmente usada para me exterminar;

E ensinou-lhe, assim, a dizer, novamente:

“Eu odeio”, alterou-se, por fim, sua voz,

Que se seguiu como a noite

Segue o dia, que, como um demônio,

Do céu ao inferno é atirado.

“Eu odeio”, do ódio ela gritou,

E salvou-me a vida, dizendo – “Tu, não”.

http://sonetosdeshakespeare.blogspot.com.br/2009/07/soneto-145-estes-labios-que-mao-do-amor.html

Linguagem corporal dos ignorantes, imbecis, estúpidos, curtos, limitados e covardes....


Felipe Andreoli é agredido pelo deputado Marcio Reinaldo Moreira e registra B.O.


Felipe Andreoli conta que foi agredido/Reprodução Twitter
Na noite da última terça-feira (8), o repórter do programa “CQC” (Band), Felipe Andreoli, registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal, alegando ter sido agredido pelo deputado Marcio Reinaldo Moreira (PP-MG) durante uma entrevista no Congresso.
O humorista disse ter levado um tapa e publicou o fato nas mídias sociais. No Twitter, ele postou a foto do B.O. e escreveu: “Descobri que o agressor, Dep.Marcio Reinaldo Moreira, tem twitter:@mrm2020. Aqui o B.O. registrado por sua agressão”.

Apesar de ofendido, ele usou também o humor e escreveu no microblog que “iria se benzer”: “Vamos benzer. Aproveitamos e compramos um protetor pra cabeça, aquele de Boxe...”, escreveu ele no microblog.

 Reprodução do B.O. registrado pelo humorista/Reprodução:
O repórter utilizou também o Tumblr para contar mais detalhes do ocorrido e “descontar a raiva”. “Tapa na cara - O melhor jeito de descontar a raiva é escrevendo, não tem outro jeito, então lá vai…”, postou. Segundo o seu relato, Andreoli havia feito uma pergunta, que não descreveu qual foi, e a resposta do deputado foi um tapa em seu rosto e xingamentos.

“Nesta terça-feira entrevistei o Deputado Marcio Reinaldo Moreira (PP-MG). Fiz uma pergunta - vocês verão no CQC - que nós nos fazemos todo santo dia. Ele me respondeu com um tapa na cara. Fora os xingamentos… O tapa na cara dói. Não aquela dor doída de um soco. É mais parecido com uma cusparada, uma humilhação. Eu senti aquele senhor batendo na cara de todos que estavam ao meu redor”, postou ele, indignado.

Leia abaixo o texto de Felipe Andreoli na íntegra:

"Tapa na cara

O melhor jeito de descontar a raiva, é escrevendo, não tem outro jeito, então lá vai…

Hoje, assim que entramos no Congresso, disse pro Guga (nosso produtor): Depois de sair daqui tem que tomar banho de sal grosso, o ambiente é muito pesado.

Mal sabia eu…

Eu gosto de fazer matéria em Brasília, são os caras que tenho mais gana de confrontar, questioná-los da maneira que qualquer cidadão sonha em fazer. Pra mim, lugares que exalam poder não tem um bom cheiro. A sensação de trama, de conspiração, de que algo está sendo meticulosamente planejado, é constante. Aqui, até na hora de fazer xixi no mictório, olho pra trás pra ver se não tem ninguém bolando uma maldade comigo.

Sinceramente tem poucos, pouquíssimos deputados e senadores que eu olho e penso: taí, esse cara é do bem. Grande novidade, você deve pensar assim também.

Nesta terça-feira entrevistei o Deputado Marcio Reinaldo Moreira (PP-MG). Fiz uma pergunta - vocês verão no CQC - que nós nos fazemos todo santo dia. Ele me respondeu com um tapa na cara. Fora os xingamentos…

O tapa na cara dói. Não aquela dor doída de um soco. É mais parecido com uma cusparada, uma humilhação. Eu senti aquele senhor batendo na cara de todos estavam ao meu redor.

Indignado, não hesitei. Vou na polícia. Na hora em que cheguei à delegacia para fazer o boletim de ocorrência - confesso - fiquei com medo. Pensei: Caraca! Sabe Deus da onde é esse cara, quem são os amigos dele, o 'poder' que ele tem ou pode ter. Vou dar meu endereço e telefone no BO e esse nobre deputado vai atrás de mim. Juro que pensei isso.

Infelizmente a gente tem essa sensação. Que todos são meio Don Corleone. Temidos nobre senhores. Respeitados e inatingíveis. Dou um tapa na cara de qualquer um e nada me acontecerá. Tenho certeza que ele pensou isso.

Daqui pra frente, vamos imaginar o melhor dos mundos: que eu vença o processo e ele tenha que pagar o que deve. Obviamente seria uma daquelas penas alternativas, como doação de cesta básica Ele paga. Uhu, ganhamos!

O pior é o sentimento que persiste: é…pagou com dinheiro do nosso bolso. Dos salários e extrinhas que pagamos pra eles.

Não queria pensar assim, é triste achar que os deputados, senadores, enfim, pessoas que tem proximidade com o poder, só tem uma causa: a causa própria.

Ainda assim vou até o fim, e que ele pague as cestas básicas e se retrate.

E a retratação não é para mim. Eu nunca esperei nada muito melhor do senhor Dep. Marcio Moreira. Mas retrate-se com os eleitores que votaram na sua digníssima pessoa e tomaram esse tapa comigo.

Meus pêsames, Brasil.

Felipe"

http://br.tv.yahoo.com/noticias/felipe-andreoli-%C3%A9-agredido-deputado-marcio-reinaldo-moreira-120500246.html

Autoconhecimento é a chave fundamental...


Qual o seu talento?


Então, levando em conta que, para 50% das mulheres, o maior motivo de angústia é a cobrança própria, fica aqui o convite para a semana.

Que tal refletir sobre seus talentos? Seu valor? Que tal rever seus conceitos?

E se, ao invés de sofrermos por antecedência, preocuparmos-nos em demasia com o futuro e, nesse caso, nos cobrarmos demais, aprendêssemos a lidar com nossos defeitos e imperfeições?

Por que não?

Somos todos humanos e como tal imperfeitos. Logo, todos temos lá nosso leque de qualidades, talentos e também defeitos e falhas.

E o quanto antes soubermos enumerar no que somos realmente bons e no que nem tanto assim, antes poderemos preparar uma estratégia para sair desse impasse.

Até por que, não podemos controlar o futuro, certo?

Logo, a saída está em diagnosticar, fazer uma autoanálise e, então, trabalhar num planejamento de médio e longo prazo para alcançar o que queremos.

Nesse meio tempo, importante ressaltar, desfrute a vida. Desfrute cada momento, comemore cada vitória.

"… é preciso relaxar e desfrutar a vida como ela se apresenta. "As mulheres costumam idealizar o futuro e, por isso, ficam ansiosas com a vida que vem pela frente", afirma Artur Scarpato, psicólogo da PUC-SP. Combater essa ansiedade — assim como a culpa — é um dos segredos das mulheres felizes, finaliza."

Face a isso, fica, então, a sugestão: faça o exercício abaixo e, seja feliz!

1.  AUTOANÁLISE — o que eu quero, que talento possuo? Qual posso desenvolver?

2.  ANALISE DA SITUAÇÃO — quais as oportunidades estão ao meu redor? O que acontece à minha volta? Qual eu quero abraçar?

3.  DEFINIÇÃO DE OBJETIVO — levando em conta meu talento, o que posso projetar? O que posso desenvolver? O que quero e gosto de fazer?

4.  METAS E ESTRATÉGIA — quais as ações necessárias para atingir meus objetivos? Quanto tempo preciso? Qual o tipo de formação, ação? O que vou priorizar?

5.  AUTOAVALIAÇÃO — PERMANENTE - estou atingindo as metas? Estou no caminho? Estou mais perto dos meus objetivos?

Esse pode ser um bom começo para quem quer dar a volta por cima. Por que não? Experimente. Vai lhe fazer bem. Vai lhe fazer ver que muitas das suas qualidades estavam adormecidas, ou até, esquecidas.

Fique com Deus. Boa semana.

Atenção de todos, brevemente ISR: imposto sobre respiração...


Sabe qual é o país no qual mais se paga impostos?

Finlândia, Noruega, Suécia? Nenhum dos tradicionais fortes cobradores de taxas lidera a lista elaborada pela auditoria KPMG

A crise financeira na Europa e nos Estados Unidos com reflexos no aumento brutal da dívida pública aliada a um cenário de eleições este ano trouxe à tona o debate sobre a cobrança de impostos.

Um levantamento elaborado pela empresa de consultoria e auditoria KPMG em 2011, com 96 países, mostra os que mais cobram mais imposto de renda de seus habitantes.

Países do Norte da Europa como Suécia e Dinamarca aparecem no topo da lista. Mas a liderança, segundo a KPMG, ficou com Aruba.

Foto: Getty ImagesA colorida capital Oranjestad concentra a grande parte dos turistas que visitam Aruba

A ilha caribenha é território holandês e tem a maior taxa de imposto de renda no mundo. A taxa máxima atual é de 59%. Pessoas casadas têm uma taxa menor, em torno de 55%.

Além da taxação sobre a renda, em Aruba existe uma série de impostos de seguridade social, que faz com que a região seja conhecida por ter um dos mais altos padrões de vida no Caribe.

A crise da dívida da Europa está forçando alguns países a aumentar impostos. A Espanha, por exemplo, aumentou a sua taxa de imposto para pessoas físicas em 2 pontos percentuais, para 45% no ano passado. O candidato recém-eleito pelo Partido Socialista da França, François Hollande, também está propondo ampliar impostos para os mais ricos.

Nos EUA, o presidente Barack Obama propôs a chamada “regra de Buffett”, que visa garantir que famílias que ganham mais de US$ 1 milhão paguem mais impostos proporcionalmente que famílias de classe média. Os republicanos se opuseram à proposta, argumentando que ela vai prejudicar a recuperação do crescimento da economia americana.

Mas há muitos países com o nível de impostos superior aos 35% praticados nos EUA. Na verdade, os EUA estão classificados 23º lugar entre os países pesquisados pela KPMG.

http://economia.ig.com.br/2012-05-09/sabe-qual-e-o-pais-no-qual-mais-se-paga-impostos.html

A magia de gerar vida...


Depoimento sobre parto natural: “Você se sente como um bicho, mesmo”

Carolina Misrahi, de 28 anos, conta como foi o nascimento de Lucas, hoje com três meses

 “Há seis anos, quando tive a minha primeira filha, fiz cesárea e, para mim, foi uma experiência sem emoção e até um pouco traumática. Por isso, quando engravidei do Lucas no ano passado, decidi que teria um parto natural e humanizado. Foi uma experiência mágica. No começo, fui vetada por já ter feito uma cesárea, mas fui descobrindo com outras mães que era possível e fui em frente. E encontrei uma obstetra que me daria o parto que eu queria.

Carolina com Lucas: parto natural depois de cesárea

Todo mundo vivia dizendo que eu era louca de querer o parto natural, mas eu sabia que se eu pedisse desesperadamente por uma anestesia na hora do parto, poderia tomá-la. Mesmo assim, minha determinação era maior do que tudo.

Com 35 semanas de gestação minha bolsa rompeu. Fiquei preocupada porque o meu filho nasceria prematuro, mas assim que liguei para a médica e para a doula que nos acompanhava fiquei mais tranquila. Enquanto toda a família dizia para irmos ao hospital, eu esperava a doula vir à minha casa enquanto arrumava a mala. As contrações já davam as caras.
Quatro horas depois, fomos para o hospital. Porém, quando todos os familiares chegaram antes mesmo do parto, as contrações pararam e eu estava ficando agoniada com tanta gente ao redor. Minha mãe pedia para me darem soro para aumentar a dilatação, minha sogra perguntava para a doula se ela era médica... Então o meu marido pediu para que todos fossem embora. Mesmo contrariados e preocupados, foram. Mas eu queria que o meu corpo trabalhasse por si só e eles achavam que eu estava enlouquecendo.

Eu queria que o meu corpo trabalhasse por si só e eles achavam que eu estava enlouquecendo.

Às 23h30, comecei a ter algumas dores de sete em sete minutos. Pensei: “Ih, tá começando!”. E então elas começaram a ficar muito fortes e eu perdi a noção de quanto em quanto tempo elas aconteciam. Nisso, a médica e a doula tinham ido embora e meu marido ligou para que elas retornassem. Quando a doula chegou, me ajudava e dizia para não rejeitar a dor, que ela iria me dilatar para o Lucas nascer. E eu fui colocando isso na cabeça.
Eu planejava que iria colocar na cabeça pensamentos como o mar, as montanhas, minha filha e minha mãe, mas na hora a dor é tão sobrenatural que você se sente como um bicho, mesmo. É tão inexplicável que parece que te fará transcender: realmente, iria sair um bebê de dentro de mim.
E a ideia do parto humanizado é fazer o que você quiser: com isso, a melhor posição em que eu me sentia, naquele momento, era deitada no chão do banheiro. As enfermeiras que entravam no quarto estranhavam e depois diziam umas para as outras: “ah, é paciente de parto natural”. Meu marido me contou depois.
As dores chegaram a um grau que eu achava que alguma coisa ia dar errado, e foi quando a minha médica sugeriu que descêssemos às salas de parto normal do hospital. Descemos no período que seria entre uma contração e outra, mas antes de chegar à sala de parto eu tive uma contração que fez com que eu me jogasse no chão do elevador de dor e arrancasse a camisola.
Quando a dor passou e me levantei, tinha um segurança, algumas senhoras e uma criança me assistindo. Coloquei a camisola e nem deixei o segurança me ajudar – naquele momento, se me soltassem no meio do mato, tenho certeza que eu sairia correndo sem parar. A dor era tanta que, em determinado momento, eu comecei a vomitar e, por isso, a minha médica me deu um "anestésico" para que eu tivesse forças novamente. Mas não era uma anestesia, era para eu ter forças para empurrar o bebê na hora que dilatasse por completo.

Já eram três da manhã. Quando deu cinco horas da manhã, chegava a hora do Lucas sair. No primeiro empurrão ele já coroou, mas tive que fazer muita força em diferentes posições para que ele, finalmente, viesse ao mundo às 7h14. Foi uma força do além que eu fiz. Nessa hora eu já não estava mais preocupada com a dor, que tinha virado uma constante.
O Lucas nasceu e veio diretamente para mim, quando a placenta ainda estava dentro de mim. Todos na sala ficaram em silêncio. Eu olhava para ele em um ambiente escurinho e pensava: “ele nasceu na hora que quis”. E me deu até o instinto de lambê-lo quando ele estava ali comigo, todo sujo ainda – mas é lógico que não o fiz.
Depois de umas duas horas a pediatra que estava conosco o pegou para pesar, limpar, cumprir todo o procedimento. Depois dessa experiência, fiquei me sentindo mais mulher. Passaria novamente por isso, sem dúvida. Acho que é algo pelo qual toda mulher deveria passar”.

http://delas.ig.com.br/filhos/2012-05-08/depoimento-sobre-parto-natural-voce-se-sente-como-um-bicho-mesmo.html

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Só rindo...













Viva a sabedoria...


A Ordem do Discurso, de Michel Foucault
Ela congrega numa única figura todos os constrangimentos do discurso: os constrangimentos que limitam os seus poderes, os que refreiam os seus aparecimentos aleatórios, os que selecionam os sujeitos falantes. No início do século XVII, o Shogun tinha ouvido dizer que a superioridade dos europeus ? na navegação, no comércio, na política, na arte militar ? era devida ao conhecimento das matemáticas. Quis apoderar-se desse saber tão precioso. Como lhe tinham falado de um marinheiro inglês que possuía o segredo desses discursos maravilhosos, fê-lo vir ao seu palácio e aí o reteve. A sós com ele, recebeu lições. Aprendeu as matemáticas. Guardou para si próprio o poder destas e viveu até muito velho. Só houve matemáticos japoneses no século XIX. Mas a anedota não fica por aqui: tem a sua vertente europeia. Com efeito, a história pretende que o marinheiro inglês, Will Adams, era um autodidata: um carpinteiro que, por ter trabalhado num estaleiro naval, tinha aprendido geometria. Será necessário ver nesta narrativa a expressão de um dos grandes mitos da cultura europeia? Ao saber monopolizado e secreto da tirania oriental, a Europa oporia a comunicação universal do conhecimento, o intercâmbio indeterminado e livre dos discursos.


Sobre Jardins
Deus Todo-Poderoso foi quem primeiro plantou um jardim. Na verdade, plantar jardins é o mais puro dos prazeres humanos, isto é, aquele que constitui maior repouso para o espírito do homem; sem jardins, edifícios e palácios não passam de construções grosseiras; e vemos sempre que, .à medida que os tempos desabrocham para a civilizarão e para a elegância, os homens se preocupam em construir edifícios grandiosos e a jardinar delicadamente, como se a jardinagem fosse o complemento máximo da perfeição. Eu deduzo da maneira como estão ordenados os jardins reais, os quais devem ser jardins para todos os meses do ano, durante os quais, frequentemente, belas flores devem então estar
no seu tempo.

Para Dezembro e janeiro, e na última parte de Novembro, deve-se escolher plantas que permaneçam verdes, no inverno: azevinho, hera, louro, zimbro, teixo, ananaz; abetos, rosmaninho e alfazema; pervinca branca, púrpura e azul; carvalhinha, a planta chamada alga, laranjeiras, limoeiros e murta, se conservados em estufa; e manjerona doce, também sob aquecimento.
Seguem-se, para a última parte de janeiro e para o mês de Fevereiro, as árvores mezereon que florescem nessa época; o açafrão da primavera, amarelo e cinzento; orelha de urso, anémonas, tulipas temporãs, jacinto oriental, chamairis, e fritilárias. Para Março, vêm as violetas, especialmente as singelas e azuis, que são as temporãs; o narciso amarelo, a mar ganida, as amendoeiras em flor, os pessegueiros também floridos, bem como os pilriteiros e as rosas bravas.
Em Abril, teremos a violeta branca dobrada, o goivo amarelo, o goivo comum, as
primaveras, a flor-de-lis e os lírios de toda espécie; a flor do rosmaninho, a tulipa, a peónia dobrada, o narciso pálido, o trevo dos prados, a madressilva francesa, as cerejeiras em flor, o abrunheiro de Damasco e a ameixoeira em flor, o espinheiro em folha e o lilás.

Em Maio e junho vêm os cravos de todas as qualidades, em particular o cravo rubro; rosas de todas as espécies, com excepção da rosa de almíscar, que vem mais tarde; madressilvas, morangueiros, buglossa, aquilégia, malmequeres franceses, flos africanos, cerejas em fruto, groselhas, figos em fruto, limas, vinhas em flor, alfazema em flor, o satiricão doce de flor branca, a herba nzuscaria, o lírio dos vales, as macieiras em flor. Em julho, seguem-se os goivos de todas as variedades, as rosas almiscaradas, as tílias em
flor, as petas temporãs, as ameixas em fruto, as maçãs em amadurecimento e verdes. Em Agosto frutescem as ameixoeiras de toda espécie, as pereiras, os alperceíros, a uva espiro, a aveleira, o melão perfumado, e o acónito de todas as cores. Em Setembro, é o tempo das uvas em cachos, das maças, das papoulas de todas as cores, pêssegos, marmelos de várias qualidades, da ameixa nectarina, dos pilriteiros e das geras para compota.

Em Outubro e princípios de Novembro, teremos as sorveiras, as nêsperas, o abrunho silvestre, as rosas podadas ou transplantadas para florir mais tarde, as azinheiras, e várias outras plantas semelhantes. Estas indicações dizem respeito ao clima de Londres, mas o que pretendem significar, evidentemente, é que vós podeis ter "ver perpetuum" , de acordo com as circunstâncias do lugar. E porque a respiração das flores é extremamente doce na atmosfera, (em suspensão na qual ela flutua, ondule lando como a harmonia da música), vê-se, portanto, que nada pode deleitar tanto como saber que são as flores e as plantas que melhor perfumam o ambiente. Rosas vermelhas e adamascadas, são flores avaras do seu aroma; tanto assim, que podeis passear ao longo de toda uma alameda ladeada de roseiras, sem nada sentir da sua doçura, a menos que seja à hora do rocio matinal. Os loureiros, da mesma forma, não exalam perfume enquanto crescem; a emanarão do rosmaninho é leve, o mesmo acontecendo com a manjerona doce. A flor que, mais do que todas as outras, exala no espaço o mais doce perfume, é a violeta, especialmente a violeta branca dobrada, que floresce duas vezes por ano, por volta dos meados de Abril e próximo ao dia de S. Bartolomeu, em Agosto. Depois da violeta vem a rosa-almiscarada; em seguida o morangueiro, que deixa, ao morrer, um aroma cordial dos mais excelentes; e ainda a flor das vinhas que é uma leve poeira, como a poeira dum relvado, que parece depositar-se sobre os cachos ao primeiro desabrochar; depois, as roseiras bravas e também os goivos amarelos que são flores encantadoras para plantar sob a janela de uma sala de estar ou de um quarto térreo; e ainda os cravos e os goivos comuns, especialmente os rajados de rosa, e o cravo da índia; depois as flores da tília; e, enfim, a madressilva, cujo aroma muitas vezes é percebido muito ao longe. Das ervilhas de cheiro não falo, porque são flores campestres; mas aquelas que mais deliciosamente perfumam o ar, não se passarmos perto delas, como as que mencionamos, mas quando pisadas e esmagadas, são três, a saber: a pimpinela, o tomilho silvestre e a hortelã; portanto, devereis plantar alamedas inteiras com estas três plantas, para ter o prazer de sentir-lhes o perfume quando passeardes ou caminhardes.

Para jardins, (fazendo referência àqueles que são na verdade principescos, como acontece com os que construímos para residências), a área não deve ser inferior a trinta acres de terreno, e será dividido em três partes: o relvado, à entrada; um matagal ou deserto à saída; e n jardim principal, ao meio, além de alamedas dos dois lados. Em minha opinião, devem destinar-se para o relvado quatro acres, seis ao tojal, quatro e quatro para cada lado, e doze ao jardim principal. O relvado proporciona dois prazeres: primeiro, porque nada é mais
agradável à vista do que a relva que se conserva aparada curta; segundo, porque vos permitirá abrir uma linda alameda ao meio, pela qual vos dirigireis directamente à sebe majestosa que se destina a cercar o jardim, mas como a alameda será longa, e tanto na época estival como durante as horas quentes do dia se não deverá alcançar a sombra do jardim pagando-a com essa caminhada ao sol através do relvado, devereis plantar de cada lado do relvado uma alameda coberta, mercê de uma obra de carpintaria, a qual deve medir cerca de doze pés de altura, e seguindo a qual vos será possível atingir o jardim, caminhando à sombra. No que concerne a confecção de arabescos ou desenhos, com terras diversamente coloridas, sob as janelas da casa que abrem sobre o jardim, não
passam de verdadeiros brinquedos; pois que é possível ter iguais perspectivas olhando para uma torta de frutas.

É preferível que o jardim seja quadrado, e circundado pelos quatro lados por uma sebe majestosa e podada em arcadas; as arcadas serão reforçadas por armações de madeira, com cerca de dez pés de altura e seis de largura, e espadadas por distância igual ao vão do arco. Sobre os arcos, deixai ficar uma borda de cerca de quatro pés de altura de sebe inteira, mantida igualmente por uma armarão de madeira; e sobre esta parte superior, por cima de cada arco, um pequeno torreão, com bojo suficientemente grande para suportar uma gaiola para pássaros; sobre cada pano, entre os arcos, qualquer outra figura pequena,
com largos pratos redondos de vide-o colorido, para que o sol neles acenda cintilações; penso, porém, que esta sebe deve ser plantada sobre um pequeno talude, não cortado abruptamente, mas em suave declive, talude que terá aproximadamente seis pés e será todo plantado de flores. Entendo igualmente que n recinto quadrado correspondente ao jardim não deve ocupar toda a largura do terreno, mas deixar cie cada lado uma área suficiente para diversas alamedas laterais, às quais dão acesso as alamedas laterais e cobertas do relvado; contudo, não deverá haver alamedas com sebes nas áreas limítrofes
deste grande recinto; nem do lado anterior, para que se possa ter uma boa perspectiva sobre a sebe do lado do relvado, nem do lado mais distante, para que se possa gozar de uma bela perspectiva através dos arcos que abrem sobre o matagal.

Para o arranjo do terreno no interior do recinto que fica rodeado pela grande sebe, cada um pode fazê-lo conforme a maior variedade de planos, sendo eu de opinião, não obstante, que seja qual for a maneira como o dispuserdes, não deverá ser demasiado sobrecarregada de enfeites ou trabalhos; sob este ponto de vista, confesso que não gosto de figuras recortadas em macios de zimbro ou de outras plantas de jardim; acho que isso é bom para crianças.
Pequenas sebes baixas, com orlas arredondadas, algumas bonitas pirâmides, agradam-me bastante; e, de onde a onde, lindas colunas sustentadas por armações de madeira. Sou ainda de opinião que as áleas devem ser belas e espaçosas. Nas zonas laterais, poderão ser mais fechadas do que no jardim principal. Acho bem construir exactamente ao meio, um belo monte, com três áleas e subidas, suficientemente largas para quatro pessoas caminharem ombro a ombro; avenidas que desejaria fossem tranadas como círculos perfeitos, sem quaisquer baluartes ou obras em relevo. O monte deverá ter, ao todo, uns trinta pés de altura, e um caramanchão aprazível para festins, com alguns fogões discretamente modelados e sem muitos espelhos.

Pelo que diz respeito a fontes, são elas de uma grande beleza e frescura; mas, ao contrário, os lagos prejudicam o conjunto e desfeiam os jardins, enchendo-os de moscas e de rãs. Em minha opinião, as fontes devem ser de duas naturezas: umas, onde a água jorra em chuva fina ou em repuxo; outras que são lindos receptáculos para água, de trinta a quarenta pés quadrados, mas sem peixes, nem lodo ou lama. As fontes da primeira categoria, ornamentadas com estátuas, douradas ou em mármore, actualmente em voga, ficam muito bem; mas o problema mais importante é o que consiste em evitar a estagnarão da água, que deve ser conduzida de modo a nunca permanecer a não ser nos recipientes do
fundo ou na cisterna; em conseguir que a água se não descolore, esverdeie ou avermelhe pela estagnarão, ou que ocorra qualquer fenómeno do mesmo género, ou acumule qualquer limo ou detritos putrefactos. Além disto é necessário que todos os dias seja limpa à mão; ficam igualmente muito bem alguns degraus em volta, ou um pavimento bem calcetado.

Francis Bacon(1561 ? 1626), pensador inglês, além de filósofo foi um político e ensaísta. É considerado como o fundador da ciência moderna.

Mais uma etapa superada...