quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Viva a sabedoria...

 

Georg Wilhelm Friedrich Hegel
Hegel, filósofo alemão (1770-1831), nasceu em Estugarda, no mesmo ano em que nasceram Hölderlin e Beethoven. Em Tubinga, onde foi estudante na universidade protestante, foi condiscípulo do poeta Hölderlin e do filósofo Schelling, com quem compartilhou os entusiasmos românticos da Revolução Francesa e o interesse pela Antiguidade Grega. Em 1793, deixa Tubinga e vai como preceptor para Berna (1793-1796). Ensinou na universidade de Frankfurt a partir de 1797, depois em Jena a partir de 1800, onde se encontrava Schelling. Mais tarde enfrentou sérios problemas pessoais e dificuldades econômicas  Entrou em ruptura com Schelling. Abandonou Jena. E a partir de 1808 é diretor e professor de filosofia do Ginásio de Nuremberg. Em 1816, Hegel transfere-se para a Universidade de Heidelberg. No ano seguinte, muda-se para a Universidade de Berlim, onde chega ao  pleno profissional, ocupou a cátedra de filosofia de Berlim, substituindo Fichte. E aqui veio a falecer.
Influenciado pela Revolução Francesa, os escritos de Rousseau e a ética de Kant, Hegel procurou elaborar um sistema da ciência total em que tudo estivesse englobado e explicado, tendo como método, e simultaneamente o desenvolvimento, a dialéctica. 
As primeiras reflexões são extremamente concretas: assentam sobre o judaísmo e o cristianismo, e testemunham preocupações religiosas e históricas. O que o interessa é descobrir o espírito de uma religião ou de um povo, é criar  novos conceitos, aptos a traduzir a vida histórica do homem e a existência num povo ou na  história. Este pensamento da vida constitui a matéria da Fenomenologia, que descreve a história da consciência desde a participação sensível no mundo, «aqui e agora», até ao saber absoluto, passando por todas as experiências que pode conhecer da alma humana.
Hegel tinha uma influência considerável. A filosofia deu lugar a duas interpretações: a primeira funda-se sobre a Lógica e considera o saber absoluto como o fim último de toda a história humana; Hegel apresenta-se, então, como um pensador especulativo, de inspiração religiosa. A segunda funda-se sobre a Fenomenologia, e considera que o problema fundamental é o da realização da humanidade em nós e do humanismo na história. Deste ponto de vista, a profunda originalidade de Hegel é  ter sido o primeiro a pensar as realidades sociais e espirituais e, deste modo, tornado possível Feuerbach e Karl Marx.
As primeiras obras  de Hegel são extremamente concretas e sugestivas (Vida de Abraão, Vida de Jesus). A Fenomenologia do Espírito e a Lógica requerem, em compensação, uma formação filosófica mais exigente.
No período em que estava em Jena, destacam-se dois escritos: Fé e Saber e um importante artigo sobre a Diferença dos Sistemas de Fichte e de Schelling (1801). A primeira grande obra: a Fenomenologia do Espírito, data de 1807. Em Nuremberg  onde ensina, nascerá outra obra fundamental do seu pensamento, Ciência da Lógica (em dois volumes que são publicados em 1812 e em 1816). Um ano mais tarde publica a Enciclopédia das Ciências Filosóficas (1817). Na Enciclopédia distingue três partes que constituem a totalidade do seu sistema: lógica (estudo da ideia no seu ser em si e para si), filosofia da natureza (estudo da ideia no seu ser fora de si) e filosofia do espírito (a ideia dentro de si, no regresso a si mesmo). Obra de grande influência é também Princípios da Filosofia do Direito (1821). Outras obras (póstumas), recolhidas a partir das suas lições (de Berlim), que têm relevante interesse são: as Lições sobre a História da Filosofia, as Lições sobre a Filosofia da História Universal e as Lições sobre Filosofia da Religião.

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