quinta-feira, 25 de julho de 2013

Viva a sabedoria...

Dialética como ciência suprema e a noção de Simulacro em Platão
Platão, grande filósofo grego, falou sobre os sofistas, a Dialética (tida por muitos como a ciência suprema) e o simulacro.

Para Platão a Dialética era a ciência suprema.
  
O gênero sofístico foi, na Grécia Clássica, um fator determinante para a educação dos helenos. Seus propagadores possuíam uma impressionante habilidade discursiva que encantava os seus interlocutores. Falavam sobre todas as coisas, das divinas, ocultas, do vulgo e das artes e das ciências de modo geral. Propunham-se como oniscientes e, mediante um salário, se dispunham a ensinar sua arte. 

Além daquela habilidade, um grande anseio de satisfação pessoal arrastava uma multidão de pretendentes dispostos a pagar a quantia necessária para adquirir a arte de saber sobre todas as coisas.

Entretanto, no diálogo “Sofista”, Platão parte do pressuposto de que a nenhum homem é dado o poder de conhecer todas as coisas, o que o tornaria um deus, verificando, na propaganda do sofista, um discurso enganador de quem, então, poderia ensinar tão somente uma aparência de ciência universal. 

Encontra-se aqui a dificuldade para estabelecer a verdade e a falsidade que fomentam uma discussão ontológica. É preciso definir o sofista para que ele não seja confundido com o filósofo e com o político. Se se estabelece que sua arte é uma arte da ilusão, faz-se necessário investigar quais são os parâmetros que assim a delimitam e o que propicia esse poder de ilusão, além de determinar qual o seu objeto e sua relação com o imitado. Isso porque não se pode afirmar que o sofista seja um leigo. 

Ele possui sim uma arte que deve ser justificada como ilusória e prejudicial quando se pretende formular uma crítica e estabelecer o princípio ou norma ideal para se educar.

Nessa busca pela definição do sofista, Platão, utilizando-se do método de divisão e classificação, encontra até seis definições que necessitariam de um vínculo capaz de unificá-las. Usando o exemplo de como definir a arte do pescador por anzol, por exemplo, Platão começa dividindo a arte em dois tipos: a que se adquire e a que se produz. 

Subdividindo, por conseguinte, a arte da aquisição, temos a aquisição por troca voluntária, compra ou doação; e por outro lado a captura, seja pela ação ou pela palavra. Continuando a divisão, toma-se este último gênero também por duas formas: a captura se dá ou às claras, como a luta, ou às escuras, como na caça em que se usam armadilhas. A caça, por sua vez, se subdivide em caça ao gênero inanimado e também ao animado. 

Estes podem ser seres aquáticos ou terrestres. Os aquáticos são pescados de duas maneiras: a primeira é a rede e a segunda a fisga. Se a fisga ocorre de cima para baixo, então é feita com o arpão. Mas se é feita ao contrário, de baixo para cima, é com o anzol. Assim Platão define a arte de pescar com anzol e do mesmo modo procederá para procurar o sofista. 

Na arte por aquisição, por captura de palavras, às escuras, ao gênero animado terrestre, há uma subdivisão: os animais terrestres são domésticos ou selvagens e o homem se situa no primeiro gênero. Isso porque ou não há animal doméstico ou, se há, o homem não é um deles e seria então selvagem ou ainda o homem é um animal doméstico mas não há caça a ele. 

Se então se concorda que ele é selvagem e que há uma caça ao homem, são utilizadas duas formas de captura: uma pela violência física, outra pela persuasão. Ainda neste último gênero há uma persuasão que se faz ao público e outra que ocorre particularmente. A que ocorre em âmbito privado se subdivide, ainda, por aqueles que se aproximam voluntariamente por amor e aqueles que só o fazem tendo em vista o lucro. 

E, por fim, esse gênero que visa o lucro é favorecido pela lisonja, pelo galanteio na concessão de prazeres e se reduz à desmedida e ao desregramento. Nessa definição, poder-se-ia classificar o sofista. Mas não é tão simples defini-lo, apontando somente a conduta que proporciona. É preciso justificar que ela é prejudicial.

O sofista seria, ao mesmo tempo, um caçador interesseiro de jovens ricos, já que só transmite seu saber a quem dispõe de recursos para obtê-los; é um negociante, por atacado, das ciências relativas à alma uma vez que divulgavam conhecer todas as virtudes; e com relação às ciências técnicas, um varejista. 

Além disso, constitui-se em um produtor e vendedor dessas mesmas ciências. É também um atleta do discurso sempre disposto e posicionado para travar longas batalhas orais-discursivas. Já a última definição, que é a que permite uma reflexão mais aprofundada e que impede de ainda condená-lo, é a de que ele purifica as almas das opiniões que são um obstáculo às ciências. Até aqui ele não se distinguiria daqueles que falariam a verdade.

Apesar de serem vários misteres, para designá-lo é necessário um único nome capaz de unificar essas definições já que podem ser verdadeiras ou falsas. A que melhor se apresenta é a de contraditor (o fim da arte que ensina é o de formar bons contraditores). 

Todavia, sobre esse assunto, Platão levanta a discussão da possibilidade de alguém, incompetente em determinada área, contradizer o competente. Se de fato isso ocorre é porque há algo de prestigioso no poder do incompetente. No caso do sofista, há algum brilho em sua sabedoria que o faz contradizer, conferindo-lhe a vanglória de que tanto tem orgulho. 

Essa mesma vanglória que o faz afirmar ser capaz de conhecer todas as coisas. Porém, com uma ironia característica de seus diálogos, Platão questiona tal capacidade. 

Para ele, quem fosse capaz não só de explicar nem contradizer, mas também de produzir e executar, por uma única arte, todas as coisas, jamais venderia seu valoroso saber tão barato nem o ensinaria em tão pouco tempo. De algum modo, essa crítica sobre a pretensão onisciente do sofista mostra que a única coisa que realmente ele produz é imitação, homônimos da realidade. E isso é feito através do discurso que, assim como a pintura, permite uma técnica capaz de levar aos jovens, ainda separados do verdadeiro, palavras mágicas e fricções verbais, introduzindo uma dessemelhança que os ilude e os engana, afastando-os do real. É seu caráter mimético. 

Contudo, somente a denúncia não é suficiente para comprovar que, de alguma forma, a imitação é um mal. Isso porque toda ignorância é um mal e a pior delas é acreditar que se sabe de alguma coisa sem, na verdade, saber. 

Platão quer dizer com isso que ao atirar-se à verdade e nesse próprio impulso desviar-se, a alma comete um contrassenso que é o que se chama ignorância. Esse é o mal da alma para o qual o único remédio seria a educação. Mas não a educação técnica, especializada, e sim aquela disposição do espírito para buscar e compreender a realidade.

Tendo, no entanto, assim especificado, cabe agora mostrar o que realmente faz o sofista para poder considerá-lo prejudicial. O seu ofício que faz mostrar e parecer sem ser; dizer algo sem, entretanto, dizer com verdade é supor que na realidade e no discurso é possível o erro. 

Mas para dizer ou pensar que o falso é real sem que, já ao proferi-lo, não se contradiga é tornar existente o não ser. Como seria possível pensar em algo que não existe? E dizê-lo? A tese parmenidiana que estabelece que o Ser é e que o não ser não é, é o modo correto de operar o pensamento? Platão vai tentar demonstrar que não, pois assim nenhum discurso falso seria possível. É preciso verificar se há algum objeto ao qual o não ser pode se referir. E se é apenas um ou se são múltiplos.

Toda essa discussão exige um alto grau de abstração e profundidade na investigação sem os quais corre-se o risco de se perder em representações incongruentes com a realidade. 

Isso porque, como Platão averiguou no “Teeteto”, a alma tem capacidade para unificar as sensações, uma vez que nela há ideias ou formas universais que garantem a inteligibilidade ontológica da multiplicidade sensível. É impossível designar um objeto por uma sensação isolada sem que antes se tenha dele uma prévia noção. 

Quando temos uma imagem ou representação de algum objeto, só constatamos com isso o seu aparecer e não o seu ser. Isso corresponde a dizer que toda representação é uma cópia do ser e o que nos permite classificá-lo é uma forma originária e anterior a toda a experiência, ou, como diria Kant, “a priori”. 

Entretanto, essa cópia não é o verdadeiro objeto; e também não é um não ser já que há uma espécie de ser, uma semelhança interna que este guarda com o modelo original. Essa determinação tornaria bastante natural a imitação, já que o que ocorre na natureza é uma cópia. Porém, se há algo distinto do Ser e que não pode ser o não ser, ou seja, deve de algum modo ter existência, é preciso distinguir os tipos de imitação: a que imita o ser verdadeiro é uma cópia; a que imita este outro gênero de ser, um ser por semelhança, é o simulacro. 

Ora, reconhece-se aqui que o não ser é. Poder-se-ia, também, justificar que a opinião falsa advém deste e se já atribuímos ao sofista que sua arte pertencia a um modo de imitação, bastaria para condená-lo atribuir-lhe a imitação do não ser ou do simulacro. O próprio sofista que diz que o não ser é impronunciável, inefável, inexprimível, etc., não pode, se tem bom senso, atribuir falsidade a esse discurso.

Mas longe de se dar definitivamente a acusação contra o sofista e uma vez imposta a necessidade do erro, Platão pretende mostrar que não há nem mobilismo, nem imobilismo universal e para isso vai criticar as teorias materialistas e também os formalistas. 

Em primeiro lugar, aqueles que só acreditam naquilo que é tangente definem que a existência e os corpos são idênticos. Entretanto, quando questionados sobre a realidade de um ser vivo mortal, deparam-se com a verdade de que isso só é possível se um corpo for animado, isto é, se tiver alma. Mesmo que essa seja material, eles também estão convencidos de que a alma justa, a sábia, a bela e etc., só se constitui assim na posse e na presença da justiça, da sabedoria e da beleza. 

Contudo, não admitem a existência material desses objetos, o que redundaria no acordo da existência de alguns seres não materiais. Já os formalistas atribuem um modo de ser invisível que são as formas inteligíveis ao qual a alma está em comunhão, contemplando o verdadeiro, sempre idêntico a si mesmo, e os corpos sensíveis, através dos quais a alma entra em contato com o devir que varia a todo instante. Mas não explicam o sentido dessa dupla atribuição. 

Qual o significado da relação entre o móvel, a alma e o Ser? O devir participa do poder de sofrer e de exercer alguma força ou ação, mas ao Ser não compete nenhum desses poderes. Como poderia, então, alma conhecer? Platão esclarece que conhecer e ser conhecido não podem ser, respectivamente, nem ação e paixão, nem paixão e ação e nem ambos porque se o ser fosse conhecido sofreria ação e neste instante tudo o que é passivo começa a se mover e isso é impossível ao que está em repouso permanente. 

Assim, parece que ao Ser absoluto falta vida, alma, pensamento, inteligência, movimento ao que parece estar estabelecendo uma doutrina assustadora. É incontestável que a um Ser de tal magnitude, fundamento de toda existência, falte-lhe justamente o que o caracterize como tal: vida, inteligência e movimento, pois que se os seres são completamente imóveis não há inteligência, ou seja, não há sujeito para nenhum objeto; mas também se tudo se move não pode haver também inteligência no número dos seres uma vez que não daria tempo suficiente de apreender nenhum objeto. São necessárias, então, as duas doutrinas juntas de forma a justificar o conhecimento e a sua comunicação. 

O Ser não pode se reduzir ao movimento e nem ao repouso. É uma categoria suprema da qual todas as outras dependem. É primeiro na escala dos gêneros. Abstratamente, pode-se seguir uma linha de raciocínio que permita definir os outros gêneros e estabelecer suas relações. 

O movimento e o repouso são absolutamente contrários, mas ambos participam do Ser. Aqui já se encontra outra dificuldade: o Ser é em si mesmo e não é o Movimento e nem o Repouso. Então se ele não se move é porque está estático e aí se confundiria com o repouso; se o ser se move ele está em movimento e se confunde com o movimento. Como isso pode ser concebível em raciocínio? 

Para poder haver algum tipo de predicação é preciso que haja uma comunidade entre o Ser, o Movimento e o Repouso. Em caso contrário, a única predicação possível seria aquela que evidenciasse uma tautologia, como, por exemplo, “o homem é homem” ou o “bom é bom”. 

Porém, na verdade, o que acontece é que sempre se afirma sobre os objetos que eles são unos, para logo depois fazer deles múltiplos como no caso da união entre “homem” e “bom” na denominação “o homem é bom”. Mas examinemos se a comunidade é ou não possível. Se for impossível se alienar qualquer coisa e elas são incapazes de participação mútua, então o Movimento e o Repouso não participando do Ser, não existiriam; se tudo se comunicasse com tudo, o Movimento se tornaria Repouso e vice-versa, o que também é inconcebível; mas se apenas algumas coisas se prestassem à comunidade enquanto outras não, seria possível compreender a estrutura do universo inteligível que, de acordo com Platão, é fundamento do sensível que se pode deduzir. 

Isso porque, ao contrário do que se entende tradicional e costumeiramente pela Teoria da Ideias em Platão, em que essas são de caráter absoluto, não estabelecendo relação com o que quer que seja, somente se elas se intercomunicarem é que poderá haver a união capaz de formar os objetos. Cada ideia é em si mesma e não é a outra ideia. Assim como as letras; entre elas há vogais que se distinguem das demais e que servem para estabelecer o acordo, assim como também o desacordo, entre todas as letras na formação das palavras. 

É um vínculo que permite a combinação. A preocupação de Platão é justamente com tal determinação: o jovem que ainda não sabe das leis que permitem tal acordo sofre a influência de quem lhe incutir alguma coisa. Porque para o emprego correto de tais leis é necessária uma arte ou ciência: a gramática. Assim também, em relação aos sons graves e agudos, quem sabe se combinam ou não é o músico. Quem não entende é leigo. 

Há, em toda arte, competência e incompetência. E se os gêneros são mutuamente suscetíveis de associação há a necessidade de uma ciência que oriente sobre tais gêneros, através do discurso, apontando com exatidão quais se combinam e quais não. E ainda dividir assim por gêneros não tomando uma forma por outra é a ciência da dialética. 

Esta que é a ciência suprema e quem a utiliza é capaz de refugiar-se seja na justeza, seja na obscuridade. Nesse ponto, Platão mostra a linha tênue que difere o sofista do filósofo, linha essa que uma alma vulgar é incapaz de distinguir, além de caracterizar o segundo com aquele que se dirige ao Ser enquanto que o primeiro se entrega ao não ser e notar-se-á tal diferença, no discurso. 

Faz-se necessário buscar aquilo que diferencia qualitativamente o Ser do não ser já que a um se dirigem raciocínios difíceis, mas que permitem uma espécie de contemplação enquanto que ao outro somente se atribuem o recorte e a montagem da realidade, o que propriamente constitui o simulacro.

Para isso, Platão desenvolve ainda mais dois gêneros supremos necessários para complementar o entendimento sobre aqueles três primeiros. Esse desenvolvimento se deve ao fato de que se percebe que cada um daqueles gêneros é outro em relação aos dois e o mesmo em relação a si mesmo. 

Assim, esses dois novos gêneros, o Mesmo e o Outro, constituem-se enquanto gêneros distintos daqueles e suas combinações altamente abstratas. Dessa forma, o Movimento é outro que não o Repouso. Ele não é o Repouso. Ele também é outro que não o Mesmo, isto é, não é o Mesmo. Entretanto, o Movimento é o mesmo em relação a si, pois que tudo participa do Mesmo. Logo, o Movimento é o mesmo e não é o Mesmo. 

Não são as mesmas relações. Ele é o mesmo porque em si mesmo participa do Mesmo; ele não é o Mesmo porque em comunidade com o Outro que o separa do Mesmo torna-se, assim, outro. Se, então, dos gêneros, uns se prestam à associação mútua e outros não, o Movimento é outro que não o Outro, assim como era outro que não o mesmo e que não o Repouso. 

Além do mais, o Movimento é outro que não o Ser; ele é não ser ainda que Ser à medida que participa do Ser. Há, portanto, um ser no não ser, não só no movimento, mas também em todos os gêneros. Na verdade, em todos eles, a natureza do outro faz cada um deles outro que não o Ser, ou seja, são um não ser. 

Assim, universalmente pode-se chamar, corretamente, todos de não ser e ao contrário, pelo fato de participarem do Ser, pode-se chamá-los de seres. É porque cada forma encerra uma multiplicidade de ser e uma quantidade infinita de não ser e o próprio Ser é outro que não o resto dos gêneros, o que faz com que estes sejam tantas vezes o Ser não é e não os sendo, ele é um em si e os outros, infinitos em números, não são.

Conclui-se disso que não ser não significa algo contrário ao Ser, mas qualquer outra coisa que não o Ser. Por exemplo: o não-Grande é mais o Pequeno do que o Igual? A negação não pode ser atributo ou significado de contrariedade. Ela deve, sim, atribuir um significado de alguma coisa diferente da própria coisa. E se se estuda a constituição dos gêneros e suas relações, percebem-se muitas nuanças que de tão complexas podem sugerir algumas classificações pertinentes da realidade. 

Por exemplo, a natureza do Outro tem alguma semelhança com a ciência. Isso porque são unos, mas cada parte deles se separa para aplicar-se a um objeto e, por isso, deve ter um nome próprio. É por isso que se estabelece a pluralidade de artes e ciências. Quando se opõe o ser pelo não ser, uma oposição determinada, nem por isso o ser é mais ser que o não ser. Vê-se, assim, que há gêneros que se combinam e se penetram mutuamente, participando um do outro para combinarem, em múltiplas combinações, as designações possíveis e racionais dos objetos. 

Não se pode separar tudo de tudo. Sem relação entre as ideias, aniquila-se o discurso. Porém, deve-se assegurar o lugar deste no número dos seres e definir sua natureza. Se dele fosse privado o Ser, seria impossível discorrer sobre o que fosse. Mas, já que se determinou que o não ser é um gênero distinto dos demais e que se distribui entre a série dos outros gêneros, faz-se mister indagar se ele se associa ou não com a opinião e o discurso. Segue que se ele não se associa, tudo é verdadeiro; todavia, se ele se associa, a opinião falsa e o discurso falso seriam possíveis. 

O fato de serem não seres, o que se enuncia ou se representa é o que constitui a falsidade, quer no pensamento, quer no discurso; e se há falsidade, há engano, ou seja, há imagens, cópias e simulacros. É justamente aqui que o sofista se refugiou negando, obstinadamente, a própria existência da falsidade. Mas se ainda uns se prestam à associação e outros não, talvez fosse possível distinguir imaginação, discurso e opinião e se há comunidade entre eles. 

Se assim é, o entendimento correto dependeria de uma ordenação e de uma correta disposição dos nomes no discurso que produziriam o sentido numa sequência em que seus elementos se concordam e se harmonizam. É preciso para se construir um discurso o uso de nomes (substantivos) e verbos. Quando assim se dispõe, o discurso refere-se a alguma coisa de que temos noção temporal, isto é, se é, se foi ou se será. Essa relação entre o verdadeiro e o falso no discurso é um fundamento lógico-ontológico que permite a atribuição dessas qualidades a um discurso. 

O conjunto formado pela associação de verbos e nomes enuncia a respeito de algo fazendo com que o outro sendo o mesmo e o que não é como sendo o que se atribui a um discurso falso.

Portanto, mesmo entrevistos ficam distintos o pensamento, a opinião e a imaginação. O primeiro refere-se ao diálogo interior com a própria alma; o segundo traduz esse pensamento como emissão vocal; e o último ao juízo, ou seja, afirmação ou negação, feita através de representações sensíveis. 

Então o engano se dá quando se constitui um discurso falso que tem por intermédio as sensações, ou seja, sempre com o já afastado do real. Mas um discurso de caráter ilusionista, que influencia uma consciência a se desviar da sua finalidade, é o que Platão tenta explicar quando divide os tipos gerais de arte. 

Para ele são dois: a divina e a humana. A primeira se caracteriza por ser um poder inteligente capaz de fazer surgir o ser, que dá início às coisas da natureza e lhe engendra o devir e que ainda pode se subdividir, pois que a própria natureza representa um reflexo de normas ou formas imutáveis. Já a segunda refere-se à arte humana que, mesmo se constituindo como parte da primeira, tem sua especificidade: as criações desenvolvidas pelos homens. 

Estes, quando imitam as realidades de modo natural, produzem aquilo que Platão chama de cópia. Mas quando a imitação ocorre ao nível da aparência, ela é designada de simulacro. Esta diferenciação é de crucial importância para se compreender o pensamento de Platão. Isto porque ao dividir as artes, até que se encontre a da imitação percebe-se que ela ainda comporta uma subdivisão. 

A imitação se faz através de instrumentos como a pintura, por exemplo, e a mímica, em que o próprio imitador se presta a imitar os gestos de um ser, seja ele homem, animal ou qualquer outro tipo de objeto. Mesmo assim, tal arte deve se submeter àquela divisão que classifica todo o conhecimento: é preciso distinguir, em todas as artes, aquele que sabe daquele que não sabe. 

Fica, pois, determinado que o sofista, enquanto imitador, classifica-se entre aqueles que procuram introduzir uma diferença numa cópia afastando da realidade aquelas consciências que não têm o parâmetro inteligível como guia seguro em busca do conhecimento, através da criação de imagens e que em si mesmas não guardam as suas devidas proporções com relação ao modelo original (e nisto consiste propriamente o saber do sofista). 

Ele se aproxima do sábio na medida em que se remete ao ser, porém de uma forma distanciada e por um caminho muito ramificado, que é a relatividade das opiniões. Ele consegue angariar fama, discípulos e sucesso porque toca naquilo que toda a alma tem: um impulso originário para atingir e que, por falta de uma reflexão, se perde em qualquer tentativa de atingir seu objetivo quando não segue o método apropriado. É hábil na arte da contradição e na manipulação de opiniões desde que isto sirva para alimentar, ainda mais, a sua vaidade e seu orgulho.

Portanto, o diálogo que pretende distinguir o sofista do filósofo e do político, acaba por quase uni-los. Mas a distinção fica evidenciada na construção dos Gêneros Supremos da realidade que se entrelaçam para formar os vários tipos de ideias que compõem a base inteligível de tudo o que existe. 

Pode-se designar o Bem e o Belo sempre que são investigados cuidadosamente, utilizando princípios não congruentes com a realidade, mas que a sustentam em seu arquétipo, possibilitando o discurso e o conhecimento. O sofista, como refutador, seria considerado um purificador de almas, separando o que é um mal para elas, já que diz ser mestre em virtude. Contudo, a enfermidade na alma assume dois caracteres. 

Um é a discórdia com aquilo para que a natureza fez a fim e o outro é a fealdade, a falta de medida. Nas almas dos maus há um desacordo mútuo e geral entre opiniões e desejos, coragem e prazeres, razão e sofrimento, e o sofista é aquele que fomenta esse desacordo apelando para a parte apetitiva da alma humana, desviando, assim, os homens de finalidade originária.
http://www.brasilescola.com/filosofia/dialetica-como-ciencia-suprema-nocao-simulacro-platao.htm

Arte...

Cinema
Charles Chaplin em um dos trabalhos no cinema mudo.

Quem não se encantou quando foi pela primeira vez ao cinema assistir a um filme? Imagine então como ficaram as pessoas que assistiram o primeiro filme do mundo. Até o início do século XVIII, as únicas formas encontradas pelo homem para conservar a imagem de uma paisagem ou pessoa era guardando-a na memória ou sendo retratada em tela por um pintor. Essa realidade mudou quando, na França, em 1826, o inventor Nicephóre Niepce conseguiu registrar uma paisagem sem pintá-la, demorou 14 horas para alcançar o feito. A imagem foi registrada com o auxílio de uma câmera escura numa placa de vidro. O filme fotográfico só foi inventado em 1879, por Ferrier e aperfeiçoado pelo americano George Eastman. Algum tempo depois os irmãos Lumière criaram o cinematógrafo, que era uma câmera de filmar e projetar imagens em movimento.


A estrutura de um cinematógrafo

Com o cinematógrafo em mãos, os irmãos Lumière começaram a produzir seus filmes, cuja apresentação pública foi realizada pela primeira vez em 1895, na França. Para o público que assistiu ao filme aquilo era algo maravilhoso e surpreendente, pois até aquele momento a fotografia ainda era novidade. Foi pelo fato dos filmes não terem sons que surgiu a expressão “cinema mudo”, os atores falavam e em seguida surgia a legenda na tela. Um dos grandes destaques do cinema mudo foi Charles Chaplin.

O cinema com som surgiu em 1926, com o filme "The Jazz Singer", da Warner Brothers, recurso criado com o auxílio de um sistema de som Vitaphone, porém o som do filme não era totalmente sincronizado. Somente em 1928 a Warner Brothers obteve sucesso com a sincronização entre o som e a cena, no filme “The Lights of New York". A partir desse momento o cinema passou por um processo de evolução até chegar aos dias atuais, com todo seu glamour e encantamento aliado à sofisticação e modernidade.

Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, Hollywood não é o maior produtor de filmes, a maior indústria cinematográfica do mundo na verdade é a Índia.
http://www.brasilescola.com/artes/cinema.htm

Entendendo...

O que são recursos produtivos?
Os recursos produtivos, ou fatores de produção, correspondem aos elementos utilizados nos processos produtivos de todos os tipos de bens necessários à vida material.

Para Marx, a força de trabalho é vista como recurso produtivo.

Segundo os manuais de economia, os chamados recursos produtivos (ou fatores de produção) são elementos utilizados nos processos produtivos de todos os tipos de bens (mercadorias) necessários à nossa vida material. Dessa forma, referem-se aos chamados insumos (como o trabalho, a matéria-prima e o capital). 

Para Karl Marx, pensador do século XIX que produziu uma das mais importantes críticas à estrutura da sociedade capitalista, os recursos produtivos estariam divididos da seguinte forma no contexto de uma sociedade de classes: aos proletários (trabalhadores, operários) caberia o trabalho (recurso de pouco valor), isto é, sua força de trabalho é vista como recurso produtivo; enquanto que os meios de produção, como a fábrica, a máquina e o capital (recursos mais valiosos), estariam exclusivamente sobre o poder de uma classe dominante, a classe burguesa.

Assim, em linhas gerais, os principais recursos produtivos estão entre: trabalho, terra, matéria-prima, capital e capacidade de produção. Ao se iniciar pela questão da terra enquanto fator de produção, de maneira geral refere-se aos recursos naturais que dela podem ser extraídos. Logo, da terra dependem certas atividades, como extração de minérios (minério de ferro, cobre, estanho, ouro, prata, etc.), extração de petróleo, além é claro das mais diversas culturas agrícolas e da própria construção civil. 

Ou seja, enquanto insumo, ora a terra fornece matérias-primas naturais (petróleo e ferro, por exemplo) que apenas são extraídas pelo homem, ora ela contribui com seus nutrientes às plantações, sem se falar de sua necessidade física para a construção de casas, prédios, fábricas e outros empreendimentos. Daí seu valor econômico ser um dos maiores em termos de recursos produtivos. Logo, independente da natureza do ramo de atividade que tem a terra como meio de produção, vale dizer que os recursos provenientes são recursos escassos.

Outro fator de produção fundamental e que certamente sofreu e sofre transformações ao longo da história é o trabalho: esforço humano, físico ou mental (intelectual) para a produção de bens e serviços. Obviamente, enquanto fator de produção, o trabalho dispensa maiores explicações, pois, a despeito de estar entre os recursos produtivos de menor valor econômico, é certamente protagonista de qualquer modelo de produção. 

Afinal, é por meio do trabalho que o homem interage e transforma seu meio e a natureza (e, através de técnicas, obtém o que necessita para sua vida material). Seja no campo, colhendo frutos, seja na cidade, no chão da fábrica, o trabalhador está presente com sua força de trabalho, em maior ou menor grau de especialização.

Como já citado, o próprio capital é um recurso produtivo, ou seja, um insumo necessário. O capital em si não se refere apenas à ideia de dinheiro corrente, mas a bens fabricados pelo homem para a produção de outros bens. É o que a economia chama de bens de capital, a exemplo de máquinas, tecnologia, ferramentas, computadores, estradas de ferro, portos, fábricas, etc. 

Segundo Nogami e Passos (2005, p. 13), tais instrumentos, entretanto, devem ser considerados como capital financeiro e não constituem riqueza, mas sim direito a ela. Não haverá aumento de riqueza na sociedade se esses direitos de papel (como próprio dinheiro, certificados, etc.) aumentarem sem que ocorra aumento correspondente de bens de capital (edifícios, equipamento, estoques, etc.). Finalmente, e não menos importante, mas muito ligado a esse último recurso apresentado, está a capacidade empresarial: refere-se à capacidade e à função do empresário no processo de produção, pois ele é quem organiza os demais recursos produtivos, investe, corre riscos e lucra, lançando mão de seus recursos financeiros, capacidade administrativa e empreendedora.

De fato, para o funcionamento do capitalismo, o investimento de capital pela classe burguesa (usando aqui uma terminologia de Marx e não o sentido pejorativo que a palavra adquiriu ao longo do tempo) em recursos produtivos ou fatores de produção é uma condição sine qua non, ou seja, sem a qual esse tipo de produção não se sustentaria. 

Mas uma observação deve ser feita enquanto ponderação acerca do capitalismo: a geração da pobreza, da exploração dos mais fracos, da desigualdade social consequente da má distribuição de renda e tantos outros problemas sociais são consequência direta do modo de produção capitalista. Dessa forma, um dos desafios contemporâneos está na tentativa de equacionar formas e caminhos para a promoção do crescimento econômico concomitantemente ao desenvolvimento social e também sustentável (do ponto de vista ambiental). 

Além disso, dentre os fatores de produção apresentados é certamente o trabalho, dado o aspecto social envolvido, que deve assumir a dianteira das preocupações de todos, pois ao trabalhador devem ser asseguradas, minimamente, boas condições de salário e de desempenho de suas funções no processo produtivo.

Curioso...

Mitos e verdades sobre a Acne

Acne: espremer não é o melhor remédio.

Mitos surgem como resposta aos dizeres populares que se difundem e se tornam muito conhecidos. Como se sabe, um mito não se refere a uma verdade propriamente dita, e até se tornam obstáculo para a aceitação de hipóteses fundamentadas em estudos.

Um grande número de mitos populares está relacionado com o aparecimento da Acne (doença inflamatória da pele identificada por erupções na mesma). Veja agora o que é verdade ou não quando o assunto é Dermatologia.

*Estes dados se baseiam em estudos já realizados sobre as causas do aparecimento de Acnes.

Atenção! Antes de se submeter a algum tratamento, consulte seu dermatologista para uma análise de seu tipo de pele e quais os precedentes que levaram ao aparecimento da infecção.

Piada...

Casados ha 30 anos, eles estavam visitando os lugares onde haviam estado durante a lua-de-mel. Ao passar por uma fazenda ele vem uma cerca alta margeando a estrada. A mulher diz: - Querido, vamos fazer como ha 30 anos. O sujeito para o carro. A mulher se reclina sobre a cerca e eles fazem amor como nunca. De volta ao carro o marido diz: - Querida, você nunca se mexeu deste jeito ha trinta anos ou em qualquer outra época! - É que há trinta anos - responde a mulher - a cerca não era eletrificada.

Devaneio...

Poesia: Paulo Leminski

“words set to music” (Dante
via Pound), “uma viagem ao
desconhecido” (Maiakóvski), “cernes
e medulas” (Ezra Pound), “a fala do
infalável” (Goethe), “linguagem
voltada para a sua própria
materialidade” (Jakobson),
“permanente hesitação entre som e
sentido” (Paul Valery), “fundação do
ser mediante a palavra” (Heidegger),
“a religião original da humanidade”
(Novalis), “as melhores palavras na
melhor ordem” (Coleridge), “emoção
relembrada na tranquilidade”
(Wordsworth), “ciência e paixão”
(Alfred de Vigny), “se faz com
palavras, não com ideias” (Mallarmé),
“música que se faz com ideias”
(Ricardo Reis/Fernando Pessoa), “um
fingimento deveras” (Fernando
Pessoa), “criticismo of life” (Mathew
Arnold), “palavra-coisa” (Sartre),
“linguagem em estado de pureza
selvagem” (Octavio Paz), “poetry is to
inspire” (Bob Dylan), “design de
linguagem” (Décio Pignatari), “lo
impossible hecho possible” (Garcia
Lorca), “aquilo que se perde na
tradução (Robert Frost), “a liberdade
da minha linguagem” (Paulo Leminski)…
http://www.revistabula.com/385-15-melhores-poemas-de-paulo-leminski/

Opção...

Virgem depois dos 30: os homens se assustam
Religião, timidez e convicção podem prorrogar a primeira relação sexual de uma mulher; Especialistas comentam os diferentes casos de virgindade tardia.

Nem mito, nem tabu. A virgindade tardia pode ser desencadeada por uma série de fatores. Dentre eles, a convicção. A venezuelana Vivian Sleiman, de 32 anos, autora do livro “Virgen a los Trienta” (em tradução livre, “Virgem aos Trinta Anos”), se sente bastante à vontade com seu status. “Eu nunca planejei continuar virgem até os 30 anos. Mas sentia que a maioria dos homens queria sexo e eu, amor, minha única razão para permanecer nesta condição”, confessa Vivian. “Ser virgem não me torna melhor ou pior.”

Autora do livro 'Virgem aos Trinta Anos', Vivian Sleiman espera seu príncipe encantado para a primeira relação sexual. 

Morena, alta e com medidas invejáveis, ela já foi aspirante à Miss Venezuela, e coleciona namorados famosos. Todos eles sapos em sua opinião. “É claro que eu acredito em príncipe encantado. Não aquele da fantasia, falo de um homem da vida real. Não somos perfeitos e não espero de ninguém perfeição”, diz ela. Quando questionada sobre como lida com os mais insistentes, é categórica: “Homens sempre tiveram muito respeito por mim. Mesmo porque é a mulher que se dá o seu próprio respeito”.

“ Que a entrega não seja por uma paixão arrebatadora, e sim por amor."

Enquanto o universo não lhe envia o parceiro ideal, como ela acredita, a meditação e a espiritualidade a ajudam a ter paciência para esperar “o grande amor”. “Quando nos entregamos para a vida, somos recompensados com tudo de maravilhoso que merecemos. Não é ruim estar só, o ruim é estar com alguém e se sentir só”, continua.

Desde o lançamento de seu primeiro livro, há dois anos, Vivian segue dando palestras sobre o tema para jovens. “Falo com eles sobre promiscuidade, resgate de valores e como moldar o caráter. Faço um chamado para que não caiam em tentação, e esperem pelo amor verdadeiro. Para que a entrega não seja por uma paixão arrebatadora, e sim por amor.” Aliás, a expressão “fazer sexo” não faz o menor sentido para ela. “Prefiro ‘fazer amor’.”

Divulgação
Nãna Shara e Cláudio Brinco: casal aconselha jovens em seus ministérios sobre a importância do relacionamento em santidade.

Fantasma para os homens
Se Vivian tem o homem que quiser na hora que bem entender, o mesmo não acontece com outras mulheres. Para a publicitária Marina, de 33 anos, que prefere não se identificar, ela não perdeu a virgindade por uma questão circunstancial. Ela já chegou bem perto de ter sua primeira relação sexual, mas no último minuto, “não rolou”. “Fico com vergonha de falar que sou virgem. E quando decido contar, os homens se assustam”, diz Marina.

De acordo com a terapeuta sexual Maria Luiza Macedo de Araújo, autora do livro “Sexo e Moralidade: O prazer como Transgressão no Pensamento Católico” (Editora Eduel), homens se sentem em xeque quando pensam na responsabilidade de tirar uma virgindade cultivada por mais de 30 anos.

“Eles ficam com medo, pois não querem lidar com toda essa expectativa da mulher. É um entrave para eles”, completa a psicóloga Carolina Ambrogini, ginecologista especialista em Sexualidade Humana pela Universidade de São Paulo (USP). “E quanto mais velha a mulher fica, mais insegura se torna."


Possivelmente Marina se enquadra em um perfil de mulher mais tímida, retraída. Ou que romantiza demais a primeira relação. “Atualmente, as pessoas ficam, depois vira um rolo e então vira um namoro. As mulheres que já querem partir para um namoro sério assustam”, diz Maria Luisa. Idealizar tampouco é recomendado, pois todo mundo tem problemas e defeitos, inclusive esta mulher que está em busca do parceiro e do sexo perfeitos. “A expectativa muito alta em relação ao outro também gera uma frustração enorme”, diz Maria Luiza.

As assanhadas também podem afastar o homem em suas investidas para levá-lo para cama. Como é o caso da enfermeira Perséfoles, personagem de Fabiana Karla na novela “Amor à Vida”, da Rede Globo. “Ser atirada demais é como um dispositivo de segurança. Inconscientemente ela acaba repelindo o homem para se proteger”, explica a ginecologista e terapeuta sexual Junia Dias de Lima.

Maressa Mel: 'Estou tranquila com minhas escolhas'.

Virgem por opção
A virgindade tardia também costuma ser frequente por questões religiosas. Os evangélicos acreditam que qualquer tipo de sexo fora do casamento seja pecado. “Dizemos não ao prazer momentâneo, pois estamos aliançados em princípios eternos”, pontua Nãna Shara, cantora e líder da Igreja Celular Internacional, no Rio de Janeiro.

Ao lado do marido, o também líder Cláudio Brinco, que faz o “Culto dos Príncipes”, ela aconselha jovens em seus ministérios sobre a importância “do relacionamento em santidade”, ou seja, nada de carícias e preliminares antes do casamento. “A libido, o tesão de ir para cama é carnalmente normal. Quem diz que não está sentindo nada está mentindo. Por isso que, nesse caso, cabe a renúncia. Digo sempre aos jovens: ‘Não acenda o fogo ao qual não pode apagar’”, diz Cláudio.

A auxiliar administrativa Maressa Mel, de 26 anos, tem seguido tais instruções desde que sua puberdade aflorou. Nascida em uma família evangélica, ela conta que nunca teve um namorado. “Minha mãe teve filho com 17 anos. Ela nunca me impôs nada, mas sempre me alertou para não seguir seu exemplo”, conta ela.

Quando Maressa sai com amigas que não são evangélicas e já tiveram relações sexuais, diz que se sente “tranquila com as escolhas que fez”. E não tem pressa até que Deus coloque a pessoa certa em seu caminho. “Casar é um sonho”, revela a jovem, que frequenta a Assembleia de Deus, no Rio de Janeiro.

Fobia pede tratamento
Mulheres com fobia sexual normalmente sofreram algum abuso sexual ou violência doméstica no passado. “Elas ficam fóbicas como resposta diante de uma tentativa de avanço de um homem”, diz Junia. Esses episódios causam sérios problemas na cabeça das mulheres e são muito danosos para a sexualidade e vida prazerosa. “Nesse caso, a mulher precisa de terapia, de tratamento”, recomenda Maria Luiza.

Mas se a virgindade tardia não estiver ligada a qualquer patologia ou bloqueio psicológico, não há mal algum em ser virgem em uma idade avançada. É preciso desmitificar essa ideia de que toda mulher precisa perder a virgindade. “Ela tem o direito de ter 40 anos e ser virgem. Não precisa ser um problema”, finaliza Maria Luiza. Pois como afirmava Freud: a sexualidade pode ser sublimada para se canalizar outras coisas da vida, como, por exemplo, a arte ou a caridade.

Mais uma etapa superada...