terça-feira, 8 de abril de 2014

Luta perene...

'O Brasil está às vésperas de uma
epidemia de câncer'

Em dez anos, o câncer será a primeira causa de morte no Brasil, consequência da detecção tardia da doença, da demora para início do tratamento e da falta de acesso à medicação avançada

No Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, celebrado nesta terça (8), a afirmação do oncologista Carlos Barrios é menos para causar pânico – se é que isso é possível – e mais para fazer com que o País responda a um questionamento crucial para o enfrentamento da doença. “A pergunta é: ‘quanto vale a vida com câncer no Brasil’?”, questiona o médico, que é membro do Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama (Gbecam).

BBC
57 mil mulheres devem ser diagnosticadas com câncer de mama no Brasil em 2014

O Relatório Mundial do Câncer 2014, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de novos casos pule de 14 milhões em 2012 para 22 milhões em 2030. Mais de 70% das mortes pela doença acontecem em países em desenvolvimento, onde a detecção tardia, a demora em iniciar o tratamento e a falta de acesso a medicamentos de última geração explicam boa parte dos óbitos. No Brasil, em dez anos o câncer será a primeira causa de morte – hoje é a segunda, responsável por 15,6% dos óbitos, atrás das doenças cardiovasculares, como infarto e hipertensão.

Se o crescimento da incidência é um fato, o problema é a falta de estrutura para enfrentar essa epidemia, pondera Barrios. “O câncer é uma doença que pode ser curada, pode ser controlada. Nos países desenvolvidos, apesar do aumento da incidência, a morte tem caído. Aqui, crescem as duas coisas”.

Especialista: O maior desafio é tratarmos é tratarmos os cânceres comuns

Um exemplo típico é o câncer de mama. No Brasil, no ano 2000, a doença matava nove a cada cem mil mulheres. Em 2011, o número subiu para mais 11,9. Um movimento na contramão do mundo desenvolvido, em que a chance de cura para esse tipo de tumor chega a 90%. Por aqui, o porcentual é de cerca de 50%.

“O câncer daqui não é pior do que o de lá. A diferença é de que lá há diagnóstico precoce e acesso rápido a atendimento, o que não acontece por aqui”, afirma Maira Caleffi, mastologista e presidente da Femama, Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama

Quanto vale uma vida?

No Brasil, explica Maira, apesar de desde o ano passado a lei prever que o atendimento a pacientes com câncer deve ser iniciado em até 60 dias após o diagnóstico, o prazo não é cumprido no Sistema Único de Saúde (SUS), que atende a cerca de 75% da população. “No SUS, demoram 180 dias entre a detecção e o início do tratamento do câncer de mama. Imagina o que esses seis meses significam na diminuição da chance de cura.”

Cenário: Uma a cada 4 mulheres com câncer tem tumor de mama

Isso sem contar o acesso limitado e atrasado às opções de tratamento, explica Barrios. Em pacientes com câncer de mama com metástase – que tem menor incidência, mas é muito mais agressivo -, há uma medicação específica, a Trastuzumabe, que é curativa. “O potencial remédio foi descoberto em 2005, mas a droga só ficou disponível no SUS em 2012. Nesse período de tempo, entre 5 a 6 mil mulheres morreram por falta de acesso a esse medicamento”, diz o médico.

Pesquisa: Estudo mapeia dez diferentes tipos de câncer de mama

Nesse período, Barrios afirma, os convênios foram obrigados pelo próprio governo a oferecer o tratamento com a droga, que é cara, mas as pacientes da saúde pública se mantiveram à margem. “É uma discrepância absurda. O médico deve prover prescrições diferenciadas frente a um mesmo diagnóstico para uma paciente do SUS e para uma de saúde suplementar, uma vez que o SUS não fornece o medicamento necessário?”

Sem garantia, resta à mulher procurar a Justiça, como fez Rita de Cássia, de Porto Alegre. Ela descobriu o câncer em 2012, quando tinha 39 anos. Fez a cirurgia de retirada de mama, quimioterapia e radioterapia. No ano passado, foi necessário substituir uma medicação por outra que seria a única eficaz para o seu caso, mas que não fazia parte da lista de medicamentos fornecidos pelo SUS. “Precisei acionar a Justiça, comprovar com muitos laudos e justificativas de que era a única medicação e de que eu não poderia arcar com o custo. Foi muito desgastante porque o procurador achava que era muito caro e eu morreria de qualquer forma.”

Decidir ou não investir no tratamento de Rita e de outras milhares de mulheres em sua situação, afirma o oncologista Carlos Barrios, depende de incluir todas as partes envolvidas no processo - administração pública, sociedade civil, sociedades médicas e indústria farmacêutica - para responder a um único dilema ético: "Quanto vale uma vida? Quanto estamos dispostos a investir para manter viva uma pessoa com câncer?"

domingo, 23 de março de 2014

Vamos em frente...


Só rindo...

















Refletindo...













“Somente os tolos exigem perfeição, os sábios se contentam com a coerência.” (Provérbio Chinês)
http://pensador.uol.com.br/autor/proverbio_chines/7/


Língua afiada...








PEGADINHA GRAMATICAL
Locuções prepositivas – uma análise criteriosa

O título que ora se evidencia traz em sua composição um adjetivo que por sinal se revela como ponto-chave do assunto a ser discorrido – “criteriosa”. Este deriva do substantivo abstrato “critério”, o qual nos remete à ideia de algo preestabelecido, padronizado.

Dessa forma, o objetivo a que se presta o estudo em questão é o de tão somente enfatizar o uso inadequado de algumas locuções prepositivas, tendo em vista o caráter formal que norteia a modalidade escrita da linguagem. Exemplo significativo desta ocorrência pode ser efetivamente conferido por meio de uma corriqueira expressão, ora materializada por:


A nível de constatação dos episódios ocorridos, os alunos sugeriram uma reunião com o diretor.


Constatamos, pois, uma colocação que, mediante os postulados gramaticais, encontra-se em desacordo, haja vista que o correto é dizermos:


Em nível de constatação dos episódios ocorridos, os alunos sugeriram uma reunião com o diretor.

Partindo-se de tais pressupostos, atendendo ao intuito de ampliarmos ainda mais nossos conhecimentos, analisemos outros casos que também representam esse “desvio”. Eis que são:
 

 Trata-se, portanto, de triviais expressões cujas falhas nem nos damos conta, mas que, a partir de agora, certamente teremos uma visão mais ampla das reais circunstâncias e, com isso, colocaremos em prática tudo o que aprendemos.


Interessante...

Suicídio quântico, que ideia maluca é essa?
  
Confira a teoria na qual um suicida pode se tornar imortal e morrer, simultaneamente

 Suicídio quântico, que ideia maluca é essa?
Fonte da imagem: ShutterstockSuicídio quântico, que ideia maluca é essa?

O suicídio quântico, por mais maluco que pareça, foi proposto pelo físico teórico Max Tegmark em 1997. Trata-se de uma teoria apenas — ainda bem! —, e como tal, consiste apenas de uma situação hipotética. Afinal, apesar de não faltar gente doida nesse mundo que talvez se voluntariasse alegremente em dar a vida em nome da ciência, seria um pouco... difícil replicar o suicídio de forma prática. Você já vai entender o motivo.

Imagine um homem sentado diante de uma pistola apontada para a cabeça. Além disso, imagine que essa arma está conectada a um dispositivo que mede a rotação de uma partícula quântica — ou quark — cada vez que o homem puxa o gatilho e, dependendo da medição realizada, a pistola pode ou não disparar. Calma... a coisa fica ainda mais estranha!

Click, click...
 
Fonte da imagem: Reprodução/The Inquisitive Loon

Caso a medição aponte que a partícula quântica está girando no sentido horário, isso significa que a arma vai disparar. Por outro lado, se o quark estiver girando no sentido anti-horário, então a pistola apenas fará um “click”, mas não disparará nenhum projétil. Voltando ao homem sentado com a arma apontado para a cabeça, ele prende a respiração nervosamente — afinal, imagine a situação! — e puxa o gatilho. Click.

Não satisfeito, ele puxa o gatilho novamente e, de mais uma vez, outro click. De acordo com Tegmark, embora a arma esteja carregada e funcionando corretamente, o “suicida quântico” continuará fazendo isso por toda a eternidade sem que a arma dispare, tornando-se imortal. Espere, caro leitor, tem mais...

Bang!
 
Fonte da imagem: Reprodução/Diamond meeks

Agora imagine que uma nova medição da partícula quântica é feita e ela aponta que o quark está girando no sentido anti-horário — coitado do homem... Neste caso, como você já deve ter imaginado, o suicida puxa o gatilho, a arma faz “bang” e ele está morto, não é mesmo? Então, não necessariamente. A situação é um paradoxo!

Conforme explica Tegmark em sua teoria, o homem já havia puxado o gatilho antes — infinitas vezes, lembra? — e já sabemos que a arma apenas fez “click”, não disparou e ele se tornou imortal. Portanto, como é que ele pode estar morto? É aqui que a coisa fica interessante: segundo o físico, o suicida não sabe, mas ele está vivo e também morto ao mesmo tempo.

Isso porque cada vez que o homem puxa o gatilho, o Universo se divide em dois, e continuará se dividindo indefinidamente cada vez que o suicida puxar o gatilho. Hein? Segundo o How Stuff Works, para estudar as partículas os cientistas se apoiam em experimentos hipotéticos — em vez de evidências empíricas — para explicar seu comportamento, e teorias como a que você acabou de conferir são criadas a partir de dados observados na física quântica justamente para isso.

Maluquice
 
Fonte da imagem: Reprodução/Kaeltyk

A teoria do suicídio quântico está baseada na ideia de que existem Múltiplos Universos — ou Multiverso. Essa hipótese surgiu na década de 50 e, por muito tempo, foi motivo de piada. Entretanto, a teoria vem sendo cada vez mais aceita pelos físicos quânticos e, de acordo com ela, para cada resultado possível de uma ação, o Universo se divide em uma cópia de si mesmo.

Um aspecto importante dessa teoria é que o sujeito envolvido nas ações não é consciente de que existe outra versão dele mesmo em outro Universo, e vice-versa. Assim, no caso do suicídio quântico, quando o homem puxa o gatilho, o Universo se divide em dois para acomodar os dois possíveis resultados dessa ação. Quando o sujeito morre, então o Universo não tem por que se dividir mais, enquanto que o ciclo se repete quando a arma não dispara, infinitamente.

Com teorias assim, fica fácil imaginar o que os cientistas querem dizer quando afirmam que o que foi observado até agora em nível quântico gera mais perguntas do que respostas sobre o comportamento das partículas. Veja os fótons, por exemplo, que, segundo os físicos, se comportam como onda e como partícula ao mesmo tempo. Isso sem falar que as partículas parecem se mover em ambas as direções simultaneamente.

História...

Guerra dos Canudos
 

A chamada Guerra de Canudos, revolução de Canudos ou insurreição de Canudos, foi o confronto entre um movimento popular de fundo sócio-religioso e o Exército da República, que durou de 1896 a 1897, na então comunidade de Canudos, no interior do estado da Bahia, no Brasil.


O episódio foi fruto de uma série de fatores como a grave crise econômica e social em que encontrava a região à época, historicamente caracterizada pela presença de latifúndios improdutivos, situação essa agravada pela ocorrência de secas cíclicas, de desemprego crônico; pela crença numa salvação milagrosa que pouparia os humildes habitantes do sertão dos flagelos do clima e da exclusão econômica e social.


Inicialmente, em Canudos, os sertanejos não contestavam o regime republicano recém-adotado no país; houve apenas mobilizações esporádicas contra a municipalização da cobrança de impostos. A imprensa, o clero e os latifundiários da região incomodaram-se com uma nova cidade independente e com a constante migração de pessoas e valores para aquele novo local passaram a acusá-los disso, ganhando, desse modo, o apoio da opinião pública do país para justificar a guerra movida contra o arraial de Canudos e os seus habitantes.


Aos poucos, construiu-se em torno de Antônio Conselheiro e seus adeptos uma imagem equivocada de que todos eram "perigosos monarquistas" a serviço de potências estrangeiras, querendo restaurar no país o regime imperial, devido, entre outros ao fato de o Exército Brasileiro sair derrotado em três expedições, incluindo uma comandada pelo Coronel Antônio Moreira César, também conhecido como "corta-cabeças" pela fama de ter mandado executar mais de cem pessoas na repressão à Revolução Federalista em Santa Catarina, expedição que contou com mais de mil homens. 

A derrota das tropas do Exército nas primeiras expedições contra o povoado apavorou o país, e deu legitimidade para a perpetração deste massacre que culminou com a morte de mais de seis mil sertanejos. Todas as casas foram queimadas e destruídas.


Canudos era uma pequena aldeia que surgiu durante o século 18 às margens do rio Vaza-Barris. Com a chegada de Antônio Conselheiro em 1893 passou a crescer vertiginosamente, em poucos anos chegando a contar por volta de 25 000 habitantes. Antônio Conselheiro rebatizou o local de Belo Monte, apesar de estar situado num vale, entre colinas.


A situação na região, à época, era muito precária devido às secas, à fome, à pobreza e à violência social. Esse quadro, somado à elevada religiosidade dos sertanejos, deflagrou uma série de distúrbios sociais, os quais, diante da incapacidade dos poderes constituídos em debelá-los, conduziram a um conflito de maiores proporções.


 
Povoação de Canudos, Bahia, Brasil.



A figura de Antônio Conselheiro

Antônio Vicente Mendes Maciel, apelidado de "Antônio Conselheiro", nascido em Quixeramobim (CE) a 13 de março de 1830, de tradicional família que vivia nos sertões entre Quixeramobim e Boa Viagem, fora comerciante, professor e advogado prático nos sertões de Ipu e Sobral. Após a sua esposa tê-lo abandonado em favor de um sargento da força pública, passou a vagar pelos sertões em uma andança de vinte e cinco anos. 

Chegou a Canudos em 1893, tornando-se líder do arraial e atraindo milhares de pessoas. Acreditava que era um enviado de Deus para acabar com as diferenças sociais e com a cobrança de tributos. Acreditava ainda que a "República" (então recém-implantada no país) era a materialização do reino do "Anti-Cristo" na Terra, uma vez que o governo laico seria uma profanação da autoridade da Igreja Católica para legitimar os governantes. A cobrança de impostos efetuada de forma violenta, a celebração do casamento civil, a separação entre Igreja e Estado eram provas cabais da proximidade do "fim do mundo".


A escravidão havia acabado poucos anos antes no país, e pelas estradas e sertões, grupos de ex-escravos vagavam, excluídos do acesso à terra e com reduzidas oportunidades de trabalho. Assim como os caboclos sertanejos, essa gente paupérrima agrupou-se em torno do discurso do peregrino "Bom Jesus" (outro apelido de Conselheiro), que sobrevivia de esmolas, e viajava pelo Sertão.

O governo da República, recém-instalado, queria dinheiro para materializar seus planos, e só se fazia presente pela cobrança de impostos. Para Conselheiro e para a maioria das pessoas que viviam nesta área, o mundo estava próximo do fim. Com estas ideias em mente, Conselheiro reunia em torno de si um grande número de seguidores que acreditavam que ele realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza ou garantir-lhes a salvação eterna na outra vida.

Campanha militar

A primeira reação oficial do governo da Bahia deu-se em outubro de 1896, quando as autoridades de Juazeiro apelaram para o governo estadual baiano em busca de uma solução. Este, em novembro, mandou contra o arraial um destacamento policial de cem praças, sob o comando do tenente Manuel da Silva Pires Ferreira. Os conselheiristas, vindo ao encontro dos atacantes, surpreenderam a tropa em Uauá, em 21 de novembro, obrigando-a a se retirar com vários mortos. Enquanto aguardavam uma nova investida do governo, os jagunços fortificavam os acessos ao arraial.


Comandada pelo major Febrônio de Brito, em janeiro de 1897, depois de atravessar a serra de Cambaio, uma segunda expedição militar contra Canudos foi atacada no dia 18 e repelida com pesadas baixas pelos jagunços, que se abasteciam com as armas abandonadas ou tomadas à tropa. Os sertanejos mostravam grande coragem e habilidade militar, enquanto Antônio Conselheiro ocupava-se da esfera civil e religiosa.


Na capital do país, o governo federal ante este fato e a pressão de políticos florianistas que viam em Canudos um perigoso foco monarquista, assumiu a repressão, preparando a primeira expedição regular, cujo comando confiou ao coronel Antônio Moreira César. A notícia da chegada de tropas militares à região atraiu para lá grande número de pessoas, que partiam de várias áreas do Nordeste e iam em defesa do "homem Santo". 

Em 2 de março, depois de ter sofrido pesadas baixas, causadas pela guerra de guerrilhas na travessia das serras, a força, que inicialmente se compunha de 1.300 homens, assaltou o arraial. Moreira César foi mortalmente ferido e passou o comando para o coronel Pedro Nunes Batista Ferreira Tamarindo. Abalada, a expedição foi obrigada a retroceder. Entre os chefes militares sertanejos destacaram-se Pajeú, Pedrão, que depois comandou os conselheiristas na travessia de Cocorobó, Joaquim Macambira e João Abade, braço direito de Antônio Conselheiro, que comandou os jagunços em Uauá.


No Rio de Janeiro, a repercussão da derrota foi enorme, principalmente porque se atribuía ao Conselheiro a intenção de restaurar a monarquia. Jornais monarquistas foram empastelados e Gentil José de Castro, gerente de dois deles, assassinado. Em abril de 1897 então, providenciou-se a quarta e última expedição, sob o comando do general Artur Oscar de Andrade Guimarães, composta de duas colunas, comandadas pelos generais João da Silva Barbosa e Cláudio do Amaral Savaget, ambas com mais de quatro mil soldados equipados com as mais modernas armas da época. No decorrer da luta, o próprio ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt, seguiu para o sertão baiano e se instalou em Monte Santo, base das operações.


O primeiro combate verificou-se em Cocorobó, em 25 de junho, com a coluna Savaget. No dia 27, depois de sofrerem perdas consideráveis, os atacantes chegaram a Canudos. Após várias batalhas, a tropa conseguiu dominar os jagunços, apertando o cerco sobre o arraial. Depois da morte de Conselheiro (supõe-se que em decorrência da desinteria), em 22 de setembro, parte da população de mulheres, crianças e idosos foi colocada à disposição das tropas federais, enquanto um último reduto resistia na praça central do povoado.


Em tal momento de rendição, há relatos de que foi instituída, suspeitadamente por oficiais de baixa patente do exército, o que se denominou de pena da "gravata vermelha" - execução sumária de prisioneiros já subjugados, que eram posicionados de joelhos e degolados. Estima-se que parte da população civil rendida, que ainda não havia sido dizimada pela fome e pelas doenças no arraial, e não somente os prisioneiros combatentes, tenha sido executada dessa forma por tropas federais, o que constituiu num dos maiores crimes já praticados em território brasileiro.


O arraial resistiu até 5 de outubro de 1897, quando morreram os quatro derradeiros defensores. O cadáver de Antônio Conselheiro foi exumado e sua cabeça decepada a faca. No dia 6, quando o arraial foi arrasado e incendiado, o Exército registrou ter contado 5.200 casebres.



Consequências da Guerra dos Canudos
 

Antônio Conselheiro morto, em sua única foto conhecida.
  
O conflito de Canudos mobilizou aproximadamente doze mil soldados oriundos de dezessete estados brasileiros, distribuídos em quatro expedições militares. Em 1897, na quarta incursão, os militares incendiaram o arraial, mataram grande parte da população e degolaram centenas de prisioneiros. Estima-se que morreram ao todo por volta de 25 mil pessoas, culminando com a destruição total da povoação.
 
População sobrevivente do conflito em Canudos

Dica de filme e livro:  A Guerra de Canudos foi imortalizada por Euclides da Cunha na sua obra Os Sertões, publicada em 1902, e que inspirou Mario Vargas Llosa a escrever seu romance "A Guerra do Fim do Mundo", 1980. Além disso, a guerra inspirou muitos filmes, entre eles o de longa-metragem Guerra de Canudos, de Sérgio Rezende, 1997.

http://www.sohistoria.com.br/ef2/canudos/

Mais uma etapa superada...