“O homem só envelhece quando os lamentos substituem seus sonhos”. (Provérbio
Chinês)
terça-feira, 9 de abril de 2013
Língua afiada...
PEGADINHA GRAMATICAL
"Eu me comprazo ministrando palestras"
Alguém, em sã consciência, usaria essa frase? Ou ainda: alguém saberia dizer o significado dessa frase? Dificilmente obteríamos respostas a essas duas perguntas já que o verbo em questão (comprazer) é pouquissimamente utilizado, por isso, são raros os brasileiros que conhecem seu significado.
Tenho certeza de que todos têm uma vaga noção do que possa significar comprazer: é com prazer, não é? Mais ou menos. Vamos à explicação:
Comprazer tem os seguintes significados:
1) Ser agradável; ser cortês fazer as vontades de alguém:
Nessa acepção, devemos usá-lo com a preposição a ou com a preposição com. Por exemplo:
Só foi à festa para comprazer com a vontade da esposa.
Sempre compraz ao chefe para conseguir benefícios próprios.
2) Agradar, satisfazer alguém:
Nessa acepção usa-se com dois complementos: comprazer algo (ou alguém) com alguma coisa. Por exemplo:
Comprazia os desejos do filho com presentes constantes.
Comprazia os amigos com festas e jantares.
3) Deleitar-se, satisfazer-se, regozijar-se:
Também nessa acepção, se usa com a preposição com. Por exemplo:
Comprazia-me com as músicas de Bob Dylan.
Vistos os significados, partiremos agora para o estudo da conjugação do verbo comprazer:
No presente do indicativo (tempo que caracterizamos com a expressão Todos os dias...) é assim conjugado:
Eu comprazo, tu comprazes, ele compraz, nós comprazemos, vós comprazeis, eles comprazem.
O pronominal, assim:
Eu me comprazo, tu te comprazes, ele se compraz, nós nos comprazemos, vós vos comprazeis, eles se comprazem. Ou Eu comprazo-me, tu comprazes-te...
No presente do subjuntivo (tempo que caracterizamos com a expressão Espero que...) é assim conjugado:
Que eu compraza, que tu comprazas, que ele compraza, que nós comprazamos, que vós comprazais, que eles comprazam.
O pronominal:
Que eu me compraza, que tu te comprazas...
No pretérito perfeito do indicativo (ou passado):
Eu comprouve, tu comprouveste, ele comprouve, nós comprouvemos, vós comprouvestes, eles comprouveram.
Eu me comprouve, tu te comprouveste...
Há também a seguinte variante para o pretérito perfeito:
Eu comprazi, tu comprazeste, ele comprazeu, nós comprazemos, voes comprazestes, eles comprazeram.
Eu me comprazi, tu te comprazeste...
No pretérito imperfeito do subjuntivo (conhecido antigamente por pronominal):
Se eu comprouvesse, se tu comprouvesses...
Se eu me comprouvesse, se tu te comprouvesses...
Ou ainda:
Se eu comprazesse, se tu comprazesses...
Se eu me comprazesse, se tu te comprazesses...
No futuro do subjuntivo (tempo que caracterizamos com a expressão Quando... , pensando em ação futura)
Quando eu comprouver, quando tu comprouveres...
Quando eu me comprouver, quando tu comprouveres...
Ou ainda
Quando eu comprazer, quando tu comprazeres...
Quando eu me comprazer, quando tu te comprazeres...
A frase apresentada, portanto, está de acordo com a norma culta:
História...
Império Islâmico e a difusão da cultura
árabe
Você sabia que a divulgação da utilização do
número zero em operações matemáticas foi uma contribuição dos povos árabes? E
que isso foi possível em decorrência do tamanho que alcançou o Império Islâmico
e do contato entre culturas diferentes ocorridas nesse império? A cultura
árabe foi influenciada por diversas outras culturas e também influenciou
nosso modo de viver. Vamos conhecer um pouco mais sobre esta rica produção
cultural?
Os árabes viviam principalmente na Península Arábica e depois que
Maomé se tornou chefe político, religioso e militar deste povo, em 622, foi
formado o Império Islâmico, que se estendeu desde a Índia até a Espanha. A
prática dos árabes com os povos que eram conquistados era de tolerância
religiosa e também de não destruir as civilizações existentes, assimilando
valores e conhecimentos dos povos subjugados e também contribuindo de forma
original, produzindo novos conhecimentos a partir dessas assimilações.
O próprio legado filosófico grego foi mantido vivo também como
contribuição dos árabes. A conquista de partes do território do Império
Bizantino, que se dizia herdeiro da tradição greco-romana, possibilitou aos
árabes traduzir e a comentar as obras do filósofo Aristóteles, por exemplo.
Outros conhecimentos apropriados e expandidos do pensamento grego
estão na medicina, astronomia, geografia, química e na matemática. Nesse ramo
do conhecimento, devemos aos árabes os algarismos que utilizamos cotidianamente
em nossos cálculos e descrições. Do contato com os indianos, os árabes
conheceram o algarismo zero e passaram a utilizá-lo em operações matemáticas.
Esse conhecimento possibilitou a realização de cálculos complexos, como os
cálculos algébricos, que auxiliaram na engenharia, na arquitetura e foram muito
importantes para o desenvolvimento das ciências, além do fato de que sem o zero
e os cálculos matemáticos não teríamos desenvolvido os computadores.
A universidade de Al-Azhar, fundada em 975, era um centro de
produção de conhecimento no Império Islâmico
Os árabes trouxeram ainda para o Ocidente espécies vegetais como o
arroz, a cana-de-açúcar, o café, o algodoeiro, a laranjeira, o limoeiro, a
alface e a amoreira. Produziram um artesanato de alta qualidade, principalmente
nos tecidos, tapetes, brocados e objetos de metais, dos quais se podem destacar
as famosas espadas de aço fabricadas em Toledo, na Espanha.
Como se tornaram grandes navegadores, eles construíram mapas,
navios, criaram a bússola e o astrolábio, importantes instrumentos de
navegação. Desenvolveram a alquimia, possibilitando que os conhecimentos fossem
utilizados na química moderna. Realizaram o comércio através do Mar
Mediterrâneo, interligando o mundo Oriental e Ocidental.
Na arquitetura utilizaram uma grande variedade de arcos, cúpulas
originais, minaretes, sempre ornamentados. Desenvolveram ainda os arabescos,
uma espécie de arte abstrata decorativa que mistura formas de flores, linhas,
frutas, grinaldas e eram utilizadas em decorrência da proibição de representar
figuras humanas expressa no Corão. Além disso, utilizaram da arte bizantina,
persa e indiana para fazer as decorações internas de suas mesquitas e palácios,
com a criação de refinados motivos geométricos e ornamentais.
Os árabes produziram ainda uma vasta literatura, cuja principal
obra destacada é As mil e uma noites, uma coletânea de contos originários
de diversos lugares do Oriente, como da China, da Índia e da Pérsia, todas
interligadas com a história da princesa Sherazade, que narra histórias
fantásticas ao sultão com quem havia se casado, para evitar sua morte e a de
outras princesas.
Todos esses exemplos servem para ilustrar o intercâmbio cultural
proporcionado pelo Império Islâmico e a difusão da cultura árabe no mundo.
http://www.escolakids.com/imperio-islamico-e-a-difusao-da-cultura-arabe.htmViva a sabedoria...
A Escola de Frankfurt: introdução histórica
A Escola de Frankfurt foi formada na metade do século XX por um
grupo de intelectuais que produzia um pensamento conhecido como Teoria Crítica.
Horkheimer e Adorno: dois membros da Escola de Frankfurt
Em meio a um contexto histórico-político turbulento na Alemanha e
no mundo, surgiu o embrião de um movimento intelectual cuja consolidação mais
tarde foi denominada de Teoria Crítica. A Alemanha, após o
estratagema político de uma direita - concentrada no Partido Nacional
Socialista – marcada pelo fracasso e demérito popular, deu a vitória a Hitler
em eleições diretas, abrindo caminho para a perseguição e destruição das
organizações dos trabalhadores e de seus partidos representativos. A ascensão
do Nazismo, a Segunda Guerra Mundial, o “Milagre Econômico” no
pós-guerra e o Stalinismo foram os fatores que marcaram a Teoria
Crítica da sociedade, tal como esta se desenvolveu do início de 1920 até
meados dos anos 70.
Sob a iniciativa de Felix J. Weil, filho de um negociante de
cereais que fizera fortuna na Argentina, houve a “Primeira Semana de Trabalho
Marxista” que tinha como prerrogativa lançar a noção de um marxismo verdadeiro
e puro. A partir deste evento nasceu a ideia de criar um instituto permanente
na condição de órgão independente de investigação. Este instituto foi
estabelecido com um donativo de Herman Weil (pai de Felix) e de um contrato com
o Ministério da Educação que frisava a exigência de que o diretor do instituto
deveria ser titular de uma cadeira na universidade. O Instituto de Pesquisa Social
(como foi denominado) e que deveria se chamar Instituto para o Marxismo, foi
criado oficialmente por um decreto do Ministério da Educação em 1923, tendo
como diretor Kurt Albert Gerlach, falecido em outubro de 1923. Foi Carl
Grünberg que ocupou o cargo até 1930. Em 1931, foi criada uma dependência do
instituto em Genebra, por sugestão de Albert Thomas (diretor da Organização
Internacional do Trabalho). Em 1933, um escritório com vinte e um indivíduos
instalou-se em Genebra, tornando-se o centro administrativo do instituto, que
foi fechado pelos nazistas. A partir de setembro de 1933, a Escola de Frankfurt
deixou a cidade de Frankfurt e formou departamentos na França e na Suíça. Cabe
aqui salientar que sem a consolidação do instituto não teria sido possível a
existência da Escola de Frankfurt – sendo que este desenvolvimento se deu
somente após a saída (obrigatória) do instituto de Frankfurt; embora o termo
“Escola de Frankfurt” tenha sido instituído somente após o regresso do
instituto à Alemanha, em 1950.
Quanto à terminologia, observa-se uma tradicional problemática,
pois “escola” notifica um corpo intelectual cujos membros se concentram em uma
mesma linha de pensamento, no caso da Teoria Crítica, de uma mesma
avaliação crítica social da política vigente, o que não se pode determinar
verdadeiramente quando observadas as teorias de seus membros. A Teoria
Crítica tornou-se legítima como tal após a publicação da obra “Teoria
Tradicional e Teoria Crítica” de Max Horkheimer, na Revista de Pesquisa
Social entre 1932 e 1942. É sabido que Horkheimer foi o principal responsável
pela consolidação da escola, não somente por sua posição intelectual e política
no âmbito da Universidade de Frankfurt, mas, sobretudo, por sua situação
financeira que lhe garantiu grandes realizações.
Formou-se, nessa linha, uma comunhão de pensadores críticos da
sociedade, de sua condição subordinada a um processo de dominação, valendo-se
do marxismo heterodoxo para fundamentarem suas críticas. O Instituto de
Pesquisa Social teve como membros Pollock, Wittfogel, Fromm, Gumperz, Adorno,
Marcuse e outros que passaram a contribuir com artigos, ensaios e resenhas para
a revista. Muitos dos ensaístas, como foi o caso de Walter Benjamim, Marcuse e
Adorno, somente se filiaram ao instituto na fase de sua emigração para os
Estados Unidos.
Enfim, a partir de 1931 sob a direção de Horkheimer houve uma
importante modificação na revista: a hegemonia dos estudos econômicos foi dada,
neste momento, à filosofia. Foi, portanto, nessa linha que se norteou a
compreensão da identidade do projeto da Escola de Frankfurt, já que ao tratar
de problemas sobre história, política ou sociologia, os autores recorriam
constantemente a Platão, Kant, Hegel, Schopenhauer, Bergson, Heidegger e
outros.
http://www.brasilescola.com/filosofia/a-escola-frankfurt-introducao-historica.htmCultura viva...
Os Falsos Cultos
A maior parte das pessoas, ao entregarem-se às chamadas ocupações
intelectuais, considerando como tais o ler e o escrever (não o escrever cartas,
mas o escrever como autor), não fazem de modo algum o que julgam fazer: porque
nem embelezam a sua cultura - «ampliar» a sua cultura, como se costuma dizer, é
um disparate horroroso - nem aguçam o seu entendimento, nem enriquecem a sua
experiência, e não produzem mais nem nada mais importante que aqueles rapazes
que remexem a terra à beira de um charco, deitam pedras para a água turva,
etc., em suma, um nada em grande azáfama.
Nenhum bocado da superfície de uma figura pode ser criado senão a partir do seu âmago.
Hugo Hofmannsthal, in "Livro Dos Amigos"
Nenhum bocado da superfície de uma figura pode ser criado senão a partir do seu âmago.
Hugo Hofmannsthal, in "Livro Dos Amigos"
http://www.citador.pt/textos/t/cultura
Entendendo...
Estrutura Social
A estrutura social diz respeito à forma como uma sociedade se organiza,
ou seja: principalmente através de relações complexas e constantes, que se
interligam, como as relações estabelecidas entre os indivíduos, por meio dos
papéis sociais que estes assumem.
A estrutura social diz respeito à forma como uma sociedade se organiza.
Ao pensarmos no conceito de sociedade, é fundamental compreendermos
algo intrínseco a ela: sua estrutura. Segundo Raymond Firth, em artigo
publicado no livro Homem e Sociedade, organizado por Fernando Henrique Cardoso
e Octavio Ianni, considera-se uma estrutura social a ligação das partes que
compõem o todo, “o arranjo no qual os elementos da vida social estão ligados”
(IANNI, 1973, p. 35). Dessa forma, são relações que se sobrepõem e se
interligam, e possuem certo grau de complexidade, não sendo momentâneas, mas
sim possuindo certa constância e continuidade. De maneira mais direta, podemos
afirmar que a estrutura social diz respeito à forma como a sociedade se
organiza – assim como certas funções são necessárias para aquele grupo – , e à
forma como estão dispostos os status (posições sociais) e papéis sociais,
conforme privilégios e deveres.
Além disso, é possível afirmar que estrutura social tem a ver com a
expectativa do comportamento entre os indivíduos, os quais assumem papéis
sociais e possuem status sociais, fatos que nos permitiriam organizar nossas
vidas enquanto atores sociais. Isso significa que há uma expectativa para o
papel social exercido pelo pai, pela mãe, pelo filho, pelo professor, pelo
policial, enfim, por todos aqueles que estão na sociedade e interagem o tempo
todo através das relações sociais. Mais do que isso, se pensarmos apenas no
papel do professor, ao mesmo tempo em que há uma expectativa de seus alunos em
relação a seu papel, ele também espera um comportamento de seus alunos, assim
como de seus superiores, entre outros.
Mais especificamente, “o conceito de estrutura social é um recurso
analítico que serve para compreender como os homens se comportam socialmente”
(ibidem, p. 36). Precisamos considerar que se as expectativas das normas sociais
são importantes, por outro lado, essas mesmas normas podem ser alteradas pelos
atores sociais em seu cotidiano. Isso significa que os papéis sociais podem
mudar. Se aqueles tipos de relações sociais que caracterizam uma sociedade não
existissem, consequentemente aquela sociedade não seria a mesma. Uma sociedade
rural, como aquela que predominava no feudalismo, tinha relações peculiares.
Com as transformações econômicas e políticas ocorridas com o despontar da
sociedade industrial, o campo também mudou.
Outro ponto importante é pensar que vários aspectos fazem parte da
estrutura social, dentre eles as relações de parentesco, uma vez que dizem
respeito às relações sociais propriamente ditas. Grosso modo, as relações de
parentesco são marcadas por um modelo de relação familiar, modelo esse que
marca um padrão de funcionamento da família, importante instituição social que
exerce sua função na vida social.
Dessa forma, para se pensar em estrutura social, também devemos
considerar a ideia de função social, a qual diz respeito à relação entre uma
ação social e o sistema no qual essa ação está inserida. Em outras palavras, a
função social é dada pelo resultado (consequência ou expectativa) da ação de um
indivíduo (comportamento) em relação às outras pessoas que fazem parte de uma
sociedade. Assim, as ações possuem funções sociais dentro de uma estrutura
social. As funções sociais servem para atender às necessidades do homem que
vive em sociedade (para além das biológicas). A função social do casamento
seria formar uma família e, dessa forma, reproduzir os homens. Outro
exemplo importante seria pensarmos na função social da proibição do incesto.
Não podemos pensar apenas nas funções sociais das ações dos homens,
mas também na função social que determinados costumes ou práticas possuem
dentro da sociedade. Há um sistema de interações que garante a estrutura
social, no qual cada ação social, cada prática, cada costume, assume uma
função. Por exemplo, as festas possuem uma função social, pois não se trata de
apenas reunir pessoas, mas que essa reunião celebre ou tenha certa finalidade e
sentido. A estrutura social seria marcada não apenas pelas ações dos homens,
mas também pelas chamadas instituições – como o exemplo citado da família –
considerando-se que “a instituição é o conjunto de valores e princípios
estabelecidos tradicionalmente” (ibidem, p. 39).
Em linhas gerais, uma análise da sociedade não deve prescindir
desses conceitos tão importantes à compreensão da realidade social – estrutura,
função e instituições sociais, tentando-se apreender as características e as
peculiaridades de cada época, de cada contexto. Assim, ao estudarmos as
estruturas sociais, é preciso examinar como ocorrem as variações das formas
básicas de relações sociais. Dessa maneira, temos de estudar tanto a adaptação
social em transformações, como a continuidade social.
Curiosidade...
Espirro e claridade
É fato. Quando estamos com vontade de espirrar e olhamos para o sol
ou para uma lâmpada, espirramos com muito mais facilidade. Mas por que motivo
isso acontece? Na verdade, não existe uma explicação totalmente aceita para
isso, no entanto, a hipótese mais aceita é a que relaciona esse feito com o
chamado reflexo cruzado.
Segundo alguns especialistas, nós espirramos quando olhamos para a claridade devido ao fato das mensagens visuais enviadas para o nosso cérebro passarem muito próximas daquelas enviadas pelo nervo olfatório e pelo trigêmeo, que comanda a contração dos nervos da mucosa nasal, estimulando assim, o mecanismo do espirro.
Segundo alguns especialistas, nós espirramos quando olhamos para a claridade devido ao fato das mensagens visuais enviadas para o nosso cérebro passarem muito próximas daquelas enviadas pelo nervo olfatório e pelo trigêmeo, que comanda a contração dos nervos da mucosa nasal, estimulando assim, o mecanismo do espirro.
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