quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Piada...

A velhinha pergunta para o marido moribundo: 'Meu bem, depois de 40 anos de casado, me satisfaça uma curiosidade. Você já me traiu alguma vez?' 'Sim, querida! Uma única vez! Lembra-se quando eu trabalhava na Nestlé, e tinha uma secretária chamada Margarida?' 'Sim, me lembro!' 'Pois é, aquele corpo já foi todinho meu!' - E após alguns segundos, ele pergunta: 'E você, minha velha, já me traiu alguma vez?' 'Sim, meu bem! Uma única vez! Lembra-se quando a gente morava na Vila Andrade, em frente ao Corpo de Bombeiros ?' 'Sim... me lembro! - responde o moribundo.' 'Pois é... aquele corpo já foi todinho meu!'
http://www.piadasnet.com/piada289casais.htm

Devanear...

Tempo
Mar insondável, cujas ondas são os anos,
Oceano do tempo, cujas águas de aflição
Receberam o sal do pranto dos humanos!
Tu, mar sem praias, que na cheia e na vazão
Abraças os limites da mortalidade,
E uivando por mais vítimas, em tua saciedade,
Vomitas teus despojos em sua costa inóspita;
Traiçoeiro em calma, horror na tempestade,
Velejar em ti quem há de,
Insondável mar!
(P. B. Shelley, tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos)
http://classicosuniversais.com/category/literatura/poesia/

Sem palavras...

 Christine Swidorsky entra com o filho nos braços
Casal adianta casamento nos EUA e troca as alianças na presença do filho, com câncer terminal
Christine Swidorsky entra com o filho nos braços
Não é exagero dizer que este fim de semana foi um dos mais emocionantes da vida de Christine Swidorsky e Sean Stevenson. Os dois celebraram o casamento na cidade de Jeannette, na Pensilvânia, Estados Unidos. A cerimônia foi organizada para que o filho, Logan, de 2 anos, pudesse participar. O menino tem leucemia e outras complicações, e está em fase terminal.
Logan foi o padrinho de casamento dos pais. Ele fez o caminho até o altar no colo da mãe, Christine, e permaneceu ao lado da avó, Debbie Stevenson, durante os 12 minutos da cerimônia.
A noiva Christine Stevenson não largou o filho.
O casamento estava marcado para julho de 2014, mas o casal abandonou esse planejamento depois que os médicos deram ao menino apenas três semanas de vida. Eles queriam que Logan visse o casamento e que estivesse nas fotos da família. Christine e Sean receberam doações suficientes para organizar toda a cerimônia em apenas uma semana.
- Este é o nosso sonho virando realidade. Toda a família junta, e todos unidos celebrando. Uma celebração à vida do meu filho, e uma celebração ao nosso casamento - disse Christine, segundo a filiada da emissora CBS na Pensilvânia.
Christine Stevenson e Sean Stevenson adiantaram o casamento.
Logan nasceu em outubro de 2010, e foi diagnosticado com leucemia pouco depois do aniversário de um ano. O menino tem anemia Fanconi, doença rara que muitas vezes leva ao câncer.
- Será uma das coisas que nunca esqueceremos, pelo resto das nossas vidas - desabafou Sean.



Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/mundo/casal-adianta-casamento-nos-eua-troca-as-aliancas-na-presenca-do-filho-com-cancer-terminal-9352417.html#ixzz2b8RdXf3I

Faz de conta...











Michael Shermer: "As pessoas gostam de ser enganadas"
O psicólogo e escritor americano diz que é mais fácil acreditar em esquisitices – como mediunidade, horóscopo e discos voadores – que pensar e questionar.
O CÉTICO Michael Shermer  em foto de 2008.  Ele devotou sua carreira  a desmascarar cultos, pseudociências  e crendices.  
O CÉTICO
Michael Shermer em foto de 2008. Ele devotou sua carreira a desmascarar cultos, pseudociências e crendices (Foto: Byrd Williams)
A diferença entre um mágico e um médium é que o mágico confessa fazer truques, enquanto o paranormal afirma ter poderes que o habilitam a ler pensamentos, prever o futuro ou falar com os mortos. “Basta ao médium dizer que tem poderes para as pessoas crerem. Faz parte da natureza humana”, afirma o psicólogo e escritor americano Michael Shermer, de 57 anos, diretor da Sociedade Cética e da revista Skeptic.“Não evoluímos para duvidar ou ter visão crítica. Isso exige educação e reflexão. Crer é mais fácil.” Nesta entrevista, ele fala sobre os temas de seu livro Por que as pessoas acreditam em coisas estranhas (JSN, 384 páginas, R$ 65, publicado agora no Brasil), e ataca a farsa por trás da crença em discos voadores, bruxas, quiromancia e mediunidade.
ÉPOCA – Por que as pessoas acreditam em esquisitices?
Michael Shermer – A razão básica está em nosso cérebro, programado pela evolução para enxergar o mundo e procurar razões sobrenaturais para explicar eventos da natureza.
ÉPOCA – Dê um exemplo, por favor.
Shermer – Nas sociedades tribais, o pajé até hoje é aquele que detém os conhecimentos que podem salvar os membros da tribo em momentos decisivos. São os pajés que sabem quais são as plantas e raízes com poderes curativos. São eles que decretam que tal região virou tabu, tornando-a um local proibido e dando chance à fauna para se recompor. Anos depois, num momento de escassez, é o pajé quem tem o poder para liberar a volta dos caçadores ao local, salvando a tribo da fome. Esse tipo de poder sempre foi exclusivo dos magos, dos pajés e dos sacerdotes. Logo, acreditar em seus emissários significava a própria salvação. Quando o pajé dizia que enxergava o futuro, que os membros da tribo deveriam caçar ou buscar água em tal região, e que a salvação de todos estaria em fazer o que ele dizia, tudo não passava de uma profecia autorrealizável. Só isso.

ÉPOCA – Há os que afirmam ver coisas sobrenaturais e outros que dizem ouvir o canto dos anjos ou o lamento dos mortos.
Shermer – Somos animais sociais, e o cérebro foi programado para reconhecer rostos e fisionomias. Por isso, temos a tendência de enxergar faces escondidas no desenho das nuvens, nas manchas de um sudário ou nas rochas da superfície de Marte. Pela mesma razão, basta olhar as nuvens para reconhecer nelas as formas de diversos animais. Essa também é uma herança evolutiva, já que por milênios reconhecer a existência de um animal escondido na paisagem poderia significar a diferença entre a vida e a morte. Qualquer pessoa também pode dizer que fala com os mortos. Não tem nada de mais. Difícil é conseguir fazer os mortos responderem. Todas as alegações como essas que foram investigadas a sério acabaram revelando a existência de microfones escondidos na mobília, nas paredes ou no forro. Nenhuma fotografia pretensamente tirada de um disco voador sobreviveu a um exame detalhado. São todas alegações falsas, montagens feitas para iludir. Embora seja possível que algumas alegações de eventos paranormais, mediúnicos ou ufológicos possam ser verdadeiras, a verdade é que a maior parte delas é falsa, e o mais provável é que todas não passem de pura farsa.
ÉPOCA – Por que as mulheres parecem acreditar mais em esquisitices que os homens?
Shermer – Não é verdade. Homens e mulheres, indistintamente, têm a mesma tendência para acreditar nessas coisas. O que muda é o tipo de esquisitice. Mulheres acreditam mais em mediunidade, espiritismo, cartomantes, bruxaria, amuletos, terapias alternativas, curandeiros e simpatias. Os homens preferem acreditar em paranormalidade, pseudociência, criacionismo e objetos voadores não identificados.
ÉPOCA – Por que as pessoas diferenciam um mágico profissional que faz truques de um médium que diz ser paranormal?
Shermer – É porque o mágico confessa que faz um truque, mas não revela seu segredo. Isso tem razões históricas. A magia é tão antiga quanto as artes adivinhatórias. Há vários séculos, no tempo da Inquisição, os mágicos que ganhavam a vida seguindo as feiras regionais na Europa medieval foram sensatos em confessar que não eram bruxos. Eles confessaram que faziam truques para não acabar na fogueira. Sua confissão retirou dos mágicos profissionais a aura sobrenatural, a qual, embora tentem até hoje, nunca conseguiram resgatar.
ÉPOCA – E as cartomantes e os adivinhos?
Shermer – A maioria acabou na fogueira. As cartomantes e os adivinhos, os médiuns atuais, foram perseguidos porque alegavam deter poderes sobrenaturais. Eles afirmavam que conseguiam prever o futuro e influenciar o destino das pessoas. Ora, esses eram atributos exclusivos da Igreja Católica. Os mesmos inquisidores que se mostraram brandos com os mágicos não pouparam de sua ira persecutória cartomantes e adivinhos, todos eles rotulados de bruxos seguidores da magia negra. Os médiuns e charlatões da atualidade não correm esse risco. Por isso podem afirmar sem medo que têm visões, que falam com os mortos, enxergam o passado, o presente e o futuro. Ou alegar que leem a sorte e influenciam o destino de uma pessoa olhando as cartas do tarô, as linhas da palma da mão, o alinhamento dos planetas de um mapa astral, os reflexos de uma bola de cristal ou a borra de uma xícara de café.
ÉPOCA – Por que as pessoas insistem em acreditar que essas alegações são verdadeiras?
Shermer – Porque os médiuns afirmam que são verdadeiras. Basta aos médiuns, curandeiros e pais de santo dizer que têm visões e preveem o futuro para que as pessoas acreditem. Faz parte da natureza humana. Não evoluímos para duvidar ou questionar. Desenvolver um senso crítico e uma visão própria de mundo exige educação, reflexão e tempo. Crer é muito mais fácil. As pessoas preferem ser enganadas.
ÉPOCA – Quem pede remuneração para fornecer um bem ou serviço que não existe pode ser processado. Por que isso não se aplica ao “trabalho profissional” de cartomantes e médiuns?
Shermer – Porque adivinhos e paranormais se protegem atrás dos direitos universais da liberdade de opinião, de expressão, de reunião e de religião. É muito difícil ou quase impossível provar que um sujeito não escuta vozes interiores ou fala com os anjos se ele assim o afirma. Os religiosos e os crentes das religiões ditas oficiais poderiam ser investigados e processados exatamente pelas mesmas alegações, pois suas religiões aceitam doações em dinheiro como as cartomantes. Seus membros também alegam ter um canal direto de comunicação com o sobrenatural, assim como as cartomantes.
ÉPOCA – Por que gente inteligente crê em esquisitices?
Shermer – Foi para dar título ao livro que escolhi chamar o conjunto de crendices e enganações reivindicadas por médiuns e paranormais de “coisas estranhas”. Palavras mais corretas seriam farsa ou enganação. São atos na maioria das vezes criados para iludir e enganar. Em certas circunstâncias, podem ser classificados como delírios, quando seus devotos acreditam que viveram ou vivem uma experiência extraordinária, inexplicável, extrassensorial. Ainda assim, há explicação para tudo. Quem tem uma boa formação cultural e crê nessas fantasias o faz em duas possibilidades. Ou se trata de um indivíduo conivente com a farsa ou é alguém que sofreu de um surto psicótico, é esquizofrênico e, portanto, doente, ou teve uma alucinação. O estado alterado de consciência pode ser fruto da ingestão de alucinógenos como a ayahuasca, o mescal ou o LSD. Episódios psicóticos também podem ser causados pela privação de sono e pelo cansaço extremo. Para tudo há uma explicação. Se ela convence o crente, o doente ou o usuário, é outra questão.

ÉPOCA – O que acha da religiosidade e do sincretismo humanos?
Shermer – Sou ateu e sou otimista. Até a Idade Média, éramos uma espécie controlada pela fé e dominada por suas crendices e seus medos. Hoje, dezenas de milhões de pessoas nos países ricos se declaram ateias. A religiosidade, pelo menos na Europa e nos Estados Unidos, recua ano a ano.
ÉPOCA – Não é assim no Brasil nem nos países em desenvolvimento.
Shermer – À medida que o padrão de vida subir, a elevação da escolaridade e da educação científica reduzirá o porcentual de religiosos na população. É um caminho sem volta. Basta os governos investirem em educação de qualidade.
ÉPOCA – Um argumento dos religiosos para desqualificar os ateus é que eles escolheram não crer num deus e que essa é sua crença.
Shermer – Se os religiosos querem acreditar num deus bondoso, num paraíso com 100 mil virgens ou seja lá o que for, não dou a mínima. Os religiosos não me interessam. O que me interessa são as centenas de milhões de pessoas que não seguem religião nenhuma e nunca vão à igreja.
ÉPOCA – Quer dizer que, para o senhor, a religião é inofensiva?
Shermer – O problema começa quando seus seguidores usam a religião para lançar aviões contra arranha-céus, jogar bombas em clínicas de aborto (nos Estados Unidos), mutilar mulheres, restringir os direitos individuais e alterar a legislação para proibir o ensino da evolução. Eles querem obrigar as crianças a aprender o criacionismo, uma doutrina religiosa travestida de verdade científica.

http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/01/michael-shermer-pessoas-gostam-de-ser-enganadas.html

Dúvida perigosa...

Comportamento Namoro ou amizade? A amizade entre homens e mulheres é rara, difícil e frágil. Ainda assim, tem quem tente. Entenda por que essa relação vai se tornar cada vez mais comum e até necessária por Veridiana Sedeh
 
Sérgio e Natália formam um belo casal: são jovens, atraentes, adoram estar juntos. Íntimos, conversam sobre tudo, fazem baladas e viagens e, em 10 anos de relação, nunca se beijaram. Sérgio e Natália são um casal de amigos. Natural para os dois, a relação é vista com ceticismo por quem está em volta - homens, principalmente, custam a acreditar que nunca rolou algo a mais. Sempre que conhecem alguém, a pergunta se repete: "Vocês são só amigos mesmo?"

A frequência da dúvida mostra que nossa sociedade hiperconectada e globalizada ainda é bem conservadora com esse assunto. Em nossa defesa, temos milhares de anos em que simpatia entre sexos era sinônimo de atração sexual e algumas décadas em que pode não ser. É um fenômeno novo, mais recente que a TV em cores. Para ter uma ideia, os primeiros estudos sobre esse tipo de relacionamento são do final do século 20, e ainda não ajudam muito a esclarecer todo o emaranhado de dúvidas - naturais - sobre o assunto. E, se o tema é recém-chegado à ciência, ainda é ignorado pela ficção. Em filmes, seriados e novelas, o casal hetero está sempre destinado à cama ou ao altar.

Mas a amizade entre homens e mulheres existe - e acredite, você ainda vai ter uma.

Um mal degenerador. Até o século 19, assim era encarada a amizade entre homens e mulheres. Segundo Rosana Schwartz, pesquisadora de gênero da PUC-SP, a ciência (influenciada pela moral) da época garantia que as moças, criaturas frágeis, próximas de rapazes tenderiam a histeria ou "desvios de comportamento" - apaixonar-se por um estando prometida para outro, ou, Deus o livre, praticar sexo fora do casamento. O lugar delas era em casa. Para sair, deveriam estar acompanhadas por pais, irmãos ou marido. As que estudavam frequentavam escolas femininas, e as que trabalhavam o faziam separadas dos homens - lavavam, costuravam, cozinhavam. Nesse cenário, além de indesejada, a amizade era quase impossível.

As coisas começaram a mudar nas décadas seguintes, quando homens e mulheres se tornaram colegas de trabalho. "Amizades com pessoas do sexo oposto é um novo fenômeno para adultos. À medida que mulheres e homens alcançam maior paridade de salários, eles estão mais aptos para ser amigos", afirma Geoffrey Greif, professor da Universidade de Maryland e autor do livro Buddy System: Understanding Male Friendships ("Sistema dos Caras: Entendendo a Amizade Masculina", ainda sem edição brasileira). O equilíbrio gerado pela independência feminina vai além do campo profissional - quando os salários emparelham, o respeito chega ao dia a dia.

"Passamos por um século inteiro de transformações para chegar ao ponto em que homem e mulher podem ser amigos", destaca Schwartz. E é aí que as coisas começam a se complicar.
Sexo entre amigos

As barreiras sociais ficaram no passado e homens e mulheres conseguiram se tornar amigos. Só faltou avisar os hormônios.

A tensão sexual está presente em mais da metade das amizades com o outro sexo, revela um estudo com mais de 150 homens e mulheres conduzido por Linda Sapadin, psicóloga e consultora de relacionamentos. Aliás, 6% das mulheres e 7% dos homens admitiram que essa tensão era do que eles mais gostavam nessa relação. Mais homens admitiram ter levado amigas para a cama: o sexo amigo aconteceu para 66% deles e 46% delas. Porém, tanto homens (74%) quanto mulheres (82%) admitiram que o sexo prejudicou a relação. Na pesquisa, alguns homens relataram que a atração sexual foi a razão para iniciarem a amizade.

Assim também foi com Sérgio e Natália. Ele queria, mas ela, que já havia perdido um amigo por ter misturado as coisas. Até hoje, Natália diz que não arriscaria ficar com ele, para não correr o risco de arruinar uma amizade que ela valoriza tanto. "A gente brinca que, se um dia a gente vier a ficar, tem que ser para casar."

Já os universitários americanos não têm essa frescura. Segundo uma pesquisa que ouviu 315 estudantes, metade das suas amizades com o sexo oposto envolve sexo. Dos que transaram com o amigo ou a amiga, 55% afirmaram que o álcool foi decisivo e 60% nunca o/a tiveram como parceiro exclusivo. E, contrariando os resultados da pesquisa citada na outra página, dois terços disseram que o sexo aprofundou a amizade.

Um primeiro olhar nesses números pode até levar a concluir que não, a amizade não existe - é sempre um romance fracassado ou dormente. Mas especialistas dizem que é justamente por causa dessa atração que a amizade pode surgir. Na verdade, mesmo quando não há envolvimento se-xual, pode haver atração. "Eu diria que, num número muito grande de situações de amizade entre homem e mulher que duram bastante tempo, se você for pesquisar a fundo, vai descobrir que no mínimo um deles gostaria de ter alguma coisa a mais com outro", diz o professor e supervisor da Clínica Psicológica da PUC-SP, Ari Rehfeld. Alguns pesquisadores acreditam que a energia sexual, sem ser levada às vias de fato, pode contribuir para uma maior produtividade, à medida que adiciona energia e interesse ao trabalho. Tudo bem. Agora, vá explicar isso em casa.


Outras alianças

"Amor, vou sair para tomar uma cerveja com um amigo da faculdade" é uma frase que um marido dificilmente vai gostar de ouvir. Com esposas, não é diferente. Por consumirem a maior parte do tempo livre dos envolvidos, relações estáveis e casamento são considerados obstáculos para a manutenção e surgimento de amizades. Também é comum que pessoas comprometidas achem inapropriado ter um amigo próximo do outro sexo. Assim, uma mulher casada que tenha um grande amigo, ou o contrário, tornou-se uma raridade, como comprova um trabalho de Lillian Rubin, autora de Just Friends: The Role of Friendship in Our Lives ("Apenas Amigos: O Papel da Amizade em Nossa Vida", sem publicação no Brasil). Em entrevistas com mais de 300 pessoas, ela descobriu que apenas 16% das casadas e 22% dos casados tinham amizades do outro sexo.

Alguns pesquisadores dizem que, embora haja pessoas casadas que têm amigos do sexo oposto, a relação acontece dentro das restrições do casamento ou do trabalho e costuma envolver interações mais superficiais. O pesquisador Greif, por exemplo, é bem realista. Ele tem suas amigas, mas com moderação: "Elas [amizades] normalmente são feitas por meio do trabalho e não de outras atividades. Eu sou casado há 35 anos e não desejo complicar a minha vida".

Michael Monsour, professor do departamento de comunicação da Univerisidade do Colorado e autor de Women and Men as Friends ("Mulheres e Homens Como Amigos", ainda não publicado no Brasil), acredita que fazer um amigo do outro sexo quando se é casado ou se tem uma relação estável é muito mais difícil do que continuar se relacionando com os antigos amigos. Na prática, essa nova amizade só tem chance de ir para a frente se o outro membro do casal se aproxima da pessoa. Se não, há uma barreira muito grande.

Sérgio conta que sua relação com Natália não costuma lhe causar dor de cabeça. "Deixo claro para as minhas namoradas a minha relação com ela. No começo, sempre rola um estranhamento, mas se resolve quando elas a conhecem", diz. Ele conta que geralmente elas se tornam amigas. Já com os namorados de Natália, é comum haver uma resistência maior e já rolou ciúme.


Amiga é pra essas coisas

Mas nem só de complicações vive a amizade entre homens e mulheres: ela também tem suas vantagens. Os benefícios vão desde evitar a solidão a conseguir dicas para conquistar alguém. No estudo de Linda Sapadin, as mulheres listaram como algumas das principais vantagens de sua amizade com homens ter atividades e discussões "interessantes" e uma outra perspectiva do sexo oposto. Já os homens citaram como pontos positivos poder falar sobre praticamente tudo e ser confortado quando se sentem mal ou solitários. Elas são imbatíveis para dar apoio emocional.

De acordo com Monsour, uma pesquisa mostrou que 73% dos homens e 82% das mulheres recebem suporte emocional de suas amigas, enquanto apenas 27% delas e 56% deles disseram receber o apoio de seus amigos. "Eu penso que homens estão acostumados a ser cuidados por mulheres, suas mães e professoras, e gostam delas como pessoas com quem possam conversar. Mulheres gostam dos homens como amigos porque eles permitem acesso a diferentes atividades e não existe competição", diz Greif.

O companheirismo entre homens e mulheres solteiros pode muitas vezes assumir contornos de um casamento. "Ela o ajuda a se vestir, a se comportar em determinados lugares ou faz companhia quando ele precisa se apresentar como casal. Ele, por sua vez, conserta o carro dela. Assim, eles vão ocupando papéis que tradicionalmente ou culturalmente são do homem e da mulher, enquanto casal", relata Rehfeld. A ajuda também é muito comum na hora de arrumar um par. Segundo o autor, algumas mulheres relatam que os homens dão conselhos mais objetivos. É o caso de Natália. "É diferente conversar com o Sérgio e com minhas amigas. Ele tem uma visão de homem, mais racional. Mulher é muito sentimental", diz ela. "Acho positivo ter uma amiga, tanto porque ela vai me apresentar para as amigas dela quanto para saber como as mulheres pensam. Acho que vale a pena. Todo cara deveria ter uma amiga", diz Sérgio.


Mais e mais amigos

Se, mesmo com tantas complicações, muitos homens e mulheres já são amigos, tudo leva a crer que mais amizades surgirão. As razões vão do aumento da presença feminina no mercado de trabalho à valorização dos relacionamentos virtuais - pesquisas indicam que as amizades entre homens e mulheres costumam ser mais frequentes na internet do que fora dela.

Os estudos ainda são insuficientes, mas tudo indica que a amizade entre homens e mullheres vai se tornar não só uma possibilidade mas uma necessidade. Em tempos que exigem que os gêneros trabalhem e convivam, aqueles que conseguem entender e se comunicar com o sexo oposto têm uma vantagem competitiva.


Amizade é... ...O que não é namoro.

Não confunda os relacionamentos

Muitas vezes, a simpatia à primeira vista tem, no fundo, segundas intenções. Os homens, principalmente, precisam aprender a baixar a bola e aceitar que aquela não vai ser mais uma conquista, mas uma amizade.


Amizade é... ...ser confidente e palpiteiro.

É preciso saber ouvir

Conscientemente ou não, homens e mulheres buscam as amizades do outro sexo para terem uma ideia de como é "o outro lado". Com frequência, amigos buscam amigas (e vice-versa) para contar seus atropelos amorosos e tentar chegar a um diagnóstico. Essa troca de experiências, se não for um enredo de comédia romântica em que o confidente se apaixona, acaba sendo vantajosa para ambos.


Amizade é... ...entender maridos e esposas.

Entre os outros e vocês

Então tá combinado, vocês são maduros o suficiente para ser um casal de amigos. O problema é quando já existem outros casais - você e sua namorada e ela e o namorado dela. Se entre dois solteiros a amizade entre sexos já é complicada, entre casados ela é muito mais rara e difícil de lidar. "Ainda precisamos evoluir", diz Lillian Rubin.


Amizade é... ...não criar hierarquias.

Ninguém manda em ninguém

Uma amizade deve ser entre iguais. Mas o que muitos estudiosos observam é que, em uma cultura em que homens sempre foram mais iguais que as mulheres, a dominância masculina e a submissão feminina são bagagens que ainda pesam. Isso, como tudo, vai mudando aos poucos - e serve para relações que vão além da amizade, claro.


Amizade é... ...aturar a desconfiança.

"Nunca rolou nada?"

A dúvida vive atingindo casais de amigos de longa data. A curiosidade é natural: na natureza, a aproximação entre sexos sempre visa a reprodução, e é duro tirar da nossa programação uma lição de milhões de anos.

http://super.abril.com.br/cotidiano/namoro-ou-amizade-535998.shtml

Mais uma etapa superada...