Motorista que atingiu ciclista comprou vodca, diz polícia
Segundo a casa
noturna Josephine, jovem gastou R$ 96.
Vídeo pode confirmar se foi o próprio motorista mesmo que pagou a conta.
Vídeo pode confirmar se foi o próprio motorista mesmo que pagou a conta.
A comanda de consumo
de Alex Siwek, paga na casa noturna de onde ele saiu antes de atropelar
um ciclista na Avenida Paulista, na manhã deste domingo (10), registra três
doses de vodca e um energético, segundo a delegada Priscila de Oliveira
Rodrigues, que investiga o caso. Siwek, que é estudante de psicologia se
entregou à polícia após jogar em um córrego da Avenida Dr. Ricardo Jafet, na
Zona Sul de São Paulo, o braço da vítima, o ciclista
David Santos de Souza, de 21 anos - que foi amputado no acidente e ficou preso
nos estilhaços do vidro frontal do carro.
O horário que a
comanda individual de consumo foi fechada, às 6h, porém, é posterior ao horário do
acidente, ocorrido às 5h30. A Polícia Civil espera agora imagens da casa
noturna Josephine, no Itaim Bibi, na Zona Sul, para confirmar se foi mesmo
Siwek, de 22 anos, quem pagou a conta.
Ao G1, a
gerência da casa noturna Josephine, localizada na rua Dr. Mário Ferraz, no
Itaim Bibi, confirmou que na comanda individual que marca o consumo do jovem
havia as três vodcas e o energético. A comanda foi aberta quando o estudante de
psicologia entrou na boate, às 2h14 de domingo, e fechada às 6h pontualmente. O
preço final: R$ 96.
Tanto a gerência da
boate quanto os investigadores querem saber se foi o Siwek mesmo quem pagou sua
comanda ou se saiu antes e deixou o valor para alguém pagar. Uma cópia da
comanda será enviada por e-mail para a delegada Priscila de Oliveira
Rodrigues, do 5º Distrito Policial, na Aclimação, para ser anexada ao
inquérito.
O amigo de Siwek que
estava com ele no carro na hora do acidente, Diego de Luna Daio, disse em
depoimento à polícia que cada um deles bebeu "três ou quatro latinhas de
cerveja na festa ", conforme a delegada. Nenhum deles falou em outro tipo
de bebida.
Siwek foi indiciado
por tentativa de homicídio e mais três crimes do Código Brasileiro de Trânsito
- embriaguez ao volante, fuga de local de acidente e inovar artificiosamente no
caso de acidente. O estudante está preso no 2º Distrito Policial e será
transferido para um Centro de Detenção Provisória (CDP) ainda nesta
segunda-feira, segundo a Secretaria de Segurança Pública.
Segundo o advogado
do motorista, Paulo Naves Testoni, a defesa entrará nesta segunda com um pedido
de liberdade para Siwek, mediante fiança ou não. A intenção dos advogados é
transformar a prisão em flagrante em uma medida cautelar. O acusado não prestou
depoimento. Ele falará apenas em juízo, segundo a defesa.
"O estudante é
réu primário, tem residência fixa, trabalha, estuda. Vamos apresentar ao juiz a
documentação da faculdade de psicologia, mostrando que ele estava matriculado,
frequentava, é uma pessoa correta, para que a Justiça decida se cabe uma fiança
ou a prisão com base numa medida cautelar, que pode ser tanto a proibição que
ele saía à noite, que ele viaje, ou dirija durante o processo", afirmou
Testoni.
Investigações
A Polícia Civil pediu à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a condomínios da região da Avenida Paulista as imagens gravadas por câmeras de segurança que podem ter registrado o atropelamento.
A Polícia Civil pediu à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a condomínios da região da Avenida Paulista as imagens gravadas por câmeras de segurança que podem ter registrado o atropelamento.
Segundo o delegado
Carlos Eduardo Silveira Martins, titular do 5º Distrito Policial, na Aclimação,
que assumiu o caso, os investigadores irão percorrer nesta segunda-feira
diversos prédios das avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio em busca de
imagens. A polícia investiga também se o motorista Alex Siwek, de 22 anos, que
fugiu do local sem prestar socorro e se entregou à polícia horas depois,
recebeu alguma multa por excesso de velocidade no dia do acidente.
Treze testemunhas já
foram ouvidas, segundo a delegada. Na noite deste domingo, um corretor de
imóveis que afirma ter sido a primeira pessoa a chegar ao local da colisão
prestou depoimento. O corretor saiu do Metrô Brigadeiro e testemunhou o
acidente. Ele contou à polícia ter visto Siwek em zigue-zague na Avenida Paulista
até atropelar o ciclista. O corretor disse que ajudou a socorrer David e que um
bombeiro que estava próximo prestou os primeiros socorros e estancou o sangue
até a ambulância chegar. Este bombeiro ainda não foi localizado pela polícia,
informou a delegada.
Quadro estável
Segundo o Hospital das Clínicas de São Paulo, o quadro de saúde do ciclista David Santos de Souza, era considerado estável nesta manhã. A vítima continuava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por volta das 9h depois de passar por uma cirurgia para saturar o local em que o braço foi amputado. De acordo com o hospital, o jovem estava consciente e respirava sem a ajuda de aparelhos. Ainda não há previsão de quando o ciclista irá para o quarto ou receberá alta hospitalar.
Segundo o Hospital das Clínicas de São Paulo, o quadro de saúde do ciclista David Santos de Souza, era considerado estável nesta manhã. A vítima continuava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por volta das 9h depois de passar por uma cirurgia para saturar o local em que o braço foi amputado. De acordo com o hospital, o jovem estava consciente e respirava sem a ajuda de aparelhos. Ainda não há previsão de quando o ciclista irá para o quarto ou receberá alta hospitalar.
A empregada
doméstica Antônia Ferreira dos Santos, de 51 anos, mãe do ciclista, disse que
ouviu do filho a afirmação de que ele estava na ciclofaixa quando foi atingido
pelo automóvel. No horário em que ocorreu o acidente, a ciclofaixa de lazer
ainda estava desativada. A mãe contou que o rapaz, que trabalha como limpador
de vidros, saiu de Diadema, na Grande São Paulo, e se dirigia ao trabalho, em
um prédio próximo ao Hospital das Clínicas.
O acidente
Na descrição da polícia, o motorista Alex Siwek, de 22 anos, estava dentro de um Honda Fit ao lado de um amigo quando o acidente ocorreu, por volta das 5h30. O ciclista foi atropelado por trás e lançado sobre a frente do veículo. O braço direito do ciclista foi amputado por estilhaços de vidro do pára-brisa e permaneceu preso ao veículo.
Na descrição da polícia, o motorista Alex Siwek, de 22 anos, estava dentro de um Honda Fit ao lado de um amigo quando o acidente ocorreu, por volta das 5h30. O ciclista foi atropelado por trás e lançado sobre a frente do veículo. O braço direito do ciclista foi amputado por estilhaços de vidro do pára-brisa e permaneceu preso ao veículo.
O motorista fugiu do
local, deixou o amigo em casa e depois foi à Avenida Doutor Ricardo Jafet, de
onde lançou o braço amputado da vítima em um córrego. Depois, voltou à própria
casa, guardou o carro na garagem e dirigiu-se a pé à unidade policial para se
entregar.
Segundo o delegado,
testemunhas disseram que o motorista dirigia em velocidade incompatível com o
local, em zigue-zague, entrando e saindo da faixa reservada ao tráfego de
bicicletas.
Defesa
O advogado de Siwek, Cássio Paoletti, disse que seu cliente não prestou socorro à vítima porque temeu a reação de pessoas que estavam próximas ao local do acidente.
O advogado de Siwek, Cássio Paoletti, disse que seu cliente não prestou socorro à vítima porque temeu a reação de pessoas que estavam próximas ao local do acidente.
"Segundo ele,
ele temia pela conduta dos que estavam ali presentes", disse o advogado,
sobre o fato de o motorista não ter prestado socorro à vítima. Questionado
sobre o motivo de o jovem ter se desfeito do braço da vítima, ele disse estar
chocado e que não entende o motivo.
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/03/motorista-que-atingiu-ciclista-comprou-vodca-e-energetico-diz-boate.html