sábado, 21 de julho de 2012

Devanear...


Ama tua mãe - Autor Desconhecido
(Extraído do Livro A Excelência das Boas Maneiras)

Ama a tua mãe, enquanto a tens e enquanto
O teu sorriso é o seu deslumbramento,
Porque nunca acharás quem te ame tanto
Assim, quem tanto sinta o teu tormento!

Que nunca a deixes ao esquecimento...
Lembra-te sempre, na existência, o quanto
Ela chora contigo este teu pranto,
E sofre muito mais teu sofrimento!

Ama-a, que um dia sentirás, por certo,
A ausência dela e, de saudades mudo,
Sofrerás na aflição deste deserto...

E chamarás, em vão, na estrada agreste
A quem te deu seu sangue, a vida, tudo,
Em troca dos trabalhos que lhe deste !
http://lindos-sonetos.vilabol.uol.com.br/xav3.htm

Lastimável...


Analfabetos na universidade

Sempre se soube que um dos principais entraves ao crescimento do Brasil é o gargalo educacional. Novas pesquisas, porém, revelam que o problema é muito mais grave do que se supunha. A mais recente, elaborada pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa, mostrou que 38% dos estudantes do ensino superior no País simplesmente "não dominam habilidades básicas de leitura e escrita".
O Indicador de Analfabetismo Funcional, que resulta desse trabalho, não mede capacidades complexas. Ele é obtido a partir de perguntas relacionadas ao cotidiano dos estudantes, como o cálculo do desconto em uma compra ou o trajeto de um ônibus. Mesmo assim, 38% dos pesquisados não atingiram o nível considerado "pleno" de alfabetização, isto é, não conseguem entender o que leem nem fazer associações com as informações que recebem.
Para os autores da pesquisa, resumida pelo Estado (16/7), os resultados indicam que o notável aumento da escolarização verificado nas últimas décadas ainda não se traduz em desempenho minimamente satisfatório em habilidades básicas, como ler e escrever, e isso num ambiente em que essas etapas do aprendizado já deveriam ter sido plenamente superadas, isto é, nas universidades.
A "popularização" do ensino superior, com a abertura indiscriminada de faculdades ávidas por explorar um público de baixa escolaridade - que não consegue ingresso nas universidades de prestígio, mas sabe que o diploma é uma espécie de "passaporte" para melhorar o salário -, é vista como um dos fatores principais do fenômeno. Essas escolas, concluem os especialistas, se adaptaram confortavelmente a um mercado consolidado, e só reagirão diante da exigência sistemática por melhor qualidade, que deve vir do governo e dos próprios alunos.
No entanto, o tempo para a reversão desse quadro é curto. O sentido de urgência se dá diante do desafio de colocar o Brasil entre os países mais competitivos do mundo, ante o encolhimento dos mercados por conta da crise. A situação de semianalfabetismo nos campi brasileiros - que contraria o discurso populista da presidente Dilma Rousseff segundo o qual seu governo, como o anterior, cuida mais dos jovens do que do PIB - talvez seja o indicador mais importante para medir o tamanho do fosso que nos separa do mundo desenvolvido.
Em primeiro lugar, a indigência intelectual compromete os projetos de aperfeiçoamento profissional, por mais bem-intencionados que sejam. Não se pode esperar que egressos de faculdades sem nenhuma qualificação possam acompanhar as mudanças tecnológicas e científicas cujo desenvolvimento é precisamente o que determina a diferença entre países ricos e pobres. A China, por exemplo, já entendeu que sua passagem de "emergente" para "desenvolvida" não pode prescindir da qualificação de seus trabalhadores, como mostrou José Pastore, em artigo no Estado (16/7).
Os chineses, diz Pastore, têm investido pesadamente no ensino superior, cujas matrículas foram multiplicadas por seis nos últimos dez anos. Agora, quase 20% dos jovens em idade universitária estão no ensino superior na China, enquanto no Brasil não passam de 10%. Ademais, a China demonstra há décadas um vivo interesse em enviar estudantes ao exterior, para uma preciosa troca de informações que encurta o caminho do país na direção do domínio técnico essencial a seu desenvolvimento. Só em 2008, diz Pastore, os chineses mandaram 180 mil estudantes para as melhores universidades do mundo, volume que se mantém ano a ano. O Brasil apenas iniciou o Programa Ciência Sem Fronteira, que pretende enviar 110 mil estudantes nos próximos anos.
O impacto do investimento chinês em educação aparece no cenário segundo o qual quase metade do extraordinário crescimento econômico do país resulta desse esforço de qualificação. Assim, se o Brasil tem alguma pretensão de competir com o gigante chinês, ou mesmo com países emergentes menos pujantes, o primeiro passo talvez seja admitir que é inaceitável entregar diplomas universitários a quem seria reconhecido como analfabeto em qualquer lugar do mundo civilizado.

Calamidade trivial...


Uma guerra brasileira

O índice de mortes por homicídios na população do País entre 0 e 19 anos, que era de 3,1 por 100 mil em 1980, saltou para 13,8 por 100 mil em 2010, um crescimento de 346,4%. É o que mostra o Mapa da Violência 2012 - Crianças e Adolescentes do Brasil. Coordenado pelo pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, o trabalho define a epidemia de violência contra os jovens brasileiros: em 1980, os mortos por homicídio nessa faixa etária representavam 11% do total de casos de assassinato; 30 anos depois, esse porcentual subiu para 43%. Além disso, 11,5% das mortes de jovens em 2010 foram resultado de homicídio; em 1980, o índice era de apenas 0,7%. Para Waiselfisz, esse aumento impressionante mostra que a segurança de crianças e adolescentes não é prioridade das administrações públicas.
A pesquisa situa no tráfico de drogas o universo no qual a violência contra os jovens se manifesta de modo mais agudo. O caso da Bahia é exemplar: o envolvimento de adolescentes com o narcotráfico é visto como o principal responsável pelo fato de, das 13 cidades do País com os maiores índices de crianças e adolescentes assassinados, 8 serem baianas. A cidade que lidera a lista é Simões Filho, com uma taxa de 134,4 mortos por homicídio por 100 mil crianças e adolescentes.
Uma das explicações é que há, desde os anos 80, crescente participação de adolescentes no crime - fenômeno que se justifica, entre outras razões, pela inimputabilidade dos menores de 18 anos. No entanto, ainda que se considere esse contexto social na ponderação estatística do índice, o fato é que o Brasil é um dos campeões de violência contra seus jovens: o índice de 13 homicídios para cada 100 mil crianças e adolescentes é o quarto maior entre 92 países analisados pela Organização Mundial da Saúde, um número até 150 vezes superior ao de países como Inglaterra, Portugal, Itália.
Mesmo o Iraque, que vive uma sangrenta conflagração interna, registra 5,6 mortos por homicídio por 100 mil crianças e adolescentes. Somente na faixa dos 18 anos de idade, de cada 100 mil jovens brasileiros, 58,2 morrem assassinados.
Os pesquisadores que produziram o Mapa da Violência avaliam que boa parte do problema esteja na "naturalização" da violência contra os adolescentes, como se ela fosse algo próprio do mundo dos jovens envolvidos com o crime ou vítimas dele. Na visão desses especialistas, a sociedade não apenas tolera a violência, como uma parte dela a considera necessária para "punir" jovens criminosos.
A conclusão mais importante, porém, talvez seja a de que o poder público não sabe como lidar com a violência crescente. Em 2000, por exemplo, o Plano Nacional de Segurança Pública procurou conciliar a repressão ao crime com ações sociais, mas, como se concentrou nas grandes cidades, surgiram novos polos de criminalidade no interior do País, onde as instituições são menos aparelhadas para combatê-la.
O Estado que teve o maior índice de homicídios de jovens em 2010 foi Alagoas, com 34,8 por 100 mil habitantes; em 2000, porém, ele era o décimo da lista, com um índice de 10,1 por 100 mil. Essa evolução talvez seja um dos sinais mais impactantes da migração da violência verificada pelo estudo.
Mesmo nos grandes centros, porém, a eventual queda dos índices de criminalidade não pode ser atribuída exclusivamente ao reforço policial ou a ações integradas de segurança pública e ação social. No caso da cidade de São Paulo, por exemplo, houve redução de 85,2% no total de homicídios de crianças e adolescentes entre 2000 e 2010, mas analistas ouvidos pelo jornal O Globo consideram que uma parte desse número é resultado da "pax mafiosa" - isto é, da hegemonia de um determinado grupo criminoso, como o PCC. "Essa organização não tem seu poder ameaçado por outras organizações. Não há disputa por território", explicou Pedro Abramovay, ex-secretário nacional de Justiça. Assim, o recrudescimento ou o refluxo da violência que atinge os jovens parece não depender só da ação do Estado, mas também dos humores dos chefões do crime organizado.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Só rindo...











Refletir...


Amizαde é compαrtilhαr segredos, emoções, é compreensão, é diversão, é contαr com αlguém sempre que precisαr! É ter αlgo em comum, e não ter nαdα em comum, é sentir sαudαde, é αbrαçαr forte, é dαr preferênciα, é bαter um ciuminho! Amizαde que é αmizade nuncα αcαbα, mesmo que α gente cresçα, mesmo que outrαs pessoαs αpαreçam no nosso cαminho! Porque αmizαde não se explicα, elα simplesmente αcontece! (Autor desconhecido)
www.bilibio.com.br

Viva a sabedoria...


A mente segundo Dennett – João Teixeira
O novo livro de João Teixeira, A mente segundo Dennett, apresenta as concepções sobre a mente e a consciência propostas por Daniel Dennett, destacando a importância do filósofo no cenário em que se encontra, principalmente pelo fato de sua filosofia da mente estabelecer o diálogo com a ciência, e abrir possibilidades para repensar o estatuto científico da psicologia e suas relações com outras disciplinas, tais como ciência da computação, robótica e neurociência. Para apresentar Dennett, Teixeira traça o cenário de surgimento e consolidação da ciência cognitiva, da inteligência artificial e da filosofia da mente no século XX, situando Dennett na tradição naturalista, compreendendo o pensamento como um dos aspectos da natureza. "Dennett acredita que desta forma poderemos explicar o funcionamento da mente, primeiro "desmontando-a" para depois replicá-la em modelos" (p.15). Entre as peculiaridades do pensamento de Dennett, Teixeira aponta para a superação da oscilação pendular entre materialismo e dualismo, situando o autor na "terceira margem do rio". No primeiro capítulo, intitulado Mente, Teixeira aborda a questão: O que é a mente para Dennett?, afirmando que esta situa-se no domínio do virtual, "nossas mentes são apenas uma interpretação do que ocorre nos nossos cérebros e se manifesta na forma de comportamentos" (p. 29); "Mentes são sistemas intencionais, construções teóricas úteis que permitem a interpretação de organismos ou máquinas" (p. 37). Como sistemas intencionais, as mentes estão, ao mesmo tempo, na natureza e nos olhos do observador. Neste primeiro capítulo são apresentados conceitos chave tais como: sistemas intencionais, folk psychology (como uma estratégia preditiva formulada a partir da observação de padrões de comportamento dos organismos), múltipla instanciação, funcionalismo, token-token identity, apontando a posição de Dennett como um "realismo moderado": "crenças e desejos são como centros de gravidade, ou como o trópico de Capricórnio - ferramentas virtuais que permitem simplificar o comportamento de sistemas extremamente complexos" (p. 64). No segundo capítulo a teoria da consciência de Dennett é apresentada como "uma teoria da natureza do pensamento", que visa explicar como se formam os conteúdos mentais e, por isso, é imanente ao próprio pensamento: "a consciência à qual se refere Dennett é nossa capacidade de elaborar narrativas acerca do que está acontecendo em nossas mentes (ou cérebros)" (p.69). Como uma coleção de experiências conscientes, a consciência dennettiana é um modelo descentralizado, que destitui o "eu-penso", o "administrador central". Teoria dos memes, heterofenomenologia, idéias sobre a natureza dos sonhos, considerando-os como um delírio instantâneo ao acordar, são aspectos abordados no segundo capítulo. O terceiro capítulo, intitulado Dennett e a psicologia, aborda as críticas de Dennett ao behaviorismo, apresentando aproximações e distinções entre seu pensamento e o de Skinner. Ao mesmo tempo, sua teoria dos sistemas intencionais é apresentada como uma hipótese psicológica testável, o que permitirá uma relação íntima e de "mão dupla" com a psicologia, com a ciência cognitiva, com a neurociência. Mindreading, neurônios espelho, hipóteses sobre a natureza e as causa do autismo, estudos em etologia cognitiva são apresentados como exemplos desta relação íntima entre filosofia e ciência no pensamento de Dennett. Com este percurso, Teixeira apresenta a filosofia de Dennett relacionando-a com o trabalho de outros pesquisadores. Mais do que isso, aponta problemas. Conforme afirma o próprio autor, trata-se de "um livro dennettiano sobre Dennett", que privilegia o diálogo com a ciência. 

Curioso...


Perfume
Em 2900 a.C., os mortos egípcios eram enterrados com jarros de óleo perfumado. A natureza desses antigos óleos é ainda um mistério, mas sabe-se que, mil anos depois, os egípcios se aventuraram por toda parte em busca de essências. Ali, os perfumes e unguentos para untar o corpo eram preparados em laboratórios dentro dos templos. No templo de Hórus, iniciado por Ptolomeu III, em 237 a.C., várias inscrições sobre as paredes do laboratório mostravam como os perfumes e os óleos para rituais eram preparados. Alguns odores ali criados levavam até 6 meses para maturar e eram usados pela nobreza. Para perfumar o corpo, os egípcios colocavam uma massa de gordura perfumada no topo da cabeça ou sobre uma peruca. Durante a noite, a gordura dissolvia-se, cobrindo a peruca, as roupas e o corpo com uma camada oleosa bastante perfumada.

No tempo do Império Romano, o perfume era utilizado por todas as classes, principalmente para encobrir os cheiros do corpo, mas também - ingerido puro ou no vinho - para ocultar o mau hálito. Os romanos ricos perfumavam várias partes do corpo com fragrâncias diferentes, borrifavam seus convidados com perfume durante os banquetes, enquanto estes se reclinavam sobre divãs perfumados. Até os animais de estimação das famílias ricas usavam seu perfumezinho. Mirra, almíscar, jacinto, bálsamo temperado, amêndoas e canela eram algumas das substâncias aromáticas daqueles tempos.

A destilação da água de rosas e outros perfumes foi uma descoberta islâmica do século IX. Os árabes e persas contribuíram para o desenvolvimento da perfumaria. O descobrimento do álcool como veículo para o perfume ocorreu no século XIV. Na Idade Média, o perfume tornou-se até uma necessidade. Em vez de banho, o pessoal preferia se encher de perfume. No século XVII, o rei francês Luís XV chegou a ordenar que se usasse um perfume diferente a cada dia.

É bom ressaltar que nem todos os povos da Antiguidade gostavam de se encharcar de perfume. Em 361 a.C., Agesilau, rei de Esparta, de onde o perfume fora banido, visitou o Egito e foi recebido com um elaborado banquete. Ficou tão nauseado pelo uso excessivo de perfume por seus companheiros de mesa - uma prática que ele considerava decadente e efeminada - que se retirou precipitadamente. Os anfitriões egípcios de Agesilau julgaram seu comportamento pouco civilizado.

A invenção da água de colônia, solução alcóolica de essências de bergamota, de limão e de lavanda, foi inventada pelo barbeiro italiano Jean-Baptiste Farina em 1709, na cidade de Colônia, na Alemanha. A fragrância fez um enorme sucesso em toda Europa e principalmente entre os soldados franceses que estavam servindo na cidade durante a Guerra dos Sete Anos.

Mais uma etapa superada...