terça-feira, 8 de abril de 2014

Circo brasil...

Brasileiro está mais infeliz e teme perder emprego, mostra pesquisa

No passado o cliente colocava a boca no trombone, hoje ele coloca o vídeo no…

SÃO PAULO - O início de 2014 não está sendo fácil para os brasileiros. Além de o desemprego assombrar os profissionais do país, eles estão ainda mais insatisfeitos com a vida, revelou um estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Segundo o levantamento, o Índice de Medo de Desemprego aumentou 0,8% entre dezembro de 2013 e março de 2014, saindo de 73 para 73,6 pontos. Na comparação com março de 2013, o medo é ainda maior, com um aumento de 6,7% no índice.

O medo do desemprego abrange também praticamente todos os cortes da pesquisa (gênero, idade, grau de instrução, renda familiar, condição e porte do município e região), exceto na região Nordeste, onde o índice ficou praticamente estável, com queda de 0,1%.

Entre dezembro e março, o índice foi crescente de acordo com a renda familiar dos entrevistados, passando de 3% para aqueles de renda familiar até 1 salário mínimo e alcançando 14,2% para aqueles com renda familiar acima de 10 salários.

Satisfação com a vida
Já o Índice de Satisfação com a Vida recuou 1% em março, na comparação com dezembro de 2013. O índice também apresenta queda quando comparado com o mesmo período do ano anterior, com -2,2%.

A satisfação com a vida reduziu para a maioria dos cortes da pesquisa em relação a dezembro. Quando confrontados com os dados de março de 2013, o resultado é ainda pior: apenas as famílias com renda de até 1 salário apresentaram aumento no índice (crescimento de 1,4%).

Bem legal saber...

4 curiosidades sobre sexo que você não sabia

Sobre sexo todo mundo entende. Sempre tem alguém para dar uma dica, falar qual a melhor posição nesse ou naquele momento ou adivinhar quais as melhores maneiras para chegar ao orgasmo. Mas será que entender como nosso corpo funciona ou como foi tratado muito anos antes da nossa chegada não pode ser importante?

Escolhemos algumas curiosidades para dividir com você. Um pouquinho de conhecimento não faz mal a ninguém, certo?

Em 2012, cientistas observaram uma ligação entre o tom de voz masculino e a qualidade do seu sêmem. Os homens com voz fina podem não ser apontados por aí como donos de vozes sedutoras ou másculas, porém são eles que terão mais facilidade para reproduzir: a concentração de espermatozóide no sêmem deles é maior do que no dos homens com vozes grossas e ditas másculas.

Sistema reprodutor único
Basta olhar para um pênis e uma vagina para saber que são coisas diferentes. Mas o que tem por dentro do corpo ligado a eles? Até o começo do século 18 acreditava-se que era a mesma coisa: a vagina era um pênis invertido, o útero era uma versão do escroto e os ovários eram os testículos. Aliás, esses nomes nem existiam ainda! Os nomes masculinos eram usados também para falar sobre o sistema reprodutor feminino. Tudo isso era baseado nos estudos do médico grego Galeno de Pérgamo, que viveu há quase 2.000 anos.

Camisinha do passado
Preservativos são invenções relativamente novas, assim como a pílula anticoncepcional. Mas a vontade de fazer sexo apenas por diversão, não, isso sempre existiu. Então, é claro que as pessoas tentavam dar um jeitinho. A revista Journal of Family Planning and Reproductive Health Care, em 2011, falou sobre um documento chamado Papiro Ginecológico de Kahun, de 1825 aC, que descreve alguns métodos contraceptivos: aplicação de mel no interior da vagina enquanto a mulher estava deitada em uma cama de carbonato de sódio era uma delas, a outra era o uso de esterco de crocodilo no colo do útero ou queimado como incenso. Mas o texto não explica como o incenso poderia evitar uma gravidez indesejada.

Quer cantar melhor? Tire as bolas de campo!
Isso poderia ser uma piada – de péssimo gosto, é claro -, mas não é. A voz aguda era muito valorizada na área que viria a se tornar a Itália e apenas homens podiam cantar. Durante os século 17 e 18, famílias pobres apostavam todas as suas cartas em seus filhos e queriam que eles fossem os novos grandes astros da música, por isso os castravam para que suas vozes não amadurecessem.

Combater as causas...

Conheça oito ameaças inusitadas à saúde do coração

Luto, enxaqueca e até pastilhas efervescentes aumentam o risco de doenças cardiovasculares

As doenças cardiovasculares são líderes em morte no mundo, sendo responsáveis por quase 30% dos óbitos no Brasil. Dentre estas, o infarto agudo do miocárdio é a causa principal. 

Tabagismo, dieta rica em sódio, estresse e sedentarismo são apenas alguns dos vilões da saúde cardíaca. No entanto, existem outras ameaças que podem afetar principalmente aquelas pessoas que já possuem os fatores de risco conhecidos para doenças cardiovasculares, como pressão arterial e colesterol em níveis acima do normal. Conversamos com especialistas e listamos as armadilhas escondidas para a saúde do nosso coração. Confira:

Pastilhas efervescentes

Pode parecer estranho, mas essas bolhas escondem mais riscos ao coração do que você imagina. Segundo um estudo publicado em janeiro no British Medical Journal, existe uma relação entre as pastilhas e infartos ou AVC. Os pesquisadores da Universidade Dundee analisaram exames médicos de 1,2 milhões de pacientes britânicos e descobriram que tomadores regulares de medicamentos efervescentes eram sete vezes mais propensos a desenvolver pressão alta ou hipertensão, além de correrem um risco 16% maior para eventos cardiovasculares, como infarto e AVC. O estudo analisou 24 diferentes remédios efervescentes, incluindo os principais analgésicos, como paracetamol e ácido acetilsalicílico, assim como suplementos.

Essa relação acontece porque esses medicamentos possuem grandes quantidades de sódio. Segundo o estudo, algumas pastilhas de 69 mg a 415 mg de sódio -  aproximadamente um quinto de uma colher de chá. O consumo diário recomendado para um adulto é de 2000 mg a 2400 mg, equivalente a 6 gramas de sal. 

Olhando para esses números isoladamente, os medicamentos não parecem oferecer uma ameaça tão grande - afinal, seria necessário ingerir uma quantidade muito grande deles para chegar as recomendações diárias estipuladas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No entanto, devemos pensar que esses remédios só agregam à lista de alimentos ricos em sódio que são ingeridos ao longo do dia, como refrigerantes outros industrializados. "Quando em excesso no organismo, o sódio fica acumulado no sangue em vez de ser absorvido pelas células, ocorrendo o que chamamos de desequilíbrio osmótico, já há maior concentração do mineral fora das células do que dentro delas", explica o cardiologista Luiz Ferlante, do Hospital Samaritano de São Paulo. 

Para equilibrar esses níveis, o corpo precisa de mais água circulando pelo sangue, reduzindo assim as concentrações de sódio. "A retenção de água faz o volume de sangue nas artérias aumentar, e por isso o coração precisa bombear mais sangue do que o normal, aumentando a pressão sanguínea", diz Luiz. Quando esse problema se torna crônico, temos a hipertensão arterial, que por si só aumenta o risco de diversas doenças cardiovasculares.

Caso você use medicamentos efervescentes de forma contínua, converse com o médico e discuta seus riscos. Se não, o ideal é não usar com frequência e sempre ficar atento à alimentação de forma geral.

Doenças inflamatórias

Pesquisadores da Clínica Mayo descobriram que a artrite reumatoide pode ser considerada um fator de risco para doenças do coração. O levantamento sugere que as altas quantidades de moléculas inflamatórias no corpo dos pacientes com artrite reumatoide pode aumentar o risco de doença cardíaca. Esse estado inflamatório pode favorecer a oxidação do colesterol bom (HDL), que se transformará em colesterol ruim (LDL). Todo esse cenário favorece doenças como hipertensão, angina, insuficiência cardíaca, entre outros.

Entretanto, não é só a artrite reumatoide que pode elevar as inflamações no organismo. Outras doenças bem mais comuns, como obesidade e diabetes tipo 1, também são inflamatórias e aumentam o risco cardíaco quando descontroladas. "O tecido adiposo é um grande produtor de substâncias inflamatórias - e os adipócitos (células de estoque da gordura) aumentam em número e volume com a obesidade", afirma o endocrinologista Isaac Benchimol, do Conselho Empresarial de Medicina e Saúde da Associação Comercial do Rio de Janeiro. 

Ele explica que o organismo se cansa de corrigir o erro alimentar e o sedentarismo, e vai progressivamente lançando de volta na circulação o colesterol e os triglicerídeos que não conseguiu armazenar no fígado e tecido adiposo. Essa gordura em excesso no sangue pode formar placas e entupir as artérias, causando um infarto ou AVC. Já no caso do diabetes tipo 1, o excesso de glicose no sangue pode lesionar a parede das artérias, causando inflamações que podem corroborar com um aumento do risco de eventos cardiovasculares.

Temperaturas baixas

Um grupo de pesquisadores da London School of Hygiene and Tropical Medicine encontrou uma relação entre a temperatura do ambiente e o risco de ataque do coração. Eles descobriram que uma queda brusca na temperatura aumenta as chances de uma pessoa ter um infarto. Segundo os autores, a relação é tão estreita que a cada grau a menos em um único dia, há um aumento de 200 casos de infarto.

Os pesquisadores analisaram dados de 84 mil casos de infarto em hospitais entre 2003 e 2006 no Reino Unido, fazendo um levantamento de 15 áreas geográficas com temperaturas diferentes e que sofreram alterações climáticas. Eles descobriram que os casos de infarto aumentaram em 2% duas semanas depois de uma forte frente fria que atingiu a maioria das 15 zonas pesquisadas. 

"Nos dias frios, o corpo humano reage naturalmente à mudança de temperatura gerando uma vasoconstrição das artérias - e isso resulta em um aumento da pressão arterial", explica a angiologista Aline Lamaita, da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

Dessa forma, pessoas que já possuem fatores de risco para doenças cardiovasculares, como obesidade, sedentarismo e hipertensão, podem ter esses efeitos potencializados quando o termômetro fica mais baixo. O ideal é cuidar da saúde como um todo e ter atenção redobrada nos dias mais frios.


Desastres naturais

Quem já passou por um desastre natural traumático, como uma enchente ou desabamento de terras, sabe que esses eventos geram traumas e podem mexer com o nosso coração. Segundo dados levantados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia esses eventos realmente tem um efeito sobre a saúde do nosso coração. Eles analisaram os moradores de Santa Catarina após os temporais que ocorreram em 2008 e deixaram 135 vítimas fatais. 

A organização descobriu que o sentimento de perda, a pressão psicológica, a ansiedade e o estresse a que é submetida uma população afetada ou mesmo aquela que assiste ao desastre atuam para elevar a pressão arterial e a frequência cardíaca, causando um aumento significativo do número de infartos.

Além disso, pesquisadores da Harvard Medical School descobriram que perder a pessoa amada aumenta em 21 vezes o risco de um infarto no dia seguinte à morte e em até seis vezes na semana que se segue. Para o estudo, eles revisaram o prontuário de atendimento e entrevistaram 1.985 pacientes de um hospital em Boston. 

Os pacientes responderam perguntas sobre as circunstâncias de seus ataques cardíacos, bem como se recentemente haviam perdido alguém importante em suas vidas no ano anterior, quando a morte havia ocorrido e qual a importância de seu relacionamento com a pessoa falecida.

O relatório, publicado no Journal of the American Heart Association afirma que o estresse causado por luto tem efeitos imediatos para a saúde, que somados a perda de apetite e sono recorrente nesses casos pode agravar ainda mais o risco. O sentimento de perda também pode fazer algumas pessoas demorarem para retornar às suas atividades ou mesmo adotarem hábitos nocivos à saúde, como se alimentar de forma errada ou iniciar vícios.

Combinação de medicamentos

É muito importante saber se como um medicamento interage com outros antes de tomar - e essa recomendação vale principalmente para aquelas pessoas que já fazem tratamento para algum problema cardiovascular, como a hipertensão. 

As estatinas, por exemplo, que servem para reduzir o acúmulo de placas de gordura nas artérias nos pacientes com colesterol alto, podem interagir com outros medicamentos, como a varfarina, um anticoagulante que pode ser indicado para a insuficiência cardíaca ou trombose. 

Além disso, antifúngicos, antidepressivos e antibióticos são processados pela mesma via no organismo, o que interfere no efeito de vários medicamentos protetores do coração. "Por isso é fundamental dizer durante a consulta quais medicamentos você já toma antes que ele faça a receita - isso ajuda o médico ou médica a prescrever um fármaco que não sofra interações", alerta a farmacêutica Patrícia Moriel, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Vírus e bactérias

Os problemas de saúde bucal estão intimamente ligados com doenças cardiovasculares. A falta de higiene oral favorece o acúmulo de micro-organismos na região, levando ao aparecimento da cárie e outros problemas na gengiva (periodontite e gengivite), bochechas, língua, palato e toda mucosa oral. Esses organismos podem atingir áreas mais profundas da mucosa oral, chegando aos vasos sanguíneos e infectando os tecidos do coração. Dessa forma, é importante manter a escovação dos dentes e língua com fio dental após as refeições, além das visitas regulares ao dentista.

A vacinação contra o vírus da gripe e da pneumonia também é aliada da saúde cardíaca. As pneumonias podem comprometer as trocas de oxigênio feitas pelos pulmões, comprometendo o funcionamento do coração. "Além disso, os vírus e bactérias causadores de doenças infecciosas podem viajar pelo nosso coração e chegar ao coração", afirma o cardiologista Luiz. Dessa forma, pessoas que tem o sistema imune mais debilitado ou doenças infecciosas graves devem ficar atentos ao risco cardíaco.

Rotina da cidade grande

Um levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde aponta que, em média, 106 pessoas são internadas por dia em hospitais públicos no Estado de São Paulo com AVC. Um dos motivos apontados pela pesquisa é o estilo de vida urbano atual, que faz com que as pessoas sejam mais estressadas, sedentárias, consumam alimentos ricos em gorduras, fiquem acima do peso e desenvolvam pressão alta e diabetes antes do que acontecia antigamente.

A poluição sonora e visual das metrópoles, como anúncios luminosos, veículos e pessoas, podem levar a um quadro de estresse - a musculatura fica tensionada, o coração dispara, a pressão arterial sobe, o estômago fica cheio de suco gástrico e o intestino trabalha bem devagar, além da agitação que dificulta a concentração. 

De acordo com o clínico geral Dirceu Rodrigues Alves Junior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional na Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), os veículos geram calor e poluente atmosféricos, além de fuligem. "A variação de temperatura, a vibração do veículo por conta dos buracos ou o barulho produzido pela vibração das janelas de um ônibus, por exemplo, debilitam a saúde da pessoa e podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares e outros problemas."

Ter enxaquecas

Apesar de a dor de cabeça ser o principal sintoma da enxaqueca, outros sintomas são muito comuns e podem ser também importantes, como sensibilidade à luz e a cheiros e barulho, náuseas, vômitos e sensibilidade a movimentos. "Esses sintomas são todos gerados no cérebro, em áreas diferentes dele, que são mais sensíveis em quem tem enxaqueca", explica a neurologista Thaís Rodrigues Villa, pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). 

Essa maior vulnerabilidade do cérebro, principalmente se exposto aos já conhecidos provocadores ou gatilhos da enxaqueca, ocorre devido a disfunções em vários neurotransmissores como a serotonina, dopamina, noradrenalina e glutamato. Essas substâncias tem um funcionamento diferente em quem tem enxaqueca.

Estudos recentes comprovaram que pessoas com enxaqueca tem um maior risco de AVC e doenças cardiovasculares, principalmente quem tem enxaqueca com aura, sendo esse risco aumentado se associado a tabagismo e uso de alguns anticoncepcionais hormonais em mulheres. 

"A enxaqueca aparece como fator de risco tão importante quanto à hipertensão arterial, diabetes e obesidade", lembra a neurologista. A especialista afirma que pacientes com enxaqueca apresentam maior frequência de lesões cerebrais, pequenos AVCs e atrofia em algumas áreas do cérebro, ou seja, perda de neurônios. "A enxaqueca não é uma simples dor de cabeça, tratá-la é cuidar do seu cérebro e consequentemente da sua saúde como um todo."

Barbarismo...

Chilena esquarteja marido e cozinha os restos em panela de pressão

Uma chilena esquartejou e depois cozinhou os restos de seu companheiro em uma panela de pressão, em uma ataque de fúria contra a vítima, a quem acusou de ter roubado dez mil dólares que lhe pertenciam.

Roxana Valdés, de 39 anos, disparou contra o companheiro Carlos Ramírez em sua casa em Molina, sul de Santiago.

Para ocultar o crime, esquartejou o cadáver e o cozinhou os pedaços em uma panela de pressão, para depois colocá-los em sacos de lixo.

Valdés se entregou nesta segunda-feira à polícia.

Luta perene...

'O Brasil está às vésperas de uma
epidemia de câncer'

Em dez anos, o câncer será a primeira causa de morte no Brasil, consequência da detecção tardia da doença, da demora para início do tratamento e da falta de acesso à medicação avançada

No Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, celebrado nesta terça (8), a afirmação do oncologista Carlos Barrios é menos para causar pânico – se é que isso é possível – e mais para fazer com que o País responda a um questionamento crucial para o enfrentamento da doença. “A pergunta é: ‘quanto vale a vida com câncer no Brasil’?”, questiona o médico, que é membro do Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama (Gbecam).

BBC
57 mil mulheres devem ser diagnosticadas com câncer de mama no Brasil em 2014

O Relatório Mundial do Câncer 2014, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de novos casos pule de 14 milhões em 2012 para 22 milhões em 2030. Mais de 70% das mortes pela doença acontecem em países em desenvolvimento, onde a detecção tardia, a demora em iniciar o tratamento e a falta de acesso a medicamentos de última geração explicam boa parte dos óbitos. No Brasil, em dez anos o câncer será a primeira causa de morte – hoje é a segunda, responsável por 15,6% dos óbitos, atrás das doenças cardiovasculares, como infarto e hipertensão.

Se o crescimento da incidência é um fato, o problema é a falta de estrutura para enfrentar essa epidemia, pondera Barrios. “O câncer é uma doença que pode ser curada, pode ser controlada. Nos países desenvolvidos, apesar do aumento da incidência, a morte tem caído. Aqui, crescem as duas coisas”.

Especialista: O maior desafio é tratarmos é tratarmos os cânceres comuns

Um exemplo típico é o câncer de mama. No Brasil, no ano 2000, a doença matava nove a cada cem mil mulheres. Em 2011, o número subiu para mais 11,9. Um movimento na contramão do mundo desenvolvido, em que a chance de cura para esse tipo de tumor chega a 90%. Por aqui, o porcentual é de cerca de 50%.

“O câncer daqui não é pior do que o de lá. A diferença é de que lá há diagnóstico precoce e acesso rápido a atendimento, o que não acontece por aqui”, afirma Maira Caleffi, mastologista e presidente da Femama, Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama

Quanto vale uma vida?

No Brasil, explica Maira, apesar de desde o ano passado a lei prever que o atendimento a pacientes com câncer deve ser iniciado em até 60 dias após o diagnóstico, o prazo não é cumprido no Sistema Único de Saúde (SUS), que atende a cerca de 75% da população. “No SUS, demoram 180 dias entre a detecção e o início do tratamento do câncer de mama. Imagina o que esses seis meses significam na diminuição da chance de cura.”

Cenário: Uma a cada 4 mulheres com câncer tem tumor de mama

Isso sem contar o acesso limitado e atrasado às opções de tratamento, explica Barrios. Em pacientes com câncer de mama com metástase – que tem menor incidência, mas é muito mais agressivo -, há uma medicação específica, a Trastuzumabe, que é curativa. “O potencial remédio foi descoberto em 2005, mas a droga só ficou disponível no SUS em 2012. Nesse período de tempo, entre 5 a 6 mil mulheres morreram por falta de acesso a esse medicamento”, diz o médico.

Pesquisa: Estudo mapeia dez diferentes tipos de câncer de mama

Nesse período, Barrios afirma, os convênios foram obrigados pelo próprio governo a oferecer o tratamento com a droga, que é cara, mas as pacientes da saúde pública se mantiveram à margem. “É uma discrepância absurda. O médico deve prover prescrições diferenciadas frente a um mesmo diagnóstico para uma paciente do SUS e para uma de saúde suplementar, uma vez que o SUS não fornece o medicamento necessário?”

Sem garantia, resta à mulher procurar a Justiça, como fez Rita de Cássia, de Porto Alegre. Ela descobriu o câncer em 2012, quando tinha 39 anos. Fez a cirurgia de retirada de mama, quimioterapia e radioterapia. No ano passado, foi necessário substituir uma medicação por outra que seria a única eficaz para o seu caso, mas que não fazia parte da lista de medicamentos fornecidos pelo SUS. “Precisei acionar a Justiça, comprovar com muitos laudos e justificativas de que era a única medicação e de que eu não poderia arcar com o custo. Foi muito desgastante porque o procurador achava que era muito caro e eu morreria de qualquer forma.”

Decidir ou não investir no tratamento de Rita e de outras milhares de mulheres em sua situação, afirma o oncologista Carlos Barrios, depende de incluir todas as partes envolvidas no processo - administração pública, sociedade civil, sociedades médicas e indústria farmacêutica - para responder a um único dilema ético: "Quanto vale uma vida? Quanto estamos dispostos a investir para manter viva uma pessoa com câncer?"

Mais uma etapa superada...