Câmara aprova processo de impeachment de
Dilma, que segue para o Senado
Plenário aprova prosseguimento do procedimento contra a presidente
BRASÍLIA
— O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em sessão especial neste domingo,
o procedimento de impeachment contra Dilma Rousseff. O voto decisivo, de número
342, foi dado pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), às 23h07m. Ao todo, 511
parlamentares participaram da votação, que começou com deputados cantando o
Hino Nacional. Às 20h, quando o placar da votação chegou a 195 votos a favor, o
governo admitiu a derrota, conforme antecipado pelo Blog do Moreno. Às 20h35m,
com 272 votos a favor, auxiliares da presidente diziam que todos os esforços
serão centrados no Senado, já que a Casa pode ser mais sensível ao mérito do
impeachment, as pedaladas fiscais. Às 22h, o líder do governo na Câmara, José
Guimaraes (PT-CE) reconheceu a derrota:
— Os
golpistas venceram na Câmara. Vamos continuar a lutar na rua. Podemos reverter
no Senado.
Inicialmente,
Dilma cogitou fazer um pronunciamento à imprensa, não em rede, condenando a
decisão, mas acabou delegando a missão aos ministros Jaques Wagner (Chefia de
Gabinete) e José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União).
A
partir de agora, o pedido segue para o Senado. Uma comissão especial será
formada, e o relatório aprovado pelo colegiado será votado em plenário. Nessa
fase, os senadores decidirão, por maioria simples, se o processo de impeachment
será instaurado. Caso seja aberto, Dilma será afastada por até 180 dias e o
vice-presidente assume. No julgamento, Dilma será cassada se dois terços dos
senadores votarem a favor.
Resignada
e apática, a bancada governista levantou em peso quando o deputado Bruno Araújo
(PSDB-PE) foi chamado para dar seu voto a favor do impeachment. Parlamentares
do PT, PCdoB, PSol e Rede gritavam "golpistas", do lado esquerdo do
plenário, enquanto o outro lado da sala comemorava antecipadamente o resultado.
Os
governistas atribuíram a derrota às traições de deputados que prometeram votar
a favor de Dilma e ao baixo número de faltas. O governo contava com ao menos 20
deputados ausentes na sessão deste domingo.
— Agora
vamos para a rua. Vai ser Fora Temer e Fora Cunha. Não vamos descansar — disse
o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que acompanhou a votação no plenário.
A
bancada do PT na Câmara se reunirá na manhã desta segunda-feira para avaliar
estratégias de defesa de Dilma agora que o processo vai ser analisado pelo
Senado. Na terça-feira, o Diretório Nacional do PT se reunirá em Brasília.
Leia mais sobre esse assunto em
http://oglobo.globo.com/brasil/camara-aprova-processo-de-impeachment-de-dilma-que-segue-para-senado-19109151#ixzz46BTakgnY
© 1996 - 2016. Todos direitos
reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode
ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem
autorização.