segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Curiosidade...

Por que o dente dói com água fria?

A dor é uma reação do sistema nervoso.

Sentir dor no dente quando ingerimos algo muito gelado, como um sorvete, por exemplo, é algo que muita gente já sentiu. Para pessoas com dentes sensíveis, tomar algo gelado pode ser mais doloroso ainda. 

A sensação de dor se dá quando o frio daquilo que ingerimos atinge a polpa dos dentes, onde estão localizadas as terminações nervosas. Dessa forma, o sistema nervoso central, como uma forma de alertar e sinalizar que aquela situação não é adequada, provoca a dor. 

Pessoas com cáries sentem dor ao ingerir algo gelado de uma forma bem mais freqüente. Isso se dá pelo fato de que as bactérias destroem o esmalte do dente, um importante isolante térmico. A retração da gengiva também deixa a raiz do dente mais exposta, deixando sua polpa mais vulnerável às mudanças de temperatura.
http://www.brasilescola.com/curiosidades/por-que-dente-doi-com-agua-fria.htm

Piada...

O garoto apanhou da vizinha, e a mãe furiosa foi tomar satisfação: Por que a senhora bateu no meu filho? Ele foi mal-educado, e me chamou de gorda. E a senhora acha que vai emagrecer batendo nele?
http://www.piadasnet.com/piada1936curtas.htm

Devanear...

Leia um trecho erótico do livro "80 dias - A cor da Paixão"
Você nunca mais irá se achar feia após a academia depois disso...

Simón era bem mais voltado para a família do que eu. Brigava com os irmãos como cães e gatos, e com os pais também de vez em quando, mas falava com todos pelo menos uma vez por semana. Minha família e eu tínhamos um relacionamento bem feliz, mas eu conseguia passar facilmente seis meses sem ter notícias deles.

Ergui o olhar e o beijei. Ele tinha lábios carnudos e, na maior parte dos dias, barba por fazer. Simón reagiu ao toque dos meus lábios, me beijou com firmeza e me puxou delicadamente para o quarto, passando as mãos por baixo da minha camiseta e puxando o fecho do meu sutiã esportivo.

Ele havia aprendido uma das minhas peculiaridades: não tinha nada que eu quisesse mais quando estava aborrecida — desde que não fosse com ele — do que sexo. Eu sabia que era uma forma estranha e específica de consolo, só minha e talvez de uma pequena minoria da população feminina. O sexo colocava meus pés no chão como mais nada conseguia fazer, e era a única coisa na Terra, atrás talvez apenas de tocar meu violino, que me fazia sentir em paz.

Simón puxou minha calça de corrida para baixo e deslizou o dedo para dentro de mim. Uma onda familiar de prazer subiu pela minha coluna em reação ao toque dele.

— Eu devia tomar banho — protestei. — Estou toda suada.

— Não, não devia — disse com firmeza, me empurrando para a cama.

— Você sabe que gosto de você assim.

Era verdade, e ele tentava enfatizar isso com frequência. Simón gostava de mim como eu era, estivesse como estivesse, algo que sempre deixava claro ao me acordar com a cabeça entre as minhas pernas ou partindo para cima de mim quando eu terminava de me exercitar. Ele era um homem apaixonado que amava fazer amor e fazia tudo que podia para me agradar. Porém, tínhamos gostos diferentes na cama.

Ambos preferíamos não estar no comando.

Simón não era um homem dominador, e eu sentia falta desse traço de força, da firmeza do toque de Dominik e de outros homens como ele. Eu queria ser amarrada à cama e deixar que outra pessoa fizesse o que quisesse comigo. Simón tentou, mas nunca conseguiu aceitar a ideia de que podia genuinamente me machucar. Ele dizia que, mesmo de brincadeira, não podia amarrar uma mulher nem bater nela, e isso descartava spanking, uma das coisas de que eu mais gostava.

Ele era um bom homem. Eu sabia que me colocar por cima era bem mais o estilo dele do que o contrário, mas estava fazendo assim porque sabia que eu preferia. O fato de eu ter passado nosso relacionamento inteiro com uma sensação irritante de insatisfação era fonte constante de culpa, como um ferimento que não fechava, uma coceira que eu não conseguia coçar.

Eu queria, mais do que qualquer coisa, ser o tipo de mulher que ficaria feliz com todas as coisas comuns. Eu tinha até mais do que as coisas comuns. Não apenas um bom homem, mas um homem maravilhoso. Nós dois tínhamos bons amigos, ótima saúde e carreiras de sucesso. Mas, ainda assim, uma voz sussurrava no meu ouvido que a vida que eu estava vivendo não era a vida que eu queria nem uma vida certa para mim.

Simón queria se casar e ter filhos, e eu não. Era a única coisa sobre a qual realmente discordávamos e nunca conseguíamos resolver, e eu tinha uma sensação dilacerante de horror cada vez que eu o via olhando para uma vitrine de joalheria e para os anéis de noivado, ou sorrindo para um bebê na rua. 

Todas as coisas que o teriam deixado feliz e satisfeito para sempre eram coisas que me apavoravam e, na calada da noite, quando eu não estava distraída pelo trabalho nem por compromissos sociais nem correndo no frio, sentia como se alguém tivesse prendido um peso no meu pescoço, ou pendurado uma auréola acima de mim que era tão pesada que eu não conseguia segurá-la no ar. Às vezes, sentia como se fosse ser esmagada sob o peso da minha própria vida.

Duas semanas se passaram, e meus sonhos estavam cheios de água agitada e do som da voz de Dominik.

Eu acordava de manhã, assustada, como se tivesse sido arrancada do sono por um leão.

Apesar dos meus medos e das minhas preocupações, o tempo passou, como sempre passava. Eu corria todos os dias, ensaiava, ia a eventos noturnos com outros casais, a maioria do cenário musical. Mas me sentia sem propósito, como um navio sem leme, como se minha vida estivesse gradualmente se dissolvendo no nada, um momento de cada vez.

http://mdemulher.abril.com.br/amor-sexo/reportagem/contos/leia-trecho-erotico-livro-80-dias-cor-paixao-760393.shtml

Tolerância zero... Pena capital!

Carro atingido por porche ficou destruído; quatro estavam no carro (Foto: Junior Barone / Aplicativo TEM Você)

Porche modelo Cayenne, ficou com a lateral destruída (Foto: Junior Barone / Aplicativo TEM Você)

Dono do carro foi detido para esclarecimentos (Foto: Reprodução / TV TEM)
Porsche que bateu em dois carros estava a 150 Km/h, diz polícia
Dono do carro é empresário de Marília (SP) e fugiu do local do acidente.
Quatro ficaram feridos; um continua internado e passou por cirurgia.

O Porsche que bateu em dois carros e deixou quatro feridos na madrugada deste domingo (9), em São José do Rio Preto (SP), estaria a uma velocidade de 150 Km/h no momento do acidente, que aconteceu na Avenida Aberto Andaló. A informação é da polícia. A velocidade permitida no local é de até 60 Km/h. O dono do carro negou que dirigia o veículo. Para a polícia, ele abandonou o local da ocorrência a pé. Câmeras de segurança vão ajudar a esclarecer o caso.

O dono do veículo, um empresário de 27 anos, de Marília (SP), foi identificado e levado à delegacia para prestar depoimento. Ele teria dito a uma funcionária do hotel onde estava hospedado que o carro havia sido roubado, mas aos policiais, contou que estava no veículo, mas como passageiro.

Dono do carro foi detido para esclarecimentos.

Na delegacia, o dono do Porsche não quis falar com a imprensa. Ele negou aos policiais que dirigia o carro na hora do acidente, mas não soube explicar quem era o motorista e porque fugiu do local sem prestar socorro. O rapaz foi detido no hotel onde estava hospedado. Segundo o registros policiais, ele tem passagens por estelionato, ameaça e porte ilegal de arma.
Após prestar depoimento, o homem foi liberado, mas passou por exames para identificar possível embriaguez. A polícia agora quer comprovar quem estava dirigindo o veículo.

Das quatro vítimas, uma, de 18 anos, continua internada. O jovem passou por uma cirurgia após fraturar uma das pernas e passa bem. As outras três vítimas foram levadas para hospitais da cidade, onde foram atendidas e liberadas.

Relembre o caso

O acidente aconteceu na madrugada deste domingo (9), na principal avenida de Rio Preto, a Alberto Andaló, por volta das 4h. Segundo informações da polícia, o Porsche, em alta velocidade, perdeu o controle e bateu em dois carros.

De acordo com informações do Plantão Policial, o carro de luxo trafegava na avenida quando atingiu o primeiro carro, onde estavam quatro pessoas. Um terceiro carro, sem passageiros, que estava estacionado, também foi atingido. De acordo com relatos, o motorista que supostamente provocou o acidente fugiu a pé, mas a polícia o localizou em um hotel da cidade.

Segundo o Corpo de Bombeiros, foi preciso serrar as ferragens de um dos carros para retirar o motorista e passageiros. A Perícia compareceu ao local para verificação e o acidente será investigado. Imagens do circuito interno de câmeras próximas ao local podem ajudar na investigação dos fatos.
http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2014/02/porshe-que-bateu-em-dois-carros-estava-150-kmh-diz-policia.html

Retada...


A cubana roda a baiana
Nenhum brasileiro assinaria um contrato como o imposto à médica cubana pelos irmãos Castro

"Rodar a baiana” é uma gíria brasileira. A médica Ramona Matos Rodríguez, que estava em Pacajá, no Pará, não deve conhecer essa expressão. Significa tirar a limpo uma situação, armar um barraco e tomar satisfação com alguém. A gíria nada tem a ver com os baianos, que costumam ser mais de ginga que de briga. A origem é o Carnaval carioca do passado, quando capoeiristas se fantasiavam de baianas, para reagir aos rapazes que beliscavam as moças nos blocos de rua.

Ramona era um dos mais de 7 mil médicos cubanos contratados pelo Brasil para uma missão louvável: atender as populações brasileiras totalmente desassistidas em municípios do interior. Ela desgarrou do bloco e rodou a baiana. Foi parar no barracão de Ronaldo Caiado, deputado federal do DEM. Péssima escolha de Ramona, já que Caiado é um dos símbolos da direita ruralista. Poderia ter-se abrigado no gabinete de Eduardo Suplicy. Ele perceberia como são violados os direitos humanos e trabalhistas de Ramona. Caiado a adotou como trunfo político. Ela pediu asilo porque se sente explorada – e também porque divergir do Estado cubano é crime passível de prisão.

A deserção de Ramona expõe fraturas inadmissíveis do Mais Médicos. Uma coisa é alguém ir como voluntário para um país em guerra, calamidade ou emergência. Você vai sem ganhar nada, movido pela solidariedade. Outra coisa é o profissional se mudar para o exterior num período sabático, com uma bolsa, para uma especialização. Sabe que ganhará menos. O caso do Mais Médicos é diferente. Em contrato de trabalho, o Brasil paga R$ 10 mil mensais a cada médico estrangeiro. Mas os cubanos só embolsam R$ 1.000. Do “resto”, cerca de R$ 1.500 são dados às famílias dos médicos em Cuba. E o “excedente”, R$ 7.500, vai para os donos dos passes: os irmãos Castro, eternizados no poder pela repressão e pela ausência de eleições.

Não dá para acreditar que Ramona ignorasse as restrições antes de vir para cá. Ela diz que não tinha internet e não sabia que ganharia menos que os outros médicos estrangeiros. Conta outra, Ramona. Mas, ao rodar a baiana, ela teve um mérito: exibiu o contrato entre Brasil e Cuba. Tornou públicas as irregularidades. Você engole? Estamos mal-acostumados com nossa liberdade, após a ditadura militar que produziu crimes horrendos como a morte do deputado Rubens Paiva? Queria ver um brasileiro, de qualquer ideologia, assinar um contrato com as cláusulas impostas pelo Estado cubano aos médicos.

Vamos só imaginar. O Brasil cederá médicos a um país africano que contrata estrangeiros. E aí, meu camarada, o negócio é o seguinte. Você só poderá tirar férias no Brasil, nada de viajar pela África, Europa, Ásia, esquece. Você será obrigado a relatar às autoridades brasileiras se receber visita de amigos ou parentes. Também não poderá se casar com estrangeiros, mesmo que eventualmente se apaixone. 

O Estado brasileiro ficará com 75% do salário que o país contratante pagar, tudo bem, companheiro? E você ganhará só 25%. Tem de se virar, afinal você é um profissional da Saúde e, por isso, um missionário. Ainda há um detalhe: mulher, marido, filhos não são autorizados a acompanhar você. 

Ficarão no Brasil. E não reclama lá fora não, porque estamos com sua família aqui, e você sabe que quem diverge do Estado brasileiro é de direita, contrarrevolucionário, reacionário e, por isso, um elemento antissocial, contra os pobres e carentes. Deve ser recolhido aos presídios. Imaginou?

Não faço ideia se Ramona conseguirá asilo no Brasil. Ou se continuará a trabalhar como médica. Conhecemos todos o destino dos boxeadores cubanos que buscaram asilo nos Jogos Pan-Americanos e foram mandados de volta para Havana por Lula, num avião da Venezuela de Chávez. Não sei se Ramona conseguirá asilo em Miami. Se eu precisasse me exilar em Miami, seria infeliz... Asilo, exílio, refúgio e deserção são gestos de desespero de cidadãos de uma ditadura, tolhidos nos direitos mais básicos, como a liberdade de expressão.

O episódio protagonizado por Ramona abriu fissuras num programa útil no sertão e nos confins do Brasil. O Mais Médicos não resolve as deficiências da Saúde, mas ajuda milhões de brasileiros a ter uma primeira avaliação ou diagnóstico. Se o pedido de refúgio de Ramona for imitado por seus colegas, aí Dilma, Lula e os irmãos Castro deverão se reunir, em torno de uma cachaça ou um rum envelhecidos, para reformular o Mais Médicos. E torná-lo justo e profissional.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ruth-de-aquino/noticia/2014/02/cubana-broda-baianab.html

Enfrentando a situação sem tabus ou viés religioso...

Falta educação sexual na escola e em casa

A conduta sexual precoce e muitas vezes inapropriada de crianças e jovens tem chamado a atenção no mundo todo. A agência de notícias britânica Press Association registrou mais de 2 mil problemas em escolas do país ocorridos entre janeiro de 2010 e setembro de 2013. Os números podem estar subestimados, já que muitas escolas preferem não notificar as autoridades.

Embora a maior parte dos problemas tenha ocorrido com jovens de 13 a 15 anos, até crianças de 5 anos foram afastadas ou punidas por comportamentos considerados inadequados como bullying, assédio, abuso, divulgação de pornografia ou sexting (envio de textos com conteú­dos sexuais). Os episódios foram dez vezes mais comuns entre garotos.

O fenômeno também tem sido visto por aqui. As escolas têm de lidar com questões cotidianas de comportamento sexual inapropriado de seus alunos. Entre os mais novos, parece haver dificuldade para perceber limites e de entender a repercussão que algumas condutas podem ter na relação com o outro.

As crianças são precocemente expostas, principalmente por causa da internet, a conteúdos que, talvez, não tenham maturidade para decodificar. Na ausência de um olhar mais atento de muitos pais, influenciadas pelo comportamento do grupo e com acesso rápido a toda sorte de imagens, elas passam a ver com naturalidade algumas atitudes. Enviar fotos com conteúdo erótico e escrever mensagens picantes podem fazer com que a barreira ao contato físico ou sexual diminua, tornando esses atos comuns.

A tendência aponta para a necessidade de a escola trabalhar mais cedo questões como corporalidade, sexualidade e limites. Em casa, a participação mais efetiva dos pais ajudaria as crianças a entender até onde podem chegar e o que pode ser considerado um comportamento inadequado ou abusivo.

Entre os adolescentes, a situação também preocupa. Recentemente, no Brasil, algumas situações que culminaram em tragédias (suicídio de algumas jovens) podem ter relação direta com a exposição pública da intimidade em redes sociais. O que muitos não percebem é que, no calor das emoções e do desejo, os jovens se exibem mais do que deveriam. O fato de perceberem menos risco no ambiente virtual contribui para isso. 

Imagens guardadas de comum acordo ou, ainda, captadas sem o conhecimento e o consentimento de quem se expõe podem vazar para a rede no momento em que o casal briga ou quando alguém se sente preterido. O resultado é devastador. Sem habilidade para lidar com uma crise dessa dimensão ou com vergonha de pedir ajuda, o jovem pode escolher um caminho sem volta.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/jairo-bouer/noticia/2014/01/bfalta-educacao-sexualb-na-escola-e-em-casa.html

Sem palavras...


Uma viagem com crianças ou falta muito?
Elas adoram repetir essa pergunta, fazem besteira, reclamam, celebram, mas é bom demais

Meias...protetor solar...bóia de braço...antialérgico! Sabia que eu tinha esquecido alguma coisa, o antialérgico, digo, depois da retrospectiva mental torturante que insisto em fazer depois de empacotar tudo às pressas. 

Pra quê, quer saber meu marido, para uma família de alérgicos ué, emendo, mas deixa pra lá. Ninguém vai precisar. Cruzamos o túnel e a filha caçula pergunta se falta muito. Faz dez minutos saímos de casa. Cacá, não começa, diz o pai. Carol, ainda estamos no Rio, diz a filha mais velha, cheia de experiência do alto de seus oito anos. Bem, é o dobro da irmã, realmente faz alguma diferença. 

Estamos combinados que não vamos nos irritar quando elas começarem a brigar, certo?, sussurro para meu marido. Elas andam muito implicantes. Implicam uma com a outra o dia todo. Princípio dos Zangados Anônimos comigo, me responde ele, bem-humorado, citando a recém-criada irmandade da qual só ele faz parte. O requisito desse grupo de apoio de um homem só é a vontade de parar de se irritar com bobagem.

Para ficar mais elaborado, propomos apenas quatro passos básicos.

1) Admitimos que somos impacientes com a teimosia infantil
2) Acreditamos que dentro de nós há força suficiente para nos devolver toda a paciência necessária
3) Admitimos nossas falhas
4) Depois de um destemido inventário moral de nós mesmos, concluímos que, em nome do amor, tudo pode ser dito sempre da melhor maneira, que não no modo zangado.

“Já estamos na estrada?“
“Não“, respondo, com o Sambódromo do nosso lado esquerdo da janela.
Gente, o que tá acontecendo aí atrás?, pergunto, me virando pela direita porque acordei com um torcicolo daqueles, ombros tensos, músculos doendo. Ela pegou meu brinquedo! Para de pegar o brinquedo dela. Mas é meu! Gente, olha a bobeira.
A discussão inútil segue, vira gritaria. Uma puxa o cabelo da outra. Bronca. Silêncio.
Olha as nuvens, olha, vocês estão perdendo, tento desviar o foco.
“Dois golfinhos!“ - uma diz que viu.
“Um hipopótamos de cabeça pra baixo!“
“Aquela parece uma boca gigante!“
“Um coelho falando!“
“Nuvem com som nunca vi!“
O jogo de criatividade e imaginação segue até o estresse seguinte.
“Para de olhar pra mi-nha-nu-vem!!!“
“A nuvem não pode ser sua!“
A briga quase recomeça. Entro na brincadeira com uma tática diversionista de novo.
“Vejam aquela! Igualzinho a um avião!!!“
“Mãe, aquilo é um avião!“
“Ah, bem que eu achei perfeita demais“
“Mamãe...“
“E agora, falta muito?“
Já foi pior. Teve viagem em que elas não só perguntaram o tempo todo se faltava muito, como brigaram a maior parte do tempo.
“Estrada!“, o pai anuncia.
Ouço vivas do banco de trás.
“Bota a música de viagem!“, pede Lelê.

A trilha sonora que elas pedem é America, de Simon & Garfunkel. “Laughing on the bus, playing games with the faces“, o rádio toca, o embromation infantil corre solto e quem ri no carro é a gente.
“Eu quero fazer xixi!".

Não tem acostamento, não tem lugar pra parar. Estamos numa via rápida e eu explico. Aguenta aí, mas quem disse que ela quer aguentar. Tira os ombros do cinto da cadeirinha, mando botar, o pai manda botar, a irmã entrega. Ela continua sem. Viro pro lado que o torcicolo deixa. FILHA...E filha reclama, a outra diz que tá ficando chato.

Shuffle no ipod. Músicas aleatórias. Entra um samba. Vai passar!, de Chico Buarque. Nos empolgamos na cantoria e caprichamos no refrão.
Ai que vida boa, ô Lelê!
Ai que vida boa, ô Cacá!!!
Elas se olham surpreendidas. É assim? Mais ou menos. E tentam acompanhar.
Hora de parar para o xixi e um croquete.
“Quero um cróqueti!“
“Não é cróqueti, é cro-qué-te!“

Levo a mais nova comigo para o banheiro. Escuto a faxineira comentar com uma cliente a porcaria que estava lá, urina na tampa, sinais de menstruação pelo chão, incrível como as pessoas são porcas. Falta de delicadeza, cuidado com o outro. Buscamos a última cabine, parecia limpa, chão molhado. Seco a tampa da privada, preparo a capinha de plástico. A menina resolve apoiar o brinquedinho em cima da papeleira. Pego o negócio e boto na minha bolsa.

“Não tira dali!“ - ela protesta.
“É pra guardar melhor, filha, aí pode cair no chão, é pior. Não mexe na minha bolsa, espera aí“.
Enquanto eu forro a privada, ela não espera e mexe na minha bolsa e tudo (eu disse,tudo) cai no chão. Não num chão qualquer. No chão de um banheiro público. No chão de um banheiro público de beira de estrada. Quase em câmera lenta, acompanho meus pertences baterem na beira da privada e caírem no chão como uma bola na trave. Dois foram parar na água, meu rinosoro e o tal brinquedinho. Ela chora por causa do brinquedinho. Eu brigo. Eu brigo de novo, e aí ela chora por causa da briga.

“Eu não acredito no que você fez, Carol, eu não acredito“, digo, alto, a irritação e o nojo me tirando do sério.
“Olha o que você fez!“.
Do lado de lá da porta, a faxineira me consola.
“Deixa, senhora, que eu limpo!.
“Não é de limpar, tudo meu caiu no chão“.
“Eu pego“.
“Tem coisa dentro da privada“.

Examino rápido o chão. Está molhado. Essa água, que será isso, meu Deus?
“Nem sei o que faço. Olha isso!“, digo para Carolina, buscando entre os troços espalhados o que eu poderia descartar de cara.
Do canto da cabine apertada, ela me olha quieta, calcinha abaixada.

“Você precisa parar com essa mania de fazer exatamente o contrário do que a gente pede. Pode ser periogoso um dia! Não dá“, digo, secando como posso as coisas e enfiando tudo na minha bolsa de volta. Nojo.
Pego emprestada uma luva com a faxineira, e jogo fora o rinosoro e o brinquedinho.
“Me dá!“, ela pede, e chora.

“Claro que não. Já era. Uma caixa de papelão que molhou toda com a água da privada. Nem pensar“.
“Mas tinha coisa dentro“
“Agora já era“.
“Vai crescer e fazer menos besteira“, diz a faxineira, mãe de seis, dois gêmeos.
“Eu sei, eu sei, mas isso de fazer o oposto do que a gente diz tá passando um pouco da conta, se a senhora me entende“, respondo, sabendo que ela deve estar me achando o fim, a impaciente.
“Criança, criança é assim. E ela é bebê, quando crescer...“
“Eu não sou um bebê!“, reclama Carol, entrando na conversa sobre ela.

Findo o processo no banheiro, voltamos para comer o croquete. Eu ainda chateada. Ela calada. Conto o que aconteceu pro meu marido.
“Ela tem que parar com isso. Um dia pode ser perigoso“.
Não, nós não ensaiamos essa frase. Letícia, a mais velha, tenta mudar o clima.
“Gente, vamos sorrir? Estamos de férias!“

Esboço um sorriso porque ela tem razão e, além do mais, sem combinar, ela também está me repetindo.  A menina exibe um astral ótimo. Parece a mais paciente de todos hoje. Quer ver o mapa, as cidades que vamos cruzar, saber quanto falta e onde estamos o tempo todo. Vou aderir aos Zangados Anônimos, aviso ao meu marido. A gente ri. Bem-vinda. Pelo menos minha bolsa não estava cheia, penso, já bancando a Poliana.

Os croquetes chegam, elas querem experimentar catchup.
“Eu posso?“, pergunta Letícia, intolerante a lactose.
“E eu?“, diz a cópia.
“Sim, podem, mas não assim, Carol! Isso não é mel“, digo, tirando da boca da criança a bisnaguinha de catchup.
“Porcaria, filha“.

A mesa tem um dispositivo para chamar o garçom. Elas querem apertar o tempo todo e inventam necessidades.
“Agora eu quero água“.
“Posso pedir outro cróqueti?“
“Croquete“.
Voltamos para o carro e a viagem segue. Paisagem verde, mas não tem vacas, reclama a mais velha. O pai explica: não estamos na temporada de vacas.

“Falta muito?
“Sim“
“Onde estamos?“
“Na estrada!“
“Mãe...“
Alguém está enjoada. Alguém pede música. Alguém não quer mais ouvir música. Alguém continua com o pescoço doendo.
“Falta muito?“
Aponto para a mais alta montanha da serra azul e distante no horizonte.
“Tá vendo aquele pico lá?“
A filha interessada em tudo arregala os olhos.
“Falta muito pra chegar lá, não é?“
Ela sacode a cabeça, um tanto decepcionada.
“Mas nós não vamos pra lá“.
“Ah que susto...“

Viajar é ótimo, com a família, sempre uma aventura. Eu não sei se vou descansar. Não é o melhor termo quando se está acompanhada de gente pequena repleta de energia. Mas quem está preocupado com isso?

Meus olhos ganham um brilho diferente, o branco fica mais branco e tudo vai ficando mais leve.
Nosso destino se aproxima, e vivas explodem do banco de trás. Vamos espairecer, esse é o verbo. Enquanto escrevo esta coluna, elas tentam chamar minha atenção de toda maneira. A criança menor rasgou o saquinho de pistache. Ouvi vários deles se espalharem pelo chão do hotel. Ela me olha com um sorriso que só mostra a arcada inferior sabendo que fez besteira, mais uma das muitas do dia e das que ainda vai fazer. Rápida, ela se prontificou a catar.

Não vou me irritar, mesmo se ela jogar tudo dentro da privada de novo. Temos uma série de cenas previsíveis pela frente e outras tantas surpreendentes por essa estrada. O caminho é longo. Ao lado delas, tudo é possível, até ficar respondendo à mesma pergunta sem parar. E isso é bom. Muita gratidão por ter esses três perto de mim.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/isabel-clemente/noticia/2014/01/uma-bviagem-com-criancasb-ou-falta-muito.html

Mais uma etapa superada...