terça-feira, 11 de março de 2014

Cultura...

Cinquenta anos depois do Golpe, livros trazem olhar crítico sobre feridas ainda abertas

Período que deixou marcas profundas no País ainda rende reinterpretações.

Como seria fácil de prever, a efeméride dos 50 anos do Golpe de 1964 constitui ocasião para uma série de lançamentos. Não se pode usar propriamente o termo "comemoração" neste caso, mas datas redondas dão motivo a balanço e reflexão sobre eventos históricos importantes ou traumáticos. 1964 foi as duas coisas.

Alguns dos lançamentos mais significativos são 1964: o Golpe, de Flávio Tavares (L&PM), Ditadura e Democracia no Brasil - 1964: 50 anos Depois, de Daniel Aarão Reis (Zahar) e Ditadura à Brasileira: 1964-1985 - a Democracia Golpeada à Esquerda e à Direita, de Marco Antonio Villa (LeYa).

Entre os relançamentos, um destaca-se pela importância: a tetralogia Ditadura (Envergonhada, Escancarada, Derrotada e Encurralada), do jornalista Elio Gaspari. Não se trata de reimpressão. Doze anos após a primeira edição, Gaspari incorporou bibliografia editada no período e documentação não disponível na época. Essa reedição, da Intrínseca (a primeira foi da Cia das Letras) vem também no formato digital. Os e-books têm a vantagem de remeter a vídeos e documentos.

Em sua apresentação ao volume 1 de As Ilusões Armadas - a Ditadura Envergonhada, Gaspari nota que a atualização da obra se fazia necessária por dois motivos: a divulgação das atas de duas reuniões do Conselho de Segurança Nacional, em julho de 1968, e a evidência de que o golpe contra o governo de João Goulart já vinha sendo tramado no gabinete do presidente John Kennedy, desde 1962. Um áudio registrado em 7 de outubro de 1963, portanto 46 dias antes do seu assassinato em Dallas, mostra Kennedy como um "campeão desse projeto". Ou seja, a derrubada do governo brasileiro.



A participação norte-americana no golpe é um dos destaques do livro de Tavares, o único que se ocupa exclusivamente da deposição de Goulart. Todos os outros – e Gaspari em quatro volumes – avançam pelo período da ditadura em suas diferentes fases e presidentes – Castello Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo. De uma primeira fase, do golpe em 1964 a 1968, quando se decreta o AI-5 e a ditadura se escancara. Das trevas de1968 até 1978, quando os atos institucionais são revogados, vem a Anistia e a transição para a democracia, que para alguns se encerra em 1985, com o primeiro governo civil, e para outros se estende até 1988, com a Assembleia Constituinte.

Por concentrada, a narrativa de Tavares é trepidante. Recria o período tenso vivido pelo País desde a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, passando pela posse do vice, Goulart, e seu governo atribulado e esgarçado por demandas e pressões à esquerda e à direita.

Tavares, na época, era colunista do jornal Última Hora e privava da intimidade de políticos e gabinetes de Brasília. Foi testemunha dos fatos, o que empresta ao seu relato caráter diferenciado.

Tavares destaca como Washington logo entrou no jogo da deposição de Jango pelo embaixador dos EUA no Brasil, Lincoln Gordon, e, mais adiante, com colaboração do seu adido militar, Vernon Walters, que deixou sua missão na Itália para conspirar contra o governo brasileiro. Detecta também a enxurrada de dólares despejada no Brasil após a reunião entre Kennedy e na Casa Branca em 1962. O dinheiro entrava pelo Royal Bank do Canadá e não pelo Bank of America para não despertar suspeitas. De acordo com o autor, mais de 200 candidatos ao Senado, Câmara Federal e Assembleias Estaduais, considerados amigos dos EUA e inimigos dos comunistas, foram beneficiados com verba generosa. Além disso, financiavam-se institutos como o IPÊS e o IBAD, que tinham função de propagar o receio ao "perigo vermelho" e preparar o clima do golpe. O fundamental era disseminar o medo, inclusive pelos filmes alarmistas.

Há um livro fundamental sobre o assunto, de Denise Assis, Propaganda e Cinema a Serviço do Golpe: 1962-1964 (Mauad, 2001).

O fato é que o golpe segue uma dinâmica implacável, quando visto em retrospecto. O comício da Central do Brasil, de 13 de março, no Rio, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo, no dia 19, o clima terrível de tensão, com o governo apoiado por sindicatos e organizações populares, hostilizado pela classe média, alguns governadores de Estado, pelos meios de comunicação e por parte da hierarquia militar. A bomba só precisava de um estopim para explodir e ele veio no dia 25, na forma da rebelião dos marinheiros, liderados por José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, que depois se revelou um agente provocador.

Os militares interpretaram a insurreição como insuportável quebra de hierarquia, que serviu de espoleta para o golpe já armado havia muito. Quando o general Olympio Mourão Filho começou a descer com suas tropas de Juiz de Fora para o Rio, Goulart ainda pensou que pudesse segurar-se no cargo. Mas seu dispositivo militar foi caindo peça por peça e, avesso à resistência armada, partiu para o exílio. Na véspera do golpe, Washington havia enviado à costa brasileira uma força-tarefa com a finalidade de apoiar os rebeldes. Chamou-a de Operação Brother Sam. Como não foi necessária, já que o governo se desmanchara como castelo de areia, a força-tarefa deu meia-volta e retornou à base.

Havia outra alternativa? Não se sabe, e a história não trabalha sobre hipóteses. Mas, com tamanho radicalismo, uma polaridade que não comportava meios tons, o clima da Guerra Fria, os caminhos do entendimento pareciam fechados. Como escreve Elio Gaspari, "Tratava-se de buscar tamanha mudança no poder que, em última análise, durante o dia 31 de março tanto o governo (pela esquerda) como os insurretos (pela direita) precisavam atropelar as instituições republicanas".

Jango ainda tentou um último discurso no Automóvel Clube, alternando radicalismo e conciliação. Era tarde. Precisava escolher um lado e não o fez. Pressionado pelos militares a abandonar a esquerda, negou-se. Alinhar-se radicalmente às forças populares, também lhe era demasiado. "Esse passo, de natureza revolucionária, Jango não deu", comenta Gaspari. Indeciso e abandonado, caiu.

Essa narrativa é mais ou menos consensual, porque se atém aos fatos, porém as interpretações divergem em pontos específicos e ênfases são colocadas em lugares, pessoas e instituições diversas. Por exemplo, em Ditadura à Brasileira, Villa minimiza a participação norte-americana, ao contrário do que se lê em 1964 - o Golpe, de Flávio Tavares, que também foi correspondente do Estado. Este ainda acrescenta que o Secretário de Estado, Dean Rusk, chegou a mandar ao novo governo brasileiro a conta de US$ 20 milhões pelas despesas com a Operação Brother Sam. O embaixador Lincoln Gordon conseguiu convencer Rusk de que não ficava bem para os EUA cobrar pelo apoio a um golpe de Estado, mesmo que este viesse a pretexto de defender a democracia. No entanto, no último capítulo do seu livro, Villa garante que "a participação dos EUA nos acontecimentos de 1964 é ínfima". Sua tese é que os radicalismos de direita e de esquerda somaram-se para produzir esse monstrengo histórico e mantê-lo em pé.

Quanto durou o período ditatorial é, também, matéria de debate. A cronologia consagrada vai de 1964 a 1985, 21 anos, ou seja, do golpe até quando toma posse o primeiro presidente civil, José Sarney, substituindo o eleito pelo Colégio Eleitoral, Tancredo Neves, que adoeceu e morreu sem assumir. Mas em seu livro, Daniel Aarão Reis entende que a ditadura brasileira durou 15 anos, de 1964 a 1979, seguindo-se um período de transição até a Constituinte de 1988. Marco Antonio Villa faz um abatimento ainda maior, considerando que o período de 1964-1968 não pode ser considerado ditatorial, mesmo que nele tenha havido uma série de atos institucionais, cassações e limitações à sociedade civil. Ditadura, para ele, só após o AI-5.

A questão da cronologia não é neutra. De acordo com Aarão Reis, considerar ditadura da derrubada do governo Goulart ao momento em que um civil reassume a presidência equivale a limitar tanto o golpe como o regime exclusivamente ao âmbito de responsabilidade militar. Sua tese é de que houve um consórcio entre militares e civis que permitiu a vitória do golpe de Estado e o estabelecimento do regime, no qual os militares ocupavam o topo da pirâmide do poder, mas não eram seus exclusivos beneficiários e mantenedores. Em narrativa crítica e enxuta, Reis toca nesse ponto incômodo, o de que não existem ditaduras sem coniventes e colaboradores, tal como sucedeu na Alemanha nazista, na França ocupada ou no fascismo italiano.

Aconteceu também aqui no Brasil. E se esse período traumático e recente ainda enseja tanta paixão e reinterpretações é porque deixou fundas marcas no Brasil, feridas abertas ainda hoje, com muitos dos seus protagonistas vivos e atuantes. Características de 1964, como a polarização sem trégua e o instinto golpista ainda sobrevivem entre nós, com outras roupas. Sente-se nesses livros, porém, que a pura paixão, ainda que presente em suas páginas, concede espaço à racionalidade, sem a qual não se compreendem os traumas e nem mesmo a ventura de um país.

Como diz Reis no belo enganche final de sua obra, "não há como se libertar da ditadura sem pensar nela... e o pensamento crítico pode constituir a melhor defesa da democracia." Este poderia ser um ponto de consenso entre autores tão divergentes.

Entendendo...

Estado e religião: A convivência nem sempre fácil entre o poder político e o espiritual

É célebre a passagem do Novo Testamento, em que Jesus, questionado se os judeus deveriam pagar impostos a César, respondeu com a frase: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". A frase tornou-se um lema da separação entre o mundo espiritual e o mundo das coisas materiais, entre a separação que deve haver entre o Estado e a Religião. Ao longo da História, diferentes experiências nasceram da relação entre Estado e confissões religiosas, e acabaram por comprovar que a independência entre essas duas forças sociais oferece benefícios aos cidadãos que almejam viver em liberdade.

Teocracias

Teocracias são regimes em que o poder político é exercido, em nome de uma autoridade divina, por homens que se declaram seus representantes na Terra, quando não uma encarnação da própria divindade. O exemplo mais próximo de nós - talvez o único existente nos dias atuais - é o Vaticano.

Seu governante, o papa, ocupa, ao mesmo tempo, o cargo de administrador temporal do território incrustado na cidade de Roma, na Itália, e, também, o de sumo sacerdote de uma das principais confissões religiosas do mundo, o Catolicismo, escolhido para o cargo por um colégio de cardeais que se acredita, para tanto, inspirado por Deus.

Mas há outros exemplos de teocracias. No Japão, até o fim da Segunda Guerra Mundial, o imperador era considerado descendente direto dos deuses que criaram a Terra. O Tibete, hoje ocupado pela China, antes vivia sob a direção de um dalai-lama (supremo sacerdote e guia espiritual do budismo tibetano). E se caminharmos rumo ao passado mais distante, basta lembrar do Egito, onde o faraó era, ele mesmo, um deus, descendente direto do deus Hórus.

Estados confessionais

Neste início de século 21, no entanto, se desejamos refletir sobre as relações entre religião e Estado, devemos nos referir ao Estados confessionais, países em que uma única confissão religiosa é reconhecida oficialmente pelo Estado, recebendo, em certos casos, os privilégios decorrentes dessa condição.

Contudo, há, entre esses Estados, grandes diferenças. O Catolicismo, na Argentina, ainda que seja a religião oficial do país, não possui qualquer privilégio. O Protestantismo Luterano é a religião oficial da Dinamarca, mas sua influência na sociedade dinamarquesa não se assemelha nem um pouco ao poder exercido, por exemplo, pelo Islaminsmo no Irã, onde, depois da revolução que depôs o xá Reza Pahlevi, em 1979, os aiatolás (altos dignitários na hierarquia religiosa islamítica) tomaram o poder, criando um Estado no qual a religião prepondera sobre a política. Alguns estudiosos, inclusive, chegam a classificar o Irã como uma teocracia.

Os países islâmicos, aliás, são exemplos contemporâneos de como a religião pode se confundir com a política. Desde seu início, quando fundado pelo profeta Maomé, o Islamismo, à medida que se expandiu pelo Oriente Médio, Extremo Oriente e Norte da África, chegando à Europa, instituiu uma cultura na qual as lideranças políticas e religiosas se concentram em um único governo. Assim, a religião islâmica é indissociável das estruturas políticas, sociais e econômicas desses países, não importando se falamos do Egito, onde há relativa democracia, ou da Arábia Saudita, uma monarquia absolutista.

Estado laico

No Brasil, como em inúmeros outros países, dizemos que o Estado é laico, ou seja, uma forma de governo independente de qualquer confissão religiosa. Mas, na época da monarquia, o imperador tinha o poder de nomear religiosos para os cargos eclesiásticos mais importantes e aprovar, ou não, documentos papais, a fim de que fossem seguidos pelos católicos do país. O Estado laico, no entanto, prevaleceu após a Proclamação da República.

As bases do Estado laico podem ser encontradas no Renascimento, quando começou a ocorrer uma gradual separação entre, de um lado, o pensamento político, a filosofia e a arte, e, de outro, as questões religiosas. Lentamente, graças à recuperação dos valores da Antiguidade clássica, o homem se voltou à livre busca das verdades, mediante o exame crítico e o debate independente, recusando a predominância ou a autoridade de uma verdade revelada por Deus e que se colocasse como absoluta e definitiva.

Essa maneira de pensar e agir - que pode ser chamada de laicismo ou secularismo - deu origem a Estados laicos, onde as instituições públicas e a sociedade civil mantêm independência em relação às diretrizes e aos dogmas religiosos - e onde não se aceita, ao menos teoricamente, a ingerência direta de qualquer organização religiosa nos assuntos de Estado.

Isso não quer dizer, entretanto, que as democracias modernas sejam Estados ateus, onde as religiões são proibidas. Ao contrário, esses países concedem a todas as confissões religiosas, sem quaisquer distinções, igual liberdade, permitindo que elas exerçam livremente sua influência cultural e, portanto, política.

Autonomia

Assim, o Estado laico não é um Estado irreligioso ou anti-religioso - nesses países, a relação entre o temporal e o espiritual, entre a lei e a fé, não é uma relação de contraposição, mas, sim, de autonomia recíproca entre duas linhas distintas da atividade e do pensamento humanos.

Não por outro motivo o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, ao convocar as audiências sobre questões éticas e religiosas, quis ouvir a opinião não só dos católicos, mas também dos espíritas, dos cristãos de diferentes observâncias, dos budistas e de todas as confissões religiosas que desejassem se manifestar.

Agindo assim, o Estado leigo protege a autonomia, a liberdade do poder civil, sem aceitar qualquer controle religioso, mas garantindo que todas as religiões possam se expressar livremente.

Privilegiar a liberdade

O filósofo e monge franciscano Guilherme de Ockham, no século 14, talvez tenha sido o primeiro a defender a importância de separarmos a fé e o pensamento livre. "As asserções principalmente filosóficas, que não concernem à teologia [ciência que se ocupa de Deus, de sua natureza e seus atributos e de suas relações com o homem e com o universo], não devem ser condenadas ou proibidas por ninguém, já que, em relação a elas, cada um deve ser livre para dizer o que deseja", afirma Ockham.

Essas ideias foram sintetizadas, no século 17, por outro filósofo, John Locke, que as retirou da esfera das reflexões filosóficas individuais, expandindo-as à própria organização do Estado. Locke afirma que "o Estado nada pode em matéria puramente espiritual, e a Igreja nada pode em matéria temporal".

Essa busca de uma harmonização entre forças que, num primeiro momento, podem parecer incompatíveis - o pensamento liberal e a doutrina religiosa (no caso de Locke, a doutrina cristã) - tem marcado, desde então, o processo de desenvolvimento das democracias ocidentais.

Convivência

No transcorrer dos últimos séculos, religião e Estado procuram encontrar uma fórmula que privilegie, acima de tudo, a liberdade humana - sem a qual não há nem verdadeira busca religiosa nem Estado verdadeiramente livre. E a própria Igreja Católica reconhece a necessidade dessa independência, em um dos documentos que compõem as resoluções do Concílio Vaticano 2º, a Constituição Pastoral Gaudium et Spes (sobre a Igreja no mundo atual): "No domínio próprio de cada uma, comunidade política e Igreja são independentes e autônomas".

Ao sair da esfera de influência direta das religiões, o Estado tornou-se laico - e o laicismo não só impregnou a evolução das sociedades democráticas, mas se transformou também em um método de convivência, no qual filosofias e religiões, se não deixam de pretender possuir a verdade absoluta, também não transformam suas respectivas maneiras de pensar em atitudes que violentam a ordem jurídica ou afrontam a liberdade individual.

E, de fato, esse é o ideal: no que se refere tanto às confissões religiosas como aos governantes, que eles procurem defender seus pontos de vista e exercer sua influência dentro dos limites estabelecidos pela lei, agindo sempre com tolerância.

Religiões seculares

Isso não quer dizer, no entanto, que a separação entre religião e Estado seja uma concepção política inquestionável, seguida por todos os países. Se, nos dias de hoje, há Estados que vivem intrinsecamente ligados à religião, como os do mundo islâmico, a história também nos mostra que, às vezes, os Estados podem transformar partidos políticos ou ideologias em verdadeiras religiões.

Essa sacralização de uma ideologia ou de um partido é sempre marcada pela intolerância violenta - e chega ao extermínio físico dos adversários e dos dissidentes. Os regimes totalitaristas de influência fascista, nazista ou marxista são exemplos dessas religiões seculares, nas quais - como em muitos países islâmicos - as políticas mais repressoras são colocadas em prática.

Esses Estados, apoiando-se em uma confissão religiosa ou em uma ideologia qualquer (que são transformadas em verdadeiros dogmas), instauram a censura e destroem a autonomia das esferas filosóficas, artísticas, espirituais e políticas da sociedade - aniquilando assim o direito à liberdade.

Curiosidade...

Por que os Vidros dos Carros Embaçam em Dias Chuvosos?

Ao sair de casa, em um dia chuvoso, o motorista procura primeiramente ligar o limpa vidros do carro para que possa enxergar, mesmo que haja um pouco de dificuldade.

No entanto, o limpa vidros não é suficiente para permitir uma boa visão ao motorista, pois os vidros embaçam e deixam de ser uma superfície transparente, tornando-se uma superfície translúcida.

As superfícies translúcidas não permitem que tenhamos uma visão coerente do que há depois delas, nos permitindo uma visão parcial.


Vidro embaçado em razão da diferença de temperatura entre o meio interno e o meio externo.

Mas o que acarreta essa mudança no vidro do carro? Por que isso acontece em dias chuvosos?

As respostas para essas perguntas são simples. Em dias chuvosos, a temperatura no interior do carro geralmente é maior do que a de fora; as moléculas de água que se encontram vaporizadas no interior do carro são condensadas em razão da diferença de temperatura.

Quando as moléculas da água vaporizada (estado gasoso) são condensadas (Liquido) elas se agregam ao vidro, tornando-o translúcido, pois a superfície torna-se irregular.

Existem maneiras de evitar que esse fato ocorra: ligar o desembaçador, ligar o ar-condicionado e utilizar uma flanelinha para secar aos poucos o vidro por dentro, para que ele não atrapalhe a direção.

Piada...

O condenado à morte esperava a hora da execução, quando chegou o padre: Meu filho, vim trazer a palavra de Deus para você. Perda de tempo, seu padre. Daqui a pouco vou falar com Ele, pessoalmente. Algum recado?

Devanear...

Como revitalizar o namoro

Saiba qual o segredo para deixar o apetite sexual e a intimidade do casal em alta - e tenha um relacionamento feliz e duradouro!

O beijo implica uma entrega talvez maior do que a da transa - Contardo Calligaris, psicanalista

Falta de beijo na boca. Por esse motivo, a nutricionista curitibana Samara da Cunha, 27 anos, resolveu pôr fim a um namoro de mais de três anos. Antes de tomar essa decisão radical, ela bem que tentou atrair os lábios do namorado para os seus com leves mordidinhas, diversas vezes. Não adiantou. Sete meses e inúmeras dentadas depois, o jeito foi partir para uma DB (a sigla vem de ''discutir o beijo''), que também não levou a nada. ''Beijo de língua só rolava durante o sexo'', conta Samara. ''E para mim não bastava. Para ter vontade de cair na cama, eu precisava beijar antes, para me inspirar. Como não acontecia, não sentia vontade de transar. Beijo envolve sentimentos, sabe?''

Sim, todo mundo (ou quase) sabe. Tanto é que a recusa das prostitutas em ceder seus lábios à clientela, alegando excesso de intimidade, caiu na boca do povo. A ciência não comprova o fato, que pode sim ser lenda urbana. Por outro lado, no campo das estatísticas, existem números que demonstram que beijar, para a grande maioria dos brasileiros, é sim de extrema importância – antes, durante e depois do sexo.

Por que beijar é importante para a relação?

Os lábios da boca guardam semelhanças com o clitóris, principal motorzinho do prazer feminino – essa seria uma das explicações de por que mulheres, principalmente, amam beijar. Ambos os órgãos têm intensa irrigação vascular e escondem suas terminações nervosas sob uma fina mucosa, o que os tornam supersensíveis. Além disso, a boca é a primeira parte do corpo com a qual exploramos o mundo, a partir do peito da mãe.

Trocando em miúdos, por meio dela somos apresentados à noção de prazer (no caso, o da alimentação). A cada encontro com um novo parceiro, os lábios acabam por revelar se a relação terá ou não futuro sexual. O cheiro do outro, o gosto, a textura e a temperatura da pele... Tudo isso já pode ser sentido no beijo. Ou seja: é no encontro de lábios que nasce e morre o tesão. Ou o amor.

''O beijo implica, ao mesmo tempo, acesso ao corpo do outro e uma entrega talvez maior do que a da transa'', avalia o psicanalista e escritor Contardo Calligaris. ''Nele, o amor está quase sempre misturado.'' Tanto que, quando o desgaste contamina um relacionamento, o contato labial vai ficando cada vez mais diplomático, até chegar a um selinho, no máximo. ''A partir do momento em que não há mais vontade de dar beijo de língua, a relação sexual também fica comprometida'', afirma Carmita Abdo. ''O beijo não mexe só com o corpo da pessoa, mas também interfere no seu estado psicológico.''

Como revitalizar o namoro

A estudante de fisioterapia Andréia Peixoto, 22 anos, conhece bem essa história. Afinal, foi beijando que ela conseguiu revitalizar o seu namoro de um ano e sete meses. ''As coisas foram ficando meio mornas e um dia o Eduardo reclamou que eu não o beijava mais como no início do relacionamento'', lembra Andréia. Depois de ouvirem o conselho de uma amiga psicóloga, os dois resolveram dedicar dez minutos diários para um boca a boca, digamos, mais entusiasmado. E não é que deu certo? ''Esse exercício nos ajudou muito, porque acordou o tesão'', diz Andréia. Então, para prevenir futuros dramas conjugais, anote aí esta receita fácil e deliciosa: beije, beije, beije, beije, beije...

Terapia do beijo existe, sim!

Depois de constatar que falta de beijo costuma ser problema comum entre casais que estão há muito tempo juntos, a psicoterapeuta americana Cherie Byrd resolveu fundar a Academia do Beijo (www.kissingschool.com), em Seattle, Estados Unidos, onde oferece cursos e tratamentos relacionados à questão. Sua maior dica é simples. ''Os casais simplesmente precisa combater a rotina. Recomendo que se entreguem a beijos libidinosos, como lição de casa mesmo.'', afirma.

Literatura para beijar melhor

Considerado o mais completo livro sobre posições sexuais de todos os tempos, o Kama Sutra tem um capítulo inteiro dedicado ao beijo. O indiano Vatsyayana, que escreveu esse manual do sexo no século 4, descreveu diversas formas de inovar na hora de colar boca na boca.

O beijo pode ser do tipo moderado, contraído, pressionado, nominal, emotivo, tateante, suave, direto, inclinado, voltado ou apertado. Tem também um tal de ''beijo colante'', que só pode ser dado em homem sem bigode!

Exemplo especial...

 
Em meio à crise com garis, Paes é multado por lixo ao chão

Prefeitura afirma que prefeito 'não se lembra' se jogou resto de comida no chão e que, 'na dúvida', determinou que Comlurb o multe.

Responsável pela instalação da fiscalização e multa para quem joga lixo nas ruas do Rio de Janeiro, o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PMDB), se automultou nesta quinta-feira depois que um vídeo que mostra imagens dele atirando restos de alimento foi divulgado na internet.

Em um vídeo publicado nesta quinta-feira no Youtube, Paes come algo enquanto acompanha um discurso do vereador Willian Coelho (PMDB) em Sepetiba, na zona oeste do Rio de Janeiro. Em meio à fala do parlamentar, o prefeito arremessa parte do que comia e, instantes depois, repete o ato com outra parte do que tinha em mãos. O ato de Paes veio à tona em meio à crise gerada pela greve dos garis da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), que deixou pilhas de lixo espalhadas pela cidade em pleno Carnaval.

Desde agosto de 2013, a prefeitura do Rio de Janeiro multa as pessoas que forem flagradas jogando lixo nas ruas. As penalidades variam de R$ 157 a R$ 3 mil, dependendo do tamanho do produto que foi descartado.

Em nota, a prefeitura afirmou que Paes “não joga lixo no chão” e que esse “é, inclusive, um hábito que vem sendo combatido pela prefeitura, durante sua gestão”. Ainda segundo a administração municipal, “o vídeo em questão, efetivamente, não mostra Paes jogando ao chão um pedaço de fruta”.

Apesar de não confirmar se Paes arremessou lixo no chão, a prefeitura afirmou que o “prefeito não se lembra de detalhes do episódio”. “Mas ele acredita que, conforme o próprio vídeo indica, tenha lançado o resto de fruta na direção de uma lixeira mais afastada, ou para que um de seus assessores fizesse o descarte em local adequado. Na dúvida, já que o prefeito não se lembra do ocorrido, determinou que a Comlurb emita uma multa a ele próprio, e pede desculpas por um eventual equívoco.”

http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/em-meio-a-crise-com-garis-paes-e-multado-por-lixo-ao-chao,30c47ae8db994410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html

Experiência adquirida...

A geração de pais-avôs

Espremidos entre a infância dos filhos e a própria velhice chegando, homens de 50 ou 60 anos com filhos pequenos têm um grande desafio pela frente: envelhecer sem deixar de ser jovem


Eles tiveram filhos depois – ou bem depois – dos 45. Sentiam-se jovens. Não tinham dúvida a respeito disso, mas quando viram os filhos crescendo, vacilaram. O tempo começou a passar mais rápido. Voltaram a malhar para recuperar o vigor físico. Estão mais vaidosos. De uma hora para outra, incorporaram hábitos alimentares mais saudáveis. Precisam ter saúde, cabelos, músculos. Beber menos, dormir mais. Prometeram aos filhos viver muito. E em nome dessa promessa, desejam a eternidade. Como todos nós.

Essa coluna é para vocês, homens de meia idade, pais de filhos pequenos, aposentados que voltaram ao mercado de trabalho para completar a renda. Pais de primeira ou segunda viagem aos 50, aos 60. Vocês que nunca questionaram tanto a falta que lhes faz a eternidade.

Vencer a morte é um desejo humano, ainda que inconsciente. Uma utopia que nos move atrás de qualidade de vida, de cura para doenças, de antídotos para o sofrimento, de vitaminas para a beleza. São armas capazes de retardar o envelhecimento, nunca detê-lo. Envelhecer é um processo. A boa notícia é que a juventude é um estado de espírito que podemos cultivar.

Pesquei especialmente para vocês, que estão se achando velhos, que têm medo de morrer antes que o filho cresça, tenha título de eleitor ou dirija um carro, a melhor definição que conheço sobre juventude. Eu a encontrei no texto "Youth Mode: um estudo sobre a liberdade", da Box1824, uma agência paulista especializada no tema jovens e em estratégias para se comunicar com eles.

"Juventude não é liberdade no sentido político. É uma emancipação do tédio, do previsível, da tradição. É atingir um potencial máximo: a habilidade de ser a pessoa que você quer ser. Trata-se da liberdade de escolher como se relacionar; de experimentar coisas novas; de cometer erros. A juventude entende que toda liberdade tem limites e que ser adaptável é a única maneira de ser livre".

Não estou sugerindo que você vista as roupas do seu filho adulto de 20 anos para brincar com sua criança de quatro, nem que cometa desatinos dos quais vá se arrepender depois. O recado é "adapte-se". Pare de fumar ou beber tanto. Pratique algum esporte, ainda que seja empinar pipas. Dê-se ao luxo de sentar no chão, por cinco minutos que seja, ao lado daquela criança para brincar de boneca. E tire partido dos sorrisos. Você, que a essa altura já deve ter assistido ao filme de animação Monstros S.A., sabe que as gargalhadas das crianças liberam muito mais energia do que os gritos e os choros. Para terminar, antes de reclamar de novo de alguma coisa, respire fundo. Respirar fundo também é um ótimo antídoto para a velhice como predisposição da alma.

A essência do comportamento jovem é ter curiosidade em relação à vida, e não perder tempo pensando no fim. De preferência, não ser tedioso e, finalmente, ser aquilo que você gostaria de ser. Tem fase melhor da vida para alcançar este objetivo do que a meia idade? Talvez hoje, mais do que nunca, vocês tenham a paz e o discernimento necessários para experimentar algo novo ou tomar decisões que mudem para melhor o rumo das vidas. 

É uma hipótese. Dêem-se o benefício da dúvida. Nossa cultura está repleta de interesses cruzados entre as gerações. Talvez, com o fim da cerimônia e a relativização de certas tradições, estejamos inaugurando uma era propensa à maior comunicação entre pessoas de idades tão diferentes. Sinta-se ungido pela sorte de recomeçar. Quando seu filho crescer, ele irá entender - mais cedo ou mais tarde - que a vida de cada um carrega histórias únicas, e que buscar uma escala de valores sobre as vantagens e as desvantagens de ser filho de um pai "velho" é um exercício inútil.

"Por muito tempo, a idade esteve amarrada a uma série de expectativas sociais. Mas quando o jovem da geração Boomerang retorna para o ninho vazio e a aposentadoria fica mais distante a cada dia, o vínculo entre idade e expectativas sociais começa a se desfazer“, diz outro trecho do estudo da Box1824. Cabe a cada um, portanto, reconstruir os laços com a juventude. E te digo que a presença de uma criança em casa é um ótimo começo.

Ser pai de criança pequena agora é o seu predicado. As pessoas irão enxergá-lo também sob essa nova lógica. Pode ser que você não tenha mais paciência para "certas coisas". Considere a algazarra excessiva, o barulho, desnecessário. Mas o pacote é esse do jeito que está aí, aguardando para ser desembrulhado. Não inventaram nenhuma fórmula melhor para viver do que usufruir um dia depois do outro. E quando você faz tudo isso no "modo jovem", você não se torna imortal, mas, parafraseando as mentes criativas da Box1824, você fica infinito.

Mais uma etapa superada...