quarta-feira, 6 de março de 2013

Devanear...


Cântico Negro - José Régio
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com olhos doces.
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre da minha Mãe.
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam os meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Pra desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
Para derrubar meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velhos dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como em facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe,
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!

E agora?


Medo de assalto faz Correios suspenderem entregas no litoral de São Paulo
Os Correios não estão entregando correspondências em bairros considerados perigosos para carteiros na Baixada Santista, litoral de São Paulo. A informação é da direção do Sintect (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos) em Santos (72 km de São Paulo), que contabiliza 79 assaltos nas quatro maiores cidades da região neste ano – mais de um por dia.
A empresa nega a suspensão parcial do atendimento. Em nota, informou que, "por questões de mercado, a ECT [Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos] adotou temporariamente um modelo de entrega diferenciada para encomendas especiais em algumas regiões de determinados bairros", sem especificar municípios nem localidades.
A situação é considerada mais grave em Praia Grande (71 km de São Paulo), onde 40 entregadores foram roubados desde o início de janeiro, disse o presidente do Sintect-Santos, Francisco José Nunes, o Kiko.
Conforme o sindicalista, a interrupção das entregas ocorre em bairros periféricos de São Vicente (65 km de São Paulo), com 18 ocorrências, e de Santos, com 11. Cidadãos têm precisado se dirigir a postos centrais dos Correios para retirar mercadorias.
Até cinco quilômetros
Em Santos, as entregas de produtos comprados pela internet ou de correspondências que pesam mais de um quilo –geralmente transportados em carros ou motos– foram interrompidas em bairros da zona noroeste e em morros como São Bento e Vila Progresso.
Para retirar essas embalagens, destinatários têm de ir ao posto de triagem situado no Bom Retiro, num percurso que pode chegar a cinco quilômetros.
A ação dos bandidos contra carteiros em São Vicente é localizada: dos 18 assaltos, 17 foram na Cidade Náutica. Por precaução, no entanto, a empresa não está entregando nos vizinhos Parque São Vicente e Vila Margarida –onde há uma favela, chamada México-70, com saída para o mar.
Tanto em Praia Grande quanto em Guarujá (86 km de São Paulo, com dez assaltos, oito deles no distrito de Vicente de Carvalho), a entrega de encomendas transcorre normalmente, de acordo com Kiko. "Os Correios nos prometeram carros com guardas armados para escoltar os entregadores, mas não cumpriram", disse.
Polícia: reunião
O comandante da Polícia Militar em Santos, tenente-coronel Levi Félix, afirmou, em nota, ter conhecimento de apenas três roubos a carteiros, cometidos em fevereiro e somente em Santos. "Se está havendo alguma onda de assaltos contra representantes dos Correios, esse fenômeno não é do conhecimento da polícia", afirmou.
Félix, entretanto, declarou que as informações divulgadas pelo Sintect fizeram a PM chamar a direção regional dos Correios "para uma reunião de trabalho, já agendada, que ocorrerá nos próximos dias".
Eventuais providências contra roubos a carteiros serão tomadas depois que os Correios prestarem esclarecimentos à polícia. "Os dados que estão sendo passados à imprensa pelo pessoal do sindicato não correspondem aos registrados pela polícia, o que inviabiliza qualquer estudo técnico" para aprimoramento da segurança nas entregas.
A assessoria de comunicação dos Correios nada comentou sobre possíveis ações de proteção aos carteiros. Apenas informou ter admitido 741 empregados na diretoria regional São Paulo Metropolitana, na qual está incluída a Baixada Santista –sem detalhar quantos foram deslocados para Santos e região.
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/03/06/medo-de-assalto-faz-correios-suspenderem-entregas-no-litoral-de-sao-paulo.htm

Menos um ditador, menos um charlatão... Foi tarde!

Presidente venezuelano Hugo Chávez morreu nesta terça-feira em Caracas
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, morreu nesta terça-feira, em Caracas, ao final de uma longa batalha contra o câncer, anunciou o vice-presidente Nicolás Maduro em rede nacional de televisão.
"Recebemos a informação mais dura e trágica que poderíamos transmitir ao nosso povo. Às 04H25 da tarde (17H55 de Brasília) de hoje, 5 de março, morreu nosso comandante, o presidente Hugo Chávez Frías", disse Maduro.
Chávez estava internado no hospital militar de Caracas onde era submetido a um tratamento contra o câncer diagnosticado em junho de 2011.
http://noticias.terra.com.br/mundo/america-latina/presidente-venezuelano-hugo-chavez-morreu-nesta-terca-feira-em-caracas,cc6e416fc883d310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html

segunda-feira, 4 de março de 2013

Bom astral...

Boa Semana

Só rindo...




Refletir...


“O medíocre discute pessoas. O comum discute fatos
O sábio discute ideias.” 
(Provérbio Chinês)
http://pensador.uol.com.br/autor/proverbio_chines/2/


PEGADINHA GRAMATICAL
"Camiseta em algodão"
"Camiseta em algodão"
"Bancos em couro"
"Homem vê castelo feito em gelo na China"

Não sei por qual razão as pessoas que elaboraram essas frases pensaram em usar a preposição "em", quando o adequado gramaticalmente seria usar a preposição "de". Seria uma tendência? Mais um vício com o qual teremos de conviver, como ocorre com o tal gerundismo?

A preposição "em" indica várias circunstâncias, mas não a de "matéria", que é indicada pela prep. "de": casa de madeira, sapato de pelica, terno de linho...

Veja as circunstâncias indicadas pela preposição "em":
Tempo: Em vida, passou todos os seus bens aos filhos.
Lugar: Estava em casa, quando ela chegou.
Estado: Fique em paz.
Finalidade: Em protesto, retirou-se do salão.
Equivalência e valor: Avaliamos a casa em cem mil reais.
Forma como se pratica uma ação: Fale em Português!
Conformidade: Em verdade vos digo.
Modo: O cortejo seguia em silêncio absoluto.
Causa: Em vista das circunstâncias, desistimos da compra.
Lugar: As crianças brincavam em torno da casa.
Condição: Em continuando a revolta, seremos mais duros.

Já a preposição "de" indica as seguintes circunstâncias:
 
Modo: Saiu de fininho da reunião.
Tempo: De manhã faremos a reunião.
Instrumento: Ferido de faca, foi socorrido pelos amigos.
Causa: Desmaiou de tanta fome que sentia.
Matéria: casa de madeira.
Assunto: Falava de política o tempo todo.
Lugar onde está o agente da ação: Telefonei-lhe de casa.
Origem: Chegou de São Paulo.
Posse: Voltou para a casa dos pais.
Autor de uma obra: Quincas Borba, de Machado de Assis.
Aquilo de que é parte: Maçaneta da porta.
Local: Os congressos de Curitiba.
Continente ou conteúdo: copo de pinga; a água da jarra.
Característica genérica ou particular: homem de posses.
Constituição: comissão de professores.
Dimensão: prédio de cinqüenta metros de altura.
Valor: jóia de dez mil reais.
Inclusão: sócio do clube.
Semelhança: escada de caracol.
Época em que acontece: chuvas de verão.
Finalidade: vestido de festa.

Claro está, então, que a preposição "em" não deve ser usada para indicar matéria. Em seu lugar, usa-se a prep. "de".

As frases apresentadas, então, deveriam ser assim escritas:

Camiseta de algodão.
Bancos de couro.
Homem vê castelo feito de gelo na China.
http://vestibular.uol.com.br/pegadinhas/camiseta-em-algodao.jhtm

Mais uma etapa superada...