sábado, 31 de agosto de 2013

Entendendo...

Participação da Mulher na vida política
Em um país de cultura predominantemente machista e de raízes patriarcais, a mulher parece ganhar, embora a passos curtos, mais espaço na política nacional.

 O dia 08 de Março, dia internacional da mulher, convida-nos a uma reflexão sobre as mulheres e o mundo da política. Pensar no papel social desempenhado pelas mulheres na sociedade brasileira (mais especificamente sob a ótica da política) é sempre um exercício interessante, principalmente quando levamos em consideração uma sociedade como a nossa, construída sob a égide do machismo, do patriarcalismo, na qual o homem sempre ocupou o espaço público e a mulher, o privado.

 Mas e na política, ainda temos um espaço fechado entre os homens? Não, isso vem mudando, e a participação política das mulheres é prova disso, seja como eleitoras (desde a década de 1930), seja como candidatas a cargos públicos, mas tal mudança ocorre a passos lentos. Porém, mesmo que ainda tímida, a presença cada vez maior de candidatas é algo fundamental para o fortalecimento da democracia, afinal, a representatividade feminina é extremamente necessária quando pensamos nas lutas pelos direitos das mulheres em um contexto no qual, como se sabe, ainda há muito preconceito, exclusão e violência contra elas. Ao apontarmos que dentre os eleitores no Brasil as mulheres são maioria (pouco mais de 51,7% do total, segundo o governo federal), certamente este é um aspecto explorado pelos candidatos (ou candidatas) na tentativa de arregimentar esse voto feminino. Mais do que isso, é um indício de que há a necessidade de atenção para essa parcela considerável da população, ainda mais em se tratando de uma sociedade que busca se fortalecer enquanto democracia. Esta, por usa vez, já há algum tempo vem se consolidando, e uma participação maior das mulheres vai ao encontro disso.

 Na década de 70 do século passado, as mulheres representavam 35% do eleitorado, ultrapassando a marca dos 50% no ano de 2006, quebrando a hegemonia do eleitorado masculino. Em relação à disputa eleitoral, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de candidaturas femininas alcançou 31,7% do total de registros nas últimas eleições de 2012, o que significa certo avanço.

 Mas uma pergunta vem à tona: esse aumento na participação do voto pelas mulheres é a confirmação de que elas estão conquistando seu espaço? Podemos dizer que sim, embora os desafios encontrados pelas mulheres tanto na política quanto na sociedade de modo geral (e um bom exemplo são as dificuldades no mercado de trabalho) ainda são consideráveis. No entanto, mesmo que possamos dizer que as mulheres estão conquistando seu espaço, é preciso considerar que, por conta das chamadas cotas, fruto de políticas afirmativas para ampliar a participação feminina, os partidos são obrigados a reservarem uma participação de, no mínimo, 30% para cada sexo.

 Dessa forma, a ampliação da participação das mulheres, em termos dos registros de candidaturas, não está ligada apenas a uma maior sensibilização quanto à importância da política entre elas ou à revolução da mulher (do feminismo) desencadeada na década de 1960 ou, ainda, à ampliação da politização da sociedade civil de modo geral, tal crescimento pode ser associado à obrigatoriedade do cumprimento de uma lei eleitoral. Obviamente, a própria instituição dessa lei foi resultado de uma luta pela maior participação feminina, o que pode ser considerado um avanço. Contudo, vale ressaltar que leis e as normas por si só possuem um poder relativo (embora sejam importantes instrumentos) na luta contra o preconceito, seja ele de qualquer natureza.

 Nesse sentido, o maior número de candidaturas pode ser associado a uma maior emancipação feminina, o que não deixa de ser fato quando avaliamos as mudanças e transformações pelas quais o papel da mulher brasileira passou, mas não se resume a isso. Mesmo assim, segundo o site da Câmara dos Deputados federais, um estudo da União Interparlamentar, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), colocou o Brasil em 120º lugar em um ranking da proporção de mulheres nos parlamentos, o que significa estar atrás de países islâmicos como Paquistão, Sudão e Emirados Árabes Unidos.

 O papel social da mulher e sua posição na sociedade brasileira ainda são permeados de contradições. Em termos quantitativos, basta analisarmos alguns dados apresentados pelo governo, observando-se que a participação das mulheres na Câmara dos Deputados é de 9% e, no Senado, de 10% do total. Além disso, o número de governadoras de estado também ainda é muito pequeno.

 Obviamente, a eleição da primeira presidenta do Brasil contribuiu de alguma maneira para mudar esse quadro de atrofia da participação feminina e talvez motivar outras candidaturas de mulheres. O significado desse evento do ponto de vista de uma afirmação da figura de Dilma em um cenário absolutamente masculinizado ao longo da história (já que o poder sempre esteve associado à figura do homem) ficou estampado em sua preferência em ser tratada por presidenta e não presidente, embora as normas da língua culta admitam as duas formas. Falar em diferenças comportamentais entre homens e mulheres no exercício de alguns cargos e funções trata-se de algo bastante relativo, pois aspectos como questões morais não necessariamente manifestam-se de forma diferente a depender do sexo. Assim, bom governante é aquele que tem compromisso com a democracia e com a coletividade, seja homem ou mulher.

Curioso...

O hormônio que influi no ciclo menstrual
A proximidade entre mulheres e o ciclo menstrual.
Por que mulheres que trabalham juntas tendem a menstruar no mesmo período? Será que a convivência com outras mulheres faz seu ciclo menstrual ser comandado por feromônios? Mulheres que vivem em um mesmo ambiente têm TPM (Tensão pré menstrual) na mesma época?

Não é por acaso que isso acontece, existe uma explicação científica: estudos revelaram que os odores corporais, inclusive os axilares, afetam realmente os ciclos menstruais, estes odores são feromônios. A palavra feromônio deriva do grego e significa “que transmite excitação”. São substâncias que funcionam como mensageiros, desencadeando respostas fisiológicas e comportamentais previsíveis.

Os feromônios são mensageiros químicos no ser humano, em vez de atuar no organismo do próprio indivíduo, eles agem na outra pessoa. Seria uma "comunicação química" entre os seres da mesma espécie. A substância responsável pela regulação do período das mulheres é o esteróide 5-a-androst-16-en-3-alfa-ol.

A maioria das mulheres que vivem com ou perto de outras mulheres ajustam o tempo do seu ciclo menstrual entre si. Este fenômeno é comum entre mulheres que trabalham bastante tempo juntas.

Um estudo recente expôs um grupo de mulheres em contato com o suor umas das outras. Isso fez com que os ciclos menstruais delas avançassem ou ficassem mais lentos para coincidir com o das colegas, essa foi uma prova de que as pessoas produzem e respondem aos feromônios. Mas é válido lembrar que este fenômeno só é válido para mulheres que tem o ciclo natural, ou seja, não há interferências de outros hormônios como os encontrados nas pílulas anticoncepcionais.

Piada...

Um casal viajava de carro na rodovia dos Bandeirantes a 100 km/h. A esposa falou: - Querido, nós estamos casados ha 15 anos, mas eu quero o divorcio. O marido nada disse e aumentou a velocidade para 120 km/h. A esposa continuou: - Eu não quero que você peca para mudar de idéia, eu estou tendo um caso com o seu melhor amigo e que é muito melhor na nossa cama. O marido calado, aumentou a velocidade para 130 km/h. Ela continuou: - Eu quero a casa. O marido aumenta a velocidade para 140 km/h. Ela continuou: - Eu quero ficar com as crianças. O marido aumenta a velocidade para 150 km/h. Ela completa: - Eu quero o carro, a conta-corrente, todos os cartões de credito. O marido calado, aumenta a velocidade para 160 km/h. Ela então pergunta: - E você, tem alguma que coisa que vai querer? Ele responde: - Não, eu tenho tudo que poderia querer. - O que você tem?- Pergunta a mulher. O marido responde, alguns segundos antes de ir contra a mureta: - Eu tenho o air bag! ... E você não.
http://www.piadasnet.com/piada321casais.htm

Devanear...

De repente, nas Profundezas do Bosque (Suddenly in the Depth of the Forest / פתאום בעומק היער), de Amós Oz
por Christian von Koenig em 15/07/2013

O escritor israelense Amós Oz é conhecido pela sua iniciativa política e pelo comprometimento em procurar uma solução pacífica à questão Israel-Palestina. Sua vida é rica em experiências e o resultado de suas vivências aparecem em livros como De Amor e Trevas (A Tale of Love and Darkness, 2002), tido como um dos mais importantes da literatura hebraica moderna.

Já De repente, nas Profundezas do Bosque (Suddenly in the Depth of the Forest, 2005) é um momento peculiar na bibliografia do escritor. Esta breve obra é uma fábula e portanto lida mais com aspectos fantasiosos, inverossímeis.

Lembremos as principais características desse gênero: narrativa curta com poucos personagens; os personagens são geralmente animais ou objetos personificados; há uma conclusão moral, uma lição a ser aprendida.

Conforme veremos a seguir, De repente… apresenta essas três características e por isso podemos considerá-la como o autor indica, como uma fábula. No entanto ela foge da estrutura padrão ao usar seus traços de maneira muito própria.


A narrativa divide-se em dois momentos distintos ao longo de suas 140 páginas, em que o primeiro é marcado pelo suspense. Mati e Maia são as crianças protagonistas da história; na pacata aldeia onde eles vivem há um grande mistério: todos os animais sumiram há alguns anos e os adultos não querem falar sobre o que aconteceu. Nessa aldeia não se vê nem pato nem gato, nem peixe nem mosca. Só gente.

E lá todos temem a noite e seus perigos, como a aparição de Nihi, o demônio das montanhas. Logo, a maioria dos habitantes foge do contato mais íntimo com a natureza, pois se o fizerem passam por loucos ou doentes.

Porém Mati e Maia compartilham um segredo: eles viram um pequeno peixe no rio que corta a aldeia e isso os motiva a procurarem longe dali as respostas ao que aconteceu com os animais, pois ali isso é assunto velado.

O segundo e terceiro traços – personagens personificados e lição moral – são invertidos quando entramos na fábula propriamente dita, ou seja, o segundo momento da narrativa. Aqui não são os animais que se personificam, mas as pessoas que se animalizam para chegar à moral. E a lição não é dada aos protagonistas, mas aos demais personagens.

A primeira parte do livro é muito boa porque essa situação inusitada provaca suspense e o leitor deseja saber o porquê das coisas ocorrerem daquele modo. Já a segunda revela-se demasiado explícita para o público adulto, o que faz pensar se De repente… é mesmo uma fábula para todas as idades, como diz Amós OZ.

Abro aqui um parêntese. A lição é sim útil a quaisquer idades; a exposição é que frustrar o público de maior idade. Fecho parênteses.

A moral da obra é expressa de forma bastante direta:

“Até que um dia pode ser que ocorra uma mudança nas almas, e então nós desceremos do monte e quem sabe nascerá em nós um novo coração, em todas as criaturas, pessoas, animais e aves, e todos os carnívoros se habituarão a comer carnemônias em vez de caçar. Até que possamos também nós, eu e todos os meus amigos, e até Nimi, o potro, sair da densidão do bosque e voltar à aldeia, e viver os dias da nossa vida nas casas, pátios, campos, pastos e às margens do rio. O meu desejo de vingança ruirá e se soltará de mim como a pele seca de uma cobra, e nós poderemos trabalhar, amar, passear, cantar, brincar e conversar sem devorar e sermos devorados, e também sem debochar um do outro.”*

Sobre viver em harmonia, sem maltratarmos o outro, tudo certo. Mas essa inversão da personificação para a animalização é vista sob uma ótica que pessoalmente considero errônea. Mesmo como vegetariano não posso querer que um urso deixe de se alimentar de carne. Nós humanos temos a possibilidade de opção independentemente do meio, podemos até morrer de fome por vontade própria, enquanto os animais vivem do instinto. E são a seu modo inocentes assim, porque não agem por maldade e sim por necessidade inconsciente.

Que as pessoas sejam capazes de más ações e que se deve lutar contra essas más ações é perfeitamente entendível; agora, que os animais sejam visto sob uma mesma moral que se espera das pessoas, isso não consigo aceitar.

* De repente, nas Profundezas do Bosque (Suddenly in the Depth of the Forest / פתאום בעומק היער), de Amós Oz, em tradução de Tova Sender para a editora Companhia das Letras.
http://classicosuniversais.com/2013/07/15/de-repente-nas-profundezas-do-bosque/#more-1559

Lisinho...

Conheça a fotodepilação

A fotodepilação é considerada praticamente indolor. Para quem sempre sonhou em fazer depilação a laser e acabar com os pelos de forma mais definitiva, mas tem medo da dor ou acha o tratamento caro demais, o mercado de depilação surgiu com uma solução: a fotodepilação, tratamento que trabalha com a luz intensa pulsada (também conhecida como IPL).

“Esta tecnologia emite uma energia, que é atraída e captada pela melanina (pigmento presente na haste do fio) e pela hemoglobina dos vasos que alimentam o pelo. 

Quando chega ao pelo, ela danifica o folículo piloso, retardando- o (caso este não esteja na fase de eliminação) ou eliminando-o (quando o pelo está na fase anágena, de eliminação)”, explica Ana Carolina Marques, fisioterapeuta e especialista em IPL.

Já Caroline Barbosa Ribeiro Baltazar, responsável técnica da Home Depil, conta que, enquanto a fotodepilação possui uma luz que se dissipa entre as estruturas ao redor do pelo – ou seja, é policromática –, o laser possui uma luz monocromática que atua apenas no comprimento da onda. “A luz pulsada na fotodepilação atinge temperaturas de aproximadamente 70°C, já o laser atinge temperaturas de até 300°C”, explica.

A grande vantagem é que a aplicação é considerada praticamente indolor. “A luz intensa pulsada atua até a segunda camada da pele da pele que é a derme, atingindo ainda a porção superior da hipoderme o que reduz também os riscos de queimaduras e de efeitos colaterais de diversos graus, sendo, assim, mais segura”, diz Ana Carolina.

O preço é o outro grande atrativo do método – cada sessão custa cerca de R$55 reais (contra uma média de R$100 nas sessões de laser), e são necessárias cerca de apenas oito sessões para atingir resultados satisfatórios, o que, é claro, depende das características pessoais. 

A manutenção é semestral ou anual, já que, como lembra Caroline, os chamados métodos “definitivos” na verdade promovem apenas uma remoção progressiva dos pelos. “Atualmente não existe nenhuma técnica definitiva. Assim como o laser, a fotodepilação é um método progressivo na remoção dos pelos, podendo chegar ao objetivo principal, que é ficar sem pelos. Mas a manutenção é necessária”, diz.

Contraindicações
Apesar de o método ser considerado muito seguro, há algumas pessoas para as quais ele não é indicado. Quem tem os pelos claros, loiros, não encontrará eficácia no método, já que a luz intensa pulsada age na melanina dos pelos.

“Peles negras são contraindicação absoluta pois contêm muita melanina na pele, o que a luz confunde e pode gerar efeitos colaterais”, diz Ana Carolina, que também contraindica a aplicação na cabeça, já que os folículos do couro cabeludo são muito próximos e não há estudos que comprovem resultados nessa área. Caroline concorda e complementa: “A fotodepilação é indicada para pessoas que possuam o pelo mais escuro do que a pele, mas desde que a pele não possua nenhuma alteração de pigmentação”.

Melhor amigo...

Como calcular a "idade humana" dos cães?
Quem nunca ouviu alguém dizer que para saber a idade humana de um cão basta multiplicar sua idade canina por sete? Porém este cálculo não é muito correto. Cada cão tem o seu próprio tempo de envelhecimento.

Tendo isso em mente, a BBC criou uma calculadora que vai ajudar os donos de cães a descobrirem uma idade mais aproximada do seu animal de estimação.

E para desvendar alguns mitos acerca da idade canina e dos hábitos de cada fase, conversamos com a consultora comportamental e adestradora do Cão Cidadão, Malu Araújo:

- Cada ano canino deve ser multiplicado por 7 para termos sua idade humana.
MITO: Como a diversidade de raças e tamanhos dos cachorros é grande, esse cálculo varia de acordo com o porte do animal. Inclusive outra informação que deve ser levada em consideração é que os cães envelhecem mais nos dois primeiros anos de vida, então para a maioria das raças um cachorro de 1 ano de vida, na idade humana terá mais ou menos 15 anos, aos 2 anos terá em torno de 23, 24 anos, a partir dos 3 anos é que esse cálculo muda, e ai cada um envelhece de acordo com o seu porte e tamanho.

- Quanto maior o porte do cão, mais rápido ele envelhece.
VERDADE: Para chegarmos a um cálculo mais preciso, a média (a partir dos 3 anos caninos) é: para cães de pequeno porte devemos multiplicar sua idade por 5, cães de porte médio por 6 e cães grandes em torno de 7 a 8 vezes.

- Não há diferenças na composição da ração. O que muda apenas é o tamanho dos grãos (menores para filhotes e maiores para adultos).
MITO: É muito importante que o filhote se alimente com ração específica, pois ela contém ingredientes para o desenvolvimento saudável do cãozinho. Ao atingir um ano a ração deve ser de adulto e a troca de uma pela outra deve ser feita gradualmente. Finalmente, na fase que o cão está mais velho, deve-se usar uma ração sênior  pois eles podem ter mais dificuldade em morder grãos grandes ou mais duros. Em cada fase da vida, o cão têm necessidades especiais que devem ser supridas para garantir que ele continuará saudável.

- Cães adultos e idosos devem fazer atividades físicas.
VERDADE: Todos os cães devem fazer atividade física, independente do porte ou idade eles precisam se exercitar. Os filhotes tem mais disposição e aguentam atividades mais intensas, um cão adulto deve-se levar em consideração a rotina diária de exercícios e não é recomendado apenas um dia de exercício intenso enquanto nos outros dias da semana o cachorro tem uma vida sedentária. Já os idosos também podem praticar exercícios  caminhar e brincar, mas de uma maneira adequada a sua idade, pois eles podem começar a apresentar dores nas articulações e músculos. Por isso é sempre importante conversar com o veterinário. Independente da idade fazer uma massagem no cão é indicado pois assim você aprenderá a conhecê-lo melhor e sentirá alguma alteração.
- Filhotes devem beber leite
MITO: Somente o leite da mãe, o leite de vaca tem muita lactose - substância que pode causar diarréia.

- Filhotes em desmame ou cães idosos devem ter suas rações amolecidas.
MITO: A ração é o alimento completo e balanceado para os cães, inclusive o atrito dos grãos nos dentes é necessário para auxiliar na limpeza. Filhotes na fase de desmame tem a necessidade de comer um alimento mais pastoso mas não é a ração amolecida, é um alimento específico para a fase. Os cães idosos podem apresentar um pouco de problema dentário que dificulta o triturar do grão, por isso a ração deve acompanhar a idade; rações sênior costumam ser mais macias e com grãos menores, para facilitar a mastigação. Logo, não devemos molhar a ração, muito menos com leite.

- Cães idosos não devem brincar para não se esforçarem muito.
MITO: O que você deve levar em consideração é como anda a saúde do seu cão. Se ele apresentar alguma alteração como displasia, não o faça correr atrás de uma bolinha (principalmente em um piso liso) pois, pode prejudicar esta condição ainda mais. No entanto, se ele está acostumado a uma rotina de passeio diário e não apresenta nenhuma alteração no retorno para casa, você pode sim continuar com os passeios e brincadeiras.

- Cães possuem comportamentos diferentes dependendo da sua faixa etária.
VERDADE: Filhotes de uma forma geral são mais ansiosos e por isso tem a tendência a fazer mais bagunça, destruir móveis e objetos; muitos também ainda não aprenderam o local correto de fazer as necessidades. Quanto aos adultos, as reclamações mais comuns são: cães que puxam para passear e cães reativos com pessoas ou outros animais. Já os idosos, estes podem apresentar algumas mudanças comportamentais.

- Não se pode ensinar truques a um cão adulto ou idoso.
MITO: Os cães aprendem em qualquer fase da vida. Filhotes aprendem com um pouco mais de facilidade, por isso ensinando o que se espera desde pequeno, evitamos que comportamentos errados apareçam. Ressalto que para entendê-los e fazer com que eles nos entendam, sempre vale a pena procurar um profissional especialista em comportamento para auxiliar a lidar com determinadas situações.

Sem rumo...

Mais Médicos
"Nossa medicina é quase de curandeirismo", diz doutor cubano.

Gilberto Velazco Serrano, de 32 anos, conta por que, em 2006, desertou de uma missão de seu país na Bolívia - na qual os médicos eram vigiados por paramilitares

Aretha Yarak
O cubano Gilberto Velazco Serrano, de 32 anos, é médico. Na ilha dos irmãos Castro ele aprendeu seu ofício em meio a livros desatualizados e à falta crônica de medicamentos e de equipamentos. Os sonhos de ajudar os desamparados bateu de frente, ainda durante sua formação universitária, com a dura realidade de seu país: falta de infraestrutura, doutrinação política e arbitrariedade por parte do governo. "É triste, mas eu diria que o que se pratica em Cuba é uma medicina quase de curandeirismo”, diz  Velazco.

Ao ser enviado à Bolívia em 2006, para o que seria uma ação humanitária, o médico se viu em meio a uma manobra política, que visava pregar a ideologia comunista. “A brigada tinha cerca de 10 paramilitares, que estavam ali para nos dizer o que fazer”. Velazco não suportou a servidão forçada e fugiu. Sua primeira parada foi pedir abrigo político no Brasil, que permitiu sua estada apenas de maneira provisória. Hoje, ele mora com a família em Miami, nos Estados Unidos, onde tem asilo político e estuda para revalidar seu diploma. De lá, ele concedeu a seguinte entrevista ao site de VEJA:

Como os médicos são selecionados para as missões?
Eles são obrigados a participar. Em Cuba, se é obrigado a tudo, o governo diz até o que você deve comer e o que estudar. As brigadas médicas são apenas uma extensão disso. Se eles precisam de 100 médicos para uma missão, você precisa estar disponível. Normalmente, eles faziam uma filtragem ideológica, selecionavam pessoas alinhadas ao regime. Mas com tantas colaborações internacionais, acredito que essa filtragem esteja menos rígida ou tenha até acabado.

Como foi sua missão?
Fomos enviados 140 médicos para a Bolívia em 2006. Disseram que íamos ficar no país por três meses para ajudar a população após uma enchente. Quando cheguei lá, fiquei sabendo que não chovia há meses. Era tudo mentira. Os três meses iniciais viraram dois anos. O pior de tudo é que o grupo de 140 pessoas não era formado apenas por médicos - havia pelo menos 10 paramilitares. A chefe da brigada, por exemplo, não era médica. Os paramilitares estavam infiltrados para impedir que a gente fugisse.

Paramilitares?
Vi armas dentro das casas onde eles moravam. Eles andavam com dinheiro e viviam em mansões, enquanto nós éramos obrigados a morar nos hospitais com os pacientes internados. Quando chegamos a Havana para embarcar para a Bolívia, assinamos uma lista para registro. Eram 14 listas com 10 nomes cada. Em uma delas, nenhum dos médicos pode assinar. Essa era a lista que tinha os nomes dos paramilitares.

Como era o trabalho dos paramilitares?
Não me esqueço do que a chefe da brigada disse: “Vocês são guerrilheiros, não médicos. Não viemos à Bolívia tratar doenças parasitárias, vocês são guerrilheiros que vieram ganhar a luta que Che Guevara não pode terminar”. Eles nos diziam o que fazer, como nos comportar e eram os responsáveis por evitar deserções e impedir que fugíssemos. Na Bolívia, ela nos disse que deveríamos estudar a catarata. Estávamos lá, a priori, para a atenção básica – não para operações como catarata. Mas tratar a catarata, uma cirurgia muito simples, tinha um efeito psicológico no paciente e também na família. Todos ficariam agradecidos à brigada cubana.

Você foi obrigado a fazer algo que não quisesse?
Certa vez, eu fui para Santa Cruz para uma reunião, lá me disseram que eu teria de ficar no telefone, para atender informações dos médicos e fazer estatísticas. O objetivo era cadastrar o número de atendimentos feitos naquele dia. Alguns médicos ligavam para passar informações, outros não. Eu precisava falar com todos, do contrário os líderes saíam à caça daquele com quem eu não havia conversado. Quando terminei o relatório, 603 pacientes tinham sido atendidos. Na teoria, estávamos em 140 médicos na Bolívia, mas foi divulgado oficialmente que o grupo seria de 680. Então como poderiam ter sido feitas apenas 603 consultas? Acabei tendo que alterar os dados, já que o estabelecido era um mínimo de 72 atendimentos por médico ao dia. Os dados foram falsificados.

Como é a formação de um médico em Cuba?
Muito ruim. É uma graduação extremamente ideologizada, as aulas são teóricas, os livros são velhos e desatualizados. Alguns tinham até páginas perdidas. Aprendi sobre as doenças na literatura médica, porque não tinha reativo de glicemia para fazer um exame, por exemplo. Não dava para fazer hemograma. A máquina de raio-X só podia ser usada em casos extremos. Os hospitais tinham barata, ratos e, às vezes, faltava até água. Vi diversos pacientes que só foram medicados porque os parentes mandavam remédios dos Estados Unidos. Aspirina, por exemplo, era artigo raro. É triste, mas eu diria que é uma medicina quase de curandeiro. Você fala para o paciente que ele deveria tomar tal remédio. Mas não tem. Aí você acaba tendo que indicar um chá, um suco.

Como era feita essa "graduação extremamente ideologizada" que o senhor menciona?
Tínhamos uma disciplina chamada preparação militar. Ficávamos duas semanas por ano fora da universidade para atender a essa demanda. Segundo o governo cubano, o imperialismo iria atacar a ilha e tínhamos que nos defender. Assim, estudávamos tudo sobre bombas químicas, aprendíamos a atirar com rifle, a fazer maquiagem de guerra e a nos arrastar no chão. Mas isso não é algo exclusivo na faculdade de medicina, são ensinamentos dados até a crianças.

Como é o sistema de saúde de Cuba?
O país está vivendo uma epidemia de cólera. Nas últimas décadas não havia registro dessa doença. Agora, até a capital Havana está em crise. A cólera é uma doença típica da pobreza extrema, ela não é facilmente transmissível. Isso acontece porque o sistema público de saúde está deteriorado. Quase não existem mais médicos em Cuba, em função das missões.

Por que você resolveu fugir da missão na Bolívia?
Nasci em Cuba, estudei em Cuba, passei minha vida na ilha. Minha realidade era: ao me formar médico eu teria um salário de 25 dólares, sem permissão para sair do país, tendo que fazer o que o governo me obrigasse a fazer. Em Cuba, o paramédico é uma propriedade do governo. A Bolívia era um país um pouco mais livre, mas, supostamente, eu tinha sido enviado para trabalhar por apenas três meses. Lá, me avisaram que eu teria de ficar por dois anos. Eu não tinha opção. Eram pagos 5.000 dólares por médico, mas eu recebia apenas 100 dólares: 80 em alimentos que eles me davam e os 20 em dinheiro. A verdade é que eu nunca fui pago corretamente, já que médico cubano não pode ter dinheiro em mãos, se não compra a fuga. Todas essas condições eram insustentáveis.

Você pediu asilo no Brasil?
Pedi que o Brasil me ajudasse no refúgio. Aleguei que faria o Revalida e iria para o Nordeste trabalhar em regiões pobres, mas a Polícia Federal disse que não poderia regularizar minha situação. Consegui um refúgio temporário, válido de 1 de novembro de 2006 a 4 de fevereiro de 2007. Nesse meio tempo, fui à embaixada dos Estados Unidos e fui aprovado.

Após a sua deserção, sua família sofreu algum tipo de punição?
Eles foram penalizados e tiveram de ficar três anos sem poder sair de Cuba. Meus pais nunca receberam um centavo do governo cubano enquanto estive na Bolívia, mas sofreram represálias depois que eu decidi fugir.

Quando você foi enviado à Bolívia era um recém-formado. A primeira leva de cubanos no Brasil é composta por médicos mais experientes...
Pelo o que vivi, sei que isso é tudo uma montagem de doutrinação. Essas pessoas são mais velhas porque os jovens como eu não querem a ditadura. Eu saí de Cuba e não voltei mais. No caso das pessoas mais velhas, talvez eles tenham família, marido, filhos em Cuba. É mais improvável que optem pela fuga e deixem seus familiares para trás. Geralmente, são pessoas que vivem aterrorizadas, que só podem falar com a imprensa quando autorizadas.

Os médicos cubanos que estão no Brasil deveriam fazer o Revalida?
Sim. Em Cuba, os médicos têm de passar por uma revalidação para praticar a medicina dentro do país. Sou favorável que os médicos estrangeiros trabalhem no Brasil, mas eles precisam se adequar à legislação local. Além do mais, a formação médica em Cuba está muito crítica. Eu passei o fim da minha graduação dentro de um programa especial de emergência. A ideia era que eles reduzissem em um ano minha formação, para que eu pudesse ser enviado à Bolívia. O governo cubano está fazendo isso: acelerando a graduação para poder enviar os médicos em missões ao exterior.

Mais uma etapa superada...