segunda-feira, 18 de abril de 2016

Agora é com o Senado...


Câmara aprova processo de impeachment de Dilma, que segue para o Senado
Plenário aprova prosseguimento do procedimento contra a presidente

BRASÍLIA — O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em sessão especial neste domingo, o procedimento de impeachment contra Dilma Rousseff. O voto decisivo, de número 342, foi dado pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), às 23h07m. Ao todo, 511 parlamentares participaram da votação, que começou com deputados cantando o Hino Nacional. Às 20h, quando o placar da votação chegou a 195 votos a favor, o governo admitiu a derrota, conforme antecipado pelo Blog do Moreno. Às 20h35m, com 272 votos a favor, auxiliares da presidente diziam que todos os esforços serão centrados no Senado, já que a Casa pode ser mais sensível ao mérito do impeachment, as pedaladas fiscais. Às 22h, o líder do governo na Câmara, José Guimaraes (PT-CE) reconheceu a derrota:

— Os golpistas venceram na Câmara. Vamos continuar a lutar na rua. Podemos reverter no Senado.

Inicialmente, Dilma cogitou fazer um pronunciamento à imprensa, não em rede, condenando a decisão, mas acabou delegando a missão aos ministros Jaques Wagner (Chefia de Gabinete) e José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União).

A partir de agora, o pedido segue para o Senado. Uma comissão especial será formada, e o relatório aprovado pelo colegiado será votado em plenário. Nessa fase, os senadores decidirão, por maioria simples, se o processo de impeachment será instaurado. Caso seja aberto, Dilma será afastada por até 180 dias e o vice-presidente assume. No julgamento, Dilma será cassada se dois terços dos senadores votarem a favor.

Resignada e apática, a bancada governista levantou em peso quando o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) foi chamado para dar seu voto a favor do impeachment. Parlamentares do PT, PCdoB, PSol e Rede gritavam "golpistas", do lado esquerdo do plenário, enquanto o outro lado da sala comemorava antecipadamente o resultado.

Os governistas atribuíram a derrota às traições de deputados que prometeram votar a favor de Dilma e ao baixo número de faltas. O governo contava com ao menos 20 deputados ausentes na sessão deste domingo.

— Agora vamos para a rua. Vai ser Fora Temer e Fora Cunha. Não vamos descansar — disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que acompanhou a votação no plenário.

A bancada do PT na Câmara se reunirá na manhã desta segunda-feira para avaliar estratégias de defesa de Dilma agora que o processo vai ser analisado pelo Senado. Na terça-feira, o Diretório Nacional do PT se reunirá em Brasília.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/camara-aprova-processo-de-impeachment-de-dilma-que-segue-para-senado-19109151#ixzz46BTakgnY

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