segunda-feira, 8 de julho de 2013
Refletir...
“O passado é
história, o futuro um mistério e o presente uma dádiva.”) (Provérbio Chinês)
http://pensador.uol.com.br/autor/proverbio_chines/5/
Língua afiada...
PEGADINHA GRAMATICAL
Escolhas lexicais: uma relação entre ortografia e semântica
A relação estabelecida entre a
ortografia e a semântica desempenha fator preponderante nas escolhas lexicais
que fazemos.
A ortografia e a semântica são
fatores relacionados às escolhas lexicais de que fazemos uso
Como usuários da língua, devemos ter
habilidades específicas para que possamos efetivar nossas relações
interpessoais de forma precisa e objetiva. Em se tratando de situações
específicas de interlocução, como é o caso da escrita, tal pressuposto parece
ganhar ainda mais notoriedade.
Assim, partindo do pressuposto de que
nos encontramos submetidos a um sistema convencional, comum a todos, as
escolhas lexicais que fazemos, seja na modalidade oral, seja na escrita, mantêm
uma estreita relação com a semântica. Ou seja, ao fazermos uso desta ou daquela
palavra, temos, necessariamente, de estar a par do seu verdadeiro significado.
Nesse sentido, abordaremos algumas
questões relacionadas à paronímia, cuja característica se demarca pela
semelhança entre som e grafia que existe entre as palavras, porém com
divergências no que se refere ao significado. Analisemos, portanto, alguns
casos representativos, de modo a contribuir para que você faça a escolha
adequada:
Apóstrofe (interpelação, chamamento)
X Apóstrofo (sinal gráfico)
Bimensal (que ocorre duas vezes por
mês) X Bimestral (que ocorre de dois em dois meses)
Calda (líquido engrossado durante a
fervura numa solução de açúcar) X Cauda (rabo)
Delação (denúncia, acusação) X
Dilação (demora, prorrogação)
Desfiar (desfazer em fios) X Desfear
(tornar feio)
Invicto (invencível, que nunca foi
vencido) X Invito (involuntário, que procede contra a própria vontade)
Lactante (que produz leite, amamenta)
X Lactente (que ainda mama)
Moleta (instrumento de mármore usado
para moer tintas) X Muleta (suporte utilizado pelos portadores de necessidades
especiais)
Treplicar (refutar com tréplica) X
Triplicar (multiplicar por três)
Vívido (vivo, ardente) X Vivido
(alguém que já viveu muito, experiente)
Como você pôde perceber, sobretudo
nesse último exemplo, apenas um sinal gráfico é o bastante para demarcar
características semânticas entre as palavras. Em razão disso, precisamos estar
de olhos bem abertos.
História...
Período Homérico na Grécia Antiga
Aquiles jogando dados com Ajax. Os poemas
de Homero que retratavam os heróis gregos serviram de fonte de estudo do
período homérico.*
O período homérico da civilização
grega, entre os séculos XII a.C. e VIII a.C., foi assim denominado pela falta
de fontes históricas de seus estudos além dos poemas Ilíada e Odisseia,
escritos pelo poeta grego Homero. Os dois poemas, escritos provavelmente no
século VI a.C., narram o último ano da Guerra de Troia (Ílion, para os gregos)
e o retorno de Odisseu (conhecido também como Ulisses) para seu reino após a
guerra. Os poemas foram escritos por Homero a partir de histórias orais
transmitidas durante séculos pelos povos que habitavam a Hélade (como era
conhecida a Grécia).
A importância destes poemas está
relacionada ao fato deles expressarem os modos de vida da civilização grega
daquela época, bem como seus costumes, uso da terra e formação social. Apesar
de serem as únicas fontes escritas sobre o período, há elementos materiais
encontrados por arqueólogos que permitem ver que durante o período homérico a civilização
grega regressou aos campos, abandonando inúmeras cidades e se afastando da
abundância material encontrada nos vestígios das civilizações cretense e
micênica.
Possivelmente as invasões dóricas
foram responsáveis por esse regresso aos campos e pelo fim do domínio do
comércio marítimo da região da Hélade. Durante o período homérico, os povos
gregos se organizavam predominantemente em genos, grandes famílias lideradas
por um chefe, o páter, o que caracterizou as comunidades gentílicas como
patriarcais. Ao contrário da civilização cretense, em que a mulher tinha um
papel preponderante, nos genos eram os homens que exerciam a principal
influência sobre a sociedade.
O páter era a autoridade máxima e
exercia as funções de juiz, além de ser chefe religioso e militar. Os genos
eram ainda unidades econômicas, políticas, religiosas e sociais que asseguravam
sua subsistência, vivendo muitas vezes em isolamento. O cultivo de terras e o
uso dos instrumentos agrícolas se davam de forma coletiva, não havendo propriedade
privada.
Porém, com o passar do tempo, o
aumento populacional e do consumo levaram os genos a se desintegrarem, já que
as terras férteis disponíveis e os instrumentos de produção não acompanharam o
aumento do consumo.
Esta situação levou a ocorrência de
diversas guerras entre os genos, proporcionando a união de alguns deles para
lutarem contra outros. Este processo lento, ao longo do tempo, provocou algumas
mudanças na organização da sociedade grega da época. A aproximação entre os
genos gerou as fátrias, uma união para combater inimigos comuns. A união das
fátrias resultou na formação de tribos, submetidas a um chefe militar conhecido
como filobasileu. As tribos também passaram a se unir, dando origem ao demos,
ou o povo, cuja autoridade residia no basileu.
Todo este processo de união resultou
em mudanças internas aos genos, já que os parentes mais próximos ao páter
passaram a ter privilégios na escolha das terras a serem cultivadas. Dessa
forma, o caráter de uso coletivo da terra foi se perdendo. Surgiram deste novo
processo histórico os eupátridas, os “bem-nascidos”, que detinham as melhores
parcelas de terra. Os parentes mais distantes ficaram com o resto das terras,
sendo chamados de georgóis (agricultores). Por fim, sobraram os thetis, que ficaram
marginalizados nesta sociedade.
As guerras entre várias tribos
levaram ainda à formação das pólis, cidades-estado formadas da união de vários
demos que se constituíram enquanto comunidades independentes.
Outra consequência da mudança dos
genos e dos conflitos bélicos decorrentes foi a ocorrência da segunda diáspora
grega, quando parte do povo grego se dispersou pelo Mar Mediterrâneo, formando
colônias em vários pontos da costa mediterrânea, principalmente na Península
Itálica.
O fortalecimento das cidades-estado e
da aristocracia dos eupátridas levaria ao fim das comunidades gentílicas,
inaugurando um novo período da história da Grécia Antiga.
Viva a sabedoria...
Cinco vias que provam a existência de Deus em Santo Tomás de Aquino
Todas as vias têm em comum o
princípio da causualidade
Comumente se diz que Santo Agostinho
cristianizou Platão, assim como Aquino cristianizou Aristóteles. Como este,
Aquino parte do sensível para chegar ao inteligível como processo de
conhecimento.
Assim, o filósofo cristão distingue
cinco vias para caracterizar o conhecimento e provar a existência de Deus.
Vejamos quais são:
1. Primeiro motor imóvel: esta
primeira via supõe a existência do movimento no universo. Porém, um ser não
move a si mesmo, só podendo, então, mover outro ou por outro ser movido. Assim,
se retroagirmos ao infinito, não explicamos o movimento se não encontrarmos um
primeiro motor que move todos os outros;
2. Primeira causa eficiente: a
segunda via diz respeito ao efeito que este motor imóvel acarreta: a percepção
da ordenação das coisas em causas e efeitos permite averiguar que não há efeito
sem causa. Dessa forma, igualmente retrocedendo ao infinito, não poderíamos
senão chegar a uma causa eficiente que dá início ao movimento das coisas;
3. Ser Necessário e os seres
possíveis: a terceira via compara os seres que podem ser e não ser. A
possibilidade destes seres implica que alguma vez este ser não foi e passou a
ser e ainda vem a não ser novamente. Mas do nada, nada vem e, por isso, estes
seres possíveis dependem de um ser necessário para fundamentar suas
existências;
4. Graus de Perfeição: a quarta via
trata dos graus de perfeição, em que comparações são constatadas a partir de um
máximo (ótimo) que na verdade contém o verdadeiro ser (o mais ou menos só se
diz em referência a um máximo);
5. Governo Supremo: a quinta via fala
da questão da ordem e finalidade que a suprema inteligência governa todas as
coisas (já que no mundo há ordem!), dispondo-as de forma organizada
racionalmente, o que evidencia a intenção da existência de cada ser.
Todas essas vias têm em comum o
princípio de causalidade, herdado de Aristóteles, além de partirem do empírico,
ou seja, de realidades concretas e de um mundo hierarquicamente ordenados. Vale
também notar como Tomás de Aquino concebe o homem. Para ele, o homem é um ser
intermediário. É composto de corpo (matéria) e alma (forma) sem as quais nada
significa, isto é, nada é isoladamente. Assim, o homem é um ser intermediário
entre os seres de forma mais elementar, como os minerais, as plantas e os
animais, e os seres mais perfeitos como os anjos e Deus. O homem possui as
características dos anteriores a ele e também dos procedentes na hierarquia do
universo.
Entretanto, o conhecimento de Deus se
faz por analogia, seguindo uma vida de negação que afasta dele todo elemento
criatural. Mas somente isto redundaria num agnosticismo. E não se conhece Deus
imediatamente como numa contemplação direta com a essência divina, mas somente
através de um saber analógico em que todos os nomes não predicados, explicita
ou implicitamente de modo negativo, Lhe aplicam tal sentido analógico, o que
evidencia a distância infinita entre o Criador e as criaturas e também
justifica os enunciados que de Deus fazemos (Deus é Bom, Infinitamente Sábio,
etc.).
Essa doutrina da analogia que inclui
semelhança e comparação se opõe à da iluminação; esta propõe um contato
imediato com Deus. O abandono da Iluminação divina – experiência interna – pela
analogia – experiência externa – acarretou suas consequências e dificuldades, a
saber: em primeiro lugar, as criaturas semelhantes a Deus por serem causadas
por Ele (causa equívoca) devem conter seus efeitos. Desse modo, a causa contém
em si os seus efeitos; em segundo lugar, nada é univocamente predicável de Deus
e das criaturas, o que de acordo com o dito acima (causa equívoca) seus efeitos
também o são. A univocidade se enquadra em categorias e é a relação para a
equivocidade, enquanto Deus não se encaixa em nenhuma categoria. Ele é
simplesmente; e em terceiro lugar, alguns predicados não são enunciados do modo
puramente equívoco de Deus, já que para Aquino, uma equivocação pura é um termo
que, por simples causalidade, é empregado para designar coisas diversas. O
tautológico não se relaciona com as coisas e se assim fosse, não teríamos dele
conhecimento algum; e por último, que os predicados positivos são anunciados
analogicamente de Deus e das criaturas. Em nossas predicações, o ser compete
primeiro às criaturas e depois a Deus. E não o contrário, porque não há relações
entre estes. Designamos Deus a partir do que deparamos nas criaturas de modo
infinito (nas relações, ocorre o inverso, já que o predicado é anterior à
natureza de qualquer substância).
Portanto, Santo Tomás de Aquino
atribui a predicação de Deus e da criatura, somente por analogia, evidenciando
entre eles uma distância infinita da qual nenhum conceito transpõe, já que Deus
transcende infinitamente a criatura.
Arte...
A estrutura das cores
A estrutura da cor é dividida em
estrutura física e psicológica. A estrutura física se subdivide em matiz, que é
a que difere uma cor da outra; luminosidade, que é o componente que provoca
alteração nas cores entre claro e escuro; saturação, que produz várias nuances
de acordo com a pureza e intensidade da cor.
A estrutura psicológica relata a
sensação inconsciente que a cor traz para o homem. A temperatura traz a sensação
de que determinada cor é quente, fria ou morna. O contraste sucessivo traz a
sensação de modificação das cores quando vistas em conjunto. Dimensão traz a
sensação que a cor aproxima, distancia. Peso e tamanho traz a sensação que as
cores escuras são menores e mais pesadas que as cores leves. No sabor, as cores
quentes estimulam o apetite.
Em pesquisa realizada com 236 pessoas
da Ásia, África e Europa, foi constatado que as mulheres percebem mais as cores
do que os homens. Os pigmentos responsáveis pela absorção das cores, chamados
opsinas, está presente no cromossomo X. A mulher possui dois X enquanto o homem
possui um só, e isso faz com que a mulher tenha duas cópias de opsinas.
Entendendo...
O início das políticas públicas para a saúde no Brasil: da República
Velha à Era Vargas
No governo de Getúlio Vargas, muitos
dos direitos ligados à seguridade social foram instituídos, ao passo que também
se aprimoraram as ações de Estado acerca da saúde pública a partir das
políticas públicas para a saúde.
A preocupação com a saúde estava
ligada aos interesses da elite em manter o trabalhador sadio para a manutenção
da produção
No Brasil da passagem do século XIX
para o XX, a preocupação com a saúde, na verdade, não se traduzia
necessariamente pela questão do direito social ou da dignidade humana, mas
estava ligada aos interesses econômicos das elites em manter o trabalhador sadio
para manutenção da produção, principalmente naquele contexto agrário.
O ideário republicano estava envolto
por valores positivistas de ordem e progresso, como se vê na própria bandeira
nacional, e dessa forma, a valorização da ciência e de uma visão de mundo
europeia pautada na marca da modernidade invadiam o país, ainda que de forma
contraditória a uma realidade ainda marcada pelo regime agrário exportador,
pelo patriarcalismo, pela tradição de um passado escravocrata. Se é fato que ao
final do século XIX iniciou-se, ainda que de forma incipiente, um processo de
urbanização e modernização das cidades (como se vê na capital brasileira da
época, o Rio de Janeiro), o Brasil se tornou um país urbano apenas na segunda
metade do século XX. Neste sentido, o antigo e o moderno buscavam conviver na
formação de um novo Brasil, agora republicano. Dentre as novidades estava a
ciência como a grande panaceia para um país atrasado, no qual predominava um
tipo social representado pela figura ontológica do Jeca Tatu (criado por
Monteiro Lobato), estereótipo do homem do campo necessitado por cuidados. Neste
sentido, uma sociedade doente, acometida por males tropicais, necessitava ter
seu diagnóstico para ser tratada. A medicina teria de se empenhar na luta
contra os males da nação, o que justificariam as medidas intervencionistas e
autoritárias que marcam os primeiros anos da República Velha. Instaurava-se uma
preocupação com a profilaxia rural e urbana. As medidas de reforma urbana e
higienização da cidade do Rio de Janeiro, assim como as campanhas para a
vacinação da população, marcaram este período. No entanto, o caráter austero
das medidas governamentais teve como consequência eventos como a Revolta da
Vacina, ocorrida em 1904.
Estava declarada a luta contra a
peste bubônica, a febre amarela, a tuberculose e a varíola. A despeito disso,
vale apontar como legado da República Velha a criação da Diretoria Geral de
Saúde Pública (DGSP; 1897), as Reformas das competências da DGSP (Oswaldo Cruz;
1907) e as Caixas de Aposentadoria e Pensão (Lei Eloy Chaves; 1923), o que
significou uma incipiente assistência à saúde pela previdência social. A
sociedade ainda era rural, mas iniciava-se um período de transformações sociais
que seria acelerado na primeira metade do século XX.
Passado o período da República Velha,
chegamos à Era Vargas com a inauguração de outra visão de Estado, assim como
com outra configuração social que se iniciava nos centros urbanos do país. A
partir da década de 1930, o Brasil começou um processo de industrialização e
modernização do Estado, tentando se reposicionar na economia mundial após a
crise de 1929. Considerando-se que até então a economia brasileira estava
assentada na produção e exportação cafeeira, entendia-se ser necessária a
criação de condições para a montagem de um parque industrial que alavancaria o
país. Iniciava-se um processo mais tarde chamado por alguns intelectuais de
capitalismo tardio. Assim, surgiam novos atores sociais, como o trabalhador
urbano, o operário, e, dessa forma, novas demandas sociais se colocavam como
desafio ao Estado. Dentre elas a questão da seguridade social. Assim, como
aponta Jairnilson Paim (2011, p.14), “o modelo de intervenção do Estado
brasileiro na área social data das décadas de 1920 e 1930, quando os direitos
civis e sociais foram vinculados à posição do indivíduo no mercado de
trabalho”.
O fato é que, como se pode observar,
os modelos assistenciais se tornaram cada vez mais complexos, concomitantemente
à modernização do Estado do ponto de vista da natureza administrativa e
burocrática. Com mão de ferro e de forma populista, Getúlio Vargas inaugurou
uma nova era de modernização da produção nacional e da racionalização do
funcionamento do Estado, aproximando-se cada vez mais das classes trabalhadoras
urbanas com seus discursos (que se iniciavam com o bordão “Trabalhadores do
Brasil”) a favor dos direitos desta categoria. Em seu governo, muitos dos
direitos ligados à seguridade social foram instituídos, ao passo que também se
aprimoraram as ações de Estado acerca da saúde pública.
Assim, na Era Vargas ocorreram os
seguintes fatos: a Saúde pública foi institucionalizada pelo Ministério da
Educação e Saúde Pública; a Previdência social e saúde ocupacional
institucionalizada pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio; criou-se
os Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP) que estendem a previdência social
à maior parte dos trabalhadores urbanos (1933-38).
No entanto, embora esses avanços
tenham sido importantíssimos do ponto de vista da proteção social e da saúde
publica, foi apenas em 1953 que ocorreu a criação do Ministério da Saúde. Daí
até a criação do SUS (Sistema Único de Saúde), a população brasileira esperou
mais 35 anos. Ainda hoje, a despeito dos avanços do ponto de vista do cuidado e
do atendimento da saúde pelo SUS, muitos são os desafios a serem enfrentados
pelo Estado brasileiro.
Assinar:
Postagens (Atom)
-
Carol Celico disse que perdoaria infidelidade de Kaká e que a ‘culpa’ da traição seria dela Caroline Celico, esposa do craque Kaká...
-
Conselhos de medicina se dividem sobre primeiros registros para estrangeiros Depois de o Rio Grande do Sul liberar as 19 primeiras lic...
-
A Ausência do Zero no Sistema de Numeração dos Romanos Os números criados pelos romanos foram relacionados a letras, diferente de out...