Quando e por que fazer terapia sexual?
Análise,
tantra e bioenergética podem ajudar mulheres, homens e casais a recuperar o
desejo e melhorar o desempenho na cama
Atualmente
em cartaz nos cinemas brasileiros, o filme “As Sessões” colocou em evidencia
um controverso método de terapia no qual uma terapeuta desenvolve um trabalho
corporal que chega a envolver sexo com os pacientes.
Liberado
nos Estados Unidos, esse processo terapêutico não é permitido no Brasil. Mas
outras terapias sexuais que envolvem trabalho corporal, como o tantra e a
bioenergética, são admitidas, mesmo não sendo tão radicais no contato físico
como a que acontece no filme. A definição de qual tipo de tratamento será
adotado depende do problema do paciente e da indicação do profissional
especializado.
Protagonizado
por Helen Hunt e Mark O'Brien, o filme "As Sessões" colocou em
evidência uma polêmica terapia sexual
“A
terapia sexual é indicada quando há alguma disfunção, transtorno ou desvios de
sexualidade”, descreve Imacolada Marino Gonçalves, psicóloga e terapeuta sexual
da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. “Os problemas
podem ser de origem orgânica ou psíquica, mas muitas vezes são uma combinação
dos dois fatores. O homem que não consegue ter uma ereção por um questão de
saúde fatalmente vai ser afetado psicologicamente por essa condição ”,
completa.
Imacolada
explica que a gama de problemas sexuais é vasta. Entre os homens, são
comuns os casos de ejaculação precoce e disfunção erétil.
Já o
vaginismo, dificuldade de penetração causada pela contração involuntária dos
músculos da região pélvica, afeta frequentemente as mulheres.
Sintonia
psicológica
Mas
muitas vezes os problemas acontecem mesmo por falta de sintonia do casal na
cama. “As mulheres fazem sexo quando estão bem. Já homens fazem sexo para ficar
bem”, compara Imacolada. “O desafio da terapia é equilibrar esses dois mundos”,
arremata.
Naturalmente,
a terapia não precisa ser necessariamente corporal, podendo ser exclusivamente
verbal. “Muitos pacientes com queixas na área da sexualidade se beneficiam da
análise. Eles se libertam, pois a prisão se dava ao nível psíquico e estava
relacionada à dificuldade em viver as próprias emoções”, pondera a psicanalista
Luciana Saddi, membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São
Paulo.
Para
Imacolada, terapias sexuais corporais devem ser complementares à verbal. “Se o
casal tem um problema emocional profundo, de nada vai adiantar aprender uma
técnica dedicada exclusivamente ao corpo”, analisa.
Apenas
com roupas íntimas ou nus, mulheres e homens usam a massagem Tantra para
melhorar o desempenho na cama
Dentre
as terapias corporais, se destacam a bioenergética e o tantra. Sem contato
com os genitais do paciente, a primeira prática propõe, por meio de massagens,
movimentos e controle da respiração, a liberação de energias reprimidas no
corpo. A pélvis, as costas e o peito são os pontos-chave onde a técnica é
aplicada.
“Nos tempos
atuais, muitas pessoas não têm satisfação sexual porque projetam
equivocadamente seu desejo no consumismo e na obtenção de poder. É preciso
redirecionar essa energia para o prazer”, opina a psicóloga Liane Zink,
diretora do Instituto de Análise Bionergética de São Paulo.
Em
sessões que duram entre 1h30 e 2h, o tantra se diferencia pelo contato do
profissional com o órgão sexual da (o) paciente. “Os genitais são praticamente
a base do nosso trabalho, especialmente por sua característica de serem tecidos
orgânicos com o maior número de enervações”, ressalta o terapeuta Deva Nishok,
responsável pelo Centro Metamorfose, sediado na cidade de Itapeva (MG), mas com
unidades em capitais como Rio e São Paulo.
Nus
enquanto recebem a massagem em todo o corpo e genitais, mulheres, homens ou
casais não podem interagir com o terapeuta. “No Metamorfose, quando descobrimos
que houve interação entre um cliente e um profissional, ele é excluído do nosso
quadro de atendimentos sem direito a retornar”, esclarece Nishok. “Nosso
trabalho não é prostituição ou programa sexual”, acrescenta.
“No
tantra, aprendemos que essa fonte de energia conhecida como orgasmo não se
manifesta somente através do sexo”, diz Nishok. “Rompendo com os
condicionamentos limitantes das pessoas, procuramos expandir a libido“,
conclui.
Mais
sobre a terapia polêmica
Autointitulada como terapeuta do sexo, a americana Cheryl T. Cohen Greene ficou famosa ao ter sua rotina de trabalho retratada no já citado filme “As Sessões”. No cinema, a terapeuta é vivida por Helen Hunt, trabalho que rendeu à atriz uma indicação ao Oscar de atriz coadjuvante. Com o mesmo título da película, a autobiografia de Cheryl acaba de ser lançada no Brasil pela editora BestSeller. A obra combate a ideia de que seu trabalho é a mesma coisa que prostituição.
Autointitulada como terapeuta do sexo, a americana Cheryl T. Cohen Greene ficou famosa ao ter sua rotina de trabalho retratada no já citado filme “As Sessões”. No cinema, a terapeuta é vivida por Helen Hunt, trabalho que rendeu à atriz uma indicação ao Oscar de atriz coadjuvante. Com o mesmo título da película, a autobiografia de Cheryl acaba de ser lançada no Brasil pela editora BestSeller. A obra combate a ideia de que seu trabalho é a mesma coisa que prostituição.
“É
verdade que faço sexo com a maioria dos clientes, mas isso ocorre apenas após
termos passado por alguns exercícios planejados para desenvolver a consciência
corporal... Vale a pena ressaltar que sou uma terapeuta do sexo, ‘não uma
substituta para o sexo’”, defende Cheryl em seu livro.
“Tive
clientes de todos os tipos e classes econômicas. O mais jovem deles tinha 18
anos, e o mais velho, 89”, disse Cheryl, que contabiliza ter tido mais de 900
parceiros sexuais.
http://delas.ig.com.br/amoresexo/2013-03-04/quando-e-por-que-fazer-terapia-sexual.html