sábado, 8 de dezembro de 2012
A vida imita a arte...
Homem é condenado por cozinhar
cabeça do amante
Um
homem que matou o amante durante jogos sexuais sadomasoquistas e depois
cozinhou a cabeça foi condenado esta sexta-feira, em Berlim, a três anos e três
meses de prisão, informou a agência de notícias alemã DPA.
A promotoria pedia a prisão perpétua para este homem de 44 anos sem trabalho pela morte de seu companheiro, um bancário de 37 anos. Os juízes se mostraram clementes na pena proferida, ao avaliar que os dois homens costumavam se dedicar a práticas perigosas.
A promotoria pedia a prisão perpétua para este homem de 44 anos sem trabalho pela morte de seu companheiro, um bancário de 37 anos. Os juízes se mostraram clementes na pena proferida, ao avaliar que os dois homens costumavam se dedicar a práticas perigosas.
Segundo
o juiz Peter Faust, citado pela DPA, os dois homens, que se conheceram na
internet, se amavam. Em cinco de janeiro de 2012, o berlinense amarrou seu
companheiro com seu consentimento na cama e pôs fita adesiva em sua boca e
nariz.
Após
a morte do bancário, cuja causa exata não foi explicada, o berlinense o cortou
em pedaços e os cozinhou. Os restos do cadáver foram encontrados quatro semanas
depois pela polícia, depois de uma tentativa de suicídio do assassino.
Os
dois homens já tinham praticado no passado jogos sadomasoquistas que então só
causaram a perda de consciência do funcionário do banco.
Para
os juízes, o acusado avaliou mal a situação na noite do falecimento, quando o
companheiro estava inconsciente.
O
acusado estava habituado a realizar este tipo de práticas e seus companheiros
nunca se queixaram que passava dos limites, afirmaram os juízes.
http://br.noticias.yahoo.com/homem-%C3%A9-condenado-cozinhar-cabe%C3%A7a-amante-204058841.html
Vale a pena ler quando se sabe o que se fala...
Terapeuta ensina a superar
descompasso sexual entre homem e mulher
A
australiana Bettina Arndt investiga a libido feminina em livro com soluções
para um problema comum: a incompatibilidade de desejo dos casais. Leia
entrevista
erapeuta
sexual desde os anos 70, a australiana Bettina Arndt percebeu que uma das
maiores queixas em seu consultório era a incompatibilidade de desejo entre os
casais – os homens, geralmente, queriam mais sexo que as mulheres. Disposta a
investigar mais sobre o assunto, a especialista pediu a 98 casais que
escrevessem diários sexuais. O objetivo era reunir informações para analisar
como eles negociam essa frequência.
Bettina
acompanhou a rotina sexual destes casais, com idades entre 20 e 70 anos, ao
longo de nove meses. O resultado é “Por que Elas Negam Fogo”, seu mais novo
livro lançado no Brasil pela editora Best Seller.
O
homem tem que entender que a mulher que não quer sexo não está tentando
puni-lo. A falta de interesse dela se deve a diferenças biológicas
Em
entrevista ao Delas, a autora conta que há razões físicas e
psicológicas para o desnível entre o desejo masculino e o feminino e que, mesmo
sem tanto desejo, é possível todo mundo ficar satisfeito entre quatro paredes.
iG:
Por que você escreveu este livro?
Bettina
Arndt: Desde que comecei a trabalhar como terapeuta sexual nos anos 70 as
pessoas me falam sobre suas vidas sexuais. O que mais ouvi foi sobre a
incompatibilidade de desejo, quando uma pessoa – geralmente o homem – quer mais
sexo do que a outra.
Eu
queria saber como os casais passam por isso, como eles lidam com essa tensão do
homem desejando enquanto tudo que ela quer é uma boa noite de sono.
É
um drama que acontece toda noite nos quartos de todo o mundo, fonte de muita
tensão e infelicidade. Então eu pedi para 98 casais escreverem diários sobre
suas vidas sexuais para mim durante um ano. Os dois, homem e mulher, passaram a
escrever sobre como negociam essa quantidade de sexo.
Bettina
Arndt: os motivos das mulheres para recusar sexo com o parceiro não são
"desculpas"
iG:
Por que as mulheres recusam sexo?
Bettina
Arndt: Quando as mulheres se acomodam num relacionamento estável,
geralmente a libido não é o foco principal. Tudo passa
a influir na vontade delas de fazer sexo: estresse, fadiga, ressentimentos,
problemas no relacionamento.
Há
várias razões para recusar sexo. Muitos acreditam que o baixo nível de desejo
está ligado às baixas taxas de testosterona. As mulheres têm de 10 a 20 vezes
menos desse hormônio do que os homens. Psicólogos evolucionistas defendem que
as mães têm pouca libido para que possam dedicar toda essa energia ao cuidado
com os filhos.
Também
há mulheres que entram num relacionamento com muito desejo e depois perdem o
interesse. Neste caso, é uma associação da química cerebral com a fase de
paixão. Nos primeiros anos a libido feminina fica bem aumentada por isso. O
homem, movido a testosterona, está desejando toda hora. Eles foram abençoados
com uma chama eterna.
iG:
Quais são as principais desculpas para não fazer sexo?
Bettina
Arndt: Não são desculpas. Estes motivos das mulheres são legítimos. Elas
estão cansadas depois de um longo dia de trabalho ou de um dia inteiro cuidando
das crianças. Ou podem estar zangadas e ressentidas. E, em alguns casos, elas
também podem estar envolvidas com um parceiro que simplesmente não sabe como
fazer amor direito. Elas também podem estar entediadas com a falta de variação,
do parceiro pedir sexo sempre do mesmo jeito.
iG:
Os homens têm aquela famosa pílula azul. E as mulheres? Existe algum remédio
para aumentar a libido feminina?
Bettina
Arndt: Laboratórios do mundo todo estão procurando uma droga que seja
capaz de aumentar a libido nas mulheres. Até agora, a melhor medicação
disponível é a testosterona, que mostrou resultados para cerca de 50% das
mulheres que usaram este recurso.
iG:
É uma regra: homens têm sempre mais desejo que as mulheres?
Bettina
Arndt: Nem sempre. Em um a cada dez dos 98 casais da minha pesquisa, a
mulher apresentava mais desejo que o homem. Algumas dessas mulheres tinham
tanto desejo que queriam sexo todo dia, mas outras eram mulheres com desejo na
média, que estavam com parceiros desinteressados.
Existem
homens com pouco desejo e outros que perdem o interesse no sexo por conta do
estresse, depressão ou diferentes problemas de saúde.
Uma
das grandes descobertas da minha pesquisa foi sobre os homens mais velhos que
têm problemas com ereção. Por medo de falharem na hora H, eles simplesmente se
recusam a ter qualquer tipo de intimidade física.
Mesmo
sem ter tanto desejo quanto o homem, elas podem se satisfazer na cama
iG:
Qual o papel do homem quando a parceira tem pouco desejo?
Bettina
Arndt: O homem tem que entender que a mulher não está tentando puni-lo ou
ser má com ele. A falta de interesse dela se deve a diferenças biológicas entre
homens e mulheres.
Mas
ela também não precisa estar cheia de desejo para aproveitar o sexo. Uma nova
pesquisa de Rosemary Basson, no Canadá, apontou que mulheres podem ficar anos
sem ter desejo, mas mesmo assim se divertirem com o sexo.
Se
estiverem com um parceiro que saiba como satisfazê-las, para muitas mulheres o
desejo surge assim que ele começa a fazer amor com elas. Mas isso só acontece
quando elas estão com um parceiro cortejador, que faz um esforço especial para
satisfazê-las, um parceiro que realmente quer estar com essa mulher.
iG:
Como o homem pode ajudar a parceira a ter mais desejo?
Bettina
Arndt: Os homens precisam ter consideração com a parceira, fazer a mulher
se sentir desejada e amada e mostrar que apreciam tudo o que ela faz. Um homem
amável pode inspirar a mulher a ser sexualmente mais generosa.
iG:
Qual é o limite entre o normal e o que é disfunção sexual na falta de desejo
feminino?
Bettina
Arndt: Não há razão para falar em normal quando o assunto é a frequência
sexual, pois a necessidade de um indivíduo varia muito. No geral, os casais
fazem mais sexo no começo do relacionamento.
Vários
casais que pesquisei disseram fazer sexo várias vezes ao dia quando tinham
acabado de se conhecer e, aos poucos, essa frequência sexual foi diminuindo
para uma ou duas vezes por semana, e depois para menos que isso. Um casal me
escreveu dizendo que não fizeram sexo por 20 anos.
iG:
Como a mulher pode recusar sexo sem deixar o parceiro se sentindo rejeitado?
Bettina
Arndt: Algumas vezes, obviamente a mulher simplesmente estará muito
cansada ou sem vontade de fazer sexo, e o parceiro tem que entender.
Mas
também pode ser uma boa ideia marcar um encontro para o sexo, combinar um dia
da semana para isso. Assim, a mulher pode se assegurar de que estará no clima
para fazer amor, fazendo coisas que a deixem relaxada. Pode ser um tratamento
facial, não trabalhar tanto nesse dia, mandar e-mails eróticos para o parceiro
para ir entrando no clima.
Dessa
maneira, ela sabe que nos outros dias não irá se sentir pressionada de saber
que o parceiro quer sexo e ela terá que recusar. Há também várias outras
maneiras de satisfazer o parceiro quando ela não está muito excitada, como, por
exemplo, sexo oral .
Se tiver, cuidado...
Gol é o carro mais roubado do
Brasil, dizem as seguradoras
Dos 233.159 veículos roubados ou furtados entre janeiro e novembro deste ano, quase 17% (39.086) foram automóveis da marca Gol, da montadora Volkswagen do Brasil. Isso é mais do que o dobro do total de roubos relativos ao segundo colocado: o Uno, da Fiat, com 18.005 registros. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros (Cnseg) e fazem parte da lista dos dez carros mais roubados no país.
Dos 233.159 veículos roubados ou furtados entre janeiro e novembro deste ano, quase 17% (39.086) foram automóveis da marca Gol, da montadora Volkswagen do Brasil. Isso é mais do que o dobro do total de roubos relativos ao segundo colocado: o Uno, da Fiat, com 18.005 registros. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros (Cnseg) e fazem parte da lista dos dez carros mais roubados no país.
O
Gol é o carro mais vendido do Brasil, com mais de 265 mil unidades entre
janeiro e novembro. O Uno ocupa a segunda colocação, com mais de 237 mil.
Na
lista, seguem ainda o Palio, também da Fiat, com 13.448 roubos; o Corsa, da
General Motors (GM), com 10.119 registros; o Celta, da GM, com 7.221 roubos; o
Fiesta, da Ford, com 6.935; o Monza, da GM, com 4.849; a Parati, da Volkswagen,
com 4.577; o Fusca, com 4.468; e o Siena, com 3.966. Os ladrões roubaram ainda
120.485 veículos de outras marcas.
Entretanto,
este ano, no mesmo período em relação ao ano passado, houve 4.387 roubos e
furtos a menos no país.
No
Rio, 21.123 veículos foram roubados e furtados entre janeiro e novembro de
2012. No estado fluminense, houve também uma queda em relação aos mesmo período
do ano passado, de 2,35%, já que em 2011, até novembro, foram roubados 21.632
automóveis. No Brasil, a queda do total de roubos foi de 1,8%. Portanto, no
Rio, a queda foi maior.
São
Paulo, por exemplo, com uma população muito maior, teve, este ano, 121.616
roubos. A queda foi bem maior do que a média nacional e o percentual registrado
no Rio: 5,45%.
O
maior aumento percentual aconteceu no Ceará: 34,3%. A maior queda foi
registrada no Acre. Este estado registrou, em 2011, 27 roubos. Este ano, foram
14.
Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/gol-o-carro-mais-roubado-do-brasil-dizem-as-seguradoras-6972109.html#ixzz2ESed3eCQ
Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/gol-o-carro-mais-roubado-do-brasil-dizem-as-seguradoras-6972109.html#ixzz2ESeYuVm3
Realidade nua e crua...
Tortura é principal reclamação
sobre prisões feita ao Disque Denúncia do governo
Número
é mantido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
A
coordenadora-geral de Combate à Tortura da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República, Ana Paula Diniz, afirmou que 65% das reclamações
relacionadas ao sistema penitenciário feitas ao Disque Denúncia do órgão
referem-se à tortura. Ela participou na sexta-feirado I Encontro Nacional dos
Conselhos da Comunidade, promovido pelos ministérios da Justiça e da Saúde e
Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ao
citar estes dados, Ana Paula pediu maior envolvimento dos conselhos da
comunidade no combate a esse problema:
-
Os conselhos também são instrumentos de proteção dos direitos dos presos.
O
padre Valdir João Silveira, coordenador da Pastoral Carcerária, lembrou que os
presos dependem da atuação da sociedade em defesa de seus direitos, porque eles
mesmos não podem reclamar.
-
Se os presos se organizarem para debater seus direitos, será falta de
disciplina, sujeita à punição - afirmou Silveira.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/tortura-principal-reclamacao-sobre-prisoes-feita-ao-disque-denuncia-do-governo-6983260#ixzz2ESe4ivR9
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O agressor agride a si mesmo, se vendo na vítima...
O
Bombou também fala de coisa séria. Um estudante de Direito da Universidade de
São Paulo (USP), André Baliera, de 27 anos, foi espancado por dois homens
quando voltava a pé para casa pela Rua Henrique Schaumann, em Pinheiros, na
noite desta segunda-feira (03). Por volta das 19 horas, o também estudante
Bruno Portieri, de 25 anos, e o personal trainer Diego de Souza, de 29 anos,
passaram dentro de um carro ao lado de André e passaram a ofendê-lo por conta
de sua orientação sexual. Quando ele mencionou que pegaria uma pedra para se
defender, os dois homens desceram e começaram a agredi-lo. Só pararam quando
policiais militares chegaram para ver o que ocorria e detiveram os dois amigos.
Nesta quarta, a Secretaria da Justiça e Cidadania de São Paulo afirmou que irá
processar, com base na lei paulista anti-homofobia, os dois agressores.
Com
escoriações na cabeça, dores no corpo e sem dormir, Baliera ainda estava
confuso e transtornado na tarde da terça-feira (04). “Assumo que trocamos
ofensas. Mas a atitude deles era de como se bater em alguém fosse a coisa mais
comum do mundo.” Na noite de segunda (02), após a prisão, Portieri deu
entrevista à TV Record e culpou a vítima pela agressão. Joel Cordaro, advogado
dos dois agressores, dá outra versão. “Tudo começou porque eles pararam na
faixa de pedestre e a vítima mostrou o dedo do meio. Eles foram provocados”,
afirma. Segundo ele, não seria possível saber que André era homossexual apenas
o vendo atravessar a rua. O advogado já entrou com pedido de habeas corpus.
Indignado
com a versão dos advogados, André publicou nesta quarta-feira (5) um vídeo em
que relata o que aconteceu. A descrição no YouTube diz:
Diante
de uma tentativa de homicídio, diante das mentiras que tenho lido a meu
respeito pelo advogado do outro lado, diante da solidariedade das pessoas que
entraram em contato comigo e em um sincero pedido de desculpas pela ausência
nesses dias horrorosos que tenho vivido fiz esse vídeo pra conseguir atingir
o maior número de pessoas e pedir JUSTIÇA.
|
Nos
12 minutos de imagens, André conta: “Eu quero deixar claro que tudo começou
porque o cara mais alto, o Bruno, começou me ofendendo por conta da minha
orientação sexual. Eles dizem que não tem como saber que eu sou gay. Mas tem
sim, porque eu não escondo. Pelos meus trejeitos, talvez minha maneira de
vestir. Fato é que eles começaram me ofendendo por conta da orientação sexual e
tudo acabou como acabou”. O vídeo, visto mais de 21 mil vezes no YouTube, está
bombando também no Facebook. Amigos e integrantes de movimentos anti-homofobia
já planejam nas redes sociais passeata na Avenida Paulista e outras ações. Para
o deputado federal Jean Wyllys, não foi um fato isolado. “Casos assim são uma
reação à própria visibilidade da comunidade LGBT.”
http://colunas.revistaepoca.globo.com/bombounaweb/2012/12/06/obrigado-e-desculpa-homossexual-agredido-em-sp-publica-video-e-repercute-na-internet/Cada povo tem o governante que merece...
Luiz Hildebrando: "O maior
risco do Brasil é o lulismo"
Referência
em parasitologia, o cientista Luiz Hildebrando lança um livro com suas ideias
políticas. Ex-militante comunista, ele faz críticas ao PT
Luiz
Hildebrando Pereira da Silva, de 84 anos, é um dos maiores cientistas do
Brasil, autor de mais de 150 estudos sobre malária e doenças infecciosas. Sua
carreira foi truncada pelas ideias políticas: comunista, foi demitido do cargo
de professor da Universidade de São Paulo no golpe de 1964. Refez a carreira em
Paris, onde se aposentou como diretor do renomado Instituto Pasteur. De volta
ao Brasil, dirige desde 1998 o Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicais de
Rondônia. Luiz Hildebrando acaba de reunir suas reflexões sobre oito décadas de
vida e política no recém-lançado Crônicas subversivas de um
cientista (Vieira & Lent, 477 págs., R$ 68). Ele critica políticas
públicas como o Bolsa Família e acha que o “consumismo das classes populares” é
um mal para o país.
ÉPOCA
– Por que o senhor, um especialista em malária, resolveu escrever sobre suas
opiniões políticas?
Luiz Hildebrando Pereira da Silva – Será que um especialista em malária não deve ter opiniões políticas e expressá-las? Não apenas tenho esse direito como devo exercê-lo, como todo cidadão num regime democrático.
Luiz Hildebrando Pereira da Silva – Será que um especialista em malária não deve ter opiniões políticas e expressá-las? Não apenas tenho esse direito como devo exercê-lo, como todo cidadão num regime democrático.
ÉPOCA
– Ser chamado de comunista já foi palavrão. Hoje, parece que todos os
comunistas desapareceram. O governo é de esquerda, mas nenhum político se diz
comunista.
Luiz Hildebrando – Pois é, mas todos são comunistas. O governo está cheio deles. Não me identifico com o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), uma organização que tem uma oscilação tremenda em termos de ideias e propostas. Não me identifico com regimes que se autointitulam comunistas. China e Coreia do Norte são tudo, menos comunistas. Eu me identifico com o comunismo que defende os grandes ideais do Iluminismo: a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Defendo a eliminação da propriedade privada dos meios de produção. Acho que devemos acabar com o consumismo, essa marcha desesperada que pode levar o planeta ao abismo.
ÉPOCA – O comunismo é um dos sistemas mais cruéis que se conhecem. As ditaduras soviética e chinesa mataram ao redor de 100 milhões de pessoas. Mesmo assim, o senhor se diz comunista?
Luiz Hildebrando – Apesar da malograda experiência do socialismo na União Soviética e no Leste Europeu, com os lamentáveis excessos de autoritarismo e violência, devemos reconhecer a importância que o movimento comunista teve para a humanidade. Ele volta a se expressar nas revoltas que ocorrem hoje na Europa com a nova crise do capitalismo. O comunismo como projeto é um sistema ideal. A degringolada do “socialismo real” no fim do século XX não destruiu a proposição original, que continua desejável.
Luiz Hildebrando – Pois é, mas todos são comunistas. O governo está cheio deles. Não me identifico com o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), uma organização que tem uma oscilação tremenda em termos de ideias e propostas. Não me identifico com regimes que se autointitulam comunistas. China e Coreia do Norte são tudo, menos comunistas. Eu me identifico com o comunismo que defende os grandes ideais do Iluminismo: a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Defendo a eliminação da propriedade privada dos meios de produção. Acho que devemos acabar com o consumismo, essa marcha desesperada que pode levar o planeta ao abismo.
ÉPOCA – O comunismo é um dos sistemas mais cruéis que se conhecem. As ditaduras soviética e chinesa mataram ao redor de 100 milhões de pessoas. Mesmo assim, o senhor se diz comunista?
Luiz Hildebrando – Apesar da malograda experiência do socialismo na União Soviética e no Leste Europeu, com os lamentáveis excessos de autoritarismo e violência, devemos reconhecer a importância que o movimento comunista teve para a humanidade. Ele volta a se expressar nas revoltas que ocorrem hoje na Europa com a nova crise do capitalismo. O comunismo como projeto é um sistema ideal. A degringolada do “socialismo real” no fim do século XX não destruiu a proposição original, que continua desejável.
ÉPOCA
– Sua posição ideológica lhe trouxe dissabores?
Luiz Hildebrando – Em 1950, fui expulso do Curso de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) por “não apresentar as qualidades morais necessárias ao oficialato” (risos). Com o suicídio do Getúlio, em 1954, começou o governo do Café Filho, que era de direita. Nomearam um integralista para o Ministério da Saúde. Eu estava na Paraíba, trabalhando no Serviço Nacional de Malária. Fui demitido. Em 1956, fui contratado como professor na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Fui demitido com o golpe de 1964. Fui para a França e retornei em 1968, para trabalhar na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Em 1969, com o Ato Institucional no 5, fui demitido e voltei a Paris. Nunca vivi para o partido. De dia, trabalhava como médico e pesquisador. Só ia às reuniões políticas à noite. Hoje, após tantos anos, cheguei a considerar que estaria na hora de virar social-democrata ou coisa parecida. Acabei desistindo. Vou continuar comunista. Já estou acostumado.
Luiz Hildebrando – Em 1950, fui expulso do Curso de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) por “não apresentar as qualidades morais necessárias ao oficialato” (risos). Com o suicídio do Getúlio, em 1954, começou o governo do Café Filho, que era de direita. Nomearam um integralista para o Ministério da Saúde. Eu estava na Paraíba, trabalhando no Serviço Nacional de Malária. Fui demitido. Em 1956, fui contratado como professor na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Fui demitido com o golpe de 1964. Fui para a França e retornei em 1968, para trabalhar na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Em 1969, com o Ato Institucional no 5, fui demitido e voltei a Paris. Nunca vivi para o partido. De dia, trabalhava como médico e pesquisador. Só ia às reuniões políticas à noite. Hoje, após tantos anos, cheguei a considerar que estaria na hora de virar social-democrata ou coisa parecida. Acabei desistindo. Vou continuar comunista. Já estou acostumado.
É
importante existir uma
direita moderna para discutir o futuro do país com a esquerda, defendendo ideias como
a meritocracia
direita moderna para discutir o futuro do país com a esquerda, defendendo ideias como
a meritocracia
ÉPOCA
– Como o senhor vê as mudanças do Brasil dos últimos 60 anos?
Luiz Hildebrando – O Brasil mudou muito. Não como eu gostaria, mas mudou para melhor. Ainda não temos uma elite política que pense o país no longo prazo. O governo continua resolvendo os desafios do dia a dia. A liderança mais expressiva do país é o (ex-presidente Luiz Inácio) Lula (da Silva), que se concentrou no combate à miséria. Mas soluções como o Bolsa Família são de curto prazo. Não dá para continuar assim. É insustentável. A redução da pobreza criou o problema do consumismo das classes populares, que acreditam ser essa a finalidade da existência. É um sistema caricatural do americano.
Luiz Hildebrando – O Brasil mudou muito. Não como eu gostaria, mas mudou para melhor. Ainda não temos uma elite política que pense o país no longo prazo. O governo continua resolvendo os desafios do dia a dia. A liderança mais expressiva do país é o (ex-presidente Luiz Inácio) Lula (da Silva), que se concentrou no combate à miséria. Mas soluções como o Bolsa Família são de curto prazo. Não dá para continuar assim. É insustentável. A redução da pobreza criou o problema do consumismo das classes populares, que acreditam ser essa a finalidade da existência. É um sistema caricatural do americano.
ÉPOCA
– Como o senhor vê o futuro político do país?
Luiz Hildebrando – Existe um movimento forte para o Lula ser candidato às eleições presidenciais de 2014. O grande risco que corremos é o lulismo. Lula é muito vaidoso. Ele poderia ser levado a crer que deveria voltar à Presidência e se tornar um grande líder populista do tipo Hugo Chávez, o presidente da Venezuela. A possibilidade do lulismo era um risco real, que agora espero ter ficado para trás graças à posição do Judiciário nas condenações do mensalão.
Luiz Hildebrando – Existe um movimento forte para o Lula ser candidato às eleições presidenciais de 2014. O grande risco que corremos é o lulismo. Lula é muito vaidoso. Ele poderia ser levado a crer que deveria voltar à Presidência e se tornar um grande líder populista do tipo Hugo Chávez, o presidente da Venezuela. A possibilidade do lulismo era um risco real, que agora espero ter ficado para trás graças à posição do Judiciário nas condenações do mensalão.
ÉPOCA
– O que o senhor acha do governo Dilma Rousseff?
Luiz Hildebrando – O Partido dos Trabalhadores é muito corporativista, e os sindicalistas estavam aparelhando o Estado. A consequência foram os prejuízos na Petrobras e na Embrapa, por exemplo. A Dilma é uma dona de casa, uma boa gerente. Não é uma estadista. Ela está tentando profissionalizar a hierarquia estatal, substituindo o corporativismo pela meritocracia. Mas não assumiu a vanguarda das mudanças políticas e fiscais vitais no longo prazo nem tratou da melhoria do ensino público. Por enquanto, a única medida do governo foi o estabelecimento das cotas universitárias. Elas trazem melhora momentânea na desigualdade, mas não resolvem.
Luiz Hildebrando – O Partido dos Trabalhadores é muito corporativista, e os sindicalistas estavam aparelhando o Estado. A consequência foram os prejuízos na Petrobras e na Embrapa, por exemplo. A Dilma é uma dona de casa, uma boa gerente. Não é uma estadista. Ela está tentando profissionalizar a hierarquia estatal, substituindo o corporativismo pela meritocracia. Mas não assumiu a vanguarda das mudanças políticas e fiscais vitais no longo prazo nem tratou da melhoria do ensino público. Por enquanto, a única medida do governo foi o estabelecimento das cotas universitárias. Elas trazem melhora momentânea na desigualdade, mas não resolvem.
ÉPOCA
– Além de um estadista e de educação melhor, o que mais falta ao país em sua
opinião?
Luiz Hildebrando – No Brasil não há partidos de direita. Hoje, todo mundo é de esquerda, como é que pode? É importante existir uma direita moderna e atuante para polarizar e discutir o futuro do país com a esquerda. Precisamos de uma direita que defenda o que deve ser defendido, como o direito à propriedade, a importância da meritocracia e a defesa das minorias tradicionais. A meritocracia no Brasil ainda é confundida com o corporativismo. Acho que essa direita virá da fusão do PSDB com o DEM. Uma oposição de fato é importante para impedir que Lula caia na tentação de fazer, no Brasil, o que Chávez fez na Venezuela.
Luiz Hildebrando – No Brasil não há partidos de direita. Hoje, todo mundo é de esquerda, como é que pode? É importante existir uma direita moderna e atuante para polarizar e discutir o futuro do país com a esquerda. Precisamos de uma direita que defenda o que deve ser defendido, como o direito à propriedade, a importância da meritocracia e a defesa das minorias tradicionais. A meritocracia no Brasil ainda é confundida com o corporativismo. Acho que essa direita virá da fusão do PSDB com o DEM. Uma oposição de fato é importante para impedir que Lula caia na tentação de fazer, no Brasil, o que Chávez fez na Venezuela.
ÉPOCA
– Quem o senhor enxerga como um futuro estadista?
Luiz Hildebrando – É cedo para afirmar, mas a melhor aposta seria o Eduardo Campos, o governador de Pernambuco. Ele é um político jovem e bem formado. Vem de uma família de esquerda. Faz uma política pragmática, voltada para a solução dos problemas. E é do Nordeste – região que pode ganhar maior representatividade com um nome no Planalto.
Luiz Hildebrando – É cedo para afirmar, mas a melhor aposta seria o Eduardo Campos, o governador de Pernambuco. Ele é um político jovem e bem formado. Vem de uma família de esquerda. Faz uma política pragmática, voltada para a solução dos problemas. E é do Nordeste – região que pode ganhar maior representatividade com um nome no Planalto.
ÉPOCA
– Quem mais?
Luiz Hildebrando – Não vejo ninguém. Não surgiu ainda. O Aécio Neves é da esquerda festiva. A maior parte da esquerda ainda está vivendo a democracia como se fosse uma festa. A maioria dos políticos ainda não vê a democracia como um regime político em que o que se impõe é o debate de ideias visando à solução dos objetivos estratégicos do país, como na Europa.
Luiz Hildebrando – Não vejo ninguém. Não surgiu ainda. O Aécio Neves é da esquerda festiva. A maior parte da esquerda ainda está vivendo a democracia como se fosse uma festa. A maioria dos políticos ainda não vê a democracia como um regime político em que o que se impõe é o debate de ideias visando à solução dos objetivos estratégicos do país, como na Europa.
ÉPOCA
– Por que o senhor decidiu trocar as margens do Rio Sena, em Paris, pelas
margens do Madeira, em Rondônia?
Luiz Hildebrando – Depois de trabalhar 35 anos no Instituto Pasteur, onde chefiava o Departamento de Biologia Molecular, eu me aposentei em 1997. Tinha 68 anos. A França é diferente do Brasil. Lá, quando um professor se aposenta, não pode manter sua sala na universidade nem orientar estudantes. Tem de ir para casa. Poderia ter me contentado com aquela aposentadoria confortável, mas ainda tinha muito a fazer. Tive a sorte de ser convidado a montar um serviço de pesquisa de malária em Porto Velho. Estou lá há 15 anos. Passo oito meses por ano no Brasil e quatro em Paris, onde ficou minha família. Planejava parar em 2013, mas não vai dar. Tenho muitos projetos em andamento.
http://revistaepoca.globo.com/Brasil/noticia/2012/12/luiz-hildebrando-o-maior-risco-do-brasil-e-o-lulismo.htmlLuiz Hildebrando – Depois de trabalhar 35 anos no Instituto Pasteur, onde chefiava o Departamento de Biologia Molecular, eu me aposentei em 1997. Tinha 68 anos. A França é diferente do Brasil. Lá, quando um professor se aposenta, não pode manter sua sala na universidade nem orientar estudantes. Tem de ir para casa. Poderia ter me contentado com aquela aposentadoria confortável, mas ainda tinha muito a fazer. Tive a sorte de ser convidado a montar um serviço de pesquisa de malária em Porto Velho. Estou lá há 15 anos. Passo oito meses por ano no Brasil e quatro em Paris, onde ficou minha família. Planejava parar em 2013, mas não vai dar. Tenho muitos projetos em andamento.
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