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quarta-feira, 6 de junho de 2012
Curioso...
Piada...
Dois
ladroes invadiram o cemitério e começaram a distribuir as carcaças roubadas e
começaram...
-2 pra min 2 pra vc 2 pra min 2 pra vc
depois bateu 2 carcaças na coxa e pulou o muro e foi pro outro lado, passando um bêbado no local escutou os ladroes falando 2 pra min 2 pra vc e saio correndo e bateu de cara com o segurança e o segurança perguntou:
-2 pra min 2 pra vc 2 pra min 2 pra vc
depois bateu 2 carcaças na coxa e pulou o muro e foi pro outro lado, passando um bêbado no local escutou os ladroes falando 2 pra min 2 pra vc e saio correndo e bateu de cara com o segurança e o segurança perguntou:
-porque
vc está correndo no cemitérios?
e o bêbado disse
-Deus e o Diabo estão dividindo as Almas
então os dois foram ver ai os dois escutando os ladrões 2 pra min 2 pra vc ai disseram:
- Agora acabo vamos pegar aqueles dois lá fora.
O segurança que tinha caído na historia do bêbado pensa que eles dois são as ultimas almas que não foram distribuídas e em seguida começam a correr !!
http://www.piadas.com.br/piadas/curtas/os-ladroese o bêbado disse
-Deus e o Diabo estão dividindo as Almas
então os dois foram ver ai os dois escutando os ladrões 2 pra min 2 pra vc ai disseram:
- Agora acabo vamos pegar aqueles dois lá fora.
O segurança que tinha caído na historia do bêbado pensa que eles dois são as ultimas almas que não foram distribuídas e em seguida começam a correr !!
Devanear...
A
CAROLINA - Machado de Assis
Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda a humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs um mundo inteiro.
Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa e separados.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.
http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=1375
Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda a humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs um mundo inteiro.
Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa e separados.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.
http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=1375
Pensamentos...
F A R M Á C I A D E P E N S A M E N T O S
“Existem dois tipos de ego, e a sabedoria e
a inteligência, sabem distingui-los. Um tipo só cuida de si mesmo para conseguir alguma vantagem para si, ignorando os direitos
dos outros.
Outro ego
diz: preciso ser um bom ser humano; preciso servir”. Dalai Lama (Tenzin
Gyatso), líder espiritual do budismo tibetano
Quarta-feira, 6 de junho de 2012
Anjo do dia: Lelahel.
Dia de São Norberto.
Dia da Logística no Brasil.
Dia Nacional do Teste do Pezinho, instituído pela Lei nº 11.605/2007.
Dia para a Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher (OEA).
1818 Fundação do Museu Nacional.
1933 Criação do IAA - Instituto do açúcar e do álcool.
1947 Decreto Federal institui a Academia Brasileira de Música como Órgão Técnico Consultivo do Governo Federal.
1970 Médici viaja para o Nordeste, e se diz comovido com a seca, mas não acaba com ela.
1994 Aprovação pela Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) da Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, conhecida como Convenção de Belém do Pará, ratificada pelo Brasil em 27/11/1995.
1995 Shoko Assahara, japonês, líder da seita ‘Verdade Suprema’ é acusado de ser o mentor do ataque de gás sarin no metrô de Tókio.
Quarta-feira, 6 de junho de 2012
Anjo do dia: Lelahel.
Dia de São Norberto.
Dia da Logística no Brasil.
Dia Nacional do Teste do Pezinho, instituído pela Lei nº 11.605/2007.
Dia para a Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher (OEA).
1818 Fundação do Museu Nacional.
1933 Criação do IAA - Instituto do açúcar e do álcool.
1947 Decreto Federal institui a Academia Brasileira de Música como Órgão Técnico Consultivo do Governo Federal.
1970 Médici viaja para o Nordeste, e se diz comovido com a seca, mas não acaba com ela.
1994 Aprovação pela Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) da Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, conhecida como Convenção de Belém do Pará, ratificada pelo Brasil em 27/11/1995.
1995 Shoko Assahara, japonês, líder da seita ‘Verdade Suprema’ é acusado de ser o mentor do ataque de gás sarin no metrô de Tókio.
1935 Nascimento: Tenzin Gyatso, o 14º Dalai
Lama, ganhador do Prêmio
Nobel da Paz em 1989.
1936 Nascimento: Maysa Figueira Monjardim, a Maysa
Matarazzo ou simplesmente Maysa, cantora e compositora no Rio de Janeiro.
www.farmaciadepensamentos.com
Cuidado com as malas...
Cuidado. Nunca se furtou tanto nos aeroportos de
SP
Nº de casos cresceu 35% neste ano; quadrilhas são formadas
por estrangeiros, que preferem agir no Brasil, onde as leis são mais brandas.
A
cena é sempre a mesma. Distraído, o passageiro faz uma parada para comer ou
sacar dinheiro no aeroporto. Quando olha para a bagagem, ela desapareceu.
Sorrateiros, os criminosos, versão moderna dos antigos punguistas, só são
vistos pelas vítimas mais tarde, nos vídeos do circuito de segurança. Nos Aeroportos
de Cumbica, Congonhas e Viracopos, os furtos subiram 35% nos primeiros quatro
meses deste ano. A Polícia Civil afirma que quadrilhas de estrangeiros são
responsáveis pelo aumento.
Dos
27 presos neste ano no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, 15 eram estrangeiros,
a maioria latino-americana e reincidente. Gente como o colombiano Gerardo Paja
Reyes, de 41 anos, deficiente físico preso em março pela Polícia Civil.
As
câmeras flagraram Reyes e o comparsa furtando cosméticos de grife em uma loja e
escondendo os produtos na roupa. No currículo criminal, Reyes responde a pelo
menos mais dois processos por furto.
Além
da grande quantidade de pessoas portando objetos de valor, a polícia afirma que
os ladrões vêm para o Brasil fugindo de leis mais duras em seus países.
"Eu prendo furtando no aeroporto e sou obrigado a aplicar fiança. Muitos
dizem: 'Venho para cá porque faço 30 furtos, sou preso e vou embora. Na minha
terra, ficaria preso'", afirma o delegado Osvaldo Nico Gonçalves,
divisionário do departamento responsável pelos portos e aeroportos (Dird).
Tática. Os
criminosos geralmente agem em dupla, nos horários de pico dos aeroportos: das
5h às 10h e das 18h às 23h. Para se passar por passageiros, eles usam roupas
caras, malas ou mochilas e andam muitas vezes com o passaporte na mão.
Levantamento
feito pela Polícia Civil mostra que áreas próximas de caixas eletrônicos,
praças de alimentação e máquinas de autoatendimento de check-in são os lugares
prediletos dos bandidos. Mas alguns vêm de avião e já começam a atacar no free
shop.
Nos
vídeos que flagram os furtos, os ladrões parecem ser invisíveis para as
vítimas, que se descuidam da bagagem. Eles ficam por vários minutos do lado das
malas. Algumas vezes, movem as bagagens lentamente com o pé, até a hora de dar
o bote. Enquanto um comparsa faz algo para desviar a atenção da vítima, o outro
pega a mala e se afasta calmamente.
Parecido
com o que aconteceu com o engenheiro Jorge Bayerlein, de 53 anos, que teve uma
mala furtada na última terça-feira, enquanto esperava um táxi em Congonhas. Ele
afirma que deixou a bagagem no carrinho - e a noiva tomando conta -, saiu por
alguns minutos e, quando voltou, o ladrão já havia agido.
"Como
um bandido pode se sentir intimidado se não tem a presença de um policial na
plataforma?", questionou. "Tive de correr um quilômetro dentro do
aeroporto para achar um policial, que estava na mesa dele."
Depois
do crime, os ladrões continuaram a fazer vítimas em Congonhas. Um dia depois de
furtar o engenheiro, criminosos aproveitaram a distração de um fisioterapeuta
de 32 anos que estava em uma cafeteria e levaram a mala dele. Na quinta-feira,
ainda no mesmo aeroporto, uma policial civil percebeu a ação de um criminoso
que tentava furtar outro passageiro no terminal. Saiu correndo atrás dele, mas
o homem conseguiu fugir.
A
ação da policial não impediu que, na quinta-feira, uma pessoa tivesse um
notebook furtado no mesmo terminal.
Estatística. Neste
ano, já são 767 furtos nos aeroportos, ante 566 no mesmo período de 2011. Maior
terminal do País, o de Guarulhos também concentra mais casos: 513 neste ano,
38% a mais em comparação com 2011.
Congonhas,
na zona sul da capital, teve registrados 114 furtos (15,1% de aumento) e
Viracopos, em Campinas, 140 (44,3%). Os aumentos vão na contramão das
estatísticas gerais de furtos no Estado, que caíram 0,25% nos últimos quatro
meses (17.6764 casos).
O
delegado Raul Machado Tiltscher, titular da Delegacia do Aeroporto de Cumbica,
afirma que pelo menos duas operações são feitas por dia na tentativa de pegar
os gatunos. Sem falar nas horas decupando imagens das câmeras em busca do rosto
do ladrão. "Eles sabem se misturar à multidão. Por isso, é um trabalho de
garimpagem", define.
O
capitão Sérgio Ferraz, do 12.º Batalhão da PM, responsável pela área de
Congonhas, afirma que a corporação tem um posto no saguão - mas a maior demanda
ali é na área externa.
A
Infraero informou que não é obrigada a realizar "segurança pessoal de
passageiros". A função, de acordo com o órgão, é das polícias. Mesmo
assim, tem vigias atuando dentro dos aeroportos de São Paulo e também um
sistema de monitoramento eletrônico. "Os sistemas de Congonhas e de
Guarulhos passaram por modernização recente", afirma nota da estatal.
PRESTE
ATENÇÃO
1.Verifique
a data de validade na embalagem de cada alimento. Nas bebidas, o prazo está
impresso no fundo da garrafa ou da lata.
2. Ao
comprar carnes, observe se elas estão vermelhas e sem odor. Se a peça estiver
com a cor marrom, isso indica que ela já foi congelada e descongelada. O ideal
é comprar o alimento fresco.
3. Os
queijos devem ter selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF). São sinais de
deterioração uma camada esbranquiçada nas mussarelas e um queijo minas que
esteja muito mole.
4. Ao
escolher um peixe, ele deve estar com o olho brilhante e a pupila escura. Evite
os que estão com odor, o que indica deterioração.
Cada povo tem os líderes que merece...
Despresunção de inocência
Se
Lula quis ‘melar’ o mensalão, valeria então supor que Gilmar quis ‘melar’ a
defesa, avalia cientista político.
Há poucas semanas, o País, se concedido
direito à metonímia, abrigou um experimento que, sem exagero, é portador de
motivos para orgulho. Refiro-me à instalação em palácio da Comissão da Verdade.
Ainda que seus resultados práticos sejam incertos, e pertençam antes aos
domínios das mais diferentes e opostas expectativas, o evento que marcou seu
lançamento abrigou ares de condensação republicana. Isso não apenas pelo
cuidado de ali incluir chefes de governo que, em graus diferentes, ocuparam
seus postos por força de procedimentos legítimos, mas por sugerir que o tema da
verdade – de alguma verdade, ao menos – pode ter lugar na vida pública. A
própria presidente, de modo eloquente e incomum na história da República,
demonstrou o que podem significar a ideia e a figura de chefe de Estado.
Apesar de incertos os
efeitos futuros, houve desde já um efeito imediato, qual seja o de inserir o
tema da verdade em casulo distinto do de seu lugar natural. A elucidação do que
ocorreu com mortos, desaparecidos e torturados, além de conferir materialidade
retrospectiva à experiência do estado de exceção, amplia o conjunto de
informações disponíveis a respeito da história recente do País. Mesmo que
inúmeras interpretações e atribuições de sentido possam ser construídas,
acena-se com a possibilidade de uma "narrativa básica", tal como o
fizeram os primeiros historiadores do Holocausto; o grande Raul Hilberg, antes
de todos.
Assim, e por um átimo, o tema da verdade
insinuou-se de modo invulgar em nossas reflexões a respeito do País. Bastou,
contudo, uma conversa mal-ajambrada e mal explicada no escritório do ex-ministro
Nelson Jobim, para que o tema fosse devolvido a seu estado habitual, o da
indeterminação e do disfarce. Para dizê-lo de outro modo: os dias que sucederam
à instalação da Comissão da Verdade foram, como quê, dias de certa suspensão da
experiência ordinária da política; o mencionado encontro a três, e as versões
desencontradas e incompatíveis entre si dali emanadas, constituiu-se, por
oposição, como experiência de des-suspensão ou, se quisermos, de desabamento e
de gravitação natural.
Céticos, penso, antes de descartar o tema da
verdade, com a falta de hesitação típica de dogmáticos pós-modernos, têm por
essa dama – a verdade – sincero respeito, além de considerável pudor. Isso a
ponto de recusar inscrever o termo "verdadeiro" em qualquer
predicado, atribuído a qualquer aparência. Céticos, sobretudo, não são
necessariamente parvos: não saber onde está a verdade não impede a presença de
uma sensibilidade para com o implausível. Juízos de plausibilidade são
suficientes para que nos movamos no mundo e configuremos nossas orientações e
escolhas. Há, por certo, no episódio um abismo insondável: qual dos três
protagonistas "diz a verdade"? Questão grave, diante da qual muitos
não hesitarão em apresentar respostas definitivas, todas movidas por
inclinações afetivas e biliares. Como, então, lidar com o abismo da
indeterminação da verdade, nesse caso?
Sugiro, no que segue, uma série de
procedimentos aproximativos. Antes de tudo, parece ser sábio adotar algo que
poderia ser designado como uma despresunção de inocência dos envolvidos. Se, do
ponto de vista penal, o procedimento é inaceitável, do ponto de vista cognitivo
a coisa pode ser útil: se há suporte para supor que o ex-presidente Lula quis
"melar" o julgamento do mensalão, pela abordagem ao ministro Gilmar
Mendes, há idêntica plausibilidade em supor que este quis "melar" a
defesa, ao pôr a boca no trombone, e evitar o tratamento apropriado e
institucional da suposta ofensa.
Portanto, a abordagem do ocorrido poderia
iniciar pela consideração de aspectos internos e inerentes. Há no âmago do
evento uma série de implausibilidades: a casualidade do encontro, a amnésia do
ex-ministro Jobim, a indeterminação da fonte para a matéria-denúncia, a
participação do ministro Gilmar apenas como confirmador do trabalho dos
repórteres, etc.
Uma abordagem externalista poderia partir de
uma premissa simples: uma conversa dessa natureza não poderia ocorrer. Isso
tanto por razões de ordem, digamos, republicanas, mas sobretudo pelo déficit de
confiança, ao que parece, envolvido na interação. As hipóteses são todas
abjetas: se a narrativa do ministro Gilmar Mendes corresponde à verdade, algo
de grande gravidade terá ocorrido; se for inverídica, algo de gravidade grande
se passou.
De um ponto de vista consequencialista, ao
que parece o episódio foi vencido por quem pretende garantir forte carga
dramática ao julgamento prestes a ser feito, e em neutralizar juízes neófitos,
supostamente gratos por suas investiduras. Não é recomendável ver na reação do
ministro Gilmar nada mais do que manifestação de ultraje pessoal e
institucional.
O pano de fundo disso tudo parece ser uma
experiência de república na qual o direito penal vale como recurso de
inteligibilidade. Diante da indeterminação da verdade, e do esforço militante
de fazê-la cada vez mais inapreensível e irrelevante, o desejo infrene de
prender os inimigos vale como único recurso de fixação de sentido. Ao que
parece, após uma breve incursão do espírito, estômago e fígado repõem suas pretensões
a sedes fisiológicas da consciência política nacional.
http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,despresuncao-de-inocencia,881461,0.htm
Lei eleitoral? Existe? Onde? Como? Quando?
Em dupla com o Ratinho
O
narcisismo do ex-presidente Lula compensa com folga o fato de "algumas
pessoas" não gostarem dele, como disse há dias, numa indireta ao ministro
Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal, que o acusou de querer "melar" o
julgamento do mensalão. A exacerbada autoestima, combinada com o senso de
onipotência, o levou a afirmar, como se fosse natural nas democracias, que
"não pode permitir" que um tucano volte a ser presidente. Por isso,
caso a sua sucessora Dilma Rousseff não queira disputar um segundo mandato em
2014, ele se declara desde já pronto para se recandidatar ao Planalto.
Isso
e muito mais, como se diz em propaganda, Lula ofereceu a um público estimado em
1,4 milhão de espectadores na Grande São Paulo, durante os 44 minutos,
divididos em dois blocos, que durou a sua aparição no Programa do Ratinho, do
SBT, no horário nobre da quinta-feira. Foi a sua primeira ida à TV desde que se
despiu da faixa presidencial e a sua primeira entrevista na TV desde o
diagnóstico de câncer na laringe, cujo tratamento o deixou roufenho, entre
outras sequelas. A rigor, o termo entrevista, no sentido convencional, não se aplica.
Aquilo foi um espetáculo de endeusamento, em dupla com o apresentador.
Carlos
Massa, o Ratinho, é uma das muitas pessoas que gostam de Lula - e a recíproca é
verdadeira. "Já comi rabada na casa dele e ele na minha", disse o
ex-presidente no ar, justificando a sua presença no programa de um dos
animadores preferidos das classes pobres, que começou na mídia eletrônica
batendo na mesa com um porrete para mostrar o que a polícia devia fazer com os
"marginais". Lula se considera um campeão na defesa dos direitos
humanos, mas amizades são amizades. Ainda mais quando o amigo, pouco importa o
seu caráter, lhe proporciona uma inestimável oportunidade.
No
caso, a de apresentar ao povo, cobrindo-o de louvações, o candidato de primeira
viagem que impôs ao PT para disputar a Prefeitura da capital em outubro
próximo, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad - chamado, na hora
apropriada, a participar do show. A narrativa das atribulações por que o
ex-presidente ainda passa em razão da enfermidade, com vídeos e fundo musical
escolhidos para tocar os corações dos eleitores, não passou, portanto, de um
açucarado aperitivo antes de serem servidos os vínculos entre o imensamente
popular Lula e o candidato detentor, até aqui, de 3% das intenções de voto dos
paulistanos.
A
propaganda, diria o Ratinho, foi escrachada. Haddad, profetizou o seu patrono,
"vai passar para a história como uma pessoa que colocou mais pessoas no
ensino público", referindo-se ao ProUni. Como o script foi acertado de
antemão, rolou um vídeo com a história da filha de um pedreiro que chegou à
faculdade graças à iniciativa. A encenação continuou com o apresentador
perguntando ao candidato o que um prefeito pode fazer pela saúde e este
respondendo que terá um "programa de gestão" para o que seria "o
problema número um de São Paulo".
Lula
e Haddad começaram assim a fazer o que Lula e Dilma fizeram em 2010 -
propaganda eleitoral antecipada. Pela lei, a campanha, nas ruas e na internet,
só pode ter início a três meses da votação. Curiosa, a legislação brasileira. A
partir de então, as emissoras de rádio e TV ficam proibidas, entre outras
coisas, de "dar tratamento privilegiado" a candidatos. Antes,
logicamente, podem, como o Ratinho se esbaldou de fazer anteontem - pela
bizantina razão de que aqueles só passam a existir ao serem escolhidos em
convenções partidárias. Estas, por sua vez, não podem se realizar antes de
determinada data (10 de junho, no caso das eleições municipais deste ano).
Partidos
são associações civis e, como tal, deviam ter o direito de escolher os seus
candidatos quando bem entendessem - dentro de um prazo que levasse em conta o
tempo necessário à inclusão dos respectivos nomes nas cédulas eletrônicas. A
camisa de força, além do mais, é uma hipocrisia. Cria a ficção de que, por
exemplo, Fernando Haddad poderá não ser o candidato do PT nem José Serra, do
PSDB. Disso resulta esse ente dissimulado chamado "pré-candidato". É
mais do que tempo de liberar o processo.
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