Promotor nega
sete pedidos de união homoafetiva em três meses em Santa Catarina
O promotor Henrique Limongi, do Ministério Público de
Santa Catarina (MPSC), assumiu a postura de não permitir casamentos gays em
Florianópolis, nos casos em que atua. O MP precisa dar parecer nos pedidos de
união homoafetiva.
Nos últimos três meses, Limongi já negou sete pedidos de
casamento, obrigando os casais gays a recorrerem à Justiça (o reconhecimento da
união gay foi dado pelo Supremo Tribunal
Federal em 2011).
Na mais recente decisão, Limongi impediu o casamento de
Carmen Melo, 30 anos, e Priscila Zanuzzo, 29 anos. Elas tiveram que adiar a
festa que já estava programada para acontecer no último dia 23.
A posição de Limongi é bem conhecida em Florianópolis. Em
geral, o parecer dele é ignorado pelos juízes - mas a simples negativa obriga a
que os noivos recorram, o que atrasa tudo. Carmen disse que não queria
"ser refém da decisão desse homem" e recorreu à Justiça para obter o
registro de casamento com Priscila.
"Parâmetros de normalidade"
Em abril passado, a Corregedoria do MPSC instruiu seus promotores
a não dificultarem as uniões homoafetivas. Por isso, a posição de Limongi é
considerada pessoal. Ele sustenta que o relacionamento gay está "fora dos
parâmetros de normalidade".
A união civil entre homossexuais e o registro dela nos
cartórios de Santa Catarina está amparada também em decisão de abril do
Tribunal de Justiça (TJSC). A secção local da OAB pediu ao MPSC que investigue
as negativas de Limongi. O Conselho Nacional do MP abriu uma investigação
disciplinar sobre os casos em que ele atua.
O promotor Limongi disse que sua posição não é por
homofobia nem preconceito, mas por interpretação ao pé da letra do artigo 226
da Constituição, em que consta que a união estável se dá entre homem e mulher.
Nenhum comentário:
Postar um comentário