A
velhinha pergunta para o marido moribundo: 'Meu bem, depois de 40 anos de
casado, me satisfaça uma curiosidade. Você já me traiu alguma vez?' 'Sim,
querida! Uma única vez! Lembra-se quando eu trabalhava na Nestlé, e tinha uma
secretária chamada Margarida?' 'Sim, me lembro!' 'Pois é, aquele corpo já foi
todinho meu!' - E após alguns segundos, ele pergunta: 'E você, minha velha, já
me traiu alguma vez?' 'Sim, meu bem! Uma única vez! Lembra-se quando a gente
morava na Vila Andrade, em frente ao Corpo de Bombeiros ?' 'Sim... me lembro! -
responde o moribundo.' 'Pois é... aquele corpo já foi todinho meu!'
http://www.piadasnet.com/piada289casais.htmquarta-feira, 7 de agosto de 2013
Devanear...
Tempo
Mar
insondável, cujas ondas são os anos,
Oceano do tempo, cujas águas de aflição
Receberam o sal do pranto dos humanos!
Tu, mar sem praias, que na cheia e na vazão
Abraças os limites da mortalidade,
E uivando por mais vítimas, em tua saciedade,
Vomitas teus despojos em sua costa inóspita;
Traiçoeiro em calma, horror na tempestade,
Velejar em ti quem há de,
Insondável mar!
Oceano do tempo, cujas águas de aflição
Receberam o sal do pranto dos humanos!
Tu, mar sem praias, que na cheia e na vazão
Abraças os limites da mortalidade,
E uivando por mais vítimas, em tua saciedade,
Vomitas teus despojos em sua costa inóspita;
Traiçoeiro em calma, horror na tempestade,
Velejar em ti quem há de,
Insondável mar!
(P.
B. Shelley, tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos)
http://classicosuniversais.com/category/literatura/poesia/Sem palavras...
Casal adianta casamento nos EUA e troca
as alianças na presença do filho, com câncer terminal
Christine
Swidorsky entra com o filho nos braços
Não
é exagero dizer que este fim de semana foi um dos mais emocionantes da vida de
Christine Swidorsky e Sean Stevenson. Os dois celebraram o casamento na cidade
de Jeannette, na Pensilvânia, Estados Unidos. A cerimônia foi organizada para
que o filho, Logan, de 2 anos, pudesse participar. O menino tem leucemia e
outras complicações, e está em fase terminal.
Logan
foi o padrinho de casamento dos pais. Ele fez o caminho até o altar no colo da
mãe, Christine, e permaneceu ao lado da avó, Debbie Stevenson, durante os 12
minutos da cerimônia.
A noiva Christine Stevenson não largou o
filho.
O
casamento estava marcado para julho de 2014, mas o casal abandonou esse
planejamento depois que os médicos deram ao menino apenas três semanas de vida.
Eles queriam que Logan visse o casamento e que estivesse nas fotos da família.
Christine e Sean receberam doações suficientes para organizar toda a cerimônia
em apenas uma semana.
-
Este é o nosso sonho virando realidade. Toda a família junta, e todos unidos
celebrando. Uma celebração à vida do meu filho, e uma celebração ao nosso
casamento - disse Christine, segundo a filiada da emissora CBS na Pensilvânia.
Christine
Stevenson e Sean Stevenson adiantaram o casamento.
Logan
nasceu em outubro de 2010, e foi diagnosticado com leucemia pouco depois do
aniversário de um ano. O menino tem anemia Fanconi, doença rara que muitas
vezes leva ao câncer.
-
Será uma das coisas que nunca esqueceremos, pelo resto das nossas vidas -
desabafou Sean.
Leia
mais:
http://extra.globo.com/noticias/mundo/casal-adianta-casamento-nos-eua-troca-as-aliancas-na-presenca-do-filho-com-cancer-terminal-9352417.html#ixzz2b8RdXf3I
Faz de conta...
Michael Shermer: "As pessoas gostam
de ser enganadas"
O
psicólogo e escritor americano diz que é mais fácil acreditar em esquisitices –
como mediunidade, horóscopo e discos voadores – que pensar e questionar.
O
CÉTICO Michael Shermer em foto de
2008. Ele devotou sua carreira a desmascarar cultos, pseudociências e crendices.
O
CÉTICO
Michael
Shermer em foto de 2008. Ele devotou sua carreira a desmascarar cultos,
pseudociências e crendices (Foto: Byrd Williams)
A
diferença entre um mágico e um médium é que o mágico confessa fazer truques,
enquanto o paranormal afirma ter poderes que o habilitam a ler pensamentos,
prever o futuro ou falar com os mortos. “Basta ao médium dizer que tem poderes
para as pessoas crerem. Faz parte da natureza humana”, afirma o psicólogo e
escritor americano Michael Shermer, de 57 anos, diretor da Sociedade Cética e
da revista Skeptic.“Não evoluímos para duvidar ou ter visão crítica. Isso exige
educação e reflexão. Crer é mais fácil.” Nesta entrevista, ele fala sobre os
temas de seu livro Por que as pessoas acreditam em coisas estranhas (JSN, 384
páginas, R$ 65, publicado agora no Brasil), e ataca a farsa por trás da crença
em discos voadores, bruxas, quiromancia e mediunidade.
ÉPOCA
– Por que as pessoas acreditam em esquisitices?
Michael
Shermer – A razão básica está em nosso cérebro, programado pela evolução para
enxergar o mundo e procurar razões sobrenaturais para explicar eventos da
natureza.
ÉPOCA
– Dê um exemplo, por favor.
Shermer
– Nas sociedades tribais, o pajé até hoje é aquele que detém os conhecimentos
que podem salvar os membros da tribo em momentos decisivos. São os pajés que
sabem quais são as plantas e raízes com poderes curativos. São eles que
decretam que tal região virou tabu, tornando-a um local proibido e dando chance
à fauna para se recompor. Anos depois, num momento de escassez, é o pajé quem
tem o poder para liberar a volta dos caçadores ao local, salvando a tribo da
fome. Esse tipo de poder sempre foi exclusivo dos magos, dos pajés e dos
sacerdotes. Logo, acreditar em seus emissários significava a própria salvação.
Quando o pajé dizia que enxergava o futuro, que os membros da tribo deveriam
caçar ou buscar água em tal região, e que a salvação de todos estaria em fazer
o que ele dizia, tudo não passava de uma profecia autorrealizável. Só isso.
ÉPOCA
– Há os que afirmam ver coisas sobrenaturais e outros que dizem ouvir o canto
dos anjos ou o lamento dos mortos.
Shermer
– Somos animais sociais, e o cérebro foi programado para reconhecer rostos e
fisionomias. Por isso, temos a tendência de enxergar faces escondidas no
desenho das nuvens, nas manchas de um sudário ou nas rochas da superfície de
Marte. Pela mesma razão, basta olhar as nuvens para reconhecer nelas as formas
de diversos animais. Essa também é uma herança evolutiva, já que por milênios
reconhecer a existência de um animal escondido na paisagem poderia significar a
diferença entre a vida e a morte. Qualquer pessoa também pode dizer que fala
com os mortos. Não tem nada de mais. Difícil é conseguir fazer os mortos
responderem. Todas as alegações como essas que foram investigadas a sério
acabaram revelando a existência de microfones escondidos na mobília, nas
paredes ou no forro. Nenhuma fotografia pretensamente tirada de um disco voador
sobreviveu a um exame detalhado. São todas alegações falsas, montagens feitas
para iludir. Embora seja possível que algumas alegações de eventos paranormais,
mediúnicos ou ufológicos possam ser verdadeiras, a verdade é que a maior parte
delas é falsa, e o mais provável é que todas não passem de pura farsa.
ÉPOCA
– Por que as mulheres parecem acreditar mais em esquisitices que os homens?
Shermer
– Não é verdade. Homens e mulheres, indistintamente, têm a mesma tendência para
acreditar nessas coisas. O que muda é o tipo de esquisitice. Mulheres acreditam
mais em mediunidade, espiritismo, cartomantes, bruxaria, amuletos, terapias
alternativas, curandeiros e simpatias. Os homens preferem acreditar em
paranormalidade, pseudociência, criacionismo e objetos voadores não
identificados.
ÉPOCA
– Por que as pessoas diferenciam um mágico profissional que faz truques de um
médium que diz ser paranormal?
Shermer
– É porque o mágico confessa que faz um truque, mas não revela seu segredo.
Isso tem razões históricas. A magia é tão antiga quanto as artes
adivinhatórias. Há vários séculos, no tempo da Inquisição, os mágicos que
ganhavam a vida seguindo as feiras regionais na Europa medieval foram sensatos
em confessar que não eram bruxos. Eles confessaram que faziam truques para não
acabar na fogueira. Sua confissão retirou dos mágicos profissionais a aura
sobrenatural, a qual, embora tentem até hoje, nunca conseguiram resgatar.
ÉPOCA
– E as cartomantes e os adivinhos?
Shermer
– A maioria acabou na fogueira. As cartomantes e os adivinhos, os médiuns
atuais, foram perseguidos porque alegavam deter poderes sobrenaturais. Eles
afirmavam que conseguiam prever o futuro e influenciar o destino das pessoas.
Ora, esses eram atributos exclusivos da Igreja Católica. Os mesmos inquisidores
que se mostraram brandos com os mágicos não pouparam de sua ira persecutória
cartomantes e adivinhos, todos eles rotulados de bruxos seguidores da magia
negra. Os médiuns e charlatões da atualidade não correm esse risco. Por isso
podem afirmar sem medo que têm visões, que falam com os mortos, enxergam o
passado, o presente e o futuro. Ou alegar que leem a sorte e influenciam o
destino de uma pessoa olhando as cartas do tarô, as linhas da palma da mão, o
alinhamento dos planetas de um mapa astral, os reflexos de uma bola de cristal
ou a borra de uma xícara de café.
ÉPOCA
– Por que as pessoas insistem em acreditar que essas alegações são verdadeiras?
Shermer
– Porque os médiuns afirmam que são verdadeiras. Basta aos médiuns, curandeiros
e pais de santo dizer que têm visões e preveem o futuro para que as pessoas
acreditem. Faz parte da natureza humana. Não evoluímos para duvidar ou
questionar. Desenvolver um senso crítico e uma visão própria de mundo exige
educação, reflexão e tempo. Crer é muito mais fácil. As pessoas preferem ser
enganadas.
ÉPOCA
– Quem pede remuneração para fornecer um bem ou serviço que não existe pode ser
processado. Por que isso não se aplica ao “trabalho profissional” de
cartomantes e médiuns?
Shermer
– Porque adivinhos e paranormais se protegem atrás dos direitos universais da
liberdade de opinião, de expressão, de reunião e de religião. É muito difícil
ou quase impossível provar que um sujeito não escuta vozes interiores ou fala
com os anjos se ele assim o afirma. Os religiosos e os crentes das religiões
ditas oficiais poderiam ser investigados e processados exatamente pelas mesmas
alegações, pois suas religiões aceitam doações em dinheiro como as cartomantes.
Seus membros também alegam ter um canal direto de comunicação com o
sobrenatural, assim como as cartomantes.
ÉPOCA
– Por que gente inteligente crê em esquisitices?
Shermer
– Foi para dar título ao livro que escolhi chamar o conjunto de crendices e
enganações reivindicadas por médiuns e paranormais de “coisas estranhas”.
Palavras mais corretas seriam farsa ou enganação. São atos na maioria das vezes
criados para iludir e enganar. Em certas circunstâncias, podem ser
classificados como delírios, quando seus devotos acreditam que viveram ou vivem
uma experiência extraordinária, inexplicável, extrassensorial. Ainda assim, há
explicação para tudo. Quem tem uma boa formação cultural e crê nessas fantasias
o faz em duas possibilidades. Ou se trata de um indivíduo conivente com a farsa
ou é alguém que sofreu de um surto psicótico, é esquizofrênico e, portanto,
doente, ou teve uma alucinação. O estado alterado de consciência pode ser fruto
da ingestão de alucinógenos como a ayahuasca, o mescal ou o LSD. Episódios
psicóticos também podem ser causados pela privação de sono e pelo cansaço
extremo. Para tudo há uma explicação. Se ela convence o crente, o doente ou o
usuário, é outra questão.
ÉPOCA
– O que acha da religiosidade e do sincretismo humanos?
Shermer
– Sou ateu e sou otimista. Até a Idade Média, éramos uma espécie controlada
pela fé e dominada por suas crendices e seus medos. Hoje, dezenas de milhões de
pessoas nos países ricos se declaram ateias. A religiosidade, pelo menos na
Europa e nos Estados Unidos, recua ano a ano.
ÉPOCA
– Não é assim no Brasil nem nos países em desenvolvimento.
Shermer
– À medida que o padrão de vida subir, a elevação da escolaridade e da educação
científica reduzirá o porcentual de religiosos na população. É um caminho sem
volta. Basta os governos investirem em educação de qualidade.
ÉPOCA
– Um argumento dos religiosos para desqualificar os ateus é que eles escolheram
não crer num deus e que essa é sua crença.
Shermer
– Se os religiosos querem acreditar num deus bondoso, num paraíso com 100 mil
virgens ou seja lá o que for, não dou a mínima. Os religiosos não me
interessam. O que me interessa são as centenas de milhões de pessoas que não
seguem religião nenhuma e nunca vão à igreja.
ÉPOCA
– Quer dizer que, para o senhor, a religião é inofensiva?
Shermer
– O problema começa quando seus seguidores usam a religião para lançar aviões
contra arranha-céus, jogar bombas em clínicas de aborto (nos Estados Unidos),
mutilar mulheres, restringir os direitos individuais e alterar a legislação
para proibir o ensino da evolução. Eles querem obrigar as crianças a aprender o
criacionismo, uma doutrina religiosa travestida de verdade científica.
http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/01/michael-shermer-pessoas-gostam-de-ser-enganadas.html
Dúvida perigosa...
Comportamento
Namoro ou amizade? A amizade entre homens e mulheres é rara, difícil e frágil.
Ainda assim, tem quem tente. Entenda por que essa relação vai se tornar cada
vez mais comum e até necessária por
Veridiana Sedeh
Sérgio
e Natália formam um belo casal: são jovens, atraentes, adoram estar juntos.
Íntimos, conversam sobre tudo, fazem baladas e viagens e, em 10 anos de
relação, nunca se beijaram. Sérgio e Natália são um casal de amigos. Natural
para os dois, a relação é vista com ceticismo por quem está em volta - homens,
principalmente, custam a acreditar que nunca rolou algo a mais. Sempre que
conhecem alguém, a pergunta se repete: "Vocês são só amigos mesmo?"
A
frequência da dúvida mostra que nossa sociedade hiperconectada e globalizada
ainda é bem conservadora com esse assunto. Em nossa defesa, temos milhares de
anos em que simpatia entre sexos era sinônimo de atração sexual e algumas
décadas em que pode não ser. É um fenômeno novo, mais recente que a TV em
cores. Para ter uma ideia, os primeiros estudos sobre esse tipo de
relacionamento são do final do século 20, e ainda não ajudam muito a esclarecer
todo o emaranhado de dúvidas - naturais - sobre o assunto. E, se o tema é
recém-chegado à ciência, ainda é ignorado pela ficção. Em filmes, seriados e
novelas, o casal hetero está sempre destinado à cama ou ao altar.
Mas
a amizade entre homens e mulheres existe - e acredite, você ainda vai ter uma.
Um
mal degenerador. Até o século 19, assim era encarada a amizade entre homens e
mulheres. Segundo Rosana Schwartz, pesquisadora de gênero da PUC-SP, a ciência
(influenciada pela moral) da época garantia que as moças, criaturas frágeis,
próximas de rapazes tenderiam a histeria ou "desvios de
comportamento" - apaixonar-se por um estando prometida para outro, ou,
Deus o livre, praticar sexo fora do casamento. O lugar delas era em casa. Para
sair, deveriam estar acompanhadas por pais, irmãos ou marido. As que estudavam
frequentavam escolas femininas, e as que trabalhavam o faziam separadas dos
homens - lavavam, costuravam, cozinhavam. Nesse cenário, além de indesejada, a
amizade era quase impossível.
As
coisas começaram a mudar nas décadas seguintes, quando homens e mulheres se
tornaram colegas de trabalho. "Amizades com pessoas do sexo oposto é um
novo fenômeno para adultos. À medida que mulheres e homens alcançam maior
paridade de salários, eles estão mais aptos para ser amigos", afirma
Geoffrey Greif, professor da Universidade de Maryland e autor do livro Buddy
System: Understanding Male Friendships ("Sistema dos Caras: Entendendo a
Amizade Masculina", ainda sem edição brasileira). O equilíbrio gerado pela
independência feminina vai além do campo profissional - quando os salários
emparelham, o respeito chega ao dia a dia.
"Passamos
por um século inteiro de transformações para chegar ao ponto em que homem e
mulher podem ser amigos", destaca Schwartz. E é aí que as coisas começam a
se complicar.
Sexo entre amigos
As
barreiras sociais ficaram no passado e homens e mulheres conseguiram se tornar
amigos. Só faltou avisar os hormônios.
A
tensão sexual está presente em mais da metade das amizades com o outro sexo,
revela um estudo com mais de 150 homens e mulheres conduzido por Linda Sapadin,
psicóloga e consultora de relacionamentos. Aliás, 6% das mulheres e 7% dos
homens admitiram que essa tensão era do que eles mais gostavam nessa relação.
Mais homens admitiram ter levado amigas para a cama: o sexo amigo aconteceu
para 66% deles e 46% delas. Porém, tanto homens (74%) quanto mulheres (82%)
admitiram que o sexo prejudicou a relação. Na pesquisa, alguns homens relataram
que a atração sexual foi a razão para iniciarem a amizade.
Assim
também foi com Sérgio e Natália. Ele queria, mas ela, que já havia perdido um
amigo por ter misturado as coisas. Até hoje, Natália diz que não arriscaria
ficar com ele, para não correr o risco de arruinar uma amizade que ela valoriza
tanto. "A gente brinca que, se um dia a gente vier a ficar, tem que ser
para casar."
Já
os universitários americanos não têm essa frescura. Segundo uma pesquisa que
ouviu 315 estudantes, metade das suas amizades com o sexo oposto envolve sexo.
Dos que transaram com o amigo ou a amiga, 55% afirmaram que o álcool foi
decisivo e 60% nunca o/a tiveram como parceiro exclusivo. E, contrariando os
resultados da pesquisa citada na outra página, dois terços disseram que o sexo
aprofundou a amizade.
Um
primeiro olhar nesses números pode até levar a concluir que não, a amizade não
existe - é sempre um romance fracassado ou dormente. Mas especialistas dizem
que é justamente por causa dessa atração que a amizade pode surgir. Na verdade,
mesmo quando não há envolvimento se-xual, pode haver atração. "Eu diria
que, num número muito grande de situações de amizade entre homem e mulher que
duram bastante tempo, se você for pesquisar a fundo, vai descobrir que no
mínimo um deles gostaria de ter alguma coisa a mais com outro", diz o
professor e supervisor da Clínica Psicológica da PUC-SP, Ari Rehfeld. Alguns
pesquisadores acreditam que a energia sexual, sem ser levada às vias de fato,
pode contribuir para uma maior produtividade, à medida que adiciona energia e
interesse ao trabalho. Tudo bem. Agora, vá explicar isso em casa.
Outras alianças
"Amor,
vou sair para tomar uma cerveja com um amigo da faculdade" é uma frase que
um marido dificilmente vai gostar de ouvir. Com esposas, não é diferente. Por
consumirem a maior parte do tempo livre dos envolvidos, relações estáveis e
casamento são considerados obstáculos para a manutenção e surgimento de
amizades. Também é comum que pessoas comprometidas achem inapropriado ter um
amigo próximo do outro sexo. Assim, uma mulher casada que tenha um grande
amigo, ou o contrário, tornou-se uma raridade, como comprova um trabalho de
Lillian Rubin, autora de Just Friends: The Role of Friendship in Our Lives
("Apenas Amigos: O Papel da Amizade em Nossa Vida", sem publicação no
Brasil). Em entrevistas com mais de 300 pessoas, ela descobriu que apenas 16%
das casadas e 22% dos casados tinham amizades do outro sexo.
Alguns
pesquisadores dizem que, embora haja pessoas casadas que têm amigos do sexo
oposto, a relação acontece dentro das restrições do casamento ou do trabalho e
costuma envolver interações mais superficiais. O pesquisador Greif, por
exemplo, é bem realista. Ele tem suas amigas, mas com moderação: "Elas
[amizades] normalmente são feitas por meio do trabalho e não de outras
atividades. Eu sou casado há 35 anos e não desejo complicar a minha vida".
Michael
Monsour, professor do departamento de comunicação da Univerisidade do Colorado
e autor de Women and Men as Friends ("Mulheres e Homens Como Amigos",
ainda não publicado no Brasil), acredita que fazer um amigo do outro sexo
quando se é casado ou se tem uma relação estável é muito mais difícil do que
continuar se relacionando com os antigos amigos. Na prática, essa nova amizade
só tem chance de ir para a frente se o outro membro do casal se aproxima da
pessoa. Se não, há uma barreira muito grande.
Sérgio
conta que sua relação com Natália não costuma lhe causar dor de cabeça.
"Deixo claro para as minhas namoradas a minha relação com ela. No começo,
sempre rola um estranhamento, mas se resolve quando elas a conhecem", diz.
Ele conta que geralmente elas se tornam amigas. Já com os namorados de Natália,
é comum haver uma resistência maior e já rolou ciúme.
Amiga é pra essas coisas
Mas
nem só de complicações vive a amizade entre homens e mulheres: ela também tem
suas vantagens. Os benefícios vão desde evitar a solidão a conseguir dicas para
conquistar alguém. No estudo de Linda Sapadin, as mulheres listaram como
algumas das principais vantagens de sua amizade com homens ter atividades e
discussões "interessantes" e uma outra perspectiva do sexo oposto. Já
os homens citaram como pontos positivos poder falar sobre praticamente tudo e
ser confortado quando se sentem mal ou solitários. Elas são imbatíveis para dar
apoio emocional.
De
acordo com Monsour, uma pesquisa mostrou que 73% dos homens e 82% das mulheres
recebem suporte emocional de suas amigas, enquanto apenas 27% delas e 56% deles
disseram receber o apoio de seus amigos. "Eu penso que homens estão
acostumados a ser cuidados por mulheres, suas mães e professoras, e gostam
delas como pessoas com quem possam conversar. Mulheres gostam dos homens como
amigos porque eles permitem acesso a diferentes atividades e não existe
competição", diz Greif.
O
companheirismo entre homens e mulheres solteiros pode muitas vezes assumir
contornos de um casamento. "Ela o ajuda a se vestir, a se comportar em
determinados lugares ou faz companhia quando ele precisa se apresentar como
casal. Ele, por sua vez, conserta o carro dela. Assim, eles vão ocupando papéis
que tradicionalmente ou culturalmente são do homem e da mulher, enquanto
casal", relata Rehfeld. A ajuda também é muito comum na hora de arrumar um
par. Segundo o autor, algumas mulheres relatam que os homens dão conselhos mais
objetivos. É o caso de Natália. "É diferente conversar com o Sérgio e com
minhas amigas. Ele tem uma visão de homem, mais racional. Mulher é muito
sentimental", diz ela. "Acho positivo ter uma amiga, tanto porque ela
vai me apresentar para as amigas dela quanto para saber como as mulheres
pensam. Acho que vale a pena. Todo cara deveria ter uma amiga", diz
Sérgio.
Mais e mais amigos
Se,
mesmo com tantas complicações, muitos homens e mulheres já são amigos, tudo
leva a crer que mais amizades surgirão. As razões vão do aumento da presença
feminina no mercado de trabalho à valorização dos relacionamentos virtuais -
pesquisas indicam que as amizades entre homens e mulheres costumam ser mais
frequentes na internet do que fora dela.
Os
estudos ainda são insuficientes, mas tudo indica que a amizade entre homens e
mullheres vai se tornar não só uma possibilidade mas uma necessidade. Em tempos
que exigem que os gêneros trabalhem e convivam, aqueles que conseguem entender
e se comunicar com o sexo oposto têm uma vantagem competitiva.
Amizade é... ...O que não é namoro.
Não confunda os relacionamentos
Muitas
vezes, a simpatia à primeira vista tem, no fundo, segundas intenções. Os
homens, principalmente, precisam aprender a baixar a bola e aceitar que aquela
não vai ser mais uma conquista, mas uma amizade.
Amizade é... ...ser confidente e
palpiteiro.
É preciso saber ouvir
Conscientemente
ou não, homens e mulheres buscam as amizades do outro sexo para terem uma ideia
de como é "o outro lado". Com frequência, amigos buscam amigas (e
vice-versa) para contar seus atropelos amorosos e tentar chegar a um diagnóstico.
Essa troca de experiências, se não for um enredo de comédia romântica em que o
confidente se apaixona, acaba sendo vantajosa para ambos.
Amizade é... ...entender maridos e
esposas.
Entre os outros e vocês
Então
tá combinado, vocês são maduros o suficiente para ser um casal de amigos. O
problema é quando já existem outros casais - você e sua namorada e ela e o
namorado dela. Se entre dois solteiros a amizade entre sexos já é complicada,
entre casados ela é muito mais rara e difícil de lidar. "Ainda precisamos
evoluir", diz Lillian Rubin.
Amizade é... ...não criar hierarquias.
Ninguém manda em ninguém
Uma
amizade deve ser entre iguais. Mas o que muitos estudiosos observam é que, em
uma cultura em que homens sempre foram mais iguais que as mulheres, a
dominância masculina e a submissão feminina são bagagens que ainda pesam. Isso,
como tudo, vai mudando aos poucos - e serve para relações que vão além da
amizade, claro.
Amizade é... ...aturar a desconfiança.
"Nunca rolou nada?"
A
dúvida vive atingindo casais de amigos de longa data. A curiosidade é natural:
na natureza, a aproximação entre sexos sempre visa a reprodução, e é duro tirar
da nossa programação uma lição de milhões de anos.
http://super.abril.com.br/cotidiano/namoro-ou-amizade-535998.shtml
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Assinar:
Postagens (Atom)
-
Carol Celico disse que perdoaria infidelidade de Kaká e que a ‘culpa’ da traição seria dela Caroline Celico, esposa do craque Kaká...
-
Conselhos de medicina se dividem sobre primeiros registros para estrangeiros Depois de o Rio Grande do Sul liberar as 19 primeiras lic...