quarta-feira, 9 de maio de 2012
Viva a sabedoria...
A Ordem do Discurso, de
Michel Foucault
Ela
congrega numa única figura todos os constrangimentos do discurso: os
constrangimentos que limitam os seus poderes, os que refreiam os seus
aparecimentos aleatórios, os que selecionam os sujeitos falantes. No início
do século XVII, o Shogun tinha ouvido dizer que a superioridade dos europeus
? na navegação, no comércio, na política, na arte militar ? era devida ao
conhecimento das matemáticas. Quis apoderar-se desse saber tão precioso. Como
lhe tinham falado de um marinheiro inglês que possuía o segredo desses
discursos maravilhosos, fê-lo vir ao seu palácio e aí o reteve. A sós com
ele, recebeu lições. Aprendeu as matemáticas. Guardou para si próprio o poder
destas e viveu até muito velho. Só houve matemáticos japoneses no século XIX.
Mas a anedota não fica por aqui: tem a sua vertente europeia. Com efeito, a
história pretende que o marinheiro inglês, Will Adams, era um autodidata: um
carpinteiro que, por ter trabalhado num estaleiro naval, tinha aprendido
geometria. Será necessário ver nesta narrativa a expressão de um dos grandes
mitos da cultura europeia? Ao saber monopolizado e secreto da tirania
oriental, a Europa oporia a comunicação universal do conhecimento, o
intercâmbio indeterminado e livre dos discursos.
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Sobre Jardins
Deus
Todo-Poderoso foi quem primeiro plantou um jardim. Na verdade, plantar
jardins é o mais puro dos prazeres humanos, isto é, aquele que constitui
maior repouso para o espírito do homem; sem jardins, edifícios e palácios não
passam de construções grosseiras; e vemos sempre que, .à medida que os tempos
desabrocham para a civilizarão e para a elegância, os homens se preocupam em
construir edifícios grandiosos e a jardinar delicadamente, como se a
jardinagem fosse o complemento máximo da perfeição. Eu deduzo da maneira como
estão ordenados os jardins reais, os quais devem ser jardins para todos os
meses do ano, durante os quais, frequentemente, belas flores devem então
estar
no seu tempo. Para Dezembro e janeiro, e na última parte de Novembro, deve-se escolher plantas que permaneçam verdes, no inverno: azevinho, hera, louro, zimbro, teixo, ananaz; abetos, rosmaninho e alfazema; pervinca branca, púrpura e azul; carvalhinha, a planta chamada alga, laranjeiras, limoeiros e murta, se conservados em estufa; e manjerona doce, também sob aquecimento. Seguem-se, para a última parte de janeiro e para o mês de Fevereiro, as árvores mezereon que florescem nessa época; o açafrão da primavera, amarelo e cinzento; orelha de urso, anémonas, tulipas temporãs, jacinto oriental, chamairis, e fritilárias. Para Março, vêm as violetas, especialmente as singelas e azuis, que são as temporãs; o narciso amarelo, a mar ganida, as amendoeiras em flor, os pessegueiros também floridos, bem como os pilriteiros e as rosas bravas. Em Abril, teremos a violeta branca dobrada, o goivo amarelo, o goivo comum, as primaveras, a flor-de-lis e os lírios de toda espécie; a flor do rosmaninho, a tulipa, a peónia dobrada, o narciso pálido, o trevo dos prados, a madressilva francesa, as cerejeiras em flor, o abrunheiro de Damasco e a ameixoeira em flor, o espinheiro em folha e o lilás. Em Maio e junho vêm os cravos de todas as qualidades, em particular o cravo rubro; rosas de todas as espécies, com excepção da rosa de almíscar, que vem mais tarde; madressilvas, morangueiros, buglossa, aquilégia, malmequeres franceses, flos africanos, cerejas em fruto, groselhas, figos em fruto, limas, vinhas em flor, alfazema em flor, o satiricão doce de flor branca, a herba nzuscaria, o lírio dos vales, as macieiras em flor. Em julho, seguem-se os goivos de todas as variedades, as rosas almiscaradas, as tílias em flor, as petas temporãs, as ameixas em fruto, as maçãs em amadurecimento e verdes. Em Agosto frutescem as ameixoeiras de toda espécie, as pereiras, os alperceíros, a uva espiro, a aveleira, o melão perfumado, e o acónito de todas as cores. Em Setembro, é o tempo das uvas em cachos, das maças, das papoulas de todas as cores, pêssegos, marmelos de várias qualidades, da ameixa nectarina, dos pilriteiros e das geras para compota. Em Outubro e princípios de Novembro, teremos as sorveiras, as nêsperas, o abrunho silvestre, as rosas podadas ou transplantadas para florir mais tarde, as azinheiras, e várias outras plantas semelhantes. Estas indicações dizem respeito ao clima de Londres, mas o que pretendem significar, evidentemente, é que vós podeis ter "ver perpetuum" , de acordo com as circunstâncias do lugar. E porque a respiração das flores é extremamente doce na atmosfera, (em suspensão na qual ela flutua, ondule lando como a harmonia da música), vê-se, portanto, que nada pode deleitar tanto como saber que são as flores e as plantas que melhor perfumam o ambiente. Rosas vermelhas e adamascadas, são flores avaras do seu aroma; tanto assim, que podeis passear ao longo de toda uma alameda ladeada de roseiras, sem nada sentir da sua doçura, a menos que seja à hora do rocio matinal. Os loureiros, da mesma forma, não exalam perfume enquanto crescem; a emanarão do rosmaninho é leve, o mesmo acontecendo com a manjerona doce. A flor que, mais do que todas as outras, exala no espaço o mais doce perfume, é a violeta, especialmente a violeta branca dobrada, que floresce duas vezes por ano, por volta dos meados de Abril e próximo ao dia de S. Bartolomeu, em Agosto. Depois da violeta vem a rosa-almiscarada; em seguida o morangueiro, que deixa, ao morrer, um aroma cordial dos mais excelentes; e ainda a flor das vinhas que é uma leve poeira, como a poeira dum relvado, que parece depositar-se sobre os cachos ao primeiro desabrochar; depois, as roseiras bravas e também os goivos amarelos que são flores encantadoras para plantar sob a janela de uma sala de estar ou de um quarto térreo; e ainda os cravos e os goivos comuns, especialmente os rajados de rosa, e o cravo da índia; depois as flores da tília; e, enfim, a madressilva, cujo aroma muitas vezes é percebido muito ao longe. Das ervilhas de cheiro não falo, porque são flores campestres; mas aquelas que mais deliciosamente perfumam o ar, não se passarmos perto delas, como as que mencionamos, mas quando pisadas e esmagadas, são três, a saber: a pimpinela, o tomilho silvestre e a hortelã; portanto, devereis plantar alamedas inteiras com estas três plantas, para ter o prazer de sentir-lhes o perfume quando passeardes ou caminhardes. Para jardins, (fazendo referência àqueles que são na verdade principescos, como acontece com os que construímos para residências), a área não deve ser inferior a trinta acres de terreno, e será dividido em três partes: o relvado, à entrada; um matagal ou deserto à saída; e n jardim principal, ao meio, além de alamedas dos dois lados. Em minha opinião, devem destinar-se para o relvado quatro acres, seis ao tojal, quatro e quatro para cada lado, e doze ao jardim principal. O relvado proporciona dois prazeres: primeiro, porque nada é mais agradável à vista do que a relva que se conserva aparada curta; segundo, porque vos permitirá abrir uma linda alameda ao meio, pela qual vos dirigireis directamente à sebe majestosa que se destina a cercar o jardim, mas como a alameda será longa, e tanto na época estival como durante as horas quentes do dia se não deverá alcançar a sombra do jardim pagando-a com essa caminhada ao sol através do relvado, devereis plantar de cada lado do relvado uma alameda coberta, mercê de uma obra de carpintaria, a qual deve medir cerca de doze pés de altura, e seguindo a qual vos será possível atingir o jardim, caminhando à sombra. No que concerne a confecção de arabescos ou desenhos, com terras diversamente coloridas, sob as janelas da casa que abrem sobre o jardim, não passam de verdadeiros brinquedos; pois que é possível ter iguais perspectivas olhando para uma torta de frutas. É preferível que o jardim seja quadrado, e circundado pelos quatro lados por uma sebe majestosa e podada em arcadas; as arcadas serão reforçadas por armações de madeira, com cerca de dez pés de altura e seis de largura, e espadadas por distância igual ao vão do arco. Sobre os arcos, deixai ficar uma borda de cerca de quatro pés de altura de sebe inteira, mantida igualmente por uma armarão de madeira; e sobre esta parte superior, por cima de cada arco, um pequeno torreão, com bojo suficientemente grande para suportar uma gaiola para pássaros; sobre cada pano, entre os arcos, qualquer outra figura pequena, com largos pratos redondos de vide-o colorido, para que o sol neles acenda cintilações; penso, porém, que esta sebe deve ser plantada sobre um pequeno talude, não cortado abruptamente, mas em suave declive, talude que terá aproximadamente seis pés e será todo plantado de flores. Entendo igualmente que n recinto quadrado correspondente ao jardim não deve ocupar toda a largura do terreno, mas deixar cie cada lado uma área suficiente para diversas alamedas laterais, às quais dão acesso as alamedas laterais e cobertas do relvado; contudo, não deverá haver alamedas com sebes nas áreas limítrofes deste grande recinto; nem do lado anterior, para que se possa ter uma boa perspectiva sobre a sebe do lado do relvado, nem do lado mais distante, para que se possa gozar de uma bela perspectiva através dos arcos que abrem sobre o matagal. Para o arranjo do terreno no interior do recinto que fica rodeado pela grande sebe, cada um pode fazê-lo conforme a maior variedade de planos, sendo eu de opinião, não obstante, que seja qual for a maneira como o dispuserdes, não deverá ser demasiado sobrecarregada de enfeites ou trabalhos; sob este ponto de vista, confesso que não gosto de figuras recortadas em macios de zimbro ou de outras plantas de jardim; acho que isso é bom para crianças. Pequenas sebes baixas, com orlas arredondadas, algumas bonitas pirâmides, agradam-me bastante; e, de onde a onde, lindas colunas sustentadas por armações de madeira. Sou ainda de opinião que as áleas devem ser belas e espaçosas. Nas zonas laterais, poderão ser mais fechadas do que no jardim principal. Acho bem construir exactamente ao meio, um belo monte, com três áleas e subidas, suficientemente largas para quatro pessoas caminharem ombro a ombro; avenidas que desejaria fossem tranadas como círculos perfeitos, sem quaisquer baluartes ou obras em relevo. O monte deverá ter, ao todo, uns trinta pés de altura, e um caramanchão aprazível para festins, com alguns fogões discretamente modelados e sem muitos espelhos. Pelo que diz respeito a fontes, são elas de uma grande beleza e frescura; mas, ao contrário, os lagos prejudicam o conjunto e desfeiam os jardins, enchendo-os de moscas e de rãs. Em minha opinião, as fontes devem ser de duas naturezas: umas, onde a água jorra em chuva fina ou em repuxo; outras que são lindos receptáculos para água, de trinta a quarenta pés quadrados, mas sem peixes, nem lodo ou lama. As fontes da primeira categoria, ornamentadas com estátuas, douradas ou em mármore, actualmente em voga, ficam muito bem; mas o problema mais importante é o que consiste em evitar a estagnarão da água, que deve ser conduzida de modo a nunca permanecer a não ser nos recipientes do fundo ou na cisterna; em conseguir que a água se não descolore, esverdeie ou avermelhe pela estagnarão, ou que ocorra qualquer fenómeno do mesmo género, ou acumule qualquer limo ou detritos putrefactos. Além disto é necessário que todos os dias seja limpa à mão; ficam igualmente muito bem alguns degraus em volta, ou um pavimento bem calcetado. Francis Bacon(1561 ? 1626), pensador inglês, além de filósofo foi um político e ensaísta. É considerado como o fundador da ciência moderna. |
Devanear...
Estes
lábios que a mão do Amor criou,
Entreabriram-se
para dizer, “Eu odeio”,
A mim
que sofria de saudades dela:
Mas, ao
ver meu estado desolado,
Seu
coração se tomou de piedade,
Repreendendo
a língua, que, sempre tão doce,
Foi
gentilmente usada para me exterminar;
E
ensinou-lhe, assim, a dizer, novamente:
“Eu
odeio”, alterou-se, por fim, sua voz,
Que se
seguiu como a noite
Segue o
dia, que, como um demônio,
Do céu
ao inferno é atirado.
“Eu
odeio”, do ódio ela gritou,
E
salvou-me a vida, dizendo – “Tu, não”.
http://sonetosdeshakespeare.blogspot.com.br/2009/07/soneto-145-estes-labios-que-mao-do-amor.html
Curioso...
De onde
vem a expressão "lua-de-mel"?
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Há mais
de 4 mil anos, os habitantes da Babilônia comemoravam a lua-de-mel durante
todo o primeiro mês de casamento. Neste período, o pai da noiva precisava
fornecer ao genro uma bebida alcoólica feita a partir da fermentação do mel,
o hidromel. Como eles contavam a passagem do tempo por meio do calendário
lunar, as comemorações ficaram conhecidas como lua-de-mel.
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De onde
vem a expressão "outros quinhentos"?
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A
expressão tem origem na Península Ibérica do século 13. Quando qualquer
fidalgo da época que se sentisse lesado por alguma injúria tinha o direito de
pedir a condenação do agressor, que, para ser absolvido, teria de pagar 500
soldos (moedas de ouro na Roma antiga). Depois disso, caso cometesse outro
insulto, o agressor era obrigado a pagar outros 500 soldos. Daí a expressão.
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De onde
vem a expressão "tempo é dinheiro"?
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O físico
Benjamin Franklin (1706-1790) teria chegado a ela depois de ler obras do
filósofo grego Teofrasto (372-288 a.C). O pensador grego, a quem é atribuída
a autoria de cerca de 200 trabalhos em 500 volumes, teria mencionado a frase:
tempo custa muito caro. Isso porque ele escrevia, em média, um livro a cada
dois meses.
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De onde
vem a expressão "novinho em folha"?
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De
acordo com Flávio Vespasiano Di Giorgi, professor de Lingüística da PUC, a
expressão "novinho em folha" surgiu em alusão a livros
recém-impressos, que estariam com as folhas limpinhas, sem dobras, riscos ou
diferenças na coloração. Eram livros, portanto, "novinhos em
folha".
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De onde
vem a expressão balzaquiana?
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O termo
"balzaquiana" é aplicado às mulheres que estão na faixa dos 30
anos. Porém, nem todos sabem que a expressão foi cunhada após a publicação de
um livro do escritor francês Honoré de Balzac. Em "A Mulher de 30
Anos", o escritor realiza uma análise do destino das jovens na primeira
metade do século XIX, em particular dentro do casamento. E faz uma apologia
às mulheres de mais idade, que, amadurecidas, podem viver o amor com maior
plenitude. É o acontece à heroína da narrativa, Júlia. Ela se casa com um oficial
do exército, mas depois descobre que a relação está longe de ser o que
imaginava. Vê-se, então, presa a um matrimônio infeliz. Quando se torna uma
trintona, porém, a moça consegue encontrar o amor nos braços de Carlos
Vandenesse.
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De onde
vem a frase "um é pouco, dois é bom, três de demais"?
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De
acordo com o escritor Deonísio da Silva, em "De Onde Vêm as
Palavras", esta frase foi popularizada no século XX, em uma canção do
compositor brasileiro Heckel Tavares (1896-1969). "Os versos dizem: numa
casa de caboclo, um é pouco, dois é bom, três é demais", explica o
escritor. Embora a expressão seja relativamente recente, Deonísio afirma que
seu sentido já aparecia na Bíblia. Segundo o Velho Testamento, três pessoas
formavam um grupo grande demais para discutir assuntos íntimos.
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De onde
vem a palavra almanaque?
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A
palavra vem do árabe al-manakh, que era o lugar onde os nômades se
reuniam para rezar e contar as experiências de viagens ou notícias de terras
distantes. Em português, almanaque refere-se a uma publicação que traz
calendário, reportagens de conteúdo variado, como recreação, humor, ciência e
literatura.
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De onde
vem a palavra brincar?
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Essa
palavra tem origem latina. Vem de vinculum que quer dizer laço,
algema, e é derivada do verbo vincire, que significa prender, seduzir,
encantar. Vinculum virou brinco e originou o verbo brincar, sinônimo
de divertir-se.
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O que
quer dizer "mayday"?
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Foi a
americanização da expressão "m’aider in venez m’aider" em
francês, "venha me ajudar" - que deu origem à palavra mayday. Hoje,
o termo é empregado em todo o mundo, principalmente por aeronaves e navios,
para indicar que se está correndo perigo.
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O que
significa "chorar as pitangas"?
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O nome
pitanga vem de pyrang, que, em tupi, significa vermelho. Portanto, a
expressão se refere a alguém que chorou muito, até o olho ficar vermelho.
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Barbárie...
Delegado pede prisão de mãe suspeita de matar a filha, no CE
Avó quer guarda da
outra neta, de três anos.
Polícia suspeita que a própria mãe matou a criança. Criança estava
morta há 12 horas quando foi
encontrada, segundo polícia
O delegado da cidade de Maracanaú,
no Ceará,
pediu nesta terça-feira (7) a prisão preventiva da mãe da menina de sete anos
encontrada morta em casa nesta segunda-feira. Segundo o delegado, ela é a
principal suspeita de matar a própria filha por espancamento. A avó da menina
decidiu pedir a guarda da outra neta, de três anos.
A mãe
havia informado à polícia que a criança morreu de causas naturais. Um exame
inicial da perícia, de acordo com a Polícia Civil, constatou que a menina
estava morta há pelo menos 12 horas antes da mãe informar sobre a morte e tinha
várias marcas de unhas e hematomas no corpo.
A mãe
dividia o quarto com a filha na casa da irmã, onde moravam há dois meses. “A
mulher perdeu a filha, é viúva e vivia de favor na casa da irmã. Ela foi
extremamente fria”, disse o delegado. A mãe da menina foi levada para a
delegacia para prestar esclarecimentos. Outros familiares também prestaram
depoimento na segunda-feira.
Segundo
Ferreira, a mãe foi “fria, cínica e calculista” durante o depoimento na
delegacia, não esboçando qualquer reação pela morte da filha.
Outro
motivo que leva a polícia a acreditar em espancamento, conforme o delegado, foi
a denúncia. Segundo ele, vizinhos ligaram para o programa de policiamento Ronda
do Quarteirão falando da morte da criança. “Os vizinhos estão querendo linchar
a mulher. Quando eu a trouxe para a delegacia, evitei um linchamento”, disse.
As mulheres precisam se comportar com dignidade e registrar a primeira agressão. Infelizmente quase nunca acontece desta forma. A maior parte das vezes segue um longo histórico de agressões...
Brasil é o 7º país com mais homicídios de mulheres
Estados com maior
violência são Espírito Santo, Alagoas e Paraná
Pesquisa
divulgada nesta segunda-feira (7) mostra que o Brasil está no 7º lugar do
ranking de países com maior taxa de homicídios de mulheres. Em 2010, o índice
foi de 4,4 assassinatos para cada100 mil mulheres, maior que de países como
Iraque (3,2) e México (2). A lista, que integra o Mapa da Violência 2012 do Instituto Sangari,
contém 84 países e leva em conta dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na frente do Brasil estão El Salvador (taxa de 10,3 vítimas para cada 100 mil), Trindad e Tobago (7,9), Guatemala (7,9), Rússia (7,1), Colômbia (6,2) e Belize (4,6).
De 1980 a 2010, cerca de 91 mil brasileiras foram assassinadas – 43,5 mil só na última década. Enquanto em 1980 morreram 1.353 mulheres, em 2010 o número foi 217% maior, chegando a 4.297. Segundo o estudo, a maioria foi vítima de armas de fogo ou objeto cortante.
Em 2007, ano seguinte à publicação da Lei Maria da Penha, que aumentou a punição contra agressores, houve pequena queda na taxa de homicídios, chegando a 3,9 para cada 100 mil. Mas em 2008 a violência retomou os patamares anteriores, “indicando claramente que nossas políticas ainda são insuficientes para reverter a situação”, aponta a pesquisa.
Na frente do Brasil estão El Salvador (taxa de 10,3 vítimas para cada 100 mil), Trindad e Tobago (7,9), Guatemala (7,9), Rússia (7,1), Colômbia (6,2) e Belize (4,6).
De 1980 a 2010, cerca de 91 mil brasileiras foram assassinadas – 43,5 mil só na última década. Enquanto em 1980 morreram 1.353 mulheres, em 2010 o número foi 217% maior, chegando a 4.297. Segundo o estudo, a maioria foi vítima de armas de fogo ou objeto cortante.
Em 2007, ano seguinte à publicação da Lei Maria da Penha, que aumentou a punição contra agressores, houve pequena queda na taxa de homicídios, chegando a 3,9 para cada 100 mil. Mas em 2008 a violência retomou os patamares anteriores, “indicando claramente que nossas políticas ainda são insuficientes para reverter a situação”, aponta a pesquisa.
Entre
as mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2011, perto da
metade (42,5%) foi vítima do parceiro ou ex-parceiro. Além disso, quase 70% das
violências ocorreram dentro de casa.
Entre
os Estados, o campeão de assassinatos de mulheres é o Espírito Santo, com taxa
de 9,4 para cada 100 mil em 2010. Em seguida, aparecem Alagoas (8,3) e Paraná
(6,3). Rio de Janeiro e São Paulo estão no final da lista, ocupando,
respectivamente, as 25ª e 26ª posições, com índices em torno de 3 assassinatos
para cada 100 mil mulheres
Um dos episódios mais lamentáveis de todos os tempos...
O STF e o
mensalão
Tribunal
Federal (STF) - como sucede com toda instituição criada e operada por seres
humanos - registra altos e baixos. Longos são os capítulos de grandeza e raras
as manifestações desabonadoras. Não devemos ignorar, no entanto, a frase
implacável de João Mangabeira, encontrada na obra Ruy: o Estadista da
República: "O órgão que, desde 1892 até 1937, mais falhou à República não
foi o Congresso. Foi o Supremo Tribunal Federal".
Leda
Boechat Rodrigues e o ministro Edgard Costa estão entre os grandes
historiadores da Suprema Corte. A primeira cuidou, em dois volumes, do período
compreendido entre 1891 e 1910. O segundo, em quatro volumes, transcreve
julgamentos ocorridos de 1892 a 1966. Entre tantos se destaca o mandado de
segurança, cumulado com habeas corpus, em benefício de João Café Filho,
afastado da Presidência da República pelo general Henrique Teixeira Lott,
ministro da Guerra.
Não
cabe aqui analisar os motivos de Lott. Vou-me ater ao voto do ministro Nelson
Hungria, quando diz: "Contra uma insurreição pelas armas, coroada de
êxito, somente uma contrainsurreição com maior força. E esta, positivamente,
não poderia ser feita pelo Supremo, que não iria cometer a ingenuidade de, numa
inócua declaração de princípios, expedir mandado para cessar a insurreição. Aí
está o nó górdio que o Poder Judiciário não pode cortar, pois não dispõe da
espada de Alexandre. O ilustre impetrante, ao que me parece, bateu em porta
errada".
Não
há paralelo entre essa causa e o "mensalão". Afinal, o País não se
encontra às voltas com nenhuma insurreição armada. Tampouco se põe em questão o
desassombro e a independência dos Sres. ministros do STF. Além da complexidade
da matéria, inexiste, contudo, dúvida quanto à estreita ligação política dos
acusados com o governo federal da época. Não fosse por isso, seria apenas mais
um dos feitos submetidos ao julgamento do Supremo, que, no caso, é foro único e
privilegiado.
A
causa tramita desde 2006, quando o então procurador-geral da República, dr.
Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, denunciou ao STF 40 acusados no maior
escândalo político das últimas décadas.
A
lentidão é inimiga pertinaz do Judiciário. Para certos magistrados, o tempo
inexiste, ou não conta. É da morosidade, todavia, que o crime e a impunidade se
alimentam. Ignora-se melhor fermento para a corrupção do que a certeza de que o
tempo agirá como solvente e fará cair no esquecimento a conduta ilícita.
Algumas
justificativas são apresentadas com o propósito de isentar de culpa os juízes
vagarosos: a fadiga, o acúmulo de serviço, a impermeabilidade da magistratura a
pressões externas. Convenhamos, porém, que dos integrantes do Poder Judiciário
se espera disposição para tarefas que, ao se candidatarem ao cargo, sabiam
extenuantes.
Quanto
ao acúmulo, a morosidade é das maiores responsáveis, por se deixar para amanhã
o que se deveria ter feito ontem. A Constituição da República de 1988 assegura,
entre os direitos e garantias fundamentais, a razoável duração do processo. A
carga mais pesada de trabalho, em qualquer julgamento, incumbe ao relator, cuja
tarefa é suplementada pelo revisor. Compete-lhes submeter ao plenário do
tribunal relatório que condensará as principais ocorrências registradas no
andamento da causa, a fim de facilitar a proferição dos votos restantes.
A
informatização facilitou a tarefa de julgar. Além do revisor, os membros do
tribunal têm imediato acesso ao relatório, pela rede interna de comunicação.
Considero excessivo o prazo de cinco anos, decorridos do recebimento da
denúncia, em março de 2012. Não houve escassez de tempo para que os ministros
da Suprema Corte se sentissem em condição de julgar.
O
egrégio Supremo Tribunal Federal está sob pressão, mas voltado para o interesse
geral no julgamento da causa. Pressão legítima, que resulta do sentimento
coletivo de cidadania, rogando ao Supremo o cumprimento do dever de se
pronunciar.
A
nossa mais Alta Corte está farta de saber que não goza de imunidade diante do
correr dos dias. Já se ouve dizer que o "mensalão" será julgado
somente no segundo semestre deste ano, mas sem definição de data.
Ora,
no segundo semestre haverá o recesso judiciário do mês de julho, paralisando os
trabalhos da Corte. Em seguida virão as eleições em 5.564 municípios. Dois dos
11 ministros do Supremo Tribunal participam do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE). Com as atenções divididas entre o STF e o TSE, Suas Excelências terão
tempo para se dedicar ao "mensalão"?
Não
bastasse, o ministro Carlos Ayres Britto vai se aposentar em novembro, fato que
exigirá do Supremo a escolha de novo presidente. Logo depois teremos o recesso
de Natal e as férias de janeiro. Essas e outras circunstâncias somadas, não
será improvável que o julgamento seja deixado para 2013.
Prescrição
é contagem regressiva. A cada hora mais se avizinha o momento em que os
acusados serão agraciados pela inércia. A denúncia formulada pela
Procuradoria-Geral da República cairá, então, no vazio. Tornar-se-á inútil. Os
acusados ficarão livres das acusações pela inexorável ação do tempo. E voltarão
a ter ficha limpa, aptos a disputar mandato ou a exercer cargos de confiança.
Não
é ao que aspira a Nação vigilante. O povo aguarda que irrecorrível decisão do
STF identifique culpados e inocentes. É o mínimo a se esperar do órgão máximo
do Poder Judiciário, sobretudo porque os réus o têm como foro único e
privilegiado.
Neste
momento histórico, os olhos dos brasileiros estão concentrados em três
ministros: Ayres Britto, presidente, Joaquim Barbosa, relator, e Ricardo
Lewandowski, revisor. Deles se espera que ingressem e permaneçam, com honras e
glórias, na História do Poder Judiciário.
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