quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Frustrações nada mais...


“O consumo de luxo virou válvula de escape para frustrações”, diz Lipovetsky
Filósofo francês especializado no mercado de luxo analisa o fenômeno no Brasil em conferências no Rio e São Paulo
Os movimentos do consumo de luxo no mundo. Esse é o principal foco de observação e análise do filósofo e sociólogo francês Gilles Lipovetsky que está novamente no Brasil para expor suas ideias durante a conferência “The New World of Luxury”, que acontece nos dias 15 e 16 em São Paulo e nos dias 21 e 22, no Rio de Janeiro. Convidado por Claudio Diniz, da Maison du Luxe, Lipovetsky falará sobre as novas perspectivas desse mercado, com foco no Brasil, País onde, para ele, “a ascensão da classe média e o grande interesse de todas as classes sociais pela aparência estimula o consumo de luxo, mas também gera distorções e problemas na sociedade”.
A polêmica ganha reforço com Diniz, que aproveitará a oportunidade para lançar o livro “O Mercado do Luxo no Brasil: Tendências e Oportunidades”, pela editora Seoman. “No Brasil ainda impera o ‘Mulheres Ricas’ ( reality show exibido pela rede Bandeirantes, no início de 2012 ), com muito logotipo aparecendo e exibicionismo. Na Europa, isso é cafona, vulgar”, diz. “O brasileiro ainda precisa das roupas e acessórios de marca para marcar posição na sociedade, mas luxo não é o ter, mas o ser. O verdadeiro luxo é o conhecimento, o que você não compra, precisa de tempo para adquiri-lo”, completa.
Na conferência ainda serão discutidas questões como gestão de fortunas no mundo contemporâneo, captação e treinamento de profissionais para o mercado do luxo, e a força do Nordeste brasileiro nesse segmento.

Abaixo, uma prévia das ideias de Gilles Lipovetsky que serão apresentadas durante o evento.
iG: Como o senhor vê o desenvolvimento do mercado de luxo no Brasil?
Gilles Lipovetsky: No Brasil há dois fatores muito importantes que estimulam o crescimento do mercado de luxo: a ascensão da classe média e o grande interesse por questões ligadas à aparência – a ver o número de academias, cirurgias plásticas e produtos de beleza consumidos. Mas esse fator também gera distorções e problemas na sociedade, porque tanto a classe alta quanto os mais pobres conhecem e desejam as marcas de luxo e, para tê-las, alguns podem partir para a delinquência, o crime. Antes os bandidos atacavam as pessoas porque precisavam de dinheiro para sobreviver, hoje porque querem ter roupas e carros de luxo para se exibir ( vide a chamada ‘ gangue dos playboys ’, presa recentemente em São Paulo ).
iG: O Brasil poderá vir a ter marcas de luxo próprias?
Lipovetsky: Estou convencido que sim. Talvez não uma marca de luxo histórica, como Hermès ou Chanel, mas por que não algo como a Armani, criada na década de 70, que preza pela qualidade e criatividade? Mas isso não deve acontecer em um ou dois anos, é um processo de mais de dez anos para se firmar. Além disso, é possível pensar em formas híbridas de se desenvolver o luxo localmente, como fez a Hermès na China, que criou uma marca própria para aquele mercado, com parcerias locais.
iG: Em que áreas o senhor acredita que estejam nossos potenciais para disputar espaço nesse mercado?
Lipovetsky: É preciso lembrar que o luxo não é só moda e as empresas precisam descobrir onde atuar. O Brasil poderia desenvolver uma rede hoteleira de luxo mundial, por exemplo. Esse é um mercado que hoje movimenta 900 milhões de pessoas por ano, mas somos mais de 6 bilhões e ainda há um potencial enorme, inexplorado. Mas é preciso, além da qualidade dos serviços ou produtos, e explorar a cultura e os artistas locais para fazer algo único e autêntico. Afinal, globalização não é sinônimo de uniformização.
iG: Num momento em que o mercado é dominado por grandes conglomerados, é possível uma marca de luxo sobreviver de forma independente?
Lipovetsky: Com os grandes conglomerados os negócios de luxo passaram de pequenas casas a gigantes globalizados, que têm metas e acionistas para quem responder. Por isso, não podem correr o risco de escorregar. Assim, sobra o espaço da ousadia, da diversidade e da criatividade para as pequenas marcas, que ainda trabalham artesanalmente e atendem nichos de mercado. O problema é a difusão da marca e a distribuição dos produtos, mas a internet também está criando nossos caminhos para isso.
iG: O senhor acredita que o mercado de luxo, antes tão arredio à internet, vá dar mais atenção à ela?
Lipovetsky: Com certeza. As marcas já viram que é absolutamente necessário estar na rede e ter um site que valorize sua comunicação, apresente os lançamentos e seja mais um canal de vendas a oferecer a mesma qualidade de uma loja real. Já existem muitos produtos caros sendo vendidos pela internet. A importância de estar em redes sociais ainda é um assunto nebuloso, mas pode-se pensar em canais fechados para atender clientes especiais, que terão acesso a produtos exclusivos e vendas privadas.
iG: Algumas aberturas de lojas de luxo em países emergentes vêm sendo seguidas por filas gigantescas. Em São Paulo, até mesmo grifes que não são consideradas de luxo, como a Sephora, viram o fenômeno acontecer. Como o senhor avalia esse comportamento?
Lipovetsky: As pessoas estão viciadas em novidade, como se não fosse possível viver sem isso. O consumo de luxo se tornou uma válvula de escape para aplacar desilusões e frustrações. Quer-se comprar felicidade, mas só se consegue uma satisfação passageira. Ao mesmo tempo, as marcas de luxo nunca foram tão populares e valorizadas, contrariando quem dizia que a difusão acabaria com o prestígio. Além disso, no Brasil, assim como na China, ainda havia uma demanda reprimida. As pessoas querem conhecer os produtos, a loja, os vendedores. 
http://luxo.ig.com.br/lazereprazer/2012-08-15/o-consumo-de-luxo-virou-valvula-de-escape-para-frustracoes-diz-lipovetsky.html

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Pensamentos...


"Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos". Vinicius de Moraes, poeta e diplomata, RJ, 1913-1980

Terça-feira, 14 de agosto de 2012

Anjo do dia: Jeliel.
Dia de São Maximiliano Maria Kolbe.
Dia do Controle da Produção Industrial.
Dia do Protesto.
Dia Nacional de Combate à Poluição.

1822 Independência do Brasil: manifesto do Príncipe Regente D. Pedro favorável à Independência do Brasil, exige a formação de uma Assembléia Legislativa no Brasil com as mesmas atribuições da de Lisboa.
1998 Justiça concede anistia ao poeta, compositor e diplomata Vinicius de Moraes, afastado da carreira diplomática pelo AI-5 em 1969.
2005 Libertado Edgar Ray Killen, membro da Ku Klu Klan, condenado pela morte de 3 jovens militantes anti-racistas em 1964.
2007 ONG Government Accountability Project, que fiscaliza as ações e contas do governo norteamericano, denuncia que Bush censurou a referência ao aquecimento global nos relatórios do Banco Mundial.

1959 Nascimento: Ervin Johnson, o Magic Johnson, jogador norte-americano de basquete da NBA.
1966 Nascimento: Halle Berry, atriz norte-americana.
www.farmaciadepensamentos.com

Refletir...


“Todos correm atrás da felicidade, mas a felicidade está correndo atrás de todos.” (Bertolt Brecht)

Devanear...


Desencanto - Pe. Antônio Tomás
Muitas vezes cantei nos tempos idos,
Acalentando sonhos de venturas;
Então da lira a voz suave e pura
Era-me um gozo d'alma e dos sentidos.

Hoje vejo esses sonhos convertidos
Num acervo de penas e amargura,
E percorro da vida a estrada escura
Recalcando no peito os meus gemidos.

E se tento cantar como remédio
Às minhas mágoas, ao sombrio tédio
Que lentamente as forças me quebranta,

Os sons que arranco à pobre lira, agora
Mais parecem soluços de quem chora
Do que a doce toada de quem canta.
http://lindos-sonetos.vilabol.uol.com.br/xav3.htm


Piada...


Cinco cantadas nerds
“Nem a mais potente placa de vídeo iria reproduzir os gráficos da sua beleza.”
"Gata eu não sou função do primeiro grau, mas quanto te vi fiquei afim"
"Gata, por acaso sua calcinha esta escrito Download? Porque quando eu vi deu uma vontade de baixar!"
"Gata, me da Ctrl + Alt + Del porque quando te vi travei!"
"Gata me chama de projeto atrasado e passa a noite comigo!"
http://www.piadas.com.br/piadas/5-cantadas-nerds

Curioso...

História dos brinquedos
1902
O imigrante russo Morris Michtom fabricou os primeiros ursos de pelúcia. Há versões que dizem que, antes dele, a alemã Margaret Steiff já fazia animaizinhos de feltro.

1935
O norte-americano Charles B. Darrow inventou o Banco Imobiliário.

1947
O inglês Peter Adolph lançou o futebol de botão. Na época, ele se chamava "subbututeo".

1949
Na Dinamarca, o marceneiro Olé Kirk Christiansen desenvolveu as peças de encaixe que compunham o Lego.

1956
O autorama, uma mini-pista de corrida com carrinhos movidos a pilha, foi lançado na Inglaterra.

1959
A norte-americana Ruth Handler criou a Barbie, uma das bonecas mais famosas da história. O primeiro modelo vinha com um maiô listrado.

1965
Surgiram os primeiros skates produzidos industrialmente. O brinquedo foi criado pelos surfistas californianos, nos Estados Unidos, como forma alternativa de diversão para os dias em que o mar estava de ressaca.

1972
Quatro alunos da Escola Politécnica de São Paulo elaboraram uma versão nacional de um jogo de estratégia de guerra europeu, o War.

1974
A Metallwarenfabrik Georg Branstatter, uma fabricante alemã de telefones e caixas registradoras, lançou o Playmobil, um brinquedo com kits temáticos de bonecos feitos com um novo tipo de plástico (mais resistente e lavável).

1978
Chegou ao Brasil o Genius, um jogo eletrônico de memória criado nos Estados Unidos.

1996
O Tamagochi, um bichinho de estimação eletrônico, foi criado no Japão. O desenhista Kazuki Takahashi desenvolveu um jogo de cartas com monstros chamado Yu-Gi-Oh.
http://www.guiadoscuriosos.com.br/categorias/3839/1/historia-dos-brinquedos.html

Viva a sabedoria...


Primeiro bebê clonado vai nascer em Israel (imprensa)
14h11 - 10/03/2001
BERLIM, 10 mar (AFP) - O primeiro bebê clonado deve nascer em Israel, onde o ginecologista italiano, Severino Antinori, que há oito anos ajudou uma mulher de 62 anos a ter um filho, quer executar seu projeto de clonar seres humanos, afirma a revista alemã Der Spiegel em sua edição de segunda-feira.
Der Spiegel assegura que uma equipe de cientistas já trabalha no projeto, na cidade costeira israelense de Caesera, ao norte de Tel Aviv, onde a empresa Abaclon está sendo construída.
Segundo Antinori, que anunciou seu projeto de clonar bebês para casais estéreis durante um colóquio sexta-feira em Roma, a clonagem de seres humanos é admitida em Israel.
O médico israelense Avi Ben Abraham, um dos impulsionadores do projeto, explicou à Der Spiegel que "a crença judaica não exclui tão categoricamente a clonagem como a religião católica".
"Chegou a hora de superar a lei da natureza", acrescentou.
CIÊNCIA
Criação de embrião humano clonado é alvo de críticas e polêmica 26.Nov.2001
A revolucionária experiência foi anunciada nese domingo por uma empresa americana. A Casa Branca divulgou ser contra a clonagem humana e pediu ao Congresso que proíba novos testes. O Vaticano e a comunidade científica também expressaram preocupação com as aplicações da nova técnica. Como foi a pesquisa com embriões humanos clonados A descrição da experiência pelos cientistas (em inglês) A opinião da comunidade científica, políticos e líderes religiosos
Novas leis podem dificultar pesquisas 26.Nov.2001
A clonagem de embriões humanos foi rejeitada por um comitê de especialistas da ONU e poderá ser alvo de proibições em vários países. A americana ACT, que diz ter obtido o primeiro embrião clonado, foi criada apenas para este tipo de pesquisa.
Italiano diz que teve idéia roubada 26.Nov.2001
Severino Antinori prometeu em agosto que criaria o primeiro embrião de clone humano em novembro, mas foi atropelado pelo anúncio dos americanos. 'Eu ensinei esta tecnologia a eles', afirma. O italiano diz que irá criar um ser humano clonado em seis meses.
Entrevista de Antinori a VEJA em 29/8/2001 Reportagem de VEJA de 15/8/2001 sobre clonagem humana
Criação de embrião humano clonado é alvo de críticas e polêmica 26.Nov.2001
O anúncio da criação do primeiro embrião humano clonado provocou críticas, articulações políticas e pedidos de cautela por parte de cientistas, líderes religiosos e governantes de todo o mundo. A Casa Branca solicitou ao Congresso dos Estados Unidos que vote rapidamente a proibição de qualquer outra experiência do tipo. O Vaticano expressou sua preocupação, uma reação semelhante à de muitos cientistas diante da experiência.
A divulgação da clonagem do embrião aconteceu no domingo em duas publicações científicas (The Journal of Regenerative Medicine e Scientific American). A empresa responsável foi a americana Advanced Cell Technology (ACT). Apesar de desmentir que pretende levar adiante o experimento e clonar um ser humano, a companhia virou alvo de intensa polêmica. Alguns elogiaram a iniciativa, ressaltando os possíveis benefícios futuros do projeto. Outros disseram que a ACT deve ser fiscalizada.
"A empresa está criando os embriãos apenas para matá-los e cultivar suas células", disse Douglas Johnson, do Comitê Nacional de Direito à Vida, em Washington. Johnson diz que o Congresso deve proibir as experiências para evitar que as empresas do setor virem "fazendas de embriões humanos". Glenn McGee, especialista em bioética da Universidade da Pensilvânia, minimizou a importância da experiência - disse que o anúncio foi precipitado.
Ainda no domingo, uma porta-voz da Casa Branca disse que o presidente George W. Bush é "100% contra qualquer tipo de clonagem humana." De acordo com ela, o presidente pediu a rápida votação da proibição da clonagem humana no país no Senado - a Câmara já aprovou o veto. "Ele apóia esta legislação", garantiu a porta-voz. A clonagem humana já é proibida em vários países, e a União Européia também rejeita a idéia.
O Vaticano reagiu ao anúncio expressando preocupação. "Ainda não sabemos exatamente qual é o processo e se pode ser definido como uma verdadeira clonagem humana", disse, cauteloso, o cardeal Tarcisio Bertone. "Se foi uma verdadeira clonagem humana, deve ser condenada, pois um embrião foi criado e depois destruído em laboratório", disse Bertone. "Mas se os cientistas conseguiram tudo isso utilizando células-mães não embrionárias, então se trataria de uma verdadeira conquista científica."
Clonagem de humanos pode ser mais 'fácil' que a de outros animais 15.Ago.2001
Um estudo realizado por cientistas americanos surpreendeu o mundo nesta terça-feira: revela que a clonagem de humanos poderá ser mais fácil e eficaz do que em animais. Ao contrário do que se acreditava, é possível que a criação de embriões humanos clonados tenha menor incidência de falhas no DNA e doenças.
De acordo com pesquisadores da universidade de Duke, na Carolina do Norte, a causa dos problemas genéticos nos clones pode ser um defeito no gene IGF2R, que controlam o crescimento das células. Quando este gene não age normalmente, as células podem se desenvolver de maneira desordenada, causando tumores e defeitos congênitos. Um exemplo: a famosa Dolly, primeiro animal clonado de um animal adulto, tem envelhecimento precoce.
Numa reprodução convencional, através de relação sexual, esse tipo de gene é duplicado e transmitido automaticamente. Porém, vários animais têm falhas nesse processo - e um dos genes responsáveis por essa função é "desligado". No processo de clonagem, o gene remanescente é afetado - e as falhas são inevitáveis.
A falha acontece com ovelhas, porcos, vacas e camundongos, mas não com os humanos. Nos homens, as duas cópias do gene IGF2R são transmitidas e funcionam normalmente. Portanto, ao menos um deles funcionaria, e isso mesmo que a clonagem danificasse o outro. Assim, é provável - em teoria, vale ressaltar - que o problema das deformidades fetais e defeitos genéticos não ocorra com os humanos e que a clonagem seja muito mais segura do que em outros animais.
Pioneirismo - "São os primeiros dados genéticos concretos mostrando que o processo de clonagem pode ser menos complicado em seres humanos do que em ovelhas", disse Keith Killian, de Duke, ao jornal The Independent. O autor da pesquisa, publicada nesta terça na publicação científica Human Molecular Genetics, acredita que os humanos clonados não teriam supercrescimento fetal, mas ressalta que sua pesquisa tem apenas fundamentação teórica - na prática, outros problemas poderiam ocorrer.
A clonagem humana, alvo de intensa polêmica desde o surgimento da ovelha Dolly, em 1997, voltou a ser discutida internacionalmente com o anúncio de que um médico italiano já está tentando clonar um embrião. Na semana passada, Severino Antinori divulgou que vai criar o primeiro embrião clonado de um humano até o fim do ano, e que já tem 200 casais inférteis dispostos a participar da experiência. França, Alemanha, Japão e Estados Unidos estudam a proibição à experiência, que já é ilegal na Inglaterra.
Médico italiano quer clonar ser humano em novembro 06.Ago.2001
O médico italiano Severino Antinori é daqueles profissionais polêmicos, que disputam espaço na mídia internacional sem se preocupar com sua reputação junto à comunidade científica. Na contramão do que pregam seus colegas mais renomados, amparados por leis, Antinori disse que começa suas experiência com clonagem humana em novembro.
Em entrevista ao jornal britânico Sunday Times, neste domingo, o especialista garante que já está pronto para iniciar experimentos com 200 mulheres, voluntárias de vários países. Ninguém sabe onde a experiência será realizada, já que a maioria dos países proíbe esse tipo de pesquisa. O trabalho mais controverso da história da ciência deverá transcorrer, segundo o próprio Antinori, em um laboratório secreto no Leste Europeu ou até a bordo de um navio ancorado em águas internacionais.
O consenso da grande maioria dos cientistas, até daqueles que aplicam a técnica em animais, é que a clonagem, independentemente de questões éticas ou religiosas, é perigosa demais para ser testada em seres humanos. Desde a clonagem da ovelha Dolly, em fevereiro de 1997, cientistas já conseguiram clonar vacas, porcos, cabras e camundongos. Mas não ratos, nem coelhos, cachorros, gatos e muito menos macacos. E sempre a um custo de vida elevado.
Segundo o pesquisador Harry Griffin, diretor-assistente do Instituto Roslin, que criou Dolly, apenas cerca de 1% dos embriões clonados resultam em um nascimento vivo e sadio. Os outros 99% acabam em abortos ou animais deformados que morrem pouco após o parto. Este fracasso é aceitável em pesquisas com animais, dizem os especialistas, mas não em seres humanos.
O professor Ian Wilmut, também do Instituto Roslin, disse à BBC que a possibilidade da clonagem humana o preocupa. "O mais provável resultado de qualquer tentativa de produzir uma pessoa clonada hoje seria aborto, o nascimento de crianças mortas ou, talvez pior, o nascimento de crianças anormais." Antinori, no entanto, parece não se preocupar. "Garanto, com 99% de chance, que não produzirei nenhum monstro", afirmou.
Ele admite, entretanto, que não sabe estimar a porcentagem de "anomalias" que poderão estar presentes nos clones. "Poderá ser 10%, ou 50%. Os embriões que estiverem OK serão usados para fecundação, os outros serão jogados fora. Não há nada de chocante nisso; é o mesmo que ocorre na fertilização in vitro."
Antinori, dono de uma clínica de fertilidade, ganhou fama em 1994, quando ajudou um mulher de 62 anos a ter um filho. Dois anos depois, foi criticado por amadurecer espermatozóides de homens estéreis em tecidos de rato.
NY times Polêmica Especialistas acham que tentativa de clonagem humana não funcionou
Gina Kolata e Andrew Pollack
Quando a Advanced Cell Technology, uma pequena empresa de biotecnologia de Massachusetts, anunciou no domingo que tinha dado os primeiros passos na produção de embriões humanos por meio de clonagem, ela não pôde relatar um sucesso duradouro. Todos os embriões que criou morreram.
Ela nem poderia alegar a utilização técnicas inovadoras. Seus métodos já foram empregados em animais. Alguns cientistas até mesmo sugeriram que o que a empresa fez nem mesmo podia ser considerado clonagem.
Mas se há um futuro para a clonagem humana, tanto para fins reprodutivos como para a criação de linhagens de células para uso no tratamento de doenças, as pessoas poderão dizer um dia que ela teve início em Worcester.
A grande quantidade de protestos provocados pelo anúncio da empresa não incomoda a Advanced Cell Technology. Seu presidente, Michael D. West, reconheceu que o desejo de ser o primeiro a reivindicar a clonagem de um embrião humano foi um dos motivos que levaram a empresa a decidir divulgar seus resultados.
Seja qual for a importância científica do anúncio de West, sua importância política foi enorme.
O presidente Bush denunciou o trabalho como imoral e houve fortes pedidos no Congresso para tornar o trabalho ilegal.
Pairando sobre a agora violenta disputa sobre se tal trabalho deve ser ou não proibido se encontra uma importante questão científica: a tentativa de clonagem humana foi um marco ou um erro esquecível? A resposta, dizem os especialistas em clonagem, é que é impossível saber. O trabalho com animais mostrou que a clonagem é como uma arte. Não há regras ou fórmulas. O sucesso, quando ocorre, pode ser imprevisível e quase inexplicável.
Pode ser que a clonagem humana seja extraordinariamente difícil e que sejam necessários anos e milhares de tentativas para que funcione. Ou pode ser que uma simples mudança no procedimento laboratorial transforme fracasso em sucesso. Esta tem sido a experiência dos cientistas que trabalham na clonagem de animais.
Mas para a Advanced Cell Technology, tais incertezas têm maior peso. A empresa está apostando que pode aperfeiçoar a clonagem humana, criando embriões não para fins reprodutivos, mas como fonte de células-tronco. As células-tronco embrionárias humanas podem, em teoria, se transformar em qualquer um dos tecidos e órgãos do corpo, e a empresa deseja fornecê-las como células substitutas para pacientes com uma ampla variedade de doenças.
A pequena empresa possui um histórico de feitos no mundo da clonagem de animais. Alguns dos principais pesquisadores de clonagem estão em sua folha de pagamento. Mas ela também tem um histórico de jogadas astutas na imprensa. Em entrevistas, West reconheceu que os cientistas da empresa de capital fechado publicaram seus resultados em uma publicação online pouco conhecida, "The Journal of Regenerative Medicine", porque faria a publicação coincidir com artigos em duas revistas, a "Scientific American" e a "U.S. News and World Report".
Como muitas outras pequenas empresas de biotecnologia, ela atrai os investidores com promessas, não lucros.
"Nós necessitaremos de centenas de milhões em investimentos antes de nos tornarmos lucrativos", disse West.
Mas dizer que todas as suas tentativas falharam até agora não é o mesmo que dizer que todas as tentativas falharão.
Os cientistas da empresa, liderados por Jose Cibelli, utilizaram uma técnica padrão que envolve a retirada do material genético de um óvulo não fertilizado e a inserção em seu lugar do DNA de uma célula adulta. Na teoria, o óvulo passaria a utilizar os genes da célula adulta para direcionar seu desenvolvimento, criando um embrião que é uma cópia genética exata do doador da célula adulta.
A empresa tentou clonar dois tipos de células adultas ­células de pele e células cumulus, que são células que cercam os óvulos e contêm nutrientes. Os pesquisadores acrescentaram as células de pele a 11 óvulos; nenhum se dividiu. Eles acrescentaram células cumulus a oito óvulos; três se dividiram uma ou duas vezes, as outras nenhuma vez.
As células-tronco aparecem apenas após o embrião crescer por cerca de cinco dias e, mais importante, formar um blastocisto, uma esfera de células com uma bola de células-tronco dentro dele. Os embriões da Advanced Cell Technology que foram criados pelo processo de clonagem não chegaram nem perto deste estágio de desenvolvimento.
Ronald M. Green, um professor de Dartmouth que chefia o comitê de ética da empresa, disse que prefere nem mesmo se referir às células como embriões. Ele disse que prefere chamá-las de "óvulos divididos".
De fato, dizem os cientistas, os óvulos podem se dividir algumas vezes sem que se possa fazer qualquer uso de seus genes, assim o fato de que alguns poucos óvulos se dividiram algumas poucas vezes não significa que a meta da experiência ­acrescentar um novo conjunto de genes funcionais a um óvulo­ tenha sido atingida. Mas fracassos de clonagem podem repentinamente se transformar em sucesso, como atestam aqueles que clonaram outras espécies.
Esta foi a experiência de Randall Prather, um especialista em clonagem da Universidade do Missouri, em anos de esforços para clonar porcos. Por inúmeras vezes ele iniciou o processo de clonagem e então as células, assim como as do estudo da Advanced Cell Technology, simplesmente morriam.
Agora, ele e outros podem clonar porcos, mas ele não sabe que mudanças em seus procedimentos laboratoriais fizeram a diferença. Tudo o que pode dizer, disse Prather, é: "Sim, agora funciona".
A clonagem também depende da perícia do cientista, disseram os especialistas.
Tony Perry, que participou de experiências de clonagem de ratos na Universidade do Havaí, disse que um número sem fim de horas de prática foi necessário para a realização das delicadas manipulações das células microscópicas envolvidas na clonagem. Algumas pessoas desenvolvem um "tato" para o trabalho enquanto outras, independente de quanto se esforcem, nunca são boas o bastante.
"Ele exige um tipo de coordenação olho-mão" e prática constante, disse Perry, lembrando dos meses de prática, sete dias por semana, 10 horas por dia. "Se você relaxar na prática por duas semanas, você não volta para a estaca zero, mas fica um pouco enferrujado", disse Perry.
Também há enigmáticas e imprevisíveis diferenças entre as espécies. Ryuzo Yanagimachi, que clonou ratos juntamente com Teruhiko Wakayama, disse que cerca de 2 a 3% das tentativas de clonar gado resultou no nascimento de animais vivos. A maior parte do restante morreu nos primeiros instantes de vida: apenas cerca de 20% dos embriões clonados chegaram ao estágio de blastocisto.
Com os ratos, disse Yanagimachi, cerca de 50 a 60% dos embriões clonados chegaram ao estágio de blastocisto. Só que muitos mais morreram em seguida. No final, disse ele, o percentual de sucesso na clonagem de ratos foi o mesmo obtido com gado ­ 2% a 3%.
Considerando que o trabalho de clonagem humana resultou em fracasso, algumas pessoas, como Steen Willadsen, um pioneiro da clonagem de Windermere, Flórida, perguntou por que a Advanced Cell Technology se deu ao trabalho de publicar seus resultados, orquestrando ao mesmo tempo uma blitz na mídia.
Na teoria, disse Willadsen, a publicação ofereceria a outros pesquisadores dicas sobre "o que não fazer". Mas, ele acrescentou, o detalhe crucial que condenou a tentativa pode não ser tão óbvio, e pode até mesmo não estar presente na documentação da experiência. "Pode haver algo trivial atrapalhando o avanço deles", disse ele.
"Tudo o que se pode dizer é que não funcionou desta vez", disse Willadsen.
Tradução: George El Khouri Andolfato
27/12/2002 - 08h00 Nasce o primeiro clone humano, segundo cientista da seita Raeliana da France Presse, em Miami (EUA)
O primeiro clone humano nasceu ontem, revelou a cientista francesa e integrante da seita Raeliana Brigitte Boisselier.
Segundo Boisselier, presidente do laboratório de clonagem humana Clonaid, uma menina teria nascido de cesariana e tudo corrido bem.
Os esforços dos raelianos para clonar um ser humano foram realizados em completo segredo, o que não permite confirmar a veracidade da informação divulgada por Boisselier.
Os raelianos, que garantem ter 55 mil seguidores em todo o mundo, acreditam que o homem foi introduzido na Terra por viajantes extraterrestres há 25 mil anos, e que os humanos foram criados por clonagem.
A cientista se negou a dar qualquer detalhe, incluindo o local de nascimento da criança, mas revelou que uma entrevista coletiva sobre o caso será concedida hoje, na Flórida.
Em 27 de novembro passado, Boisselier disse que uma criança clonada nasceria nos Estados Unidos como cópia genética de sua mãe.
A química Brigitte Boisselier, de 46 anos, iniciou em 1997 um polêmico projeto de clonagem humana à frente da Clonaid, um laboratório especializado em clonagem com sede em Las Vegas.
O movimento dos raelianos, criado pelo ex-jornalista francês Claude Vorilhon, afirma que a clonagem permitirá ao ser humano obter a vida eterna.
Em novembro passado, o médico italiano Severino Antinori anunciou em Roma que o primeiro clone humano nasceria no início de 2003.
A clonagem humana é proibida em cerca de 30 países, mas alguns Estados admitem sua utilização para fins terapêuticos.
27/12/2002 - 08h08 Geneticista francês acha improvável o nascimento do clone humano da France Presse, em Paris (França)
O geneticista Axel Kahn afirmou hoje, depois do anúncio da seita raelina feito ontem, sobre o nascimento de um bebê clonado, que não existe "rigorosamente nenhuma prova" do feito e que "enquanto não for apresentada, trata-se de pura propaganda".
Entrevistado pela rádio privada Europa 1, Axel Kahn avaliou "que é necessário que cientistas façam o mapa genético do bebê clonado e o mapa genético da pessoa de quem ele seria clone para provar que são idênticos".
Kahn afirmou que a técnica "até agora não funciona nem com os macacos nem nos humanos. "Seriam os raelianos os primeiros a fazê-la funcinar? Não há nenhuma razão para acreditar nisso", acrescentou.
Ontem, a cientista francesa e membro da seita dos raelianos, Brigitte Boisselier, disse ter trazido ao mundo o primeiro bebê clonado. Os esforços dos raelianos na experiência têm sido realizados em completo segredo, motivo pelo qual não foi possível confirmar com fonte independente do meio científico a informação.
Questionada sobre as circunstâncias do nascimento, Boisselier, presidente do projeto de clonagem humana Clonaid, integrante da seita religiosa, negou-se a dar mais detalhes, especialmente sobre o local do nascimento.
http://profileonline.com.br/textos_filosoficos_09.htm

Mais uma etapa superada...