Cuidado. Nunca se furtou tanto nos aeroportos de
SP
Nº de casos cresceu 35% neste ano; quadrilhas são formadas
por estrangeiros, que preferem agir no Brasil, onde as leis são mais brandas.
A
cena é sempre a mesma. Distraído, o passageiro faz uma parada para comer ou
sacar dinheiro no aeroporto. Quando olha para a bagagem, ela desapareceu.
Sorrateiros, os criminosos, versão moderna dos antigos punguistas, só são
vistos pelas vítimas mais tarde, nos vídeos do circuito de segurança. Nos Aeroportos
de Cumbica, Congonhas e Viracopos, os furtos subiram 35% nos primeiros quatro
meses deste ano. A Polícia Civil afirma que quadrilhas de estrangeiros são
responsáveis pelo aumento.
Dos
27 presos neste ano no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, 15 eram estrangeiros,
a maioria latino-americana e reincidente. Gente como o colombiano Gerardo Paja
Reyes, de 41 anos, deficiente físico preso em março pela Polícia Civil.
As
câmeras flagraram Reyes e o comparsa furtando cosméticos de grife em uma loja e
escondendo os produtos na roupa. No currículo criminal, Reyes responde a pelo
menos mais dois processos por furto.
Além
da grande quantidade de pessoas portando objetos de valor, a polícia afirma que
os ladrões vêm para o Brasil fugindo de leis mais duras em seus países.
"Eu prendo furtando no aeroporto e sou obrigado a aplicar fiança. Muitos
dizem: 'Venho para cá porque faço 30 furtos, sou preso e vou embora. Na minha
terra, ficaria preso'", afirma o delegado Osvaldo Nico Gonçalves,
divisionário do departamento responsável pelos portos e aeroportos (Dird).
Tática. Os
criminosos geralmente agem em dupla, nos horários de pico dos aeroportos: das
5h às 10h e das 18h às 23h. Para se passar por passageiros, eles usam roupas
caras, malas ou mochilas e andam muitas vezes com o passaporte na mão.
Levantamento
feito pela Polícia Civil mostra que áreas próximas de caixas eletrônicos,
praças de alimentação e máquinas de autoatendimento de check-in são os lugares
prediletos dos bandidos. Mas alguns vêm de avião e já começam a atacar no free
shop.
Nos
vídeos que flagram os furtos, os ladrões parecem ser invisíveis para as
vítimas, que se descuidam da bagagem. Eles ficam por vários minutos do lado das
malas. Algumas vezes, movem as bagagens lentamente com o pé, até a hora de dar
o bote. Enquanto um comparsa faz algo para desviar a atenção da vítima, o outro
pega a mala e se afasta calmamente.
Parecido
com o que aconteceu com o engenheiro Jorge Bayerlein, de 53 anos, que teve uma
mala furtada na última terça-feira, enquanto esperava um táxi em Congonhas. Ele
afirma que deixou a bagagem no carrinho - e a noiva tomando conta -, saiu por
alguns minutos e, quando voltou, o ladrão já havia agido.
"Como
um bandido pode se sentir intimidado se não tem a presença de um policial na
plataforma?", questionou. "Tive de correr um quilômetro dentro do
aeroporto para achar um policial, que estava na mesa dele."
Depois
do crime, os ladrões continuaram a fazer vítimas em Congonhas. Um dia depois de
furtar o engenheiro, criminosos aproveitaram a distração de um fisioterapeuta
de 32 anos que estava em uma cafeteria e levaram a mala dele. Na quinta-feira,
ainda no mesmo aeroporto, uma policial civil percebeu a ação de um criminoso
que tentava furtar outro passageiro no terminal. Saiu correndo atrás dele, mas
o homem conseguiu fugir.
A
ação da policial não impediu que, na quinta-feira, uma pessoa tivesse um
notebook furtado no mesmo terminal.
Estatística. Neste
ano, já são 767 furtos nos aeroportos, ante 566 no mesmo período de 2011. Maior
terminal do País, o de Guarulhos também concentra mais casos: 513 neste ano,
38% a mais em comparação com 2011.
Congonhas,
na zona sul da capital, teve registrados 114 furtos (15,1% de aumento) e
Viracopos, em Campinas, 140 (44,3%). Os aumentos vão na contramão das
estatísticas gerais de furtos no Estado, que caíram 0,25% nos últimos quatro
meses (17.6764 casos).
O
delegado Raul Machado Tiltscher, titular da Delegacia do Aeroporto de Cumbica,
afirma que pelo menos duas operações são feitas por dia na tentativa de pegar
os gatunos. Sem falar nas horas decupando imagens das câmeras em busca do rosto
do ladrão. "Eles sabem se misturar à multidão. Por isso, é um trabalho de
garimpagem", define.
O
capitão Sérgio Ferraz, do 12.º Batalhão da PM, responsável pela área de
Congonhas, afirma que a corporação tem um posto no saguão - mas a maior demanda
ali é na área externa.
A
Infraero informou que não é obrigada a realizar "segurança pessoal de
passageiros". A função, de acordo com o órgão, é das polícias. Mesmo
assim, tem vigias atuando dentro dos aeroportos de São Paulo e também um
sistema de monitoramento eletrônico. "Os sistemas de Congonhas e de
Guarulhos passaram por modernização recente", afirma nota da estatal.
PRESTE
ATENÇÃO
1.Verifique
a data de validade na embalagem de cada alimento. Nas bebidas, o prazo está
impresso no fundo da garrafa ou da lata.
2. Ao
comprar carnes, observe se elas estão vermelhas e sem odor. Se a peça estiver
com a cor marrom, isso indica que ela já foi congelada e descongelada. O ideal
é comprar o alimento fresco.
3. Os
queijos devem ter selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF). São sinais de
deterioração uma camada esbranquiçada nas mussarelas e um queijo minas que
esteja muito mole.
4. Ao
escolher um peixe, ele deve estar com o olho brilhante e a pupila escura. Evite
os que estão com odor, o que indica deterioração.