segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Viva a sabedoria...

Os Regimes políticos e as Formas de governo segundo Aristóteles
  
Para Aristóteles o poder deveria ser de todos

Em sua obra “Política”, Aristóteles distingue regimes políticos e formas ou modos de governo. O primeiro termo refere-se ao critério que separa quem governa e o número de governantes. Temos, pois, três regimes políticos: a monarquia (poder de um só), a oligarquia (poder de alguns poucos) e a democracia (poder de todos). 

O segundo (as formas de governo) refere-se a em vista de quê eles governam, ou seja, com qual finalidade. Para o filósofo, os governos devem governar em vista do que é justo, de interesse geral, o bem comum. Sendo assim, são classificadas seis formas de governo: aquele que é um só para todos (realeza), de alguns para todos (aristocracia) e de todos para todos (regime constitucional). 

Os outros três modos (tirania, oligarquia e democracia) são deturpações, degenerações dos anteriores, ou seja, não governam em vista do bem comum.

Aristóteles faz uma análise crítica do meio pelo qual é distribuído o poder nas cidades (a cada um é dado o poder proporcional que lhe cabe). Para aqueles que assim pensam, a cidade se torna um modo doloroso da vida individual. Aristóteles, ao contrário, acredita que a coexistência política é o maior bem. 

Para os oligarcas e os democratas, “melhor seria viver sozinho, mas isso não é possível: precisamos do poder de todos para proteger o de cada um e dos outros” (Francis Wolff). A cidade se baseia na amizade e na não afeição, e não em um meio de defesa, pois não se trata do interesse de cada um, mas da felicidade de todos.

Aristóteles propõe então cinco possibilidades de candidatos ao poder: a massa (pobre), a classe possuidora, os homens de valor, o melhor homem e o tirano. Este é descartado por seu poder ser baseado na força. A massa poderia privar os outros em nome de si. 

A minoria possuidora governaria por interesses próprios. Os homens virtuosos ou mesmo o melhor homem excluiria os outros da decisão. A princípio, Aristóteles acredita que o poder deve ser de todos os cidadãos. Mas essa democracia tem algumas restrições.

Na democracia do tipo aristotélica, o povo é soberano. Todavia, existe uma restrição no conceito de liberdade, pois viver como bem entender contraria esse conceito para Aristóteles. 

As leis são a liberdade, a salvação, pois a partir do momento em que o povo faz o que quer, como se nada fosse impossível, a democracia se torna uma tirania. Viver como bem entender torna a democracia um individualismo, contrário ao que é o bem comum.

A democracia segundo Aristóteles deve então ser totalmente soberana, mas com duas limitações: não deve ir além dos órgãos de deliberação e julgamento, pois estes são poderes coletivos expressos em uma constituição (o conjunto do povo é superior a cada um dos indivíduos) e não exigem competência técnica; a segunda limitação é o dever de agir de acordo com as leis.

O filósofo põe em questão dois pontos:

O homem excepcional (o rei);
A regra geral (as leis).

O rei está sujeito às paixões, mas pode se adaptar aos casos particulares; já as leis são fixas, racionais, mas não se adaptam a todas as situações em particular.

Assim, Aristóteles mantém a ideia de que o povo delibera e julga melhor que o indivíduo, mas com o pré-requisito de que exista um número suficiente de homens de bem para qualificar as decisões, caso contrário, a realeza se mostra necessária.
http://www.brasilescola.com/filosofia/os-regimes-politicos-as-formas-governo-segundo-aristoteles.htm

Cultura...


Réquiem do liberalismo?

Emir Sader


O candidato neoliberal à presidência assinou documento comprometendo-se a não privatizar mais empresas, deixando furioso o ex-presidente da república, do seu partido, que considerava as privatizações uma obra prima do liberalismo brasileiro.

O PFL muda de nome, abandonando a referência ao liberalismo, para tentar passar por “democrático”. Quando havia adotado o nome de PFL, o partido proveniente da ditadura militar tentava esconder esse seu passado e nada melhor do que a roupa liberal. Com isso se distanciava do regime em crise e aderia ao novo governo. Não lhe custava nada. Afinal, o próprio golpe militar fora dado em nome do liberalismo, contra um suposto risco “totalitário” da esquerda.

Seguia a tradição da “guerra fria”, que reduzia tudo à oposição entre “totalitarismo” e “liberdade”. Em seu nome, da velha UDN golpista, se pregou e se apoiou a ditadura, a mais brutal ruptura com a liberdade na história do Brasil. Essa farsa liberal vinha de longe. O liberalismo nasceu entre nós no século XIX, convivendo com a escravidão – e traindo assim seu preceito fundamental da igualdade diante da lei – e tampouco foram os condutores da luta contra ela.

Posteriormente, o liberalismo foi a ideologia do regime oligárquico exportador da chamada “república velha”, uma ditadura social das elites econômicas. Foi também em nome do liberalismo que a direita se opôs ao regime getulista e a todos os governos até o golpe militar de 1964, sempre acenando com o apelo aos militares para soluções golpistas.

Foi sempre um liberalismo contra a democracia, contra o movimento popular, contra a luta pela igualdade econômica e social. Foi sempre um instrumento da perpetuação do poder das minorias.

Todos somos anti-neoliberais? Não. O consenso anti-estatal e que faz desaparecer o imperialismo, ainda é forte. Não nos enganemos. Adaptando a análise de Perry Anderson sobre a França para o Brasil, quando finalmente a esquerda chegou ao governo, tinha perdido a batalha das idéias. E tinha perdido para o liberalismo –político e econômico. De tal forma, que o liberalismo não apenas domina o entorno, quando a esquerda ganha, mas penetrou dentro da própria esquerda.

A desqualificação do Estado não por seus defeitos – seu caráter burocrático-repressivo a serviço da manutenção das estruturas de poder existentes -, mas por suas virtudes, reais ou pontenciais – universalização de direitos, regulação da circulação de capitais, garantia da soberania nacional – é uma tese liberal que ainda goza de muita força. Isenção de impostos para o capital, precarização ainda maior no mercado de trabalho, proliferação do ensino privado, da segurança privada, da saúde privada, etc., etc. Ao mesmo tempo que não se valoriza como uma empresa como a Petrobrás é a mais importante empresa brasileira de todos os tempos e uma das mais importantes do mundo – uma empresa estatal brasileira.

O Brasil luta, na sua política externa, não pelo justo protecionismo dos mercados nacional, sul-americano e do Sul do mundo, mas pela liberalização dos mercados para a exportação dos nossos produtos primários. O Banco Central atua praticamente como um banco independente.

Aceita-se o modelo de democracia liberal como o modelo identificado plenamente com a democracia. As concessões de emissoras privadas são tratadas como intocáveis, embora sendo concessão pública, renovável ou não, conforme determinados critérios públicos, ainda mais que se trata de um número limitado de canais de rádio e televisão.

O liberalismo econômico se acoplou ao liberalismo político, tornando-se ambos a ideologia da direita latino-americana, disfarçando-se de defensores da “sociedade civil”, do pluralismo, da liberdade de expressão – embora o façam por intermédio do mais brutal oligopólio midiático, etc. O direito de ir e vir é garantido para os capitais – com privilégio para os especulativos, que nem pagam impostos na Bolsa de Valores de São Paulo -, mas não para os indivíduos. Há forte oposição à regulamentação da circulação de capitais, mas se constrói um muro na fronteira com os EUA, no qual morrem por ano mais mexicanos do que todos os que morreram durante todo o tempo de existência do Muro de Berlim.

Essa é a farsa do liberalismo, mas também sua força, que ainda sobrevive, apesar da incomodidade dos que o defendem, de confessar que seguem sendo liberais. O debate ideológico com o liberalismo continua sendo o tema central da democracia brasileira, para que construamos a ideologia fundada na esfera e nos interesses públicos e não na esfera mercantil – substrato do liberalismo.
http://www.outrobrasil.net/

Entendendo...

Violência no Brasil, outro olhar

A repressão controlada e a polícia têm um papel crucial no controle da criminalidade 

A violência se manifesta por meio da tirania, da opressão e do abuso da força. Ocorre do constrangimento exercido sobre alguma pessoa para obrigá-la a fazer ou deixar de fazer um ato qualquer. Existem diversas formas de violência, tais como as guerras, conflitos étnico-religiosos e banditismo.

A violência, em seus mais variados contornos, é um fenômeno histórico na constituição da sociedade brasileira. A escravidão (primeiro com os índios e depois, e especialmente, com a mão de obra africana), a colonização mercantilista, o coronelismo, as oligarquias antes e depois da independência, somados a um Estado caracterizado pelo autoritarismo burocrático, contribuíram enormemente para o aumento da violência que atravessa a história do Brasil.

Diversos fatores colaboram para aumentar a violência, tais como a urbanização acelerada, que traz um grande fluxo de pessoas para as áreas urbanas e assim contribui para um crescimento desordenado e desorganizado das cidades. Colaboram também para o aumento da violência as fortes aspirações de consumo, em parte frustradas pelas dificuldades de inserção no mercado de trabalho.

Por outro lado, o poder público, especialmente no Brasil, tem se mostrado incapaz de enfrentar essa calamidade social. Pior que tudo isso é constatar que a violência existe com a conivência de grupos das polícias, representantes do Legislativo de todos os níveis e, inclusive, de autoridades do poder judiciário. A corrupção, uma das piores chagas brasileiras, está associada à violência, uma aumentando a outra, faces da mesma moeda.

As causas da violência são associadas, em parte, a problemas sociais como miséria, fome, desemprego. Mas nem todos os tipos de criminalidade derivam das condições econômicas. Além disso, um Estado ineficiente e sem programas de políticas públicas de segurança, contribui para aumentar a sensação de injustiça e impunidade, que é, talvez, a principal causa da violência.

A violência se apresenta nas mais diversas configurações e pode ser caracterizada como violência contra a mulher, a criança, o idoso, violência sexual, política, violência psicológica, física, verbal, dentre outras.

Em um Estado democrático, a repressão controlada e a polícia têm um papel crucial no controle da criminalidade. Porém, essa repressão controlada deve ser simultaneamente apoiada e vigiada pela sociedade civil.

Conforme sustenta o antropólogo e ex-Secretário Nacional de Segurança Pública , Luiz Eduardo Soares: "Temos de conceber, divulgar, defender e implantar uma política de segurança pública, sem prejuízo da preservação de nossos compromissos históricos com a defesa de políticas econômico-sociais. Os dois não são contraditórios" .

A solução para a questão da violência no Brasil envolve os mais diversos setores da sociedade, não só a segurança pública e um judiciário eficiente, mas também demanda com urgência, profundidade e extensão a melhoria do sistema educacional, saúde, habitacional, oportunidades de emprego, dentre outros fatores. Requer principalmente uma grande mudança nas políticas públicas e uma participação maior da sociedade nas discussões e soluções desse problema de abrangência nacional.
http://www.brasilescola.com/sociologia/violencia-no-brasil.htm

Curiosidade...

Por que o ferro a vapor passa melhor?

Ferro a vapor: por que ele é melhor?

Passar roupa é de longe uma das tarefas caseiras mais condenadas. Isso por que não é nada fácil fazer com que um tecido, depois de lavado, retorne à sua forma original.

Sabe aquela camisa que você comprou no último fim de semana? Na primeira lavagem ela já perde aquela aparência de “engomadinha”. O que fazer então? Não se preocupe, é para isso que serve a tecnologia, afinal, já estamos no século XXI!

Dentre as técnicas mais modernas e acessíveis para a passagem de roupas está o ferro a vapor, uma versão atualizada dos antigos artefatos até então usados para essa tarefa. O diferencial do ferro a vapor está no jato.

E o porquê da eficiência desse ferro?

Ao passar uma camisa, o que se pretende é amassar todas as suas fibras até que elas adquiram a forma desejada e, para isso, o calor proveniente da energia térmica é um ótimo auxiliar.
E não basta o calor? Para que serve o vapor? Pois bem, o vapor úmido ajuda a amaciar as fibras, fazendo com que as peças se tornem mais fáceis de passar.

A prova disso é que é muito mais fácil passar uma roupa úmida, recém tirada da centrífuga, do que outra que tenha secado ao sol.

Agora imagine se ainda hoje fosse preciso lançar mão daqueles pesados ferros dos “tempos da vovó”, como este aí da foto? Sem vapor, heim?
http://www.brasilescola.com/curiosidades/por-que-ferro-vapor-passa-melhor.htm

Piada...

Conversa de casados: Querido, o que você prefere? Uma mulher bonita ou uma mulher inteligente? Nem uma, nem outra. Você sabe que eu só gosto de você.
http://www.piadasnet.com/piada1928curtas.htm

Devanear...

Leia um trecho apimentado do romance erótico "Um Amor Submisso"

O livro, escrito por Sophie Morgan, é a continuação de "O Diário de uma Submissa" (Fontanar) e será lançado no Brasil em outubro. Depois de ler, você vai começar a contar os dias para o próximo mês.
Publicado em 13/09/2013Conteúdo NOVA

Eu sabia quando era o aniversário dele. Ele havia mencionado casualmente algumas semanas antes e eu adicionei o evento em meu calendário on-line no dia seguinte. Não sei se seria um exagero confessar isso, então fiquei quieta.


- Pode abrir. - Fiquei corada. Para variar.

Ainda surpreso, ele desfez o laço e abriu a tampa. Levantou um pequeno objeto de plástico com alguns botões; parecia um daqueles aparelhos que abrem a porta da garagem. Ele claramente não sabia o que era. Eu me senti o máximo. Era óbvio que o surpreendi. Mesmo assim, minha voz ainda estava cheia de vergonha quando falei.

- Leia o bilhete. Ele abriu o bilhete e leu as palavras que eu havia escrito com letras azuis caprichadas. - Acho que nós dois sabemos que você tem a habilidade de acionar meus pontos certos de todos os jeitos mais divertidos. Agora você pode fazer isso literalmente. Você está segurando o controle remoto de um ovo vibrador. Você já deve saber onde ele está neste momento. Os botões ligam e desligam o vibrador e variam a velocidade. Quer brincar?

Ele levantou o rosto como uma criança superanimada na manhã de Natal. Ri comigo mesma, sabendo que o brinquedinho o agradaria. Ele sussurrou de susto, mas também porque sabia que não gostaríamos que o pessoal ao nosso redor brincasse conosco.

- Isso é demais. Você é demais. Nunca ouvi falar nisso, muito menos usei um.

Dobrou o bilhete com cuidado, colocou-o na caixa com o laço e a caixa de volta na minha bolsa. Colocou o controle remoto no bolso. Não demorou muito até que encontrasse o botão de ligar. Eu tinha esticado a mão para pegar meu café e quase derramei tudo quando, de repente, senti as vibrações lá dentro de mim. Olhei para Adam e ele sorriu.

Ele o deixou ligado e gradualmente aumentou a velocidade. Tentei ler o jornal, mas era impossível. Não conseguia me concentrar em nada e minha mão ainda tremia, o que fez com que levantar a caneca fosse um esporte perigoso.

Eu me inclinei e coloquei a cabeça em seu ombro, como se estivesse lendo o jornal com ele, mas na verdade eu estava me concentrando para não morrer. Não tinha como ter um orgasmo desses em público - torci para que não tivesse -, mas eu estava cada vez mais molhada e com vergonha. Eu me xinguei por ter inventado essa ideia imbecil. Comecei a ter memórias no estilo do filme Harry e Sally. Ninguém quer ter isso.

Cravei as unhas no braço dele e de repente tudo parou. Percebi o quanto estava tensa e finalmente relaxei, voltando ao meu lado do sofá. Respirava rápido, peito subindo e descendo. Ainda bem que não tinha ninguém sentado por perto. Podiam achar que eu estava tendo um ataque de asma.

Ele tirou a mão do bolso e virou a página do jornal. Começou a conversar comigo como se nada estivesse diferente. Fui voltando ao meu normal e comecei a relaxar enquanto terminávamos nossas bebidas. Nós nos levantamos e fomos para a saída. Quando ele abriu a porta para mim, não percebi que sua mão estava no bolso. Quando saí na rua ensolarada, senti um pulsar na minha vagina e quase tropecei, cheguei a soltar um pequeno berro agudo. Acho que ninguém percebeu, mas ele deu uma gargalhada, andando atrás de mim e imaginando como o filme seria divertido. A cara de louco poderoso dele me fez rir, apesar de eu estar me perguntando como ia conseguir me sentar durante um filme todo e me concentrar. Graças a Deus, escolhemos um filme popular cheio de explosões em vez de um filme cabeça.

Recebi mais algumas surpresas enquanto caminhávamos para o cinema, mas na maior parte do caminho ele me deixou em paz. Ele me agradeceu por dar tamanho controle para ele, mas avisou que não seria tão responsável, caso eu ainda não tivesse percebido.

Nós nos sentamos. Em um dia comum, fico irada com a quantidade de propaganda que colocam antes dos filmes, mas com Adam usando esse momento para me torturar, eu estava mais desesperada pelo começo dos trailers do que nunca. Ele apertava todos os botões e perguntava o que as diferentes combinações estavam fazendo comigo - vibrações constantes, pulsações etc. Expliquei da melhor maneira que pude, sussurrando por entre a mandíbula tensa, enquanto ele variava as programações.

Acho que teria sido mais fácil me concentrar se ele tivesse deixado o brinquedo vibrando, mas passou as duas horas seguintes me torturando. Fazia questão de mudar o estilo antes que eu me acostumasse à sensação, me levando à loucura e fazendo com que eu me segurasse nele de novo. Em um determinado momento, quando as explosões estavam tão altas que poucas pessoas no cinema sentadas perto de nós conseguiriam ouvir, ele se inclinou para sussurrar no meu ouvido e perguntou se eu estava molhada. Escondi meu rosto em seu ombro e fiz que sim com a cabeça.

Colocou a mão na parte interna de minha coxa e alisou mais para cima - ainda bem que os frequentadores de filmes aos sábados de manhã gostam mais de filmes para famílias, então não havia ninguém naquela fileira. Devagar, moveu o dedo para cima e para baixo na costura do meu jeans e disse que dava para sentir as vibrações. Foi quando dei um chute em sua canela. Já tinha passado do nível de me preocupar se ia ter problemas com isso, apesar de ele admitir mais tarde que mereceu minha punição. Tirou a mão de minha perna e a colocou sobre meus ombros. Manteve o controle na outra mão e fez de tudo para que eu não tivesse descanso. Nem vi o filme direito - ele acabou me dando o DVD mais tarde -, e quando terminou eu só conseguia pensar em uma coisa, e não era no preço elevado da pipoca do cinema. Finalmente, as luzes se acenderam. Ele estava sorrindo para mim.

- E aí. Quer fazer o que agora?

Durante um minuto, não consegui falar. O que ele achava que eu queria fazer?

- Almoço? - Ele estava se divertindo tanto. Não sei se o achei cativante ou irritante. A pulsação entre minhas pernas não me ajudava a escolher. No final, achei que ser educada contaria mais a meu favor.

- Podemos ir pra casa, por favor?

Ele fez carinho no meu braço com um dedo; tremi. Não havia como almoçar sem derrubar tudo. Depois de segundos longos e desesperadores, teve pena de mim.

- É claro que sim.

Ele deixou o ovo em uma programação constante durante o caminho todo para casa, mas o vibrador ainda pulsava enquanto eu andava, então não tinha como ignorá-lo, até porque pesava e se movia dentro de mim, causando ondas fortes de prazer.

Quando chegamos, ele desligou o ovo pela primeira vez em horas. Eu me dei conta de como estava molhada. Será que teria a chance de me arrumar e trocar de calcinha antes de ele decidir fazer alguma coisa maquiavélica comigo? Claro que não. Que otimista.

Assim que entramos na sala, ele veio para trás de mim. Suas mãos envolveram meu corpo e pegaram meus seios enquanto sua boca veio para meu pescoço e ombro, beijando e dando mordidas de leve. Foi como se estivesse esperando até o momento em que fechássemos a porta e tivéssemos privacidade. De repente, percebi que eu o estava atiçando sem querer, pelo mesmo tempo em que ele esteve me atiçando. Ele abriu meu jeans e o deslizou pelo meu quadril, e depois colocou a mão entre minhas pernas. Riu devagar.

- Sua calcinha está encharcada.

Tentei fechar as pernas, mas ele bateu nelas devagar, então deixei-as abertas. Ele me empurrou e me inclinou no braço do sofá, abaixando minha calcinha, que ficou nas pernas junto com o jeans. Pegou a corda fina de plástico que saía da minha boceta e a puxou. Fiquei sem ar quando o ovo foi parar na mão dele.

Em poucos segundos, estava sem ar de novo. Não o ouvi abrindo a calça nem o som familiar do preservativo sendo desembalado, e sem aviso ele se enfiou lá dentro de mim. Eu estava tão excitada que entrou com facilidade, mas dei um grito de surpresa e cravei as unhas na almofada quando ele começou a se mexer.

Colocou a mão em minha boca e pressionou alguma coisa contra meus lábios. Levei um segundo para perceber, mas era o ovo que tinha passado tanto tempo dentro de mim. Travei os dentes. Ele ficou parado por um momento e depois puxou meu cabelo em sinal de aviso. Abri os lábios e tomei meu brinquedo molhado na boca, provando meu próprio gosto. Continuou me comendo com força e não demorou muito para que também ficasse excitado e tivesse um orgasmo. Ele respirava com força quando se afastou para tirar a camisinha. Quando voltou, abriu a mão na frente de meu rosto e eu abri a boca, deixando o ovo na palma de sua mão.

Ele me ajudou a me sentar no sofá, afastou minhas pernas e se ajoelhou no chão na minha frente. Em segundos, estava me chupando. Assim como na primeira trepada, não teve preâmbulos nem preliminares, apenas a pressão decidida e firme no meu clitóris enquanto me lambia e sugava. Senti seus dedos entre minhas pernas e depois senti o brinquedo sendo introduzido de novo.

Ele o ligou e eu ergui meu quadril, me esfregando contra o rosto dele enquanto ele persistia no meu clitóris. Colocou o aparelho na vibração mais rápida e me lambeu várias e várias vezes. Segurei seus cabelos e gemi muito alto. Estava perdida.

- Por favor, posso gozar? — gemi. Eu sei. Não era uma coisa que eu costumava pedir se não recebesse uma ordem direta para isso, mas não ia arriscar uma interrupção por nada no mundo.

Ele fez que sim e continuou chupando. Eu me curvei para cima de novo e continuei segurando seus cabelos. Senti como se a língua dele estivesse vibrando quando gozei, gritando de prazer até me encostar no sofá de novo.

Ele afastou a boca e desligou o ovo antes de subir no sofá e se juntar a mim. Deitada com a cabeça no colo dele, eu me parabenizei pelo ótimo plano bem-executado. Posso dizer que Adam parecia estar tão satisfeito quanto eu, o que me deixou feliz e me fez sentir como uma deusa por um instante. Todo mundo sai ganhando.
http://mdemulher.abril.com.br/amor-sexo/reportagem/contos/leia-trecho-apimentado-romance-erotico-amor-submisso-753912.shtml

É meu!!!


Crianças que possuem demais
Elas já tendem a acumular muita tralha, não comece essa loucura antes mesmo delas nascerem, pelo bem delas e do planeta

Eu devia passar batido, mas ainda me chamam a atenção declarações de celebridades grávidas que, empolgadas no novo papel de mãe, se aventuram a dar entrevistas falando dos closets, do megaenxoval que trouxeram de Miami, das tantas roupas e dos tantos presentes que o bebê ganhou antes mesmo de nascer.

Tsc tsc tsc.

Se elas soubessem quanta tralha uma criança é capaz de juntar em pouco tempo, talvez fossem mais contidas na largada.

Bebês podem até triplicar de peso no primeiro ano de vida. Roupinhas e sapatinhos se perdem com muita facilidade. Há diversos sites especializados capazes de darem ótimas dicas sobre a quantidade ideal de fraldas, roupinhas e casaquinhos de que um bebê vai precisar.

Sapatos, aliás, são um desperdício. Bastam uns poucos pares para fazer graça para a plateia. Geralmente incomodam ou caem do pé.

Enfeites para o cabelo de meninas são outro problema. Neste verão inclemente do Rio, já vi bebês carecas na rua com faixas de pano tão largas que tapam (e abafam) metade da cabecinha. Deu dó. Deveriam proibir. Além do mais, não vale a pena comprar tanta coisinha. Eu, por exemplo, ganhei e comprei aqueles lacinhos para fixar com sabão de coco na careca do neném, além de presilhas delicadinhas, projetadas para penugens.

Minhas duas filhas nasceram com tanto cabelo que poderiam ter saído da maternidade com dreads. Melhor conhecer sua filha antes de se aventurar nesse gasto inútil. Costumo sugerir também que fujam daquelas bolsas fofas para carregar as coisinhas do neném que vão penduradas num ombro só. Gente, mochila! Ainda não inventaram nada melhor para deixar os dois braços livres.

É verdade que bebê golfa, fralda vaza, leite pinga. Haja troca de roupa. Só que não é esse desatino todo. Bebês não precisam de tanto, muito menos de um closet.

Aliás, ninguém deveria precisar de tanta coisa. E é disso que eu gostaria de falar: do consumo desenfreado. Uns chamam de fartura, mas é puro desperdício.

O excesso que pauta a ideia do que precisamos ter para viver está tirando a noção de muita gente. Desde que os sacos de pipoca quadruplicaram de tamanho passamos a acumular em casa e no corpo os excessos da vida insustentável. Consumimos e comemos demais. 

A obesidade como epidemia, inclusive entre crianças, é a prova material disso. Está faltando freio. Ostentar virou um modo de vida numa sociedade cheia de peças faltando. E abro um parêntese importante aqui para dizer que mania de acumulação não é privilégio dos ricos, muito menos dos famosos. 

Pode ser que as celebridades, depois das declarações públicas, promovam uma doação em peso de tudo que ganharam e, para não magoar ninguém, façam segredo disso. Vai saber.

O apego é um hábito ruim e democrático: assola pessoas das mais variadas classes. E não afetam só o fulano que pode se tornar um consumidor compulsivo eternamente insatisfeito, como até pesquisas mostram. Há males nesse comportamento que prejudicam todos ao redor.

Pesquisadores da Northwestern University (EUA) encontraram uma forte correlação entre indivíduos materialistas e um comportamento antissocial, egoísta e competitivo.  Segundo esse estudo, publicado em 2012, a tendência da pessoa materialista é apresentar um nível maior de ansiedade e insatisfação com a própria vida. 

São pessoas que costumam dar ênfase demais a si mesmas e não se envolvem de forma profunda e colaborativa com os demais, de acordo com os experimentos conduzidos por psicólogos e médicos.

O egoísta é aquele que depois vai, no mínimo, estacionar o carro na vaga de cadeirante ou de idoso sem pertencer a nenhuma das duas categorias porque “precisava urgentemente“. A urgência dele é sempre maior do que a do outro.

A identidade de uma pessoa não depende apenas de sua índole. Sofre influência do ambiente e da interação até circunstancial com os outros. Por um complexo sistema de trocas subjetivas é que o aprendizado acontece enquanto incorpora valores nos quais acredita. 

Se ela cresce acostumada à ideia de que precisa de muito, jamais saberá o que é lidar com pouco, não entenderá a diferença entre o que é e o que tem, desenvolvendo  grandes chances de buscar aceitação social por aquilo que possui.

Dosar as posses dos nossos filhos é algo que está em nossas mãos durante um certo (e curto) período da vida deles. É uma atitude que, por um lado, ensina um pouco sobre desprendimento e, por outro, auxilia na organização da própria vida. Cabe aos responsáveis estabelecer regras e apresentar propostas sadias para que o quarto do filho - e consequentemente a vida dele - não se torne um depósito infinito de tudo que ele irá ganhar durante a vida.

Crianças requerem atenção redobrada porque são seres em formação. Estão mais propensas a terem o foco desviado. Presas fáceis dos comerciais na televisão, conhecem todos os brinquedos que não têm. Querem quase tudo porque está para nascer o ser humano imune a tanto apelo. 

Ensiná-las nesse ambiente adverso dá mais trabalho. Passa pelo exemplo e pelo convencimento, ou você ouvirá da sua filha de quatro anos que seu armário também está cheio de roupas, quando a ela for negado um novo brinquedinho no mesmo dia em que você tiver comprado uma blusa.

Lá em casa, chegada a hora de se desfazer de brinquedos e roupas, sempre rolam discussões e argumentações que aos poucos constroem nas crianças um pouco dos princípios nos quais eu e meu marido acreditamos. É preciso abrir mão enquanto o brinquedo e a roupa forem úteis e bons a quem os herdar. Não podemos ter vergonha daquilo que estamos doando. E se sentir saudade depois daquilo que perdeu, ótimo, faz parte do crescimento também saber lidar com perdas.

Crianças que possuem demais sofrem do mesmo mal do adulto obrigado a fazer escolhas em demasia todos os dias. Não valorizam o que têm, perdem tempo e sentem-se perdidas.
Essa é a lógica que procuro empregar na minha vida, mas quem ouviu aquele disparate da filha de quatro anos fui eu.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/isabel-clemente/noticia/2014/02/criancas-que-bpossuem-demaisb.html

Mais uma etapa superada...