quarta-feira, 6 de junho de 2012

Devanear...


A CAROLINA - Machado de Assis
Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda a humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs um mundo inteiro.
Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa e separados.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.
http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=1375

Pensamentos...


F A R M Á C I A  D E  P E N S A M E N T O S
“Existem dois tipos de ego, e a sabedoria e a inteligência, sabem distingui-los. Um tipo só cuida de si mesmo para conseguir alguma vantagem para si, ignorando os direitos dos outros.
Outro ego diz: preciso ser um bom ser humano; preciso servir”. Dalai Lama (Tenzin Gyatso), líder espiritual do budismo tibetano

Quarta-feira, 6 de junho de 2012

Anjo do dia: Lelahel.
Dia de São Norberto.
Dia da Logística no Brasil.
Dia Nacional do Teste do Pezinho, instituído pela Lei nº 11.605/2007.
Dia para a Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher (OEA).

1818 Fundação do Museu Nacional.
1933 Criação do IAA - Instituto do açúcar e do álcool.
1947 Decreto Federal institui a Academia Brasileira de Música como Órgão Técnico Consultivo do Governo Federal.
1970 Médici viaja para o Nordeste, e se diz comovido com a seca, mas não acaba com ela.
1994 Aprovação pela Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) da Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, conhecida como Convenção de Belém do Pará, ratificada pelo Brasil em 27/11/1995.

1995 Shoko Assahara, japonês, líder da seita 
‘Verdade Suprema’ é acusado de ser o mentor do ataque de gás sarin no metrô de Tókio.
1935 Nascimento: Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1989.

1936 Nascimento: Maysa Figueira Monjardim, a Maysa Matarazzo ou simplesmente Maysa, cantora e compositora no Rio de Janeiro.

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Cuidado com as malas...


Cuidado. Nunca se furtou tanto nos aeroportos de SP

Nº de casos cresceu 35% neste ano; quadrilhas são formadas por estrangeiros, que preferem agir no Brasil, onde as leis são mais brandas.

A cena é sempre a mesma. Distraído, o passageiro faz uma parada para comer ou sacar dinheiro no aeroporto. Quando olha para a bagagem, ela desapareceu. Sorrateiros, os criminosos, versão moderna dos antigos punguistas, só são vistos pelas vítimas mais tarde, nos vídeos do circuito de segurança. Nos Aeroportos de Cumbica, Congonhas e Viracopos, os furtos subiram 35% nos primeiros quatro meses deste ano. A Polícia Civil afirma que quadrilhas de estrangeiros são responsáveis pelo aumento.
Dos 27 presos neste ano no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, 15 eram estrangeiros, a maioria latino-americana e reincidente. Gente como o colombiano Gerardo Paja Reyes, de 41 anos, deficiente físico preso em março pela Polícia Civil.
As câmeras flagraram Reyes e o comparsa furtando cosméticos de grife em uma loja e escondendo os produtos na roupa. No currículo criminal, Reyes responde a pelo menos mais dois processos por furto.
Além da grande quantidade de pessoas portando objetos de valor, a polícia afirma que os ladrões vêm para o Brasil fugindo de leis mais duras em seus países. "Eu prendo furtando no aeroporto e sou obrigado a aplicar fiança. Muitos dizem: 'Venho para cá porque faço 30 furtos, sou preso e vou embora. Na minha terra, ficaria preso'", afirma o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, divisionário do departamento responsável pelos portos e aeroportos (Dird).
Tática. Os criminosos geralmente agem em dupla, nos horários de pico dos aeroportos: das 5h às 10h e das 18h às 23h. Para se passar por passageiros, eles usam roupas caras, malas ou mochilas e andam muitas vezes com o passaporte na mão.
Levantamento feito pela Polícia Civil mostra que áreas próximas de caixas eletrônicos, praças de alimentação e máquinas de autoatendimento de check-in são os lugares prediletos dos bandidos. Mas alguns vêm de avião e já começam a atacar no free shop.
Nos vídeos que flagram os furtos, os ladrões parecem ser invisíveis para as vítimas, que se descuidam da bagagem. Eles ficam por vários minutos do lado das malas. Algumas vezes, movem as bagagens lentamente com o pé, até a hora de dar o bote. Enquanto um comparsa faz algo para desviar a atenção da vítima, o outro pega a mala e se afasta calmamente.
Parecido com o que aconteceu com o engenheiro Jorge Bayerlein, de 53 anos, que teve uma mala furtada na última terça-feira, enquanto esperava um táxi em Congonhas. Ele afirma que deixou a bagagem no carrinho - e a noiva tomando conta -, saiu por alguns minutos e, quando voltou, o ladrão já havia agido.
"Como um bandido pode se sentir intimidado se não tem a presença de um policial na plataforma?", questionou. "Tive de correr um quilômetro dentro do aeroporto para achar um policial, que estava na mesa dele."
Depois do crime, os ladrões continuaram a fazer vítimas em Congonhas. Um dia depois de furtar o engenheiro, criminosos aproveitaram a distração de um fisioterapeuta de 32 anos que estava em uma cafeteria e levaram a mala dele. Na quinta-feira, ainda no mesmo aeroporto, uma policial civil percebeu a ação de um criminoso que tentava furtar outro passageiro no terminal. Saiu correndo atrás dele, mas o homem conseguiu fugir.
A ação da policial não impediu que, na quinta-feira, uma pessoa tivesse um notebook furtado no mesmo terminal.
Estatística. Neste ano, já são 767 furtos nos aeroportos, ante 566 no mesmo período de 2011. Maior terminal do País, o de Guarulhos também concentra mais casos: 513 neste ano, 38% a mais em comparação com 2011.
Congonhas, na zona sul da capital, teve registrados 114 furtos (15,1% de aumento) e Viracopos, em Campinas, 140 (44,3%). Os aumentos vão na contramão das estatísticas gerais de furtos no Estado, que caíram 0,25% nos últimos quatro meses (17.6764 casos).
O delegado Raul Machado Tiltscher, titular da Delegacia do Aeroporto de Cumbica, afirma que pelo menos duas operações são feitas por dia na tentativa de pegar os gatunos. Sem falar nas horas decupando imagens das câmeras em busca do rosto do ladrão. "Eles sabem se misturar à multidão. Por isso, é um trabalho de garimpagem", define.
O capitão Sérgio Ferraz, do 12.º Batalhão da PM, responsável pela área de Congonhas, afirma que a corporação tem um posto no saguão - mas a maior demanda ali é na área externa.
A Infraero informou que não é obrigada a realizar "segurança pessoal de passageiros". A função, de acordo com o órgão, é das polícias. Mesmo assim, tem vigias atuando dentro dos aeroportos de São Paulo e também um sistema de monitoramento eletrônico. "Os sistemas de Congonhas e de Guarulhos passaram por modernização recente", afirma nota da estatal.
PRESTE ATENÇÃO
1.Verifique a data de validade na embalagem de cada alimento. Nas bebidas, o prazo está impresso no fundo da garrafa ou da lata.
2. Ao comprar carnes, observe se elas estão vermelhas e sem odor. Se a peça estiver com a cor marrom, isso indica que ela já foi congelada e descongelada. O ideal é comprar o alimento fresco.
3. Os queijos devem ter selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF). São sinais de deterioração uma camada esbranquiçada nas mussarelas e um queijo minas que esteja muito mole.
4. Ao escolher um peixe, ele deve estar com o olho brilhante e a pupila escura. Evite os que estão com odor, o que indica deterioração. 

Cada povo tem os líderes que merece...


Despresunção de inocência
Se Lula quis ‘melar’ o mensalão, valeria então supor que Gilmar quis ‘melar’ a defesa, avalia cientista político.
Há poucas semanas, o País, se concedido direito à metonímia, abrigou um experimento que, sem exagero, é portador de motivos para orgulho. Refiro-me à instalação em palácio da Comissão da Verdade. Ainda que seus resultados práticos sejam incertos, e pertençam antes aos domínios das mais diferentes e opostas expectativas, o evento que marcou seu lançamento abrigou ares de condensação republicana. Isso não apenas pelo cuidado de ali incluir chefes de governo que, em graus diferentes, ocuparam seus postos por força de procedimentos legítimos, mas por sugerir que o tema da verdade – de alguma verdade, ao menos – pode ter lugar na vida pública. A própria presidente, de modo eloquente e incomum na história da República, demonstrou o que podem significar a ideia e a figura de chefe de Estado.
Apesar de incertos os efeitos futuros, houve desde já um efeito imediato, qual seja o de inserir o tema da verdade em casulo distinto do de seu lugar natural. A elucidação do que ocorreu com mortos, desaparecidos e torturados, além de conferir materialidade retrospectiva à experiência do estado de exceção, amplia o conjunto de informações disponíveis a respeito da história recente do País. Mesmo que inúmeras interpretações e atribuições de sentido possam ser construídas, acena-se com a possibilidade de uma "narrativa básica", tal como o fizeram os primeiros historiadores do Holocausto; o grande Raul Hilberg, antes de todos.
Assim, e por um átimo, o tema da verdade insinuou-se de modo invulgar em nossas reflexões a respeito do País. Bastou, contudo, uma conversa mal-ajambrada e mal explicada no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, para que o tema fosse devolvido a seu estado habitual, o da indeterminação e do disfarce. Para dizê-lo de outro modo: os dias que sucederam à instalação da Comissão da Verdade foram, como quê, dias de certa suspensão da experiência ordinária da política; o mencionado encontro a três, e as versões desencontradas e incompatíveis entre si dali emanadas, constituiu-se, por oposição, como experiência de des-suspensão ou, se quisermos, de desabamento e de gravitação natural.
Céticos, penso, antes de descartar o tema da verdade, com a falta de hesitação típica de dogmáticos pós-modernos, têm por essa dama – a verdade – sincero respeito, além de considerável pudor. Isso a ponto de recusar inscrever o termo "verdadeiro" em qualquer predicado, atribuído a qualquer aparência. Céticos, sobretudo, não são necessariamente parvos: não saber onde está a verdade não impede a presença de uma sensibilidade para com o implausível. Juízos de plausibilidade são suficientes para que nos movamos no mundo e configuremos nossas orientações e escolhas. Há, por certo, no episódio um abismo insondável: qual dos três protagonistas "diz a verdade"? Questão grave, diante da qual muitos não hesitarão em apresentar respostas definitivas, todas movidas por inclinações afetivas e biliares. Como, então, lidar com o abismo da indeterminação da verdade, nesse caso?
Sugiro, no que segue, uma série de procedimentos aproximativos. Antes de tudo, parece ser sábio adotar algo que poderia ser designado como uma despresunção de inocência dos envolvidos. Se, do ponto de vista penal, o procedimento é inaceitável, do ponto de vista cognitivo a coisa pode ser útil: se há suporte para supor que o ex-presidente Lula quis "melar" o julgamento do mensalão, pela abordagem ao ministro Gilmar Mendes, há idêntica plausibilidade em supor que este quis "melar" a defesa, ao pôr a boca no trombone, e evitar o tratamento apropriado e institucional da suposta ofensa.
Portanto, a abordagem do ocorrido poderia iniciar pela consideração de aspectos internos e inerentes. Há no âmago do evento uma série de implausibilidades: a casualidade do encontro, a amnésia do ex-ministro Jobim, a indeterminação da fonte para a matéria-denúncia, a participação do ministro Gilmar apenas como confirmador do trabalho dos repórteres, etc.
Uma abordagem externalista poderia partir de uma premissa simples: uma conversa dessa natureza não poderia ocorrer. Isso tanto por razões de ordem, digamos, republicanas, mas sobretudo pelo déficit de confiança, ao que parece, envolvido na interação. As hipóteses são todas abjetas: se a narrativa do ministro Gilmar Mendes corresponde à verdade, algo de grande gravidade terá ocorrido; se for inverídica, algo de gravidade grande se passou.
De um ponto de vista consequencialista, ao que parece o episódio foi vencido por quem pretende garantir forte carga dramática ao julgamento prestes a ser feito, e em neutralizar juízes neófitos, supostamente gratos por suas investiduras. Não é recomendável ver na reação do ministro Gilmar nada mais do que manifestação de ultraje pessoal e institucional.
O pano de fundo disso tudo parece ser uma experiência de república na qual o direito penal vale como recurso de inteligibilidade. Diante da indeterminação da verdade, e do esforço militante de fazê-la cada vez mais inapreensível e irrelevante, o desejo infrene de prender os inimigos vale como único recurso de fixação de sentido. Ao que parece, após uma breve incursão do espírito, estômago e fígado repõem suas pretensões a sedes fisiológicas da consciência política nacional.

http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,despresuncao-de-inocencia,881461,0.htm

Lei eleitoral? Existe? Onde? Como? Quando?


Em dupla com o Ratinho

O narcisismo do ex-presidente Lula compensa com folga o fato de "algumas pessoas" não gostarem dele, como disse há dias, numa indireta ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal, que o acusou de querer "melar" o julgamento do mensalão. A exacerbada autoestima, combinada com o senso de onipotência, o levou a afirmar, como se fosse natural nas democracias, que "não pode permitir" que um tucano volte a ser presidente. Por isso, caso a sua sucessora Dilma Rousseff não queira disputar um segundo mandato em 2014, ele se declara desde já pronto para se recandidatar ao Planalto.
Isso e muito mais, como se diz em propaganda, Lula ofereceu a um público estimado em 1,4 milhão de espectadores na Grande São Paulo, durante os 44 minutos, divididos em dois blocos, que durou a sua aparição no Programa do Ratinho, do SBT, no horário nobre da quinta-feira. Foi a sua primeira ida à TV desde que se despiu da faixa presidencial e a sua primeira entrevista na TV desde o diagnóstico de câncer na laringe, cujo tratamento o deixou roufenho, entre outras sequelas. A rigor, o termo entrevista, no sentido convencional, não se aplica. Aquilo foi um espetáculo de endeusamento, em dupla com o apresentador.
Carlos Massa, o Ratinho, é uma das muitas pessoas que gostam de Lula - e a recíproca é verdadeira. "Já comi rabada na casa dele e ele na minha", disse o ex-presidente no ar, justificando a sua presença no programa de um dos animadores preferidos das classes pobres, que começou na mídia eletrônica batendo na mesa com um porrete para mostrar o que a polícia devia fazer com os "marginais". Lula se considera um campeão na defesa dos direitos humanos, mas amizades são amizades. Ainda mais quando o amigo, pouco importa o seu caráter, lhe proporciona uma inestimável oportunidade.
No caso, a de apresentar ao povo, cobrindo-o de louvações, o candidato de primeira viagem que impôs ao PT para disputar a Prefeitura da capital em outubro próximo, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad - chamado, na hora apropriada, a participar do show. A narrativa das atribulações por que o ex-presidente ainda passa em razão da enfermidade, com vídeos e fundo musical escolhidos para tocar os corações dos eleitores, não passou, portanto, de um açucarado aperitivo antes de serem servidos os vínculos entre o imensamente popular Lula e o candidato detentor, até aqui, de 3% das intenções de voto dos paulistanos.
A propaganda, diria o Ratinho, foi escrachada. Haddad, profetizou o seu patrono, "vai passar para a história como uma pessoa que colocou mais pessoas no ensino público", referindo-se ao ProUni. Como o script foi acertado de antemão, rolou um vídeo com a história da filha de um pedreiro que chegou à faculdade graças à iniciativa. A encenação continuou com o apresentador perguntando ao candidato o que um prefeito pode fazer pela saúde e este respondendo que terá um "programa de gestão" para o que seria "o problema número um de São Paulo".
Lula e Haddad começaram assim a fazer o que Lula e Dilma fizeram em 2010 - propaganda eleitoral antecipada. Pela lei, a campanha, nas ruas e na internet, só pode ter início a três meses da votação. Curiosa, a legislação brasileira. A partir de então, as emissoras de rádio e TV ficam proibidas, entre outras coisas, de "dar tratamento privilegiado" a candidatos. Antes, logicamente, podem, como o Ratinho se esbaldou de fazer anteontem - pela bizantina razão de que aqueles só passam a existir ao serem escolhidos em convenções partidárias. Estas, por sua vez, não podem se realizar antes de determinada data (10 de junho, no caso das eleições municipais deste ano).
Partidos são associações civis e, como tal, deviam ter o direito de escolher os seus candidatos quando bem entendessem - dentro de um prazo que levasse em conta o tempo necessário à inclusão dos respectivos nomes nas cédulas eletrônicas. A camisa de força, além do mais, é uma hipocrisia. Cria a ficção de que, por exemplo, Fernando Haddad poderá não ser o candidato do PT nem José Serra, do PSDB. Disso resulta esse ente dissimulado chamado "pré-candidato". É mais do que tempo de liberar o processo.

Retratos do pensamento da população brasileira...


Quase metade dos brasileiros concorda com tortura para obter provas na Justiça

Estudo da USP mostra que 52,5% dos entrevistados discordam da frase “os tribunais podem aceitar provas obtidas através de tortura”.

Pesquisa do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) mostra que quase metade dos brasileiros concorda com o uso de tortura para obtenção de provas nos tribunais. O levantamento, feito em 2010 e divulgado nesta terça-feira, utilizou a frase “os tribunais podem aceitar provas obtidas através de tortura” e obteve discordância de 52,5% dos entrevistados, contra 71,2% em 1999.
Para a coordenadora da pesquisa, professora Nancy Cardia, o desapontamento da população com a eficiência da Justiça e das polícias em esclarecer crimes mais graves pode explicar o aumento da aceitação do uso de tortura para obtenção de provas.
“Existe uma frustração com o desempenho do nosso sistema de Justiça. Ao longo desse período, de 1999 a 2010, houve um crescimento brutal da população prisional, mas não necessariamente estão nas prisões as pessoas que cometeram os crimes que produzem mais medo na população”, disse.
A pesquisa aponta que, para a maioria dos entrevistados, a polícia deve “interrogar sem violência”. No entanto, aproximadamente um terço dos pesquisados concorda que a polícia, para obter informações sobre crimes, submeta suspeitos a meios extralegais como: “ameaçar com palavras”, ”bater”, “dar choques ou queimar com ponta de cigarro”, “ameaçar membros da família” e “deixar sem água ou comida”.
O uso de algum tipo de violência é mais aceito para suspeitos de delitos como estupro (43,2%), tráfico de drogas (38,8%), sequestro (36,2%), uso de drogas (32,3%) e roubos (32,1%). Estes suspeitos poderiam receber um pior tratamento durante a investigação policial, na opinião dos pesquisados. O levantamento mostra que quanto mais jovem o entrevistado, maior parece ser a tendência em apoiar o uso de práticas de tortura.
De modo geral, os entrevistados continuam desaprovando o uso de força pela polícia. Porém caiu, no período de 1999 a 2010, os que “discordam totalmente” que a polícia pode: “invadir uma casa” (de 78,4% em 1999 para 63,8% em 2010), “atirar em um suspeito” (de 87,9% para 68,6%), “agredir um suspeito” (de 88,7%, para 67,9%) e “atirar em suspeito armado” (de 45,4% para 38%).
Para a maioria dos entrevistados, a prisão é percebida como pouco ou nada eficiente tanto para punir (60,7%) ou reabilitar (65,7%) os infratores, como também para dissuadir (60,9%) e controlar (63%) possíveis criminosos.
Os entrevistados também foram ouvidos sobre as penas que seriam mais adequadas para os crimes graves – identificados pelas pessoas pesquisadas como os que atentam contra vida, terrorismo, corrupção, estupro e tráfico de drogas.
O maior consenso identificado foi sobre o uso da pena de prisão perpétua para alguém condenado por terrorismo (35,9%), a pena de prisão com trabalhos forçados para políticos corruptos (28,3%) e a pena de morte aplicada a estupradores (39,5%). A opção de pena de prisão é mencionada por 32% dos entrevistados para os sequestradores, maridos que matam a mulher (30,5%), jovens que matam (37,2%) e traficantes de drogas (28,8%).

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2012-06-05/quase-metade-dos-brasileiros-concorda-com-tortura-para-obter-provas-na-justica.html

Mais uma etapa superada...