quarta-feira, 17 de julho de 2013

História...

Relações de servidão 

Relações de servidão. Os servos em seu cotidiano medieval.
A sociedade feudal era organizada em estamentos (não existia mobilidade social, a posição social era estabelecida a partir do nascimento); e a elite social era formada pela primeira camada, o clero. O segundo estamento era composto pela nobreza e a camada inferior da sociedade era formada principalmente pelos camponeses, que trabalhavam duramente como servos nas terras dos senhores feudais.

Na grande propriedade rural do senhor feudal havia o castelo, a igreja, as aldeias camponesas, os grandes bosques, as terras cultivadas e as terras de pastagem. As terras cultivadas se dividiam em duas metades, a primeira era chamada de manso senhorial (a produção agrícola dessa terra pertencia ao senhor), a segunda metade era composta pelo manso servil (parte da produção agrícola pertencia ao senhor).

Os servos usavam as terras para a prática da agricultura, mas todas as terras pertenciam aos proprietários, os senhores feudais. Os trabalhos nos campos eram executados pelos servos e pelos vilões (trabalhadores livres); quase não existiam escravos, pois a Igreja condenava a escravidão.

Os servos possuíam obrigações com os senhores feudais, tinham que pagar impostos, como a corveia (trabalhavam sem remuneração por alguns dias da semana em troca de proteção) e as banalidades (taxas que os servos pagavam para utilizar o moinho, o forno, o celeiro, entre outros, que eram propriedades do senhor feudal).

A condição de vida dos servos no feudalismo era precária e difícil. Eles quase sempre viviam em casas humildes (pouca higiene) e viviam constantemente sob ameaça da fome, pois a agricultura dependia dos fatores climáticos e de instrumentos agrícolas precários. Apenas uma pequena parte da produção do manso servil era destinada aos servos.

A servidão predominante na sociedade feudal era baseada nas relações entre camponeses (servos) e os proprietários de terras (senhor feudal). As principais características da servidão eram: os servos não podiam deixar o manso servil sem autorização do senhor (sem liberdade) e eram cobrados impostos dos servos.

No século XIV, as péssimas condições de vida nas quais se encontravam os servos, e o aumento dos impostos em decorrência da Peste Negra e da Guerra dos Cem Anos (entre França e Inglaterra), levaram-nos às sucessivas revoltas contra as relações de servidão, reivindicando o fim da servidão.

Viva a sabedoria...

Conflito entre Razão e Fé
A filosofia inicia o conflito entre razão e fé quando tenta deixar para trás a fé cega nos mitos, explicando racionalmente tais fenômenos.
Fé vs. Razão - conflito existente desde a Grécia antiga.
Tradicionalmente, o capítulo da História da humanidade relativo ao tema “conflito entre razão e fé” é atribuído a um período medieval em que se travava um confronto entre os adeptos da boa nova, isto é, a religião cristã, e seus adversários moralistas gregos e romanos, na tentativa de imporem seus pontos de vistas. Para estes, o mundo natural ou cosmos era a fonte da lei, da ordem e da harmonia, entendendo com isso que o homem faz parte de uma organização determinada sem a qual ele não se reconhece e é através do lógos que se dá tal reconhecimento. Já para os cristãos, a verdade revelada é a fonte da compreensão do que é o homem, qual é sua origem e qual o seu destino, sendo ele semelhante a Deus-pai, devendo-lhe obediência enquanto sua liberdade consiste em seguir o testamento (aliança).

Desse debate, surgem as formas clássicas de combinação dos padres medievais: aqueles que separam os domínios da razão e da fé, mas acreditam numa conciliação entre elas; aqueles que pensam que a fé deveria submeter a razão à verdade revelada; e ainda aqueles que as veem como distintas e irreconciliáveis. Esse período é conhecido como Patrística (filosofia dos padres da Igreja).

No entanto, pode-se levantar a questão de que esse conflito entre fé e razão representa apenas um momento localizado na história. A filosofia, tendo como característica a radicalidade, a insubordinação, a luta para superar pré-conceitos e estabelecer conceitos cada vez mais racionais através da história, mostra que, desde seu início, esta relação tem seus momentos de estranhamento e reconciliação. Por exemplo, na Grécia antiga, o próprio surgimento da filosofia se deu como tentativa de superar obstáculos oriundos de uma fé cega nas narrativas dos poetas Homero e Hesíodo, os educadores da Hélade. 

A tentativa de explicar os fenômenos a partir de causas racionais já evidenciava o confronto com as formas de pensar e agir (fé) do povo grego que pautava sua conduta pelos mitos. O próprio Sócrates, patrono da filosofia, foi condenado por investigar a natureza e isso lhe rendeu a acusação de impiedade. Mais tarde, a filosofia cristã se degladiou para fundamentar seu domínio ideológico, debatendo sobre os temas supracitados. 

Na era moderna, com encrudescimento da inquisição, surge o renascimento que apela à razão humana contra a tirania da Igreja. Basta olhar os exemplos de Galileu, Bruno e Descartes, que reinventaram o pensamento contra a fé cega que mantinha os homens na ignorância das trevas e reclamava o direito à luz natural da razão. A expressão máxima desse movimento foi o Iluminismo que compreendia a superação total das crenças e superstições infundadas e prometia ao gênero humano dias melhores a partir da evolução e do progresso.

Hoje, essa promessa não se cumpre devidamente. O homem dominou a natureza, mas não consegue dominar as paixões e interesses particulares. Declarado como expropriado dos meios de produção e forçado a sobreviver, eis que o homem se aliena do processo produtivo e se mantém em um domínio cego, numa crença inconsciente de si e do outro (ideologia). O irracionalismo cresce à medida que se promete liberdade aos seres humanos a partir de outra fé: o trabalho. O homem explora e devasta o mundo em que vive e não tem consciência disso. E tudo isso para enriquecer uma classe dominante, constatando o interesse egoísta e classista.

Parece, pois, que a luta entre razão e fé não é apenas localizada, mas contínua, já que sempre há esclarecidos, esclarecimentos e resistência a esses esclarecimentos. A razão se rebela com o estabelecido e quando se impõe, torna-se um dogma incutido nos homens de cada tempo. Numa linguagem hegeliana, uma tese que se torna antítese e necessita já de uma síntese para que a razão desdobre a si mesma.

Arte...

Arte Cristã Primitiva – A fase oficial
A oficialização do cristianismo inaugurou uma nova fase na arte cristã.

A partir de 313, a expansão do cristianismo pelo Império Romano estabeleceu outra fase no desenvolvimento das expressões artísticas ligadas a essa nova crença. De acordo com as bases fundamentais do Edito de Milão, documento oficial outorgado pelo Imperador Constantino, o cristianismo passava a ser uma religião reconhecida pelo Estado romano. Após essa determinação, as igrejas cristãs se proliferaram e abriram espaço para um novo campo de expressão para tal arte.

Os primeiros templos cristãos foram visivelmente influenciados pela tradição arquitetônica dos prédios públicos romanos. Uma das maiores manifestações dessa influência é vista na utilização da palavra “basílica” para nomear as igrejas. Antes de tal acontecimento, esse mesmo nome era somente empregado para os prédios que cuidavam da administração do império.

Sendo uma verdadeira homenagem à confissão cristã, essas primeiras igrejas construídas tinham um projeto arquitetônico bastante elaborado. Os recursos financeiros utilizados eram elevados, pois se tinha uma grande preocupação com a solidez da obra construída. Internamente, as primeiras basílicas cristãs eram dotadas de um grande teto segmentado em três grandes abóbodas ogivais apoiadas por ogivas menores que, por sua vez, eram sustentadas por várias colunas.

Em algumas situações, por conta da falta de conhecimento do arquiteto ou pela simples contenção de despesas, algumas igrejas contaram com um projeto menos elaborado. Contudo, vemos que parte considerável dessas igrejas valorizava a concepção de espaços amplos que pudessem se adequar à congregação de vários seguidores do cristianismo. Além disso, as paredes eram ricas em pinturas que faziam referência a passagens bíblicas.

As pinturas que aparecem nessa época assinalam bem o estado de hibridação cultural vivido no mundo romano. Muitas das imagens representadas no interior destas igrejas, que faziam sentido ao culto cristão, também poderiam despertar os sentidos dos seguidores das demais religiões pagãs. A representação de videiras nos arabescos das basílicas que poderia ter origem nos rituais dionisíacos, agora, no contexto cristão, fazia referência ao sagrado ritual eucarístico.

Além dessa fusão, percebemos que a liberação do culto propiciou a inauguração de uma série de novos elementos que integraram a iconografia cristã. Como exemplo, podemos citar uma interessante imagem presente na Igreja de Santa Constanza. Em tal construção, podemos apreciar a imagem do Cristo em um cenário paradisíaco entregando as leis nas mãos dos apóstolos Pedro e Paulo.

Ainda durante o século IV, temos que ainda destacar as ações tomadas pelo Imperador Teodósio. Por meio dos poderes a ele concedidos, este governante romano, no ano de 391, elevou o cristianismo à condição de religião oficial de todo o Império Romano. Dessa forma, podemos compreender por quais razões a pintura e a arquitetura cristã se desenvolveram tanto nesse espaço de tempo.
http://www.brasilescola.com/artes/arte-crista-primitiva-1.htm

Entendendo...

O papel do Estado segundo Thomas Hobbes
Para Hobbes, o Estado deve regular as relações humanas
Considerado como um dos teóricos do poder absolutista em vigor na Idade Moderna, Thomas Hobbes viveu entre 1588 e 1679. Para Hobbes, o Estado deveria ser a instituição fundamental para regular as relações humanas, dado o caráter da condição natural dos homens que os impele à busca do atendimento de seus desejos de qualquer maneira, a qualquer preço, de forma violenta, egoísta, isto é, movida por paixões.

Afirmava que os homens não tiram prazer algum da companhia uns dos outros quando não existe um poder capaz de manter a todos em respeito, pois cada um pretende que seu companheiro lhe atribua o mesmo valor que ele atribui a si próprio. Dessa forma, tal situação seria propícia para uma luta de todos contra todos pelo desejo do reconhecimento, pela busca da preservação da vida e da realização daquilo que o homem (juiz de suas ações) deseja. Deste ponto de vista surgiria a famosa expressão de Hobbes: “O homem é o lobo do homem”.

Daí, nas palavras de Hobbes, “se dois homens desejam a mesma coisa [...] eles se tornam inimigos”. Todos seriam livres e iguais para buscarem o lucro, a segurança e a reputação. Nas palavras de Francisco Welfort, em sua obra intitulada Os Clássicos da Política (2006), a igualdade entre os homens, na visão de Hobbes, gera ambição, descontentamento e guerra. A igualdade seria o fator que contribui para a guerra de todos contra todos, levando-os a lutar pelo interesse individual em detrimento do interesse comum. Obviamente, isso seria resultado da racionalidade do homem, uma vez que, por ser dotado de razão, possui um senso crítico quanto à vivência em grupo, podendo criticar a organização dada e, assim, nas palavras de Hobbes, julgar-se mais sábio e mais capacitado para exercer o poder público.

Dessa forma, a questão da igualdade e da liberdade em Hobbes é vista de forma diferente daquela leitura mais convencional destes termos, com significados “positivos”, como se viu nas revoluções contra o poder absolutista dos reis, principalmente no caso da Revolução Francesa. Logo, a liberdade segundo Hobbes seria prejudicial à relação entre os indivíduos, pois na falta de “freios”, todos podem tudo, contra todos.

A paz somente seria possível quando todos renunciassem a liberdade que têm sobre si mesmos. Hobbes discorre sobre as formas de contratos e pactos possíveis em sua obra Leviatã, apontando ser o Estado o resultado do “pacto” feito entre os homens para, simultaneamente, todos abdicarem de sua “liberdade total”, do estado de natureza, consentindo a concentração deste poder nas mãos de um governante soberano. Seria necessária a criação artificial da sociedade política, administrada pelo Estado, estabelecendo-se uma ordem moral para a brutalidade social primitiva. Citando Hobbes, Francisco Welfort mostra que o Estado hobbesiano seria marcado pelo medo, sendo o próprio Leviatã um monstro cuja armadura é feita de escamas que são seus súditos, brandindo ameaçadora espada, governando de forma soberana por meio deste temor que inflige aos súditos. Em suma, este Leviatã (ou seja, o próprio Estado soberano) vai concentrar uma série de direitos (que não podem ser divididos) para poder deter o controle da sociedade, em nome da paz, da segurança e da ordem social, bem como para defender a todos de inimigos externos. Mais especificamente, nas palavras de Hobbes:

“Isso é mais do que consentimento ou concórdia, pois resume-se numa verdadeira unidade de todos eles, numa só e mesma pessoa, realizada por um pacto de cada homem com todos os homens [...] Esta é a geração daquele enorme Leviatã, ou antes – com toda reverência – daquele deus mortal, ao qual devemos, abaixo do Deus Imortal, nossa paz e defesa” [...] É nele que consiste a essência do Estado, que pode ser assim definida: ‘Uma grande multidão institui a uma pessoa, mediante pactos recíprocos uns aos outros, para em nome de cada um como autora, poder usar a força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum’. O soberano é aquele que representa essa pessoa”. (HOBBES, 2003, p.130-1 31).

Dessa forma, estes seriam alguns dos princípios que justificariam os discursos do poder absolutista ao longo da Idade Moderna. Fica evidente que neste modelo de Estado que desconsiderava as liberdades individuais não haveria espaço para a democracia e suas instituições. Ao contrário, os usos da força, da austeridade e da repressão, geram sociedades onde prevalece a desigualdade, a instabilidade, o medo e o esvaziamento da discussão política. Por isso, o final da Idade Moderna foi marcado pela Revolução Francesa, encabeçada por uma burguesia descontente com os desmandos de um rei e desejosa por participação política. Assim, ao se olhar para a História, é possível ver que as características deste Estado Soberano não se limitaram às monarquias na Europa, mas também se fizeram presentes – mesmo que indiretamente e com outra roupagem – em diversos regimes ditatoriais como no Brasil e em tantos outros países na segunda metade do século XX, guardadas as devidas proporções. Da mesma forma, é contra Estados totalitários com tais características que lutam hoje muitos povos do norte da África e do Oriente Médio.
http://www.brasilescola.com/sociologia/o-papel-estado-segundo-thomas-hobbes.htm

Curioso..

Ler emagrece
A leitura de alguns livros gastam mais calorias do que outros

Um estudo encomendado pela rede de livrarias britânicas Borders reforçou o ditado “mente sã, corpo são”. O ato de ler já gasta algumas calorias, porém o estudo comprovou que ao ler livros de ação, sexo e suspense, a taxa média de calorias que são gastas dobra.

Isso se dá ao fato de que livros ligados a esses temas provocam a produção de adrenalina, um hormônio que prepara o corpo para situações de estresse, reduzindo o apetite e queimando calorias.

A pesquisa ainda cita os livros que geram mais adrenalina, ou seja, que mais emagrecem. Encabeçando a lista está “Polo”, de Jilly Cooper, que provoca a queima de 1,1 mil calorias (equivalente a um Big Mac), seguido do famoso “Código da Vinci”, queimando 855 calorias (uma barra de chocolate). Ainda estão na lista dos mais “diets”, títulos como “O Exorcista” de William Blatty e “O Iluminado” de Stephen King.

Piada...

Um homem deixou as ruas frias do inverno de Curitiba para umas férias na ensolarada Fortaleza. Sua esposa estava viajando a negócios e combinou encontrá-lo no Ceará, no dia seguinte. Quando chegou ao hotel, o homem resolveu enviar-lhe um e-mail. Como não anotara o endereço eletrônico, tirou da memória o que lembrava e ficou torcendo para que estivesse correto. Infelizmente ele errou uma letra, e a mensagem foi para uma senhora, cujo marido havia morrido recentemente. Ao checar seus e-mails, ela deu um grito de profundo horror e caiu morta no chão. Ao ouvir o grito, sua família correu para o quarto. Na tela do monitor: estava a seguinte mensagem: 'Querida , Acabei de chegar. Foi uma longa viagem. Apesar de só estar aqui há poucas horas, já estou gostando muito. Falei aqui com o pessoal e está tudo preparado para su a chegada amanhã. Tenho certeza que você também vai gostar. Beijos do seu eterno e amoroso marido. PS: Está fazendo um calor infernal aqui !!!!'

Devanear...

M. de memória -  Paulo Leminski

Os livros sabem de cor
milhares de poemas.
Que memória!
Lembrar, assim, vale a pena.
Vale a pena o desperdício,
Ulisses voltou de Troia,
assim como Dante disse,
o céu não vale uma história.
um dia, o diabo veio
seduzir um doutor Fausto.
Byron era verdadeiro.
Fernando, pessoa, era falso.
Mallarmé era tão pálido,
mais parecia uma página.
Rimbaud se mandou pra África,
Hemingway de miragens.
Os livros sabem de tudo.
Já sabem deste dilema.
Só não sabem que, no fundo,
ler não passa de uma lenda.
http://www.revistabula.com/385-15-melhores-poemas-de-paulo-leminski/

Mais uma etapa superada...