quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Refletir...
“As más companhias são como um mercado de peixe; acabamos por nos
acostumar ao mau cheiro.” (Provérbio Chinês)
http://pensador.uol.com.br/autor/proverbio_chines/
Língua afiada...
PEGADINHA GRAMATICAL
Verbo, substantivo e casos
de ambiguidade
"Papa pede reconciliação de fé e política"
Segundo a agência de notícias Folhapress, o Papa Bento XVI disse, na França, quando discursou ao lado do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que a religião e a política devem estar abertas uma para outra. Para o Papa, é necessário se tornar mais ciente do papel insubstituível da religião na formação de consciências e na criação de um consenso ético básico dentro da sociedade.
Há, porém, na França, uma estrita separação entre a Igreja e o Estado, por isso o pedido de reconciliação. O nosso assunto, no entanto, não é religião nem política, e sim gramática portuguesa. O mote deste texto é o título do artigo: "Papa pede reconciliação de fé e política", que contém o substantivo reconciliação, cujo significado é ato de reconciliar(-se), que, por sua vez, significa estabelecer a paz entre duas partes, fazer as pazes, congraçar(-se), harmonizar(-se), conciliar(-se). O uso de (-se) indica que o verbo pode ser pronominal: reconciliar ou reconciliar-se.
Quando li o título, senti certo estranhamento, mas entendi o que o autor quis transmitir: o Papa pediu que voltasse a haver, na França, harmonia entre a Igreja e o Estado. A comunicação foi efetivada, portanto, satisfatoriamente. Por que, então, o estranhamento? Explico: eu, professor de gramática da língua portuguesa (ou fiscal da gramática, como já me chamaram no blog coletivo Tipos), sempre estou atento aos mínimos detalhes gramaticais de tudo o que leio.
Notei que a conjunção poderia causar duplo sentido à oração, pois o Papa poderia ter pedido duas coisas: "reconciliação de fé" e "política". Na frase apresentada, reconheço que foi absurdo pensar isso, mas em outras construções com o mesmo verbo e com o mesmo substantivo, a ambigüidade pode de fato ocorrer. Por isso, deve-se usar com muita atenção tal conjunção.
Li mais atentamente o título, analisei sintaticamente o período e constatei que o problema residia no substantivo reconciliação. Vamos analisá-lo com mais profundidade. Antes, porém, quero esclarecer que a minha intenção não é corrigir o autor da frase, mas alertar o leitor quanto ao uso da variedade lingüística adotada como norma institucionalizada, principalmente aqueles que se submeterão a algum concurso que exija o uso da língua padrão.
Vamos lá, então: segundo o Dicionário Prático de Regência Nominal, de Celso Pedro Luft, da Editora Ática, o substantivo abstrato reconciliação admite o uso das seguintes preposições:
1. de (ou entre): estabelecer a reconciliação de pessoas, umas com as outras ou entre si. Nesse caso, o substantivo regido pela preposição de tem de estar no plural: Por exemplo: "os ministros entraram em desavença. É responsabilidade do Presidente estabelecer a reconciliação deles (ou entre eles)".
2. com: estabelecer a reconciliação com alguém. Por exemplo: "a Bolívia entrou em conflito com os Estados Unidos. Seria inteligente que os bolivianos procurassem estabelecer a reconciliação com os estado-unidenses". Estado-unidense é o adjetivo relativo aos Estados Unidos, segundo o dicionário Houaiss. O Aurélio registra o adjetivo estadunidense.
3. entre ... e: estabelecer a reconciliação entre uma coisa e outra (ou entre uma pessoa e outra). Por exemplo: "é preciso estabelecer a reconciliação entre os bolivianos e os estadunidenses".
4. de ... com: estabelecer a reconciliação de uma coisa com outra (ou de uma pessoa com outra). Por exemplo: "o Presidente Lula tentará estabelecer a reconciliação dos bolivianos com os norte-americanos".
A frase usada como título do artigo "Papa pede reconciliação de fé e política" está, portanto, inadequada à língua padrão. Se o autor da frase quisesse usar o substantivo reconciliação segundo a variedade linguística adotada como norma institucionalizada, deveria optar por "entre ... e" ou por "de ... com", e não por "de ... e":
Segundo a agência de notícias Folhapress, o Papa Bento XVI disse, na França, quando discursou ao lado do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que a religião e a política devem estar abertas uma para outra. Para o Papa, é necessário se tornar mais ciente do papel insubstituível da religião na formação de consciências e na criação de um consenso ético básico dentro da sociedade.
Há, porém, na França, uma estrita separação entre a Igreja e o Estado, por isso o pedido de reconciliação. O nosso assunto, no entanto, não é religião nem política, e sim gramática portuguesa. O mote deste texto é o título do artigo: "Papa pede reconciliação de fé e política", que contém o substantivo reconciliação, cujo significado é ato de reconciliar(-se), que, por sua vez, significa estabelecer a paz entre duas partes, fazer as pazes, congraçar(-se), harmonizar(-se), conciliar(-se). O uso de (-se) indica que o verbo pode ser pronominal: reconciliar ou reconciliar-se.
Quando li o título, senti certo estranhamento, mas entendi o que o autor quis transmitir: o Papa pediu que voltasse a haver, na França, harmonia entre a Igreja e o Estado. A comunicação foi efetivada, portanto, satisfatoriamente. Por que, então, o estranhamento? Explico: eu, professor de gramática da língua portuguesa (ou fiscal da gramática, como já me chamaram no blog coletivo Tipos), sempre estou atento aos mínimos detalhes gramaticais de tudo o que leio.
Notei que a conjunção poderia causar duplo sentido à oração, pois o Papa poderia ter pedido duas coisas: "reconciliação de fé" e "política". Na frase apresentada, reconheço que foi absurdo pensar isso, mas em outras construções com o mesmo verbo e com o mesmo substantivo, a ambigüidade pode de fato ocorrer. Por isso, deve-se usar com muita atenção tal conjunção.
Li mais atentamente o título, analisei sintaticamente o período e constatei que o problema residia no substantivo reconciliação. Vamos analisá-lo com mais profundidade. Antes, porém, quero esclarecer que a minha intenção não é corrigir o autor da frase, mas alertar o leitor quanto ao uso da variedade lingüística adotada como norma institucionalizada, principalmente aqueles que se submeterão a algum concurso que exija o uso da língua padrão.
Vamos lá, então: segundo o Dicionário Prático de Regência Nominal, de Celso Pedro Luft, da Editora Ática, o substantivo abstrato reconciliação admite o uso das seguintes preposições:
1. de (ou entre): estabelecer a reconciliação de pessoas, umas com as outras ou entre si. Nesse caso, o substantivo regido pela preposição de tem de estar no plural: Por exemplo: "os ministros entraram em desavença. É responsabilidade do Presidente estabelecer a reconciliação deles (ou entre eles)".
2. com: estabelecer a reconciliação com alguém. Por exemplo: "a Bolívia entrou em conflito com os Estados Unidos. Seria inteligente que os bolivianos procurassem estabelecer a reconciliação com os estado-unidenses". Estado-unidense é o adjetivo relativo aos Estados Unidos, segundo o dicionário Houaiss. O Aurélio registra o adjetivo estadunidense.
3. entre ... e: estabelecer a reconciliação entre uma coisa e outra (ou entre uma pessoa e outra). Por exemplo: "é preciso estabelecer a reconciliação entre os bolivianos e os estadunidenses".
4. de ... com: estabelecer a reconciliação de uma coisa com outra (ou de uma pessoa com outra). Por exemplo: "o Presidente Lula tentará estabelecer a reconciliação dos bolivianos com os norte-americanos".
A frase usada como título do artigo "Papa pede reconciliação de fé e política" está, portanto, inadequada à língua padrão. Se o autor da frase quisesse usar o substantivo reconciliação segundo a variedade linguística adotada como norma institucionalizada, deveria optar por "entre ... e" ou por "de ... com", e não por "de ... e":
Papa pede reconciliação de fé com política.
Papa pede reconciliação entre fé e política.
http://vestibular.uol.com.br/pegadinhas/verbo-substantivo-e-casos-de-ambiguidade.jhtmHistória...
A fundação de Goiânia
A cidade de Goiânia,
atual capital do estado de Goiás, foi formada a partir das transformações
políticas que marcaram a história do nosso país na década de 1930. Contudo, o
projeto de mudança da capital goiana já era discutido anteriormente. Isso
porque a Cidade de Goiás, primeira capital goiana, criada no século XVIII,
havia sido fundada em razão da atividade aurífera naquela época. Após o período
do ouro, essa justificativa não mais valia e as cidades envolvidas com a
criação de gado e o desenvolvimento da agricultura, mais alocadas ao sul,
passaram a ter maior importância para Goiás.
Com a fundação do regime republicano, temos registradas as primeiras
discussões oficiais que consideravam a transferência da capital de Goiás. Entretanto, a nossa
primeira constituição republicana, de 1891, e as suas duas reformas
subsequentes, de 1898 e 1918, acabaram sustentando a capital na antiga região
aurífera. Em 1930, a revolução liderada por Getúlio Vargas impôs uma renovação
das lideranças políticas nacionais e regionais. Nesse período, o regime
varguista estabeleceu aliança com outras figuras políticas goianas.
Foi daí que o médico Pedro Ludovico Teixeira foi nomeado como
interventor do estado de Goiás e, estabelecendo um sentido de renovação, buscou
colocar em prática o projeto de mudança da capital. No ano de 1932 foi
organizada uma comissão que deveria realizar a escolha da melhor região para a
qual a nova capital seria transferida. A escolha acabou sendo realizada em
função de cidades que já
existiam e, entre as opções existentes, a nova capital veio a ser definida nas
proximidades da cidade de Campinas, hoje o mais antigo bairro de Goiânia.
Mesmo com a resistência dos antigos grupos oligárquicos que dominavam a
vida política goiana, o grupo de Pedro Ludovico acabou confirmando o projeto da
mudança no ano de 1933. Na data de 24 de outubro daquele mesmo ano foi lançada
a pedra fundamental que daria início aos trabalhos de construção da cidade de
Goiânia. A escolha do nome aconteceu por meio de um concurso, vencido pelo
professor Alfredo de Castro. O nome começou a ser utilizado no ano de 1935 para
a nova capital.
O município começou a ter suas atividades executadas em novembro de 1935
e, no mês seguinte, o interventor Pedro Ludovico enviou o decreto que
estabeleceu a transferência da Casa Militar, da Secretaria Geral e da
Secretaria do Governo para a cidade de Goiânia. Nos meses posteriores, outras
secretarias foram transferidas e essas ações reafirmavam ainda mais a mudança
da capital. No dia 23 de março de 1937, o decreto de número 1816 oficializava
definitivamente a transferência da capital da Cidade de Goiás para Goiânia.
O evento oficial que sacramentou a transferência da capital aconteceu
somente no dia 5 de julho de 1942. O evento aconteceu no Cine-Teatro Goiânia,
um dos mais importantes patrimônios arquitetônicos gerados com a construção da
nova capital. Ministros, autoridades e representantes da presidência da
República marcaram presença no evento. Feita sob um planejamento anterior à
transferência, Goiânia é uma das mais belas e modernas
capitais do território brasileiro.
Viva a sabedoria...
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Cultura viva...
Arte Cristã Primitiva – A
fase oficial
A oficialização do cristianismo inaugurou uma nova fase na arte cristã.
A partir de 313, a expansão do cristianismo pelo Império Romano
estabeleceu outra fase no desenvolvimento das expressões artísticas ligadas a
essa nova crença. De acordo com as bases fundamentais do Edito de Milão,
documento oficial outorgado pelo Imperador Constantino, o cristianismo passava
a ser uma religião reconhecida pelo Estado romano. Após essa determinação, as
igrejas cristãs se proliferaram e abriram espaço para um novo campo de
expressão para tal arte.
Os primeiros templos cristãos foram visivelmente influenciados pela tradição arquitetônica dos prédios públicos romanos. Uma das maiores manifestações dessa influência é vista na utilização da palavra “basílica” para nomear as igrejas. Antes de tal acontecimento, esse mesmo nome era somente empregado para os prédios que cuidavam da administração do império.
Sendo uma verdadeira homenagem à confissão cristã, essas primeiras igrejas construídas tinham um projeto arquitetônico bastante elaborado. Os recursos financeiros utilizados eram elevados, pois se tinha uma grande preocupação com a solidez da obra construída. Internamente, as primeiras basílicas cristãs eram dotadas de um grande teto segmentado em três grandes abóbodas ogivais apoiadas por ogivas menores que, por sua vez, eram sustentadas por várias colunas.
Em algumas situações, por conta da falta de conhecimento do arquiteto ou pela simples contenção de despesas, algumas igrejas contaram com um projeto menos elaborado. Contudo, vemos que parte considerável dessas igrejas valorizava a concepção de espaços amplos que pudessem se adequar à congregação de vários seguidores do cristianismo. Além disso, as paredes eram ricas em pinturas que faziam referência a passagens bíblicas.
As pinturas que aparecem nessa época assinalam bem o estado de hibridação cultural vivido no mundo romano. Muitas das imagens representadas no interior destas igrejas, que faziam sentido ao culto cristão, também poderiam despertar os sentidos dos seguidores das demais religiões pagãs. A representação de videiras nos arabescos das basílicas que poderia ter origem nos rituais dionisíacos, agora, no contexto cristão, fazia referência ao sagrado ritual eucarístico.
Além dessa fusão, percebemos que a liberação do culto propiciou a inauguração de uma série de novos elementos que integraram a iconografia cristã. Como exemplo, podemos citar uma interessante imagem presente na Igreja de Santa Constanza. Em tal construção, podemos apreciar a imagem do Cristo em um cenário paradisíaco entregando as leis nas mãos dos apóstolos Pedro e Paulo.
Ainda durante o século IV, temos que ainda destacar as ações tomadas pelo Imperador Teodósio. Por meio dos poderes a ele concedidos, este governante romano, no ano de 391, elevou o cristianismo à condição de religião oficial de todo o Império Romano. Dessa forma, podemos compreender por quais razões a pintura e a arquitetura cristã se desenvolveram tanto nesse espaço de tempo.
http://www.brasilescola.com/artes/arte-crista-primitiva-1.htmOs primeiros templos cristãos foram visivelmente influenciados pela tradição arquitetônica dos prédios públicos romanos. Uma das maiores manifestações dessa influência é vista na utilização da palavra “basílica” para nomear as igrejas. Antes de tal acontecimento, esse mesmo nome era somente empregado para os prédios que cuidavam da administração do império.
Sendo uma verdadeira homenagem à confissão cristã, essas primeiras igrejas construídas tinham um projeto arquitetônico bastante elaborado. Os recursos financeiros utilizados eram elevados, pois se tinha uma grande preocupação com a solidez da obra construída. Internamente, as primeiras basílicas cristãs eram dotadas de um grande teto segmentado em três grandes abóbodas ogivais apoiadas por ogivas menores que, por sua vez, eram sustentadas por várias colunas.
Em algumas situações, por conta da falta de conhecimento do arquiteto ou pela simples contenção de despesas, algumas igrejas contaram com um projeto menos elaborado. Contudo, vemos que parte considerável dessas igrejas valorizava a concepção de espaços amplos que pudessem se adequar à congregação de vários seguidores do cristianismo. Além disso, as paredes eram ricas em pinturas que faziam referência a passagens bíblicas.
As pinturas que aparecem nessa época assinalam bem o estado de hibridação cultural vivido no mundo romano. Muitas das imagens representadas no interior destas igrejas, que faziam sentido ao culto cristão, também poderiam despertar os sentidos dos seguidores das demais religiões pagãs. A representação de videiras nos arabescos das basílicas que poderia ter origem nos rituais dionisíacos, agora, no contexto cristão, fazia referência ao sagrado ritual eucarístico.
Além dessa fusão, percebemos que a liberação do culto propiciou a inauguração de uma série de novos elementos que integraram a iconografia cristã. Como exemplo, podemos citar uma interessante imagem presente na Igreja de Santa Constanza. Em tal construção, podemos apreciar a imagem do Cristo em um cenário paradisíaco entregando as leis nas mãos dos apóstolos Pedro e Paulo.
Ainda durante o século IV, temos que ainda destacar as ações tomadas pelo Imperador Teodósio. Por meio dos poderes a ele concedidos, este governante romano, no ano de 391, elevou o cristianismo à condição de religião oficial de todo o Império Romano. Dessa forma, podemos compreender por quais razões a pintura e a arquitetura cristã se desenvolveram tanto nesse espaço de tempo.
Entendendo...
A mulher e o mercado de
trabalho
O crescimento da industrialização no Brasil proporcionou a inclusão
da mulher no mercado de trabalho
São diversas as desigualdades existentes na sociedade brasileira. Uma
das mais evidentes refere-se às relações de gênero, menos relacionada à questão
econômica e mais ao ponto de vista cultural e social, constituindo, a partir
daí, as representações sociais sobre a participação da mulher dentro de espaços
variados, seja na família, na escola, igreja, nos movimentos sociais, enfim, na
vida em sociedade.
Nas últimas décadas do século XX, presenciamos um dos fatos mais
marcantes na sociedade brasileira, que foi a inserção, cada vez mais crescente,
da mulher no campo do trabalho, fato este explicado pela combinação de fatores
econômicos, culturais e sociais.
Em razão do avanço e crescimento da industrialização no Brasil,
ocorreram a transformação da estrutura produtiva, o contínuo processo de
urbanização e a redução das taxas de fecundidade nas famílias, proporcionando a
inclusão das mulheres no mercado de trabalho.
Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) realizada
pelo IBGE em 2007, a população brasileira chega a quase 190 milhões de
brasileiros, com a estimativa de 51% de mulheres. Segundo dados do IBGE de
2000, a PEA (População Economicamente Ativa) brasileira, em 2001, tinha uma
média de escolaridade de 6,1 anos, sendo que a escolaridade média das mulheres
era de 7,3 anos e a dos homens de 6,3 anos.
Uma constatação recorrente é a de que, independente do gênero, a pessoa
com maior nível de escolaridade tem mais chances e oportunidades de inclusão no
mercado de trabalho. Conforme estudos recentes, verifica-se, mesmo que de forma
tímida, que a mulher tem tido uma inserção maior no mercado de trabalho.
Constata-se, também, uma significativa melhora entre as diferenças salariais
quando comparadas ao sexo masculino. Contudo, ainda não foram superadas as
recorrentes dificuldades encontradas pelas trabalhadoras no acesso a cargos de
chefia e de equiparação salarial com homens que ocupam os mesmos cargos/ocupações.
Ainda nos dias de hoje é recorrente a concentração de ocupações das
mulheres no mercado de trabalho, sendo que 80% delas são professoras,
cabeleireiras, manicures, funcionárias públicas ou trabalham em serviços de
saúde. Mas o contingente das mulheres trabalhadoras mais importantes está
concentrado no serviço doméstico remunerado; no geral, são mulheres negras, com
baixo nível de escolaridade e com os menores rendimentos na sociedade
brasileira.
Segundo o Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, do
governo do Estado de São Paulo – quanto ao “comportamento do desemprego
feminino na Região Metropolitana de São Paulo, observa-se que, em 1985, essa
taxa era de 15,5% para as mulheres e de 10,1% para os homens, aumentando, em
2000, para 20,9% e 15,0%, respectivamente. Isso significa que na RMSP [Região
Metropolitana de São Paulo], em 2000, uma em cada cinco mulheres que integravam
a População Economicamente Ativa, encontrava-se na condição de desempregada.”
O total das mulheres no trabalho precário e informal é de 61%, sendo 13%
superior à presença dos homens (54%). A mulher negra tem uma taxa 71% superior
à dos homens brancos e 23% delas são empregadas domésticas. Necessariamente, a
análise da situação da presença feminina no mundo do trabalho passa por uma
revisão das funções sociais da mulher, pela crítica ao entendimento
convencional do que seja o trabalho e as formas de mensuração deste, que são
efetivadas no mercado.
O trabalho não remunerado da mulher, especialmente o realizado no âmbito
familiar, não é contabilizado por nosso sistema estatístico e não possui
valorização social - nem pelas próprias mulheres - embora contribuam
significativamente com a renda familiar e venha crescendo. O que se conclui com
os estudos sobre a situação da mulher no mercado de trabalho é que ocorre uma
dificuldade em separar a vida familiar da vida laboral ou vida pública da vida
privada, mesmo em se tratando da participação no mercado de trabalho, na
população economicamente ativa.
http://www.brasilescola.com/sociologia/a-mulher-mercado-trabalho.htm
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