quarta-feira, 6 de março de 2013

E agora?


Medo de assalto faz Correios suspenderem entregas no litoral de São Paulo
Os Correios não estão entregando correspondências em bairros considerados perigosos para carteiros na Baixada Santista, litoral de São Paulo. A informação é da direção do Sintect (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos) em Santos (72 km de São Paulo), que contabiliza 79 assaltos nas quatro maiores cidades da região neste ano – mais de um por dia.
A empresa nega a suspensão parcial do atendimento. Em nota, informou que, "por questões de mercado, a ECT [Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos] adotou temporariamente um modelo de entrega diferenciada para encomendas especiais em algumas regiões de determinados bairros", sem especificar municípios nem localidades.
A situação é considerada mais grave em Praia Grande (71 km de São Paulo), onde 40 entregadores foram roubados desde o início de janeiro, disse o presidente do Sintect-Santos, Francisco José Nunes, o Kiko.
Conforme o sindicalista, a interrupção das entregas ocorre em bairros periféricos de São Vicente (65 km de São Paulo), com 18 ocorrências, e de Santos, com 11. Cidadãos têm precisado se dirigir a postos centrais dos Correios para retirar mercadorias.
Até cinco quilômetros
Em Santos, as entregas de produtos comprados pela internet ou de correspondências que pesam mais de um quilo –geralmente transportados em carros ou motos– foram interrompidas em bairros da zona noroeste e em morros como São Bento e Vila Progresso.
Para retirar essas embalagens, destinatários têm de ir ao posto de triagem situado no Bom Retiro, num percurso que pode chegar a cinco quilômetros.
A ação dos bandidos contra carteiros em São Vicente é localizada: dos 18 assaltos, 17 foram na Cidade Náutica. Por precaução, no entanto, a empresa não está entregando nos vizinhos Parque São Vicente e Vila Margarida –onde há uma favela, chamada México-70, com saída para o mar.
Tanto em Praia Grande quanto em Guarujá (86 km de São Paulo, com dez assaltos, oito deles no distrito de Vicente de Carvalho), a entrega de encomendas transcorre normalmente, de acordo com Kiko. "Os Correios nos prometeram carros com guardas armados para escoltar os entregadores, mas não cumpriram", disse.
Polícia: reunião
O comandante da Polícia Militar em Santos, tenente-coronel Levi Félix, afirmou, em nota, ter conhecimento de apenas três roubos a carteiros, cometidos em fevereiro e somente em Santos. "Se está havendo alguma onda de assaltos contra representantes dos Correios, esse fenômeno não é do conhecimento da polícia", afirmou.
Félix, entretanto, declarou que as informações divulgadas pelo Sintect fizeram a PM chamar a direção regional dos Correios "para uma reunião de trabalho, já agendada, que ocorrerá nos próximos dias".
Eventuais providências contra roubos a carteiros serão tomadas depois que os Correios prestarem esclarecimentos à polícia. "Os dados que estão sendo passados à imprensa pelo pessoal do sindicato não correspondem aos registrados pela polícia, o que inviabiliza qualquer estudo técnico" para aprimoramento da segurança nas entregas.
A assessoria de comunicação dos Correios nada comentou sobre possíveis ações de proteção aos carteiros. Apenas informou ter admitido 741 empregados na diretoria regional São Paulo Metropolitana, na qual está incluída a Baixada Santista –sem detalhar quantos foram deslocados para Santos e região.
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/03/06/medo-de-assalto-faz-correios-suspenderem-entregas-no-litoral-de-sao-paulo.htm

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