Suicídio
quântico, que ideia maluca é essa?
Confira a teoria na qual um suicida pode se
tornar imortal e morrer, simultaneamente
Fonte da imagem: ShutterstockSuicídio
quântico, que ideia maluca é essa?
O suicídio quântico, por mais maluco que
pareça, foi proposto pelo físico teórico Max Tegmark em 1997. Trata-se de uma
teoria apenas — ainda bem! —, e como tal, consiste apenas de uma situação
hipotética. Afinal, apesar de não faltar gente doida nesse mundo que talvez se
voluntariasse alegremente em dar a vida em nome da ciência, seria um pouco...
difícil replicar o suicídio de forma prática. Você já vai entender o motivo.
Imagine um homem sentado diante de uma
pistola apontada para a cabeça. Além disso, imagine que essa arma está
conectada a um dispositivo que mede a rotação de uma partícula quântica — ou
quark — cada vez que o homem puxa o gatilho e, dependendo da medição realizada,
a pistola pode ou não disparar. Calma... a coisa fica ainda mais estranha!
Click, click...
Fonte da imagem: Reprodução/The Inquisitive
Loon
Caso a medição aponte que a partícula
quântica está girando no sentido horário, isso significa que a arma vai
disparar. Por outro lado, se o quark estiver girando no sentido anti-horário,
então a pistola apenas fará um “click”, mas não disparará nenhum projétil.
Voltando ao homem sentado com a arma apontado para a cabeça, ele prende a
respiração nervosamente — afinal, imagine a situação! — e puxa o gatilho.
Click.
Não satisfeito, ele puxa o gatilho novamente
e, de mais uma vez, outro click. De acordo com Tegmark, embora a arma esteja
carregada e funcionando corretamente, o “suicida quântico” continuará fazendo
isso por toda a eternidade sem que a arma dispare, tornando-se imortal. Espere,
caro leitor, tem mais...
Bang!
Fonte da imagem: Reprodução/Diamond meeks
Agora imagine que uma nova medição da
partícula quântica é feita e ela aponta que o quark está girando no sentido
anti-horário — coitado do homem... Neste caso, como você já deve ter imaginado,
o suicida puxa o gatilho, a arma faz “bang” e ele está morto, não é mesmo?
Então, não necessariamente. A situação é um paradoxo!
Conforme explica Tegmark em sua teoria, o
homem já havia puxado o gatilho antes — infinitas vezes, lembra? — e já sabemos
que a arma apenas fez “click”, não disparou e ele se tornou imortal. Portanto,
como é que ele pode estar morto? É aqui que a coisa fica interessante: segundo
o físico, o suicida não sabe, mas ele está vivo e também morto ao mesmo tempo.
Isso porque cada vez que o homem puxa o
gatilho, o Universo se divide em dois, e continuará se dividindo
indefinidamente cada vez que o suicida puxar o gatilho. Hein? Segundo o How
Stuff Works, para estudar as partículas os cientistas se apoiam em experimentos
hipotéticos — em vez de evidências empíricas — para explicar seu comportamento,
e teorias como a que você acabou de conferir são criadas a partir de dados
observados na física quântica justamente para isso.
Maluquice
Fonte da imagem: Reprodução/Kaeltyk
A teoria do suicídio quântico está baseada
na ideia de que existem Múltiplos Universos — ou Multiverso. Essa hipótese
surgiu na década de 50 e, por muito tempo, foi motivo de piada. Entretanto, a
teoria vem sendo cada vez mais aceita pelos físicos quânticos e, de acordo com
ela, para cada resultado possível de uma ação, o Universo se divide em uma
cópia de si mesmo.
Um aspecto importante dessa teoria é que o
sujeito envolvido nas ações não é consciente de que existe outra versão dele
mesmo em outro Universo, e vice-versa. Assim, no caso do suicídio quântico,
quando o homem puxa o gatilho, o Universo se divide em dois para acomodar os
dois possíveis resultados dessa ação. Quando o sujeito morre, então o Universo
não tem por que se dividir mais, enquanto que o ciclo se repete quando a arma
não dispara, infinitamente.
Com teorias assim, fica fácil imaginar o que
os cientistas querem dizer quando afirmam que o que foi observado até agora em
nível quântico gera mais perguntas do que respostas sobre o comportamento das
partículas. Veja os fótons, por exemplo, que, segundo os físicos, se comportam
como onda e como partícula ao mesmo tempo. Isso sem falar que as partículas
parecem se mover em ambas as direções simultaneamente.
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