Hegel, filósofo alemão (1770-1831),
      nasceu em Estugarda, no mesmo ano em que nasceram Hölderlin e Beethoven.
      Em Tubinga, onde foi estudante na universidade protestante, foi
      condiscípulo do poeta Hölderlin e do filósofo Schelling, com quem
      compartilhou os entusiasmos românticos da Revolução Francesa e o
      interesse pela Antiguidade Grega. Em 1793, deixa Tubinga e vai como
      preceptor para Berna (1793-1796). Ensinou na universidade de Frankfurt a partir de 1797, depois em Jena a partir de 1800, onde se encontrava
      Schelling. Mais tarde enfrentou sérios problemas pessoais e dificuldades econômicas  Entrou em ruptura com Schelling. Abandonou Jena. E a partir
      de 1808 é diretor e professor de filosofia do Ginásio de Nuremberg. Em
      1816, Hegel transfere-se para a Universidade de Heidelberg. No ano
      seguinte, muda-se para a Universidade de Berlim, onde chega ao  pleno
      profissional, ocupou a cátedra de filosofia de Berlim, substituindo
      Fichte. E aqui veio a falecer. 
      Influenciado pela Revolução Francesa, os escritos de Rousseau e a ética
      de Kant, Hegel procurou elaborar um sistema da ciência total em que tudo
      estivesse englobado e explicado, tendo como método, e simultaneamente o desenvolvimento, a dialéctica.  
      As primeiras reflexões são extremamente concretas: assentam
      sobre o judaísmo e o cristianismo, e testemunham preocupações
      religiosas e históricas. O que o interessa é descobrir o espírito de uma
      religião ou de um povo, é criar  novos conceitos, aptos a traduzir a
      vida histórica do homem e a existência num povo ou na  história.
      Este pensamento da vida constitui a matéria da Fenomenologia, que
      descreve a história da consciência desde a participação sensível no
      mundo, «aqui e agora», até ao saber absoluto, passando por todas as
      experiências que pode conhecer da alma humana. 
      Hegel tinha uma influência considerável. A filosofia deu lugar a duas
      interpretações: a primeira funda-se sobre a Lógica e considera o saber
      absoluto como o fim último de toda a história humana; Hegel apresenta-se,
      então, como um pensador especulativo, de inspiração religiosa. A segunda
      funda-se sobre a Fenomenologia, e considera que o problema fundamental é
      o da realização da humanidade em nós e do humanismo na história. Deste
      ponto de vista, a profunda originalidade de Hegel é  ter sido o
      primeiro a pensar as realidades sociais e espirituais e, deste modo,
      tornado possível Feuerbach e Karl Marx. 
      As primeiras obras  de Hegel são extremamente concretas e sugestivas
      (Vida de Abraão, Vida de Jesus). A Fenomenologia do Espírito e a Lógica
      requerem, em compensação, uma formação filosófica mais exigente. 
      No período em que estava em Jena, destacam-se dois escritos: Fé e Saber e
      um importante artigo sobre a Diferença dos Sistemas de Fichte e de
      Schelling (1801). A primeira grande obra: a Fenomenologia do Espírito,
      data de 1807. Em Nuremberg  onde ensina, nascerá outra obra fundamental
      do seu pensamento, Ciência da Lógica (em dois volumes que são publicados
      em 1812 e em 1816). Um ano mais tarde publica a Enciclopédia das
      Ciências Filosóficas (1817). Na Enciclopédia distingue três partes que
      constituem a totalidade do seu sistema: lógica (estudo da ideia no seu
      ser em si e para si), filosofia da natureza (estudo da ideia no seu ser
      fora de si) e filosofia do espírito (a ideia dentro de si, no regresso a
      si mesmo). Obra de grande influência é também Princípios da Filosofia do
      Direito (1821). Outras obras (póstumas), recolhidas a partir das
      suas lições (de Berlim), que têm relevante interesse são: as Lições sobre
      a História da Filosofia, as Lições sobre a Filosofia da História
      Universal e as Lições sobre Filosofia da Religião. 
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