terça-feira, 11 de março de 2014

O que pode?

Uma conversa sobre adolescentes e sexo


Uma garota de 15 anos tem sua primeira e avassaladora paixão por uma jovem que pinta os cabelos de azul. Uma adolescente de 17 anos, de uma família de classe média, tem um início de vida sexual enfadonho e começa a se prostituir. Uma jovem mulher relembra o início de sua vida sexual, seu apetite sexual inesgotável e sua incapacidade para sentir. Três filmes que estrearam no Brasil (pela ordem acima, Azul é a cor mais quente, Jovem e bela e Ninfomaníaca volume 1) trazem reflexões sobre a sexualidade das adolescentes e reafirmam tendências que pesquisas sobre o tema têm apontado na última década.

O início da vida sexual é precoce. No final do ensino médio, aqui no Brasil, a maioria das garotas já teve sua primeira vez. Não é incomum que essas primeiras experiências sejam com parceiros variados. Os pais se preocupam com a estabilidade de um namoro, com o uso de camisinha, com deixar ou não o casal dormir junto em casa e com as visitas ao ginecologista. Enquanto isso, muitas filhas podem estar voltadas para o sexo desvinculado de namoro ou de paixão, para experiências que fogem do tradicional papai e mamãe, para contracepção de emergência (pílula do dia seguinte) e para experiências com outras garotas, entre outros pontos que fogem da visão dos pais.

A “sorte de um amor tranquilo” parece muito mais distante que a realidade do prazer “com sabor de fruta mordida”, como já antevia Cazuza nos anos 1980. A internet potencializou a possibilidade de um encontro eventual. Os celulares deram um ímpeto maior a essa tendência. Resumo: se a garota quiser, sairá com quem bem entender, sem que os pais tenham noção do que ocorre. Assustador? Um pouco! Mas essa é também uma oportunidade para discutir em casa questões como liberdade, limites, autonomia, preconceito, cuidados, autoestima, respeito, entre outros temas tão caros à formação de nossa individualidade.

Com a precocidade do sexo, a maturidade para administrar tantos e tão presentes estímulos é moeda rara. Boa parte das garotas inicia a vida sexual sem saber exatamente o que esperar dela e sem poder administrar tudo o que vem pela frente. As mudanças recentes de comportamento foram tão intensas que os próprios garotos olham perplexos para essa alteração do padrão. A questão do papel e do gênero mudou de forma aguda entre os mais jovens. Claro que esses padrões não são comuns a todas as garotas. Mas são tendências que as pesquisas detectam e que os filmes passam a retratar com maior frequência. Que tal, sem interferir no exercício da individualidade dessas jovens, uma discussão, para além do óbvio, sobre o que esperar dessa fase da vida?

Retrato da sociedade...

O Bloco dos Sujos é o campeão do Carnaval

O que faz alguém atirar lixo como o prefeito Eduardo Paes? Por que o brasileiro é tão sujismundo?

A pergunta “Por que o Rio de Janeiro é tão sujo?” ganhou uma dimensão épica no Carnaval deste ano. Milhares de toneladas de lixo deixaram de ser removidas das ruas e das praias pelos garis em greve. Um lixo extraordinário, produzido por uma das populações mais sujismundas e mais mal-educadas do planeta: a brasileira.

O Rio, apesar de todas as suas mazelas – e o lixo é apenas uma delas, com a insegurança urbana, os preços surreais e o transporte caótico –, permanece um sonho para o turista nacional ou estrangeiro. É uma cidade absurdamente bela. Mesmo quem nasceu ou vive nela se emociona diante de uma vista após a curva, a linha de montanhas, os matizes do céu e da vegetação, uma cachoeira, o horizonte, uma lagoa, um pôr de sol. Essa beleza redime a cidade que insistimos em estragar. Todos nós: governos, empresas e a população. O Rio sofre um abuso generalizado e histórico que polui o ar, a água, o convívio e a estética.

Para quem não é carioca, o recado do lixo também serve. É natural que tudo seja criticado com lente de aumento no Rio, sob os holofotes até as Olimpíadas de 2016. Mas o que dizer de outras cidades? São Paulo também é suja, detritos emporcalham praças e ruas. Recife, Salvador, Maceió, Natal, quanta imundície nas areias das praias, um horror.

O que faz alguém jogar lixo no chão, na areia, na grama, na trilha, no cinema, no teatro, no bar, no estádio? O que faz alguém não se sentir responsável pelo lixo que produz? Falta de educação, de instrução, de cultura. E cultura não quer dizer diploma universitário. Falta cidadania, civilidade. Falta respeito a si mesmo, ao próximo e até ao gari.

Num vídeo do RioRealblog, criado por Julia Michaels, escritora americana que adotou o Rio há 20 anos, vi um gari responder ironicamente a quem diz jogar lixo na rua para dar emprego aos funcionários da Comlurb. “Então, já que você mora em casa própria, bota fogo na tua casa para dar trabalho ao bombeiro”, disse Landenberg Benedito da Silva em seu uniforme laranja, empunhando uma vassoura e empurrando o carrinho de lixo. “Rouba alguma coisa, para dar trabalho ao guarda municipal ou ao PM. Mas ninguém pensa assim. Só pensam em dar trabalho ao gari.”

Não entro no mérito da greve em pleno Carnaval. Os garis querem aumento, como todas as categorias que têm sofrido perdas com a inflação. Exigem piso de R$ 1.200 mais 40% de insalubridade. A prefeitura oferece R$ 874, mais 40% de insalubridade – o equivalente a um piso de R$ 1.224,70 – e vale-refeição de R$ 16. Há guerra de informação entre grevistas e autoridades. 

Há ameaças de grevistas a quem fura a paralisação. Há oportunismo pernicioso de adversários políticos em ano de eleição. Nenhuma novidade. No mundo inteiro são assim os movimentos por salário. Há negociações, concessões, punições, quedas de braço. E um acordo final, que tenta livrar a cara de todo mundo.

A maior lição possível dessa greve momesca é obrigar o brasileiro a olhar para seu umbigo limpinho e perguntar por que tem o despudor de jogar de tudo no chão: latas, garrafas, plásticos, canudos, cigarros, restos de comida e papéis. Claro que os garis se tornam muito mais essenciais numa sociedade de sujismundos. 

As ruas de cidades civilizadas não são povoadas por lixeiras em cada esquina, e o gari não sai atrás de você limpando o rastro que você deixa.
Inacreditável ver gente culpando Coca-Cola, Ambev, Pepsi e outras empresas porque “mais da metade dos resíduos gerados no Carnaval são embalagens de bebidas”. Oi??? Onde está a responsabilidade de quem bebe e descarta? Em 2009, em artigo em ÉPOCA, sugeri ao prefeito Eduardo Paes uma medida radical: suspender a limpeza das praias pela Comlurb por dois dias, só para o povo se ver refletido na sujeira. Não há contêineres suficientes? Pois então, porquinhos, levem seu saquinho para as ruas e tragam o lixo de volta para casa.

O mais surreal foi o desfecho da semana. Um vídeo mostra Paes, incansável defensor do Lixo Zero, arremessando longe restos de alimento no meio do discurso de um vereador, em Sepetiba, Zona Oeste da cidade, no mês passado. Paes prometeu pagar a multa imposta por ele próprio. Não basta. Se queremos mudar a mentalidade, a saída honrosa, para quem deveria dar exemplo, é pedir desculpas e prometer nunca mais fazer isso.

Não sei se o pior mico foi o ato em si ou a desculpa oficial: “O prefeito lançou o resto de fruta na direção de uma lixeira mais afastada ou para que um de seus assessores fizesse o descarte em local mais adequado”. Quanto deve ganhar o assessor que descarta o lixo do prefeito em lixeira? Não há salário que pague.

Discurso para trouxas...

A demagogia dos ônibus

O principal argumento utilizado pelo governo de Fernando Haddad para justificar a criação de mais de 300 km de faixas exclusivas de ônibus, que estão dificultando o trânsito em várias regiões da cidade - o de que é preciso dar prioridade ao transporte coletivo para que ele possa atrair paulistanos que se deslocam de carro -, só seria aceitável se a qualidade do serviço oferecida tivesse melhorado a ponto de favorecer essa migração. Mas isso tem sido sistematicamente desmentido pelos fatos, sendo o último deles o descaso do atual governo municipal com a observância de uma regra constante do contrato assinado com as empresas concessionárias, segundo a qual não podem circular ônibus com mais de dez anos.

Reportagem do Estado, com base em dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, mostra que em janeiro existiam na cidade 938 ônibus naquela situação. Segundo a SPTrans, a empresa que gerencia esse tipo de transporte, o número é menor, de 752 veículos, o que não muda nada. Primeiro, porque a proibição está sendo desrespeitada, não importa que eles sejam 938 ou 752. E, finalmente, porque não se pode alegar que nos dois casos os números são pequenos em relação ao total da frota, de 14,8 mil. A existência de apenas uma dezena já seria intolerável, porque demonstraria desleixo.

Se mesmo os ônibus mais novos já não são grande coisa, é fácil imaginar o desconforto causado aos passageiros pelos velhos, com mais de dez anos. Pessoas com dificuldades de se deslocar - por idade, doença ou uma deficiência qualquer - são particularmente prejudicadas, por falta de piso baixo e degraus de embarque muito altos. Em vez de tolerar a circulação irregular de ônibus nessa situação - a idade média dos ônibus é hoje de 5 anos e 8 meses, a mais elevada desde 2006 -, a Prefeitura deveria estar tomando providências para substituir toda a frota por veículos não apenas novos, mas de melhor qualidade.

O modelo de ônibus usado em São Paulo é um desrespeito aos usuários. Ele está mais para vagão de gado do que para transporte público. A falta de cuidado com a divisão interna faz com que os passageiros tenham muita dificuldade de se acomodar, mesmo de pé (sentar é um privilégio de poucos). A falta de transmissão automática, que ajuda a diminuir as frenagens e acelerações bruscas, submete os passageiros a solavancos, que tornam a viagem ainda mais penosa.

Mas não é só isso que impede que se leve a sério as insistentes declarações de Haddad e de seu secretário de Transporte, Jilmar Tatto, de que sua prioridade é o transporte coletivo. Os que andam de carros e se sentem incomodados com os transtornos causados pela multiplicação das faixas - costuma dizer Tatto -, que passem a usar os ônibus. A reorganização das linhas de ônibus, que os especialistas consideram essencial para melhorar o serviço, vem sendo feita timidamente, sem qualquer planejamento - onde estão os estudos técnicos que deveriam orientar as mudanças? - e, o que é pior, mais de acordo com os interesses das empresas que dos usuários. Não custa relembrar que causa estranheza o fato de as empresas, que nunca morreram de amores por essa reorganização, não terem reagido a elas.

Acrescente-se, ainda, que decreto baixado por Haddad, em maio do ano passado, para estabelecer as regras para a licitação do serviço - cujos contratos já vencidos deverão ser rediscutidos e renovados em breve -, permitiu um aumento da lotação dos ônibus, sem que tenham crescido na mesma proporção as dimensões estabelecidas para a maioria dos veículos. Ou seja, um número maior de passageiros terá de se acotovelar em ônibus que, mesmo quando novos, já são desconfortáveis. Somem-se a tudo isso as esperas intermináveis nos pontos, nos horários de pico, e tem-se uma ideia da qualidade do serviço para o qual Haddad quer atrair paulistanos que usam carro.

Não há como fugir à conclusão de que a prioridade ao transporte coletivo, nos termos em que a coloca o prefeito, não passa de demagogia. Os interesses dos passageiros de ônibus vêm em último lugar, e olhe lá.

Realidade regional e cultural...

Menina é trocada por vaca em Aracaju

Pais receberam de presente o animal de um comerciante de 55 anos que mantinha um relacionamento com a garota

ARACAJU - Uma menina de 12 anos foi trocada por uma vaca no dia 28, em São Cristóvão, na Região Metropolitana de Aracaju. Os pais da menina receberam de presente o animal de um comerciante de 55 anos que mantinha um relacionamento com a garota havia seis meses. 

O caso veio à tona na quinta-feira, 6, depois que a denúncia chegou ao juiz da cidade, Manoel Costa Neto. Quando houve a troca, o Conselho Tutelar foi informado, o suspeito foi preso e a menina, levada para um abrigo. O crime de pedofilia era permitido pelos pais da jovem. O comerciante foi autuado por estupro de vulnerável.

“Todos sabiam que ele era casado e que, inclusive, tem neta mais velha do que a vítima”, afirmou o juiz. De acordo com ele, os pais da garota deram uma pequena faixa de terra vizinha à casa da família, para que o comerciante construísse uma casa para que os encontros entre ele e a menina fossem mais frequentes. A casa foi feita e a garota só ia lá para os encontros, que ocorriam até quatro vezes por semana.

Quando o comerciante foi preso, a menina chorou, disse que gostava dele e prometeu que voltaria a se encontrar com o homem quando ele for solto. “Acredito que ela estava encantada com a situação e até era incentivada pelos pais, talvez pela troca de presentes. Essa situação representa uma total ausência de pudor por parte do suspeito que tem um comportamento próprio de pedófilo. Minha preocupação também é com as outras crianças que permanecem na casa desses pais irresponsáveis”, destacou o juiz.

Também está sendo apurada a responsabilidade dos pais e eles poderão ser punidos. “Esse tipo de coisa é muito comum e apenas um caso entre 20 semelhantes chega ao conhecimento das autoridades. As pessoas precisam denunciar esse tipo de crime e as vítimas devem ter acesso ao acompanhamento psicológico necessário”, ressaltou Costa Neto.

Unidos pelo amor e pela solidariedade...

Família do Ceará fica 'careca' para apoiar cabeleireira com câncer

Marido, filhos, neto e cunhados rasparam o cabelo e fizeram surpresa.

Cabeleireira teve que cortar o cabelo após os efeitos da quimioterapia.

No centro, Luciene Domingues. À esquerda, o genro, o neto e a filha. À direita, o marido e dois filhos.

Da esquerda para direita Cícero Torres, Samuel, Geana Torres, Luciene Domingues, o marido José Gomes e os cunhados Raul Alves e Rafael Victor.

No mesmo dia em que a cabeleireira Luciene Domingues, de 50 anos, raspou o cabelo durante o tratamento de um câncer de mama, o marido, os três filhos, o genro e o neto dela fizeram uma surpresa e surgiram também todos “carecas”. A família do município de Itapipoca, a 117 quilômetros de Fortaleza, deu a um momento difícil uma “dose alta” de autoestima e apoio. “Foi tão emocionante, uma demonstração de amor, de carinho. Uma forma de dizer: 'Estamos juntos'. Me encorajou muito. Tive mais força para seguir em frente” diz a cabeleireira.

A ideia foi da filha mais velha de Luciene, a dona de casa Geana Torres. “Pela manhã, ela decidiu cortar o cabelo. Para deixar ela mais feliz e dar força, resolvemos fazer. Saímos um por um e fomos até o salão. Depois que nós fizemos isso, ela deu uma animada. Valeu muito a pena”, diz. Até o filho de Geana, Samuel, de três anos, participou da homenagem à avó.

Por ter um tipo de câncer raro e mais agressivo, os efeitos após um dia da primeira sessão de quimioterapia fizeram com que a cabeleireira decidisse logo raspar o cabelo. “Os fios começaram aparecer nas minhas mãos, no travesseiro. Não queria ver o cabelo caindo ainda mais”, conta. Luciene que trabalhava com a beleza e adora cores e estampas fortes agora já coleciona lenços e perucas. 

“Os médicos dizem que toda vez que a gente chora, a imunidade baixa. Toda vez que compro ou ganho um chapéu ou lenço, minha imunidade sobe”, brinca.

Para a cabeleireira, que descobriu o câncer após exames no mês de fevereiro, a vontade de enfrentar e se curar da doença ganha mais força com o apoio da família. “O amor, o carinho ajuda muito. Acho que 90%. Quando estou ficando triste, vejo todos carequinhas, solto logo um sorriso. Quero deixar uma lição de fé e superação”, afirma Luciene.

Semelhanças...

Homem aparece no próprio velório na BA e surpreende: 'estava trabalhando'

Situação aconteceu neste sábado; 'passamos a noite sem dormir', diz filho.

Parentes receberam na sexta-feira a notícia de que ele morreu em acidente.

Homem aparece no próprio velório em Vitória da Conquista, na Bahia.

Um homem surpreendeu os familiares ao aparecer vivo no próprio velório neste sábado (8), em Vitória da Conquista, cidade no sudoeste da Bahia. Segundo o filho, eles receberam a notícia da morte do pai na sexta-feira (7), por volta das 16h30, informando que João Marcos Ribeiro, de 60 anos, teria sido vítima de um acidente de trânsito.

O corpo chegou a ser reconhecido por um dos filhos como sendo do idoso, informou o IML, e a documentação foi emitida para a realização do enterro.

"Nós ficamos tão tristes, tão abalados. A gente não dormiu à noite. Ficamos o tempo todo ao lado da fogueira para velar um caixão. Ele estava desaparecido, mas, na verdade, estava trabalhando na casa de um andarilho. Ele é trabalhador, parou de beber. Só ficou sabendo da situação quando chegou aqui", conta um dos cinco filhos, Gilberto Ribeiro, de 35 anos.

O idoso chegou ao local e ficou surpreso com a situação. "Eu estava trabalhando", comentou rapidamente João Marcos Ribeiro. O velório estava sendo realizado na casa da família, no bairro Campinhos. Devido à presença de curiosos, a equipe da 78ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) foi acionada e acompanhou a movimentação.

De acordo com o IML da cidade, no momento do reconhecimento, a vítima estava com barba e bigode, que foram raspados para o velório. Quando o corpo foi liberado para o enterro, um outro filho chegou a sentir falta de um sinal que era marca do rosto do pai.

O corpo que estava no caixão voltou ao IML e ainda não foi identificado.

Mais uma etapa superada...