terça-feira, 24 de julho de 2012

Viva a sabedoria...


Mente, cognição e linguagem – Cesar Candiotto
Reunindo artigos de vários autores, o volume 3 da coleção Pensamento Contemporâneo da editora Champagnat, da PUC-PR, aborda as principais questões relacionadas à temática mente, cognição e linguagem. O artigo que abre o volume, de João de Fernandes Teixeira, é intitulado "Neuroimagem e Filosofia da Mente", e aborda questões como: "O que a neuroimagem tem a dizer para a filosofia da mente? Quais suas implicações para a ontologia do mental? Será que a neuroimagem força-nos à adoção de algum tipo de reducionismo ou de algum tipo de identidade entre mente e cérebro?". Após traçar alguns aspectos da relação entre neuroimagem e localizacionismo, Teixeira aborda a neuroimagem como tópica abstrata: "Ao contrário do que normalmente se acredita, a neuroimagem fornece-nos uma concepção de psiquismo desterritorializado".
O segundo artigo, de autoria de Bortolo Valle, com o título "A natureza da realidade interior/exterior em Wittgenstein: breves contribuições para a filosofia da mente", aborda como Wittgenstein, nas Investigações Filosóficas, "redesenha o conceito de interior a partir da força contida no uso expressivo da linguagem. O que chamamos mente, ou seja, a realidade interior, só pode, se formos fiéis a Wittgenstein, ser concebida pelo e no uso da linguagem, ou seja, por meio de dinâmicas exteriores". A conseqüência, apontada por Bortolo Valle, da leitura das relações entre interior e exterior em Wittgenstein, é uma concepção contextual do mental.
Kleber Candiotto, em "A irredutibilidade da mente segundo John Searle", apresenta a tese de Searle acerca da consciência como algo funcional e integrante à constituição biológica humana. Após uma breve explanação da teoria de Searle sobre a consciência e sua subjetividade, e sobre a discussão proposta por Searle acerca de teorias tais como dualismo mente-corpo, materialismo como compreensão monista da realidade, behaviorismo, fisicalismo, funcionalismo, inteligência artificial forte, materialismo eliminativo, ele apresenta a tese da irredutibilidade da compreensão da realidade concluindo que "A consciência é tanto um fenômeno mental, qualitativo e subjetivo, quanto uma parte natural do mundo físico, que, por ser subjetiva, é irredutível".
Ericson Falabretti, em "Merleau-Ponty: o problema mente-corpo e o comportamento", descreve como Merleau-Ponty supera as concepções antitéticas sobre as relações entre consciência e natureza que fundamentam as teorias reducionistas sobre o comportamento: o introspectivismo e o fisicalismo. Com uma visão do corpo que não se reduz a funções neuromotoras ou psíquicas, mas abre-se para o campo fenomenal, Merleau-Ponty permite pensar o humano como uma concepção que "faz integrar num só campo o interior e o exterior, a alma e o corpo e, também, o eu, o outro e as coisas".
Vera Vidal, no artigo "Quine e a crítica às entidades mentais", defende a hipótese de que "para desenvolver seu projeto epistemológico, Quine construiu um vasto sistema filosófico com teses profundamente inter-relacionadas e que se explicitam no jogo destas inter-relações. Tomadas isoladamente, darão margem a muitas incompreensões e críticas mal fundamentadas". Para tal proposta, Vera Vidal apresenta uma exegese da filosofia quineana, os pressupostos de seu sistema filosófico, compreendendo que Quine "crê no paralelismo linguagem-teoria e considera todas as teorias como subconjuntos da linguagem". Sua conclusão aponta para a afirmação de Quine somente postular entidades abstratas em bases rigorosas e com vantagens teóricas evidentes. Assim sendo, "o estudo da mente e a postulação de entidades mentais devem ocorrer no quadro de investigações científicas rigorosas, apoiadas nas Neurociências, nas Ciências Cognitivas e não em ingênuas teorias mentalistas. Aquilo que não se sabe explicar, ele crê que seja melhor que se cale a postular fictícias entidades teóricas que conduzirão a inferências indevidas e só prejudicam a evolução do processo cognitivo".
"Realismo, cognição e linguagem" é o texto de Inês Araújo, que parte de uma observação do professor Ivo Ibri Assad com relação a uma citação de Rorty em "Do signo ao discurso". No texto de Rorty, a afirmação: "O mundo não fala, apenas nós falamos". Na afirmação do professor Ivo: "o mundo é que fala!". Abordando autores como Moore, Schlick, Carnap, Quine, Dewey, Wittgenstein e Habermas, Inês Araújo discute quem fala: nós ou o mundo?, tendendo a uma postura moderada.
"Linguagem e Cognição em Habermas" é o texto de Luiz Roberto Gomes, que discute a questão "submetendo à análise crítica a idéia de que o uso comunicativo de expressões lingüísticas não serve apenas para exprimir intenções de um falante, mas também para representar estados de coisa e estabelecer relações interpessoais com uma segunda pessoa", o que, segundo o autor, permite a Habermas superar a noção subjetivista do conhecimento com o "paradigma da intersubjetividade", no qual o entendimento exerce a função de coordenação das ações, de modo a proporcionar outras perspectivas para o exercício de uma teoria social.
Fátima Caropreso, em "Linguagem, corpo e consciência na teoria freudiana", partindo da metapsicologia freudiana, apresenta a linguagem como capaz de determinar toda forma de experiência consciente, de origem endógena ou exógena.
"Entre o ser e a linguagem: Deleuze e o delicado murmúrio do sentido" é o texto de Eládio Craia, que a partir dos conceitos de ser, sentido, diferença e linguagem em Deleuze, conclui que "Não há distinção entre Ser e dizer, o ser unívoco é um dizer que exprime o sentido do mundo. A linguagem não fala do mundo, ela é o sentido do mundo como pura diferença. É o Ser que reconquista sua liberdade".
"A arqueologia da linguagem de Michel Foucault" é o artigo de Cesar Candiotto que, a partir de recortes da obra "As palavras e as coisas", e de outras obras do mesmo período, de Michel Foucaullt, analisa as relações entre linguagem e história: "uma história arqueológica da linguagem procura torná-la inteligível em cada época, pela referência de seus próprios conceitos, métodos e configurações à rede discursiva que condiciona o conjunto dos demais saberes". Apontando as diferenças entre Renascimento, Idade Clássica e Modernidade, mostra que, para Foucault, a inteligibilidade da linguagem é provisória, referenciada a sua época.
As abordagens plurais ao tema que dá título ao livro promovem sua característica peculiar: provocar a reflexão a partir da apresentação de diferentes posturas. 
http://www.filosofia.com.br/vi_res.php?id=15

Insanidade mental sob pretexto de ciúme!


Jovem de 15 anos é assassinada pelo namorado no interior do Ceará

Casal namorava há três meses e morava junto há um mês, em Barro.
Polícia investiga motivos que levaram ao crime de homicídio.

Uma adolescente de 15 anos foi assassinada com um tiro pelo namorado na cidade de Barro, no Sul do Ceará. O namoro de Tatiane da Silva Alves e Diogo Alencar, de 19 anos, durava três meses, segundo os familiares, e há um mês eles moravam juntos, em uma casa no Centro de Barro. A polícia investiga as causas do crime.
Segundo a Polícia Militar, familiares ouviram tiros na residência do casal na noite de domingo (22) e ligaram para fazer a ocorrência. "A gente ouviu o disparo, tentamos negociar, mas ele já estava ferido. Ele saiu, jogou a arma fora, e a gente deu voz de prisão e o levamos até o hospital", afirma o cabo Gildenor Conserva, da Polícia Militar.
A adolescente foi socorrida e levada ao hospital municipal de Barro, mas morreu a caminho da unidade hospitalar. O garoto também estava ferido e foi levado ao hospital. Segundo o hospital, o estado de saúde dele é estável. A polícia também investiga as causas do ferimento do jovem.
O adolescente está sob escolta policial no hospital da cidade e deverá ser encaminado para a delegacia após alta hospitalar. O jovem deve responder por homicídio e porte ilegal de arma.
http://g1.globo.com/ceara/noticia/2012/07/jovem-de-15-anos-e-assassinada-pelo-namorado-no-interior-do-ceara.html

Caprichos e mimos divinos...


Você merece? Veja alguns dos serviços mais caros que SP pode oferecer

A cidade de São Paulo concentra um número imenso de opções de lazer e entretenimento, que atendem praticamente todos os gostos, interesses e bolsos. E quando o assunto é luxo e exclusividade, a cidade serve muito bem aqueles que têm dinheiro para gastar.
Pensando nisso, a equipe InfoMoney vasculhou a cidade atrás de alguns dos serviços mais exclusivos e caros que São Paulo oferece. Com cerca de R$ 32 mil reais, é possível aproveitar tudo. Confira:
1. Piloto por um dia - A primeira opção é para aqueles que apreciam aventura e velocidade. Imagine pilotar um Megane com 140 cavalos de potência no autódromo de Interlagos.
Pois bem. O Centro de Pilotagem Roberto Manzini oferece cursos, com duração de um dia, para quem quer viver a aventura. Na parte da manhã, o aluno tem aulas teóricas com explicações sobre o mundo automobilístico e técnicas de pilotagem esportiva. Após o almoço, seguem para o autódromo. São 10 voltas com o instrutor ao volante e 10 com o próprio aluno dirigindo.
“A pista tem pouco mais de 4 mil metros e dá para chegar a uma velocidade de 180 a 190 quilômetros por hora”, explica o proprietário do centro, Roberto Manzini. Nessa velocidade o piloto faz uma volta completa em aproximadamente 2 minutos. Toda a vestimenta – capacete, luvas e balaclava – são disponibilizadas pelo centro. O aluno também experimenta o flylap, que são duas voltas na pista em velocidade máxima.
Quanto custa? R$ 1.668,00 por pessoa.
2. Sobrevoando São Paulo - sem perder a emoção, a próxima sugestão é um voo panorâmico por São Paulo de helicóptero. Durante aproximadamente 60 minutos, os passageiros sobrevoam os principais pontos da cidade, como Estação da Luz, Praça da República, Catedral da Sé, Avenida Paulista, Pacaembu, Autódromo de Interlagos, Estádio do Morumbi, Palácio dos Bandeirantes, Cidade Universitária, Memorial da América Latina e o Sambódromo.
De acordo com o proprietário da Andanças Viagens e Turismo - empresa que presta esse serviço -, António Brice, é possível escolher voar tanto de dia quanto à noite. “Para quem quer tirar fotos de São Paulo, a recomendação é de dia; Para quem quer um passeio mais romântico, com a iluminação da cidade, vale a pena fazer à noite”.
Quanto custa? R$ 1.600,00 até 3 passageiros.
A empresa também oferece um pacote com o voo panorâmico e jantar no Hotel Transamérica. Partindo do Campo de Marte, o voo dura 30 minutos, também passando pelos principais pontos turísticos de São Paulo e pousa no hotel, onde os passageiros jantarão.
Quanto custa? R$ 2.000,00 para duas pessoas. (o pacote não inclui bebidas)
3. Almoçando em um dos melhores restaurantes do mundo - Não é preciso ir à Europa ou aos Estados Unidos para encontrar os melhores restaurantes do mundo. Localizado no bairro Cerqueira César, no Centro de São Paulo, está o D.O.M. do chef brasileiro Alex Atala, que recentemente ficou em 4 lugar na lista “World's 50 Best Restaurants” (50 melhores restaurantes do mundo, em tradução livre).
Para quem tem um paladar refinado, a sugestão é bastante pertinente. Entre as opções oferecidas pelo estabelecimento, o destaque fica com o ‘Menu Degustação’ composto por 8 pratos servidos entre entradas frias, quentes, prato a base de peixe, carne ou aligot e sobremesa. Para acompanhar, a sugestão é a ‘harmonização de 8 taças de vinhos’.
Quanto custa? O ‘Menu Degustação’ mais os vinhos: R$ 740,00 por pessoa.
4. Cinema e glamour - foi-se o tempo em que a emoção de ir ao cinema se restringia à história do filme. A moda agora são salas com poltronas que se mexem, com borrifadas de água para simular chuva, sem contar as telas gigantes e a tecnologia 3D e 4D. O Shopping JK Iguatemi, administrado pela Cinépolis e inaugurado recentemente, tem uma das salas de cinema mais caras de São Paulo. Embora os preços variem dependendo do dia, no horário mais movimentado, um ingresso na sala mais cara custa R$ 68,00.
Na sala 4D, além do som e imagem impecáveis, há diversos efeitos produzidos especialmente para estimularem todas as sensação. “São mais de 20 efeitos linkados ao que está acontecendo no filme”, explica os assessores de comunicação do cinema. Tem movimento que simulam freadas de carros, subida, descida, aceleração, soco, tombo e pontapé. Se no filme houver neblina, a sala também vai simular essa condição climática.
Além do filme, o cinema também comercializa alimentos gourmet e drinks personalizados para serem consumidos no conforto das salas. Entre as opções, é possível pedir um coquetel de camarão, por R$ 30,00, ou um pacote de pipoca, por R$ 13,00. Os drinks, produzidos em parceria com a Gray Goose, custam R$ 29,00.
Quanto custa? A sessão mais cara com os alimentos mais badalados saem por R$ 127,00 por pessoa.
Vale lembrar que também há opção para quem gosta de bastante exclusividade. Se quiser alugar a sala toda, sem problemas. Por R$ 3.500,00 é possível reservar uma sala inteira, com capacidade para 382 lugares, para uma sessão.
5. Hospedagem de luxo – na Alameda Santos, região central de São Paulo, encontra-se um dos hotéis mais luxuosos da cidade, o Renaissance. Na suíte presidencial – a mais cara do estabelecimento -, o hóspede tem, em mais de 300 metros quadrados, sala de jantar, sala de jantar com lareira, sala de televisão, sauna, cozinha, dois closets e ainda conta com a possibilidade de conjugar o ‘Club Parlor’, um apartamento de dimensões menores para ser utilizado por seus seguranças, babá ou demais empregados.
Além disso, se quiser, pode pedir os serviços de um mordomo, mas esse serviço será pago separadamente.
Quanto custa? O preço de balcão da diária é US$ 12.889,00 ou R$ 25.000,00, podendo variar dependendo da data.
6. Beleza que não tem preço – nada melhor do que passar horas no cabeleireiro e sair de lá parecendo uma celebridade. Pois bem. Para atender o público altamente seletivo os salões se esforçam em oferecer produtos e serviços impecáveis, a um preço, claro, condizente com o que é oferecido.
Entre as diversas opções, está o MG Hair Design, no Jardim Paulista. O salão é do famoso cabeleireiro Marco Antônio de Biaggi, conhecido por trabalhar com celebridades. Seu corte custa R$ 580,00. Entre os demais serviços oferecidos estão reflexos, que custam até R$ 680,00, tintura, por R$ 260,00 e a escova, que sai por R$ 100,00. Para quem deseja fazer uma hidratação, o processo pode custar até R$ 500,00, contando com a utilização de produtos que contem elementos do caviar em sua fórmula.
Quanto custa? Para quem busca os serviços comuns como corte, reflexos, hidratação e escova mais mão e pé, é possível gastar até: R$ 1.960,00.
7. Baladas - A noite de São Paulo não deixa a desejar e as baladas e bares atendem muito bem aqueles que querem curtir o final de semana com muito som e agitação. Entre as baladas mais caras da cidade está o Josephine Club, filial do Club de Washington DC e localizado no Itaim Bibi.
A casa conta com uma decoração altamente luxuosa e um gigante telão de led com 24 placas que se movimentam no ritmo e na batida do som do DJ. Para entrar, os homens pagam R$ 200,00 e as mulheres, R$ 100,00.
Claro que os gastos não para por ai. Segundo a assessora de imprensa da casa, entre as bebidas mais pedidas está a garrafa de champagne Veuve Clicquot, a R$ 520,00. O drink da casa, conhecido como Drink Josephine, custa R$ 32,00 e contém vodka, xarope de maça verde e champagne. Para quem prefere cerveja, uma long neck Heineken custa R$ 18,00. Já a dose do whisky mais pedido da balada, o Johnie Walker Blue Label, custa R$ 82,00.
Quem é realmente VIP e vai de camarote, o valor sobe. Com capacidade máxima para 15 pessoas, o preço do ambiente reservado chega a R$ 4.500,00 sendo R$ 3.800,00 consumíveis.
Também existe a possibilidade de fechar a casa para uma festa exclusiva. O valor depende de uma série de fatores. Como exemplo, uma festa para cerca de 400 pessoas, com open bar para alguns tipos de bebida, não sai por menos de R$ 30.000,00. A casa também oferece serviço de valet, que custa R$ 30,00.
Quanto custa? Depende muito do consumo. Mas é bem difícil gastar menos que R$ 500,00 na noite.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Só rindo...


Pensamentos...


"Chore, grite, ame e diga que valeu, que daqui pra frente vai melhorar. Perdoe, insista, respeite, ame novamente". Clarice Lispector, escritora, UCR, 1920-1977

Segunda-feira, 23 de julho de 2012

Anjo do dia: Nanael.
Dia de Santa Brígida, sueca, Padroeira dos Terapeutas.
Dia do Patrulheiro Rodoviário.

1556 Período Colonial: Mem de Sá é designado o 3º Governador Geral do Brasil.
1958 Oscar Niemeyer se muda para Brasília para vistoriar a execução de seus projetos de arquitetura, e abre mão da gratificação a que têm direito todas as pessoas que se mudam para a capital em construção.
2003 Por conta de mais uma liminar, o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto já se encontra em sua luxuosa residência a gozar de todo o conforto que R$ 169 milhões desviados da obra do TRT-SP podem proporcionar.

1892 Nascimento: Tafari Makonnen ou Ras (Príncipe) Tafari, na Etiópia, que seria o Imperador Hailé Selassié.
1944 Nascimento: Maria João Pires, pianista portuguesa.
www.farmaciadepensamentos.com

"A estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota." (Sun Tzu)
www.bilibio.com.br

Viva a sabedoria...


Alucinações Musicais – Oliver Sacks
Novamente um título que não é específico de filosofia, mas em muito se relaciona com ela. De Hipócrates a Nietzsche, de Santo Agostinho a Wittgenstein, passando por Leibniz, Rousseau, Kant, Emerson, Eco e muitos outros filósofos, o neurologista Oliver Sacks discute as relações entre a música e o cérebro, em artigos organizados em quatro grandes blocos: Perseguidos pela música; A variação da musicalidade; Memória, movimento e música e Emoção, identidade e música. Em Perseguidos pela música ele aborda várias situações neurológicas nas quais seus pacientes apresentam uma espécie de perseguição pela música. Desde a música que surge como aura para uma convulsão, até aquela capaz de provocá-la; os brainworms ou earworms, como ele os denomina, vermes do cérebro ou do ouvido. Sabe aquela música que não sai da sua cabeça, e você nem gosta muito dela? Às vezes queria deixar de ouvi-la e lá está ela, e você não sabe onde fica o botão para desligá-la. Há pessoas que ouvem, possuem uma música que toca dentro de suas cabeças, atrapalhando as atividades cotidianas. Sacks cita pacientes que possuem um ipod na cabeça e não conseguem desligá-lo. Como na maioria de seus trabalhos, suas pesquisas contam com a contribuição de filósofos, neurocientistas, outros neurologistas, musicólogos, musicoterapeutas, psicólogos e outros profissionais. O encaminhamento de seus trabalhos consiste, em grande parte, em auxiliar o paciente a lidar com o que lhe ocorre, pois muitas vezes não há como resolver o problema. Na segunda parte, ele discute musicalidade, ouvido absoluto, o cérebro dos músicos e dos não músicos. Haveria diferenças nos cérebros de músicos e não músicos, de pessoas com ou sem ouvido absoluto? Haveria alguma relação entre hereditariedade e musicalidade? Comparando estudos e dados empíricos advindos de sua prática, Oliver Sacks questiona se as diferenças encontradas nos cérebros dos músicos e não músicos teriam uma origem genética, e por isso um músico se tornaria músico, ou se tais diferenças seriam advindas de um desenvolvimento de partes do cérebro devido aos estímulos provocados pela prática e pelo estudo da música. Feito tal questionamento, ele é ampliado para outros estímulos que recebemos em nossa formação. Na terceira parte cita casos de síndromes como Tourette. Parkinson, membro fantasma, distonia, entre outras, e as relaciona com a música como forma de tratamento. Por fim, na última parte, estuda os sonhos musicais, música e depressão, emoções e música, síndrome de Williams, demência e musicoterapia. Em suas conclusões, mostra o quanto a música se relaciona diretamente ao desenvolvimento de partes do cérebro, e o quanto ela pode ser um acesso para várias formas de tratamento. Ao relatar alguns casos de síndrome de Williams, mostra que é possível o quem (a singularidade, a construção de uma vida a partir das características biológicas iniciais e dos elementos do ambiente) sobrepor-se ao o que (os diagnósticos das síndromes). Uma leitura interessante para aqueles que desejam uma aproximação às questões da filosofia da mente, da neurociência, da filosofia da música, ou simplesmente, buscam refletir sobre como os sons aos quais somos expostos diariamente (alguns deles por nosso desejo, outros não) podem influenciar naquilo que somos. 

Mais uma etapa superada...