Qual
a quantidade de água encontrada no organismo de uma criança, de um adulto de
30 anos e de um idoso de 70 anos?
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O
geriatra José Antônio Esper Curiati, do Hospital Sírio-Libanês, explica que a
proporção de água encontrada no corpo humano sofre um declínio heterogêneo no
decorrer da vida. Isso ocorre porque ao longo dos anos a composição corporal
do homem passa por alterações. ?O ganho de gordura e a perda de tecido
muscular diminui nossa capacidade de retenção de água?, explica. Desta
maneira, a proporção, que aos 25 anos é de 62%, cai para 53% aos 75 anos. Um
bebê, por sua vez, tem em seu organismo entre 70% e 80% de água.
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Qual
é a importância dos pés?
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De
acordo com Francisco Prado Eugênio dos Santos, médico ortopedista e cirurgião
de coluna, os pés servem para sustentar o peso do corpo e caminhar. São,
enfim, de instrumentos fundamentais para a posição bípede da espécie humana.
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Quando
o homem começou a falar?
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Acredita-se
que o homem tenha começado a falar - ou começado a tentar falar - cerca de 60
mil anos antes da Era Cristã. Essa possibilidade foi levantada após a
descoberta de um osso hióide - situado na base da língua - em uma caverna do
Monte Carmelo, em Israel.
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Quantos
dias uma pessoa aguenta sem comer?
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Para uma
pessoa saudável de 70 kg permanecer viva, 60 dias são o limite sem se
alimentar. Este número, porém, pode variar significativamente, geralmente
para menos, de acordo com as reações de outras partes do organismo. Às vezes,
embora a pessoa ainda tenha reservas de gordura, o pulmão ou outro órgão não
resiste à fragilidade provocada pela falta de nutrientes.
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Por
que os médicos pediam, num exame, que o paciente dissesse "33"?
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O número
33 provoca vibração o pulmão cheio de ar. Se ele estiver repleto de fluido,
como fica quando alguém está com pneumonia, o médico não sente a mesma
vibração nas pontas dos dedos.
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Por
que roemos as unhas?
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Segundo
o psicólogo clínico Janos Andreas Geocze, roer as unhas funciona como um
alívio para ansiedade, insegurança e até agressividade. Semelhante ao reflexo
de sugar, o ato lembra o hábito infantil de colocar o dedão na boca. No
entanto, esse costume é capaz de gerar conseqüências contrárias. "Roer a
unha pode estressar muito porque é uma forma de mutilação e algumas pessoas
só param quando os dedos estão em carne viva", complementa o psicólogo.
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Quais
são os elementos químicos encontrados no corpo humano?
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Mais de
vinte elementos químicos participam da constituição do corpo humano. Entre
eles, destacam-se: oxigênio (65%), carbono (18%), hidrogênio (10%),
nitrogênio (3%), cálcio (2%), fósforo (1%), potássio (0,35%), enxofre
(0,25%), sódio (0,15%), magnésio (0,05%) e ferro (0,004%). Há ainda outros
elementos que, apesar de importantes, aparecem em quantidades bastante
reduzidas. É o caso do manganês, cobalto, iodo, flúor, cobre, alumínio,
níquel, bromo, zinco e silício.
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Por
que é preciso se movimentar durante viagens longas de avião?
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Permanecer
muito tempo sem movimentar as pernas prejudica o sistema circulatório. Por
causa da lei da gravidade, que atrai os corpos para baixo, o sangue tem certa
dificuldade em subir dos membros inferiores e voltar ao coração. A estagnação
das veias causa trombose venosa, coágulos que podem ser levados para o
pulmão, coração ou cérebro.
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Por
que os homens têm pomo-de-adão?
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O
pomo-de-adão é uma saliência provocada pela cartilagem tireóide - a maior e
mais proeminente cartilagem da laringe. Seu crescimento é determinado por
hormônios masculinos, como a testosterona. Esses hormônios costumam ser
encontrados em grande quantidade apenas nos homens, principalmente na fase da
puberdade. Por isso, a maioria das mulheres não apresenta o
"pomo-de-adão".
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|
O
que é a coceira?
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Há
receptores sensoriais logo abaixo da superfície da pele que enviam mensagens
ao cérebro. A sensação de coceira parece fluir pelos mesmos caminhos do
sistema nervoso que a sensação de dor flui. A grande maioria dos receptores
sensoriais são terminais nervosos "livres", que levam tanto as
sensações de dor quanto de coceira ao cérebro. Esses receptores de dor são os
mais comuns em nosso sistema nervoso. Quando trabalham com baixo nível de
atividade parecem mais sinalizadores de coceiras do que de dor. Não se sabe
exatamente porque nos coçamos, pois muitas coceiras não têm causa óbvia e não
estão associadas a doença alguma. Mas muitos cientistas especulam sobre sua
função. Alguns acreditam que a coceira nos avisa de uma dor que pode surgir
caso uma providência não seja tomada. Outros especulam que a finalidade era
avisar ao homem primitivo que estava na hora de tirar os parasitas e larvas
do cabelo e do corpo. A coceira também pode ser sintoma inicial de algumas
doenças mais graves, como diabetes, por exemplo.
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sexta-feira, 8 de junho de 2012
Curioso...
Piadas...
O doido estava no hospício, escrevendo uma
carta, quando o médico chegou, viu e pensou:
"Poxa, esse cara deve estar bom. Está até escrevendo carta". Aí ele chegou pro doido e perguntou:
- Pra quem é essa carta?
- Ah é pra mim mesmo, doutor, eu nunca recebo cartas de ninguém.
- E o que esta escrito nela?
- Como é que eu vou saber, ainda não recebi!!!
"Poxa, esse cara deve estar bom. Está até escrevendo carta". Aí ele chegou pro doido e perguntou:
- Pra quem é essa carta?
- Ah é pra mim mesmo, doutor, eu nunca recebo cartas de ninguém.
- E o que esta escrito nela?
- Como é que eu vou saber, ainda não recebi!!!
Plantão Médico
Uma senhora de meia-idade chega ao
hospital toda em frangalhos, vítima de atropelamento. O médico examina-a,
enquanto a enfermeira vai anotando numa ficha:
- Escoriações na cabeça. . . Fratura no braço direito. . . Luxação na clavícula. . . Desarticulação do tornozelo esquerdo. . . Secção longitudinal na coxa esquerda. . . - E virando-se para a mulher: - Qual a sua idade, minha senhora? - Trinta e cinco! O médico vira-se para a enfermeira: - Anota também: "Perda de Memória. " |
Devanear...
ESPINOSA – MACHADO DE ASSIS
Gosto de ver-te, grave e solitário,
Sob o fumo de esquálida candeia,
Nas mãos a ferramenta de operário,
E na cabeça a coruscante idéia.
E enquanto o pensamento delineia
Uma filosofia, o pão diário
A tua mão a labutar granjeia
E achas na independência o teu salário.
Soem cá fora agitações e lutas,
Sibile o bafo aspérrimo do inverno,
Tu trabalhas, tu pensas, e executas
Sóbrio, tranqüilo, desvelado e terno,
A lei comum, e morres, e transmutas
O suado labor no prêmio eterno.
Gosto de ver-te, grave e solitário,
Sob o fumo de esquálida candeia,
Nas mãos a ferramenta de operário,
E na cabeça a coruscante idéia.
E enquanto o pensamento delineia
Uma filosofia, o pão diário
A tua mão a labutar granjeia
E achas na independência o teu salário.
Soem cá fora agitações e lutas,
Sibile o bafo aspérrimo do inverno,
Tu trabalhas, tu pensas, e executas
Sóbrio, tranqüilo, desvelado e terno,
A lei comum, e morres, e transmutas
O suado labor no prêmio eterno.
Pensamentos...
F A R M Á C I A D E P E N S A M E N T O S
“Propaganda pode
ser descrita como a ciência de carregar
a inteligência humana longe o suficiente para arrancar dinheiro dela”. Stephen Butler Leacock, economista, CAN, 1869-1944
Quinta-feira, 24 de maio de 2012
Anjo do dia: Manakel.
Dia de São Vicente de Lérins, francês (séc. V).
Dia da Propaganda.
Dia do Datilógrafo.
Dia do Telegrafista.
Dia do Vestibulando.
Dia Nacional do Café.
Dia Nacional do Milho.
1900 Tropas dos EUA ocupam a China durante a Rebelião Boxer (até 28/9/1900).
1931 Madre Teresa professa de forma perpetua sua vocação religiosa.
1999 José Eduardo Homem de Carvalho, em depoimento a CPI do Judiciário, afirma que o presidente do TRT-RJ, José Maria Mello Porto é responsável por licitações fraudulentas, nomear juízes classistas irregularmente e fraudar licitações.
2008 Cultura bélica: revendedora de carros em Butler, no estado do Missouri, nos EUA, está oferecendo uma arma de fogo para cada cliente que comprar um automóvel.
1941 Nascimento: Robert Allen Zimmerman o Bob
Dylan, cantor e compositor norte-americano.
1946 Nascimento: José Pereira de Abreu Junior, o José de Abreu, ator, em SP.
www.farmaciadepensamentos.com
O que significa verdade?
Eliminem a 'verdade'
DEMÉTRIO MAGNOLI,
SOCIÓLOGO E DOUTOR EM GEOGRAFIA HUMANA PELA USP. E-MAIL:
DEMETRIO.MAGNOLI@UOL.COM.BR - O Estado de S.Paulo
A palavra "verdade", na
Comissão da Verdade e da Reconciliação instituída pela África do Sul, tinha um
significado judicial, relacionado aos poderes do organismo. Nossa Comissão da
Verdade, ao contrário, não tem poderes judiciais. Por esse motivo a palavra
"verdade" deveria ser eliminada de seu nome.
As prerrogativas da comissão
sul-africana, presidida pelo arcebispo Desmond Tutu, abrangiam não apenas a
investigação de violações de direitos humanos cometidas durante o regime do
apartheid, mas, crucialmente, a concessão de reparações às vítimas e de anistia
individual a perpetradores. A comissão brasileira não dispõe das duas últimas
prerrogativas: as reparações são da esfera da Comissão de Anistia e a anistia
já foi concedida a todos, por lei emanada da ditadura militar, recepcionada por
sucessivos governos civis e confirmada pelo Supremo Tribunal Federal. O mandato
de nossa comissão está circunscrito por lei à produção de um relatório sobre
violações de direitos humanos por motivação política entre 1946 e 1988. Para
não abusarmos da noção de verdade seu nome deveria ser algo mais modesto, como
Comissão de Inquérito.
Verdade histórica é diferente de
verdade judicial. Nos tribunais, e numa comissão com poderes judiciais, como a
sul-africana, a verdade é uma narrativa factual organizada à luz dos códigos
legais. A decisão final, transitada em julgado, é uma "verdade" irrecorrível,
com implicações penais ou cíveis. A "verdade" histórica, por outro
lado, é uma interpretação dos eventos do passado que oscila ao sabor do
"espírito do presente" - isto é, dos valores predominantes em cada
época. Verdades distintas concorrem entre si nas obras de História, formando um
diálogo pluralista e, em princípio, infindável. Uma comissão sem estatuto
judicial, mas batizada com o nome da verdade, almeja a verdade histórica.
Contudo, por definição, a verdade histórica não pode ser emoldurada com o selo oficial
- a não ser como contrafação fabricada por regimes totalitários.
A Lei de Anistia cercou as violações
de direitos humanos cometidas pela ditadura militar com uma muralha de
interdição, cassando ao sistema judiciário o poder de julgar crimes políticos
declarados imprescritíveis por tratados internacionais. Vergonhosamente, a
elite política brasileira teceu um consenso em torno da lei promulgada no
derradeiro governo militar - e, em razão de tal consenso, as maiorias
parlamentares de sustentação de Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma
recusaram-se a suprimir o interdito. Num intercâmbio lamentável, a proteção dos
violadores foi paga, por meios pecuniários e simbólicos, pela Comissão de
Anistia. Se não mudar seu nome, a Comissão da Verdade cumprirá o papel indigno
de emitir o cheque simbólico final na agônica transação.
Na sua acepção judicial, a verdade
está relativamente livre do jogo da política e da ideologia. A comissão
sul-africana ouviu testemunhos de crimes cometidos pelo Estado e também das
organizações de resistência, contextualizando-os segundo os princípios do
Direito. Se o Brasil tivesse abolido a Lei de Anistia, tribunais emitiriam
sentenças sobre as incontáveis violações cometidas impunemente pela ditadura
militar e também sobre os escassos casos de crimes das organizações armadas que
não foram julgados à época. Isso, infelizmente, não ocorrerá - e a ausência do
Poder Judiciário coloca a Comissão da Verdade diante do dilema expresso nas
interpretações históricas dissonantes a respeito dos "anos de
chumbo".
A narrativa do combate nas trevas
entre os "dois lados", representados pelo regime militar e pelas
organizações armadas de esquerda, é uma fraude histórica e uma tese imoral. A
repressão política, as prisões e a tortura atingiram os opositores em geral, em
sua maioria desarmados, não apenas as correntes minoritárias da esquerda
armada. O poder de Estado, com seus aparelhos judiciais, policiais e militares,
não pode ser equiparado aos grupos irregulares de militantes das organizações seduzidas
pela estratégia do "foco revolucionário". O assassinato e a tortura
nos calabouços são definidos no Direito Internacional como crimes contra a
humanidade, distinguindo-se por sua gravidade dos demais tipos de crimes.
Carlos Marighella e Carlos Lamarca praticaram crimes asquerosos. Mesmo assim,
eles não podem ser equiparados aos crimes do delegado Sérgio Fleury, do general
Ednardo D'Ávila Mello ou do presidente Emílio Garrastazu Médici.
A historiografia, tanto quanto os
tribunais, têm ferramentas para destruir o falso sinal de identidade desenhado
com a finalidade de providenciar um álibi para a ditadura militar. O leitor
decente sabe separar as narrativas históricas legítimas das fábulas ideológicas
destinadas a justificar crimes contra a humanidade. Contudo a pretensão
impossível de estatizar a verdade histórica no regime democrático confere à
narrativa delinquente sobre os "dois lados" a aura de uma
"verdade sufocada" em confronto desigual com uma "verdade dos
vencedores".
Uma comissão de inquérito consagrada
ao relato dos crimes contra a humanidade praticados pela ditadura militar seria
capaz de iluminar fatos, personagens e circunstâncias ainda desconhecidos,
oferecendo material valioso aos historiadores. Em contraste, uma Comissão da
Verdade sem poderes judiciais está condenada a fabricar interpretações estatais
sobre o passado, algo com valor de verdade similar ao dos retratos encomendados
pelos mecenas.
O conceito africano de ubuntu
relaciona-se à ideia de que a humanidade de cada indivíduo depende da dignidade
humana de todos os demais. A comissão sul-africana tinha a missão escrita de
promover "ubuntu", não "retaliação" nem
"vitimização". Nossa comissão não pode promover ubuntu, mas ao menos
não precisa engajar-se em operações simbólicas de retaliação e vitimização.
Eliminem a "verdade", senhores comissários!
Mazelas...
O Dnit continua parado
É flagrante o contraste entre a rapidez com que o Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) aprovou a celebração de novos
contratos e liberou novas verbas que beneficiam diretamente a construtora Delta
- empresa cuja atuação está sendo investigada pela CPI do Cachoeira e que, por
isso, pode ser declarada inidônea pela Controladoria-Geral da União (CGU) - e a
exasperante lentidão com que o mesmo Dnit trata da recuperação de cerca de
metade da malha rodoviária de mais de 50 mil quilômetros sob sua
responsabilidade, boa parte em situação crítica.
Envolvido em denúncias de irregularidades que levaram à
substituição do ministro dos Transportes e à mudança radical na composição e
nos métodos de sua diretoria em 2011, o Dnit parece ter mudado muito pouco,
pelo menos no que se refere a resultados práticos, a obras e a critérios de
contratação e pagamentos de serviços. O tratamento preferencial à Delta,
relatado pelo Estado no domingo, e a completa paralisia, descrita pelo jornal
Valor (4/6), do plano de recuperação de cerca de 30 mil quilômetros anunciado
há quatro anos mostram que, apesar da indignação da nova direção do Dnit com o
que encontrou quando assumiu suas funções em setembro do ano passado, os
resultados ainda demoram.
Enquanto a Delta - pouco antes de pedir concordata - teve
homologado o resultado de concorrência que venceu no mês passado e voltou a ser
aquinhoada com termos aditivos a contratos antigos que lhe asseguram mais
verbas por obras públicas, a situação da maioria das estradas federais, que já
era ruim, torna-se cada vez mais ameaçadora para milhares de brasileiros que as
utilizam. A paralisia do programa de recuperação da malha federal é mais um
retrato do estilo de governo do PT, marcado por discursos grandiloquentes e
ação tímida, quando existe.
Diante dos seguidos relatórios de entidades do setor de
transportes de cargas mostrando o péssimo estado de boa parte das estradas
federais - em flagrante contraste com as estaduais cuja operação e cuja
manutenção foram transferidas para empresas privadas -, o governo Lula
anunciou, em 2008, a contratação de projetos básicos para a recuperação de mais
de 30 mil quilômetros de rodovias.
O prazo era de seis meses para a contratação dos estudos que
balizariam os editais. Desde sua concepção, o plano de recuperação da malha
previa contratos de cinco anos para cada trecho licitado. Nos primeiros três
anos, seriam executadas todas as obras necessárias. Nos dois anos seguintes,
seriam feitas obras de manutenção.
Chegaram a ser assinados cerca de 50 contratos para a elaboração
de projetos. Alguns venceram, outros foram barrados pelo TCU e outros, ainda,
simplesmente foram abandonados.
"O que encontrei aqui foram 30 mil quilômetros de
confusão", disse ao jornal Valor o general Jorge Fraxe, que comandava a
Divisão de Obras do Exército e foi escolhido para sanear o Dnit administrativa
e financeiramente e dar-lhe competência técnica. "Tudo está sendo
totalmente revisto porque 100% dos projetos têm problemas. Está tudo
errado."
A diretoria do Dnit está convocando as empresas de projetos para
rever os contratos. Depois de advertidas sobre as imprecisões dos projetos
originais, elas têm prazo de 20 dias para a revisão. Se o projeto voltar com
erros, além de não receber pelo trabalho, a empresa será multada. "O Dnit
nunca tinha punido empresa nenhuma", afirmou o diretor-geral do órgão, depois
de informar que uma empresa de projetos foi multada em R$ 100 mil. "Outras
multas virão por aí e teremos até processo de inidoneidade contra empresas
projetista."
Os novos contratos terão que se basear em projetos executivos de
engenharia, exigência que não havia no modelo que o Dnit utilizou até 2011.
Outra mudança é a alteração do prazo de vigência, que não será mais,
obrigatoriamente, de cinco anos para todos os contratos e, sim, fixado de
acordo com as especificidades da obra. O diretor-geral do Dnit diz que, até o
fim do ano, boa parte da malha já terá contratos assinados.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-dnit-continua-parado-,883502,0.htmNo popular: embromachion...
Discurso não resolve crises
Quando mais se espera que, não podendo mais deixar de reconhecer
o tamanho dos problemas, o governo Dilma adote um plano articulado para debelar
os efeitos mais nocivos da crise mundial sobre a economia brasileira, o que se
vê é a repetição do que tem feito até agora, sem resultados concretos: vender
otimismo, ameaçar os pessimistas e construir um cenário cada vez mais distante
da realidade. Utilizam-se promessas para enfrentar problemas.
Embora tivesse demonstrado, no início da semana, grande
preocupação com a situação - sobretudo depois da constatação, pelo IBGE, da
estagnação da economia no primeiro trimestre -, a ponto de convocar uma reunião
de emergência com os principais ministros e auxiliares da área econômica para
decidir ações imediatas, na terça-feira a presidente Dilma Rousseff parecia ter
descoberto um novo quadro econômico. Na sua avaliação, a expansão da economia
em 2012 não será menor do que a registrada no ano passado (quando o PIB cresceu
2,7%), como está sendo previsto pela maioria dos economistas do setor privado,
porque o governo vai lançar mão dos instrumentos necessários para estimular os
investimentos e sustentar o crescimento do consumo.
"Quem aposta na crise, como (fez) há quatro anos, vai
perder de novo", profetizou Dilma, na solenidade do Dia Mundial do Meio
Ambiente. Repetiu a bravata feita pelo presidente Lula em 2009, que disse que
quem apostasse que a crise internacional iniciada no ano anterior quebraria o
Brasil acabaria "quebrando a cara". O País, disse Dilma, tem um
"arsenal de providências" que podem ser colocadas em prática.
"Sistematicamente, tomaremos medidas para expandir o investimento público,
estimular o investimento privado e o consumo das famílias."
É o que se espera que seja feito, mas de maneira eficiente. Em
tese, esse tripé sustentará a atividade econômica e propiciará o crescimento
mais rápido dentro de algum tempo. Mas, na prática, há superdimensionamento de
um dos pés e atrofia dos outros dois. O que o governo tem feito com grande
insistência é estimular o consumo, por meio da ampla oferta do crédito, a juros
menores. É uma política cuja eficácia está limitada pela capacidade de
endividamento das famílias e pela disposição dos bancos de emprestar. O aumento
do comprometimento da renda das famílias com despesas financeiras e o
crescimento dos índices de inadimplência indicam que essa política terá efeitos
cada vez menores.
As incertezas do cenário internacional e os impactos da crise na
economia brasileira paralisaram os investimentos privados. Por isso, é o momento
adequado para o governo utilizar seu "arsenal de providências" e
acelerar os investimentos públicos. Até agora, porém, o governo Dilma mostrou
pouca aptidão para isso. Os investimentos federais neste ano são os menores dos
últimos três anos (para o período janeiro-maio), como mostrou o Estado, ontem.
Demonstrando despreocupação com o quadro econômico, o ministro
da Fazenda, Guido Mantega, disse que a economia registrará em maio e junho
índices de crescimento "muito maiores" do que em abril e o resultado
do segundo trimestre será melhor do que o do primeiro. Na sua avaliação, a
economia superou a fase de estagnação e entrou numa rota positiva.
"Teremos crescimento do PIB e da produção industrial", destacou,
referindo-se ao setor que, em abril, apresentou resultados decepcionantes.
Citou a indústria automobilística, que tem grande peso na composição do PIB, e
que, na sua opinião, "agora vai crescer mais do que outros setores".
Igualmente sem demonstrar preocupação com o cenário, o
presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendeu as medidas adotadas
pelo governo para estimular o crédito e o consumo das famílias. Num momento em
que caberia à autoridade monetária no mínimo apontar os riscos do contínuo
estímulo aos financiamentos quando diminui a capacidade financeira do
consumidor e cresce a inadimplência, Tombini tem-se limitado a defender as
ações do governo - com o qual mostrou perfeito alinhamento durante a audiência
pública na Câmara dos Deputados.
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