Estes
lábios que a mão do Amor criou,
Entreabriram-se
para dizer, “Eu odeio”,
A mim
que sofria de saudades dela:
Mas, ao
ver meu estado desolado,
Seu
coração se tomou de piedade,
Repreendendo
a língua, que, sempre tão doce,
Foi
gentilmente usada para me exterminar;
E
ensinou-lhe, assim, a dizer, novamente:
“Eu
odeio”, alterou-se, por fim, sua voz,
Que se
seguiu como a noite
Segue o
dia, que, como um demônio,
Do céu
ao inferno é atirado.
“Eu
odeio”, do ódio ela gritou,
E
salvou-me a vida, dizendo – “Tu, não”.
http://sonetosdeshakespeare.blogspot.com.br/2009/07/soneto-145-estes-labios-que-mao-do-amor.html
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