sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Pensamentos...


"O escravo que está feliz com sua condição é duplamente escravo, porque não só seu corpo como sua alma foram escravizados". Conde Leon Nikolaievitch Tolstoi, escritor, RUS, 1828-1910

Sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Anjo do dia: Mehiel.
Dia de Santa Lídia, Padroeira dos tintureiros.
Dia do Capoeirista.
Dia do Tintureiro.
Dia Nacional do Skate.
Festa de Bom Jesus de Pirapora (SP), até 6/8.

1811 Abertura da Biblioteca Pública da Bahia.
1880 José do Patrocínio inicia conferências pró-abolição no teatro São Luís, no Rio de Janeiro.
2011 Começa no Egito o julgamento de Hosni Mubarak e de seu filho e provável sucessor, por corrupção e crimes contra a humanidade, devido aos assassinatos perpetrados por eles, quando estavam no comando do seu país.

1902 Nascimento: Carlos Moreira Castro, o Carlos Cachaça, compositor e um dos fundadores da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira.
1925 Nascimento: Dom Um Romão, baterista conhecido internacionalmente, do Rio de Janeiro.
www.farmaciadepensamentos.com

Devanear...


Buscando a Cristo - Gregório de Matos Guerra

A vós correndo vou, braços sagrados,

Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.

A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.

A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós cabeça baixa, p'ra chamar-me.

A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.

http://lindos-sonetos.vilabol.uol.com.br/xav3.htm

Piada...


O Homem que Gostava de Barangas
O cara encontra o amigo no bar e pergunta:
- Escuta, cara! Você gosta de mulher de peito caído?
- Eu, não!
- Você gosta de mulher cheia de celulite, barriguda e...
- Sai pra lá, meu!
- Você gosta de mulher que tem mau hálito e que vive reclamando que a vida é uma merda?
- É claro que não! Você tá maluco?
- Então, por que é que você não pára de cantar a minha mulher?

Curioso...


Agasalho que dá choque
A "No Contact Jacket" consiste em uma jaqueta munida com uma bateria de alta voltagem e baixa corrente. Quando acionada, ela provoca descargas elétricas de 80 mil volts (o mesmo que colocar o dedo na tomada). O produto seria uma alternativa para evitar assaltos.

Agulhas para cegos
A diferença é que a linha não é enfiada, mas encaixada na agulha.

Alarme para porta de geladeira
Para sonâmbulos em dieta. Uma caixinha é colocada na porta da geladeira. Se alguém planejar um assalto noturno, a caixinha dispara um alarme.

Alarme para túmulos
Lançado pela empresa dinamarquesa Lyngsoe Systems, consiste em um dispositivo que monitora jazigos. Uma etiqueta dotada de um transmissor emite sinais de radiofreqüência quando o túmulo é violado.

Assento sanitário fosforescente
Os cientistas australianos desenvolveram uma privada que birlha no escuro. O produto facilita que não gosta de acender a luz quando vai ao banheiro à noite.

Bicicleta à vela
Feita nos Estados Unidos em 1988. Possui uma vela semelhante a de barcos. Para andar, basta se posicionar contra uma corrente de ar e deixar que ela faça o serviço.

Bicicleta portátil
A criação do inglês Clive Sinclair, a "A-Bike", é dobrável. Ela pesa cerca de 5 quilos e meio e pode ser guardada em uma sacola com menos de 0,03 metros cúbicos.

Biquíni com relógio de bronzeamento
O modelo possui um alarme que avisa ao banhista a hora de se virar na toalha. Foi apresentado em uma praia em Brighton (Inglaterra) em 10 de agosto de 2005.

Boneca bêbada e grávida
A empresa americana Arsenic & Apple lançou em maio de 2005 uma linha pouco convenional de bonecas, as Trash Dolls, inspiradas na Barbie. Segundo a fabricante, a Trash Talkin, a Turleen é mãe de sete filhos e está grávida de mais um. Já a Trailer Trash Doll  vive a base de sanduíches de carne, óleo, queijo e cerveja.

Break-light para capacete
Essa luz de freio extra, que diminui em 53% as colisões traseiras entre automóveis, passou a ser usada também por motociclistas. O capacete tem uma luz vermelha na parte de trás, ligada por um cabo a um dispositivo instalado no guidão. Quando os freios são acionados, a luz se acende.

Boné-exaustor
O boné suga a fumaça do cigarro, filtra e a solta por uma chaminé. A idéia foi do publicitário José Augusto Machado.

Cadeira de papelão
É toda feita de papelão e pesa 900 gramas. Mas suporta até 450 quilos em cima dela.

Caneca de gelo
Sim, a caneca é feita toda em gelo. Só as asas são de madeira. Ela ajuda a manter a bebida gelada por mais tempo mesmo nos dias quentíssimos. Mas, atenção: a caneca tem uma vida útil de 45 minutos.

Car Toilet
Em 1972, o americano Cliff Conway ficou preso num congestionamento e começou a imaginar uma maneira de aliviar a sua bexiga. Depois de 13 anos e 25 mil dólares, ele lançou o Car Toilet. A urina entra por um funil que, por meio de um tubinho, vai até uma bolsa fechada a vácuo.

Carrinhos de supermercado por satélite
Criado pelo inglês Murray Laidlaw, é equipado com uma tela que indica onde estão os produtos que o consumidor precisa.

Carro que estaciona sozinho
O Futura, carro da Volkswagen, foi apresentado em 1991 e ainda está em fase de pesquisa. Quando o carro se aproxima da vaga, seus sensores determinam se ela é ou não adequada. Depois o piloto automático faz a manobra sozinho. O sistema ainda deixa o automóvel na melhor posição para uma saída rápida.

Carteira anti-roubo
Invenção australiana. Feita de aço inoxidável, ela é dotada de dispositivos especiais que destroem seu conteúdo. Ao ser aberta por alguém que desconhece a senha, a carteira libera uma tinta azul que mancha tudo o que há em seu interior e, ao mesmo tempo, apaga as fitas magnéticas dos cartões.

Casaco contra lobos para cães
O finlandês Jussi Ar criou um casaco para cães que, alimentado por uma bateria, libera um choque de mil volts quando o animal é mordido por um lobo.

Casquinha de sorvete motorizada
Encaixa-se em um mecanismo, sobre o qual gira e sacode, permitindo que se faça desenhos com a língua. A pessoa fica com as mãos livres para fazer outras coisas.

Chapéu com capa de chuva
A capa vem guardada em um compartimento secreto. Se chover, basta desenrolá-la.
Chapéu que faz sorir
A estudante de design Lauren McCarthy criou o chapéu do sorriso. O acessório é feito de crochê e detecta se a pessoa que está o usando sorri ou não. O funcionamento é simples, e depende apenas de uma bateria. Através de um sensor de movimento que fica na altura das bochechas, o sorriso é detectado ou não. Caso o chapéu perceba que a pessoa não está sorrindo, uma agulha de metal é espetada discretamente na nuca da vítima.

Chicletes que aumentam os seios
Uma empresa japonesa lançou a novidade, vendida em potes com 200 unidades. As instruções dizem que, enquanto se masca a guloseima, ela libera substâncias que ajudam a aumentar e enrijecer as mamas. Uma delas é a erva pueriria mirifica, usada em pílulas, spray e cremes com função similar.

Chinelo-lanterna
Para ver onde você está pisando quando está escuro.

Cigarro sem fumaça
Foi lançado experimentalmente no final de 1996, pela multinacional R.J. Reynolds, em 3 cidades do mundo -Chattanooga, nos Estados Unidos; Augsburg, na Alemanha; e Estocolmo, capital da Suécia. Na Europa, ele é chamado de HI.Q, enquanto recebeu o nome Eclipse no mercado americano. Quando traga o cigarro, em vez da nuvem espessa e cinzenta, o fumante solta da boca uma névoa clara e quase sem cheiro. Esse cigarro não faz menos mal à saúde de quem fuma, mas poupa quem está do lado.

Colher com ventilador
Para ninguém queimar a língua na hora de tomar sopa.

Cone para fazer xixi
O publicitário Luis Fernando Monteiro desenvolveu o cone de papel descartável e biodegradável que permite à mulher urinar sem sentar no vaso sanitário. Ideal para usar em banheiros públicos.

Cueca à prova de bala
Desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa de Aço de Moscou, fundado em 1942 para desenvolver blindagem de tanques. Os calções de náilon recebem 7 placas de aço, que pesam quase 10 quilos. Elas protegem a parte de baixo do estômago e as coxas. Podem desviar a bala de uma pistola disparada a apenas 5 metros.
Cueca Espacial
O astronauta Koichi Wakata  testou a "cueca espacial" desenvolvida por pesquisadores japoneses. A cueca é fabricada com um material bactericida, que diminui o mau-cheiro e absorve o suor. O objetivo da invenção é permitir o uso prolongado de roupas íntimas no espaço.

Vida louca...


50 Anos a Mil - Lobão
Em 600 páginas temos um dos retratos possíveis de uma geração. Com o auxílio do jornalista Claudio Tognolli, o músico torna a leitura de sua obra fluida, rápida, a mesma impressão com que passa tudo o que viveu. Pai mecânico, mãe professora, e uma vida problemática. Brigas com o pai, tentativas de suicídio da mãe, amizade tumultuada com Cazuza, suas paixões breves e intensas por mulheres, a relação continuada com a droga. Mas estes elementos importantes na vida de Lobão (o apelido é proveniente da maneira como se vestia na escola, usando um macacão) ganham conformação maior no contexto que o leva à música desde muito pequeno, em sua maneira de entender o mundo. Lobão se mostra um exímio contador de histórias. Não se poupa e não poupa amigos e situações em seu livro. Sua agitação existencial é parte de seu modo de criar, de ser. Um relato oportuno para uma geração que chega em 2010 aos 50 anos. Um dos retratos possíveis.

O maior escândalo de corrupção...


O julgamento da História

"O mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil", segundo a definição do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no seu memorial conclusivo, começa a ser julgado hoje pelo STF. A palavra "história" está um tanto desgastada. Quase tudo, de casamentos de celebridades a jogos de futebol, é rotineiramente declarado "histórico". O adjetivo, contudo, deve ser acoplado ao julgamento do mensalão - e num duplo sentido. A Corte Suprema está julgando os perpetradores de uma tentativa de supressão da independência do Congresso Nacional e, ao mesmo tempo, dará um veredicto sobre um tipo especial de corrupção, que almeja a legitimidade pela invocação da História (com H maiúsculo).
Silvio Pereira, o "Silvinho Land Rover", então secretário-geral do PT, tornou-se uma figura icônica do mensalão, pois, ao receber o veículo, conferiu ao episódio uma simplória inteligibilidade: corruptos geralmente obtêm acesso a "bens de prazer" e a "bens de prestígio" em troca de sua contribuição para os esquemas criminosos. No caso, porém, o ícone mais confunde do que esclarece. "Vivo há 28 anos na mesma casa em São Paulo, me hospedo no mesmo hotel simples há mais de 20 anos em Brasília, cidade onde trabalho de segunda a sexta", disse em sua defesa José Genoino, então presidente do PT e avalista dos supostos empréstimos multimilionários tomados pelo partido.
Genoino quer, tanto por motivos judiciais quanto políticos, separar sua imagem da de Silvinho - e não mente quando aborda o tema da honestidade pessoal. Os arquitetos principais do núcleo partidário do mensalão não operavam um esquema tradicional de corrupção, destinado a converter recursos públicos em patrimônios privados. Eles pretendiam enraizar um sistema de poder, produzindo um consenso político de longo alcance. O episódio deveria ser descrito como um acidente necessário de percurso na trajetória de consolidação da nova elite política petista.
José Dirceu, o "chefe da quadrilha", opera atualmente como lobista de grandes interesses empresariais, não compartilha o estilo de vida monástico de Genoino, mas também não parece ter auferido vantagens pecuniárias diretas no episódio em julgamento. O então poderoso chefe da Casa Civil comandou o esquema de aquisição em massa de parlamentares com o propósito de assegurar a navegação de Lula nas águas incertas de um Congresso sem maioria governista estável. Dirceu conduziu a perigosa aventura em nome dos interesses gerais do lulismo - e, imbuído de um característico sentido de missão histórica, aceitou o papel de bode expiatório inscrito na narrativa oficial da inocência do próprio presidente. Há um traço de tragédia em tudo isso: o mensalão surgiu como "necessidade" apenas porque o neófito Lula rejeitou a receita política original formulada por Dirceu, que insistira em construir extensa base governista sustentada sobre uma aliança preferencial entre PT e PMDB.
A corrupção tradicional envenena lentamente a democracia, impregnando as instituições públicas com as marcas dos interesses privados. O caráter histórico do episódio em julgamento deriva de sua natureza distinta: o mensalão perseguia a virtual eliminação do sistema de contrapesos da democracia, pelo completo emasculamento do Congresso. A apropriação privada fragmentária de recursos públicos, por mais desoladora que seja, não se compara à fabricação pecuniária de uma maioria parlamentar por meio do assalto sistemático ao dinheiro do povo. Os juízes do STF não estão julgando um caso comum, mas um estratagema golpista devotado a esvaziar de conteúdo substantivo a democracia brasileira.
No PT, "Silvinho Land Rover" será, para sempre, um "anjo caído", mas o tesoureiro Delúbio Soares foi festivamente recebido de volta, enquanto Genoino frequenta reuniões da direção e Dirceu é aclamado quase como mártir. O contraste funciona como súmula da interpretação do partido sobre o mensalão. Ao contrário do dirigente flagrado em prática de corrupção tradicional, os demais serviam a um desígnio político maior - um fim utópico ao qual todos os meios se devem subordinar. São, portanto, "heróis do povo brasileiro", expressão regularmente usada nas ovações da militância petista a Dirceu.
O PT renunciou faz tempo à utopia socialista. Na visão do "chefe da quadrilha", predominante no seu partido, o PT é a ferramenta de uma utopia substituta: o desenvolvimento de um capitalismo nacional autônomo. Segundo tal concepção, o lulismo figuraria como retomada de um projeto deflagrado por Getúlio Vargas e interrompido por FHC. Nas condições postas pela globalização, tal projeto dependeria da mobilização massiva de recursos estatais para o financiamento de empresas brasileiras capazes de competir nos mercados internacionais. A constituição de uma nova elite política, estruturada em torno do PT, seria componente necessário na edificação do capitalismo de Estado brasileiro. Sobre o pano de fundo do projeto de resgate nacional, o mensalão não passaria de um expediente de percurso: o atalho circunstancial tomado pelas forças do progresso fustigadas numa encruzilhada crucial.
A democracia é um regime essencialmente antiutópico, pois seu alicerce filosófico se encontra no princípio do pluralismo político: a ideia de que nenhum partido tem a propriedade da verdade histórica. Na democracia as leis valem para todos - mesmo para aqueles que, imbuídos de visões, reclamam uma aliança preferencial com o futuro. O "herói do povo brasileiro" não passa, aos olhos da lei, do "chefe da quadrilha" consagrada à anulação da independência do Congresso. Ao julgar o mensalão, o STF está decidindo, no fim das contas, sobre a pretensão de uma corrente política de subordinar a lei à História - ou seja, a um projeto ideológico. Há, de fato, algo de histórico no drama que começa hoje.
*   SOCIÓLOGO, DOUTOR EM GEOGRAFIA HUMANA PELA USP. E-MAIL:DEMETRIO.MAGNOLI@UOL.COM.BR

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-julgamento--da-historia-,909634,0.htm

Realidade sem maquiagem...


Carta de uma garota com AIDS aos 17 anos!

Meu nome é Patrícia, tenho 17 anos, e nesse momento encontro-me quase sem forças. Pedi à enfermeira Dani, minha amiga, para escrever esta carta, que será endereçada aos jovens (...) antes que seja tarde demais.
Eu era uma jovem “sarada”, criada em uma excelente família de classe média alta de Florianópolis. Meu pai é engenheiro eletrônico de uma grande estatal e procurou sempre dar tudo do bom e do melhor para mim e para meus dois irmãos, inclusive a liberdade, que eu nunca soube aproveitar.
Aos 13 anos venci um concurso para modelo e manequim, na Agência Kasting, que selecionou as novas Paquitas do programa da Xuxa. Fui também selecionada para fazer um book na Agência Elite, em São Paulo. Sempre me destaquei pela minha beleza física, chamava a atenção por onde passava. Estudava no melhor colégio de Floripa e tinha todos os garotos do colégio aos meus pés. Nos finais de semana, freqüentava shoppings, praias e cinemas; curtia com minhas amigas tudo o que a vida tinha de melhor para oferecer. Porém, como a vida nos prega algumas peças, meu destino começou a mudar em outubro de 1994, quando fui com uma turma de amigos para a Oktoberfest, em Blumenau.
Na quinta-feira, primeiro dia da festa, tomei meu primeiro porre de chope. Eu já tinha experimentado algumas bebidas, tomava escondido da mamãe o licor Amarula, mas nunca tinha ficado bêbada. Que sensação legal! Curti a noite inteira e beijei uns 10 carinhas. Minhas amigas até colocavam o chope numa mamadeira misturado com guaraná para enganar os “meganhas”, porque menor não podia beber; assim, bebemos a noite inteira, e os “otários” nem perceberam.
Lá pelas quatro da manhã fui levada ao Posto Médico, quase em coma alcoólico, numa maca dos Bombeiros. Deram-me umas injeções de glicose para melhorar. Quando voltei ao apartamento, quase “vomitei as tripas”, mas meu grito de liberdade já tinha sido dado.
No sábado conhecemos uma galera de São Paulo, que estava alugando um “apê” no mesmo prédio. Nem imaginava que naquele dia eu estaria sendo apresentada ao meu futuro assassino.
Bebi um pouco no sábado em uma festa, que não estava legal, e lá pelas 5h30 fomos ao “apê” dos garotos para curtir o restante da madrugada. Lá rolou de tudo, e fui apresentada ao famoso “baseado”. No começo resisti, mas chamaram a gente de “Catarina careta”, mexeram com nossos brios e acabamos experimentando.
Fiquei com uma sensação esquisita, de baixo astral, mas antes de ir embora experimentei novamente. O garoto mais velho da turma, o “Marcos”, fazia carreirinha e cheirava um pó branco, que descobri ser cocaína. Ofereceram-me, mas não tive coragem aquele dia. Retornamos a Floripa, mas percebi que alguma coisa tinha mudado. Eu sentia a necessidade de buscar novas experiências e não demorou muito para eu novamente deparar-me com meu assassino, “Drues”.
Aos poucos, meus melhores amigos foram se afastando quando comecei a me envolver com uma galera da pesada. Sem perceber, eu já era uma dependente química, a partir do momento que a droga começou a fazer parte do meu cotidiano.
Fiz viagens alucinantes, fumei maconha misturada com esterco de cavalo, experimentei cocaína misturada com um monte de porcaria. Eu e a galera descobrimos que misturando cocaína com sangue o efeito ficava mais forte; aos poucos não compartilhávamos a seringa, e sim o sangue que cada um cedia para diluir o pó. No início, a minha mesada cobria os meus custos, porque a galera repartia e o preço era acessível. Comecei a comprar a “branca” a R$ 7,00 o grama, mas não demorou muito para conseguir somente a R$ 15,00 e eu precisava, no mínimo, de cinco doses diárias.
Saía na sexta-feira e retornava aos domingos com meus “novos amigos”. Às vezes a gente conseguia o “ecstasy”, dançávamos nos “points” a noite inteira e depois farra. Meu comportamento tinha mudado em casa; meus pais perceberam, mas no início eu disfarçava e dizia que eles não tinham nada a ver com a minha vida. Comecei a roubar em casa pequenas coisas para vender ou trocar por drogas. Aos poucos o dinheiro foi faltando e, para conseguir grana, fazia programas com uns velhos que pagavam bem. Sentia nojo de vender meu corpo, mas era necessário para conseguir dinheiro.
Aos poucos, toda a minha família foi se desestruturando. Fui internada diversas vezes em Clínicas de Recuperação. Meus pais, sempre com muito amor, gastavam fortunas para tentar mudar o quadro. Quando eu saía da clínica, agüentava alguns dias, mas logo estava me picando novamente.
Abandonei tudo: escola, bons amigos e família. Em dezembro de 1997, minha sentença de morte foi decretada: descobri que havia contraído o vírus da AIDS, não sei se me picando ou através de relações sexuais, muitas vezes sem camisinha. Devo ter passado o vírus a um montão de gente, porque os homens pagavam mais para transar sem camisinha.
Aos poucos, meus valores, que só agora reconheço, foram acabando: família, amigos, pais, religião, Deus – até Deus, tudo me parecia ridículo. Papai e mamãe fizeram tudo, por isso nunca vou deixar de amá-los. Eles me deram o bem mais precioso, que é a vida, e eu o joguei pelo ralo.
Estou internada, com 24 kg, horrível; não quero receber visitas, porque não podem me ver assim. Não sei até quando sobrevivo, mas, do fundo do coração, peço aos jovens que não entrem nessa viagem maluca... Você, com certeza, vai se arrepender, assim como eu – mas percebo que para mim é tarde demais.
Patrícia encontrava-se internada no Hospital Universitário de Florianópolis e relatou sua história à enfermeira Danelise. Patrícia veio a falecer 14 horas mais tarde, de parada cardiorrespiratória, em conseqüência da AIDS.
http://face.humornofb.com/app/humor/humor-8.php

Mais uma etapa superada...