segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Viva a sabedoria...


Immanuel Kant

Filósofo alemão (1724-1804), originário de uma família numerosa e de condição humilde. Seu pai era correeiro. Aos 13 anos perdeu a mãe, da qual recebeu uma cuidada educação moral e religiosa, de orientação pietista. Frequentou o Collegium Fridericianum, de 1732 a 1740, onde reforçou a formação religiosa e moral, e adquiriu conhecimentos das línguas clássicas e da literatura latina. Ingressou, em 1740, na  Universidade de Königsberg, onde estudou Filosofia, Teologia, Moral, Lógica e Física. Nesta altura, o professor Martin Knutzen pôs à disposição a  biblioteca particular e deu-lhe a conhecer a mecânica de Newton. Perdeu o pai em 1746, o que o obrigou, devido a carências financeiras, a abandonar a Universidade e a exercer durante cerca de oito anos o lugar de preceptor, enquanto preparava o doutoramento. Homem profundamente religioso, moderado de costumes, metódico, benévolo, diz-se que apenas saiu uma vez de Königsberg, a sua cidade natal. Regressou a Königsberg, em 1755, e obtém o doutoramento com a dissertação latina: Meditationum quorundam de igne succinta delineatio (Esboço sumário de algumas meditações sobre o fogo). Em 1755, iniciou a docência na Universidade de Königsberg. Ensinou durante 40 anos Filosofia, Geografia, Antropologia, Pedagogia e Matemática.  A sua vida foi inteiramente consagrada ao estudo, ao ensino e à meditação, é o fundador da filosofia crítica (o criticismo).
Em 1766, começou a análise da metafísica como ciência. Em 1970 lançou as bases do criticismo, que posteriormente sistematizou nas Críticas. O iluminismo, entendido por ele como a saída do homem da menoridade, o empirismo de Hume, que o «despertou do sono dogmático», e a ciência newtoniana servem de fundamento à sua filosofia crítica. Kant nutria uma profunda simpatia pelos ideais da independência americana e da Revolução Francesa. Foi pacifista, antimilitarista convicto.
Obras principais: Crítica da Razão Pura (1781), Prolegómenos a Toda a Metafísica Futura que se Poderá Apresentar como Ciência (1783), Fundamentos da Metafísica dos Costumes (1785), 2.ª edição da Crítica da Razão Pura  (1785), Crítica da Razão Prática (1788), Crítica da Faculdade de Julgar (1793), A Religião dentro dos Limites da Simples Razão (1793) e Metafísica dos Costumes (1797).

Cultura viva...


Cinema
Quem não se encantou quando foi pela primeira vez ao cinema assistir a um filme? Imagine então como ficaram as pessoas que assistiram o primeiro filme do mundo. Até o início do século XVIII, as únicas formas encontradas pelo homem para conservar a imagem de uma paisagem ou pessoa era guardando-a na memória ou sendo retratada em tela por um pintor. Essa realidade mudou quando, na França, em 1826, o inventor Nicephóre Niepce conseguiu registrar uma paisagem sem pintá-la, demorou 14 horas para alcançar o feito. A imagem foi registrada com o auxílio de uma câmera escura numa placa de vidro. O filme fotográfico só foi inventado em 1879, por Ferrier e aperfeiçoado pelo americano George Eastman. Algum tempo depois os irmãos Lumière criaram o cinematógrafo, que era uma câmera de filmar e projetar imagens em movimento.
Com o cinematógrafo em mãos, os irmãos Lumière começaram a produzir seus filmes, cuja apresentação pública foi realizada pela primeira vez em 1895, na França. Para o público que assistiu ao filme aquilo era algo maravilhoso e surpreendente, pois até aquele momento a fotografia ainda era novidade. Foi pelo fato dos filmes não terem sons que surgiu a expressão “cinema mudo”, os atores falavam e em seguida surgia a legenda na tela. Um dos grandes destaques do cinema mudo foi Charles Chaplin.
O cinema com som surgiu em 1926, com o filme "The Jazz Singer", da Warner Brothers, recurso criado com o auxílio de um sistema de som Vitaphone, porém o som do filme não era totalmente sincronizado. Somente em 1928 a Warner Brothers obteve sucesso com a sincronização entre o som e a cena, no filme “The Lights of New York". A partir desse momento o cinema passou por um processo de evolução até chegar aos dias atuais, com todo seu glamour e encantamento aliado à sofisticação e modernidade.
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, Hollywood não é o maior produtor de filmes, a maior indústria cinematográfica do mundo na verdade é a Índia.
http://www.brasilescola.com/artes/cinema.htm

Entendendo...


As bases do Estado e do pensamento liberal
O Estado, no pensamento liberal, tem funções e poderes limitados, devendo conservar os direitos naturais do homem.
John Locke - Pai do pensamento liberal
Segundo Norberto Bobbio, podemos compreender “liberalismo” como uma determinada concepção de Estado, na qual este tem poderes e funções limitados. Assim, será o avesso daquele Estado no qual o poder absolutista imperou em boa parte da Idade Média e da Idade Moderna. Da mesma forma, ele se contrapõe ao que hoje consideramos ser o Estado social, ou de bem-estar social que se viu na URSS no século XX. Além disso, Bobbio também aponta que um Estado liberal não é necessariamente democrático, mas, ao contrário, realiza-se historicamente em sociedades nas quais prevalece a desigualdade à participação no governo, sendo ela bastante restrita em termos gerais, limitada a classes possuidoras (BOBBIO, 1995). Obviamente, o Estado liberal seria fruto de um pensamento liberal, pensamento este discutido por vários intelectuais nos últimos cinco séculos, mas que teria suas bases nas teses de John Locke (1632-1704), considerado o pai do liberalismo principalmente por conta de suas ideias em “Dois tratados do governo civil”, obra publicada no final do século XVII. No primeiro tratado, ele faz uma crítica ao tipo de Estado caracterizado pelo poder absolutista do rei, pautado na escolha divina. No segundo tratado, escreve sobre a origem, extensão e objetivo do governo civil.
Há um trinômio muito importante em sua obra constituído pelos conceitos de Estado natural, Contrato social e Estado civil. Para Locke, o homem é anterior à sociedade e a liberdade e a igualdade fazem parte de seu Estado de natureza. No entanto, elas não são vistas de forma negativa como nas ideias de Thomas Hobbes (o qual afirma que os sentimentos de liberdade e igualdade conduzem a guerra constante), mas sim dizem respeito a uma situação de relativa paz, concórdia e harmonia. Nas palavras de Francisco Welfort (2006), nesse estado pacífico os homens já eram dotados de razão e desfrutavam da propriedade que, numa primeira acepção genérica utilizada por Locke, designava simultaneamente a vida, a liberdade e os bens como direitos naturais do ser humano. No estado natural do homem ele possuiria direitos naturais que não dependeriam de sua vontade (um estado de perfeita liberdade e igualdade). Locke afirma que a propriedade é uma instituição anterior à sociedade civil (criada junto com o Estado) e por isso seria um direito natural ao indivíduo, que o Estado não poderia retirar. “O Homem era naturalmente livre e proprietário de sua pessoa e de seu trabalho” (WELFFORT, 2006, pg. 85).
Contudo, apesar de John Locke acreditar no lado positivo da liberdade e da igualdade no estado de natureza, tal situação não estava isenta de inconvenientes como a violação da propriedade. Para contornar esses inconvenientes era preciso fazer um contrato social, que unisse os homens a fim de passarem do estado de natureza para a sociedade civil. Seria necessário instituir entre os homens um contrato social ou um pacto de consentimento, no qual o Estado é constituído como “dono” do poder político para assim preservar e consolidar ainda mais os direitos individuais de cada homem, direitos estes que eles já possuíam desde o estado de natureza. Assim, “é em nome dos direitos naturais do homem que o contrato social entre os indivíduos que cria a sociedade é realizado, e o governo deve, portanto, comprometer-se com a preservação destes direitos” (MARCONDES, 2008, p. 204). Segundo Welffort, no Estado civil os direitos naturais inalienáveis do ser humano à vida, à liberdade e aos bens estão mais bem protegidos sob o amparo da lei, do árbitro e da força comum de um corpo político unitário. Este seria o sentido e a necessidade da formação do Estado como garantidor de direitos.
Não é por outro motivo que John Locke é considerado o pai do individualismo liberal. Sua obra terá grande influência na conformação do pensamento liberal ao longo do século XVIII. A doutrina dos direitos naturais está na base das Declarações dos Direitos dos Estados Unidos (1776) e na Revolução Francesa (1789). O Estado liberal é o Estado limitado, sendo a função dele a conservação dos direitos naturais do homem.
Assim, se a defesa dos direitos dos homens é o mote do pensamento liberal, a valorização do individualismo é uma consequência óbvia e direta no Estado Liberal ou, nas palavras de Bobbio, “sem individualismo não há liberalismo” (BOBBIO, 1995, pg. 16). Certamente, o desenvolvimento desses valores e dessa visão de Estado foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo enquanto modo de produção, formando as bases jurídicas da sociedade capitalista. Dessa forma, as questões levantadas são: até que ponto a liberdade e igualdade entre os homens conseguem andar juntas no sistema econômico capitalista? Embora o Estado liberal garanta a defesa da liberdade, ele poderia garantir a igualdade (em seu sentido mais amplo) entre os homens? Fica o convite à reflexão.
http://www.brasilescola.com/sociologia/as-bases-estado-pensamento-liberal.htm

Curioso...


Comer com os olhos
Essa expressão está ligada a uma antiquíssima tradição dos romanos.
Quando adentramos o mundo da crença e dos mitos, observamos que esses tiveram uma presença muito significativa entre vários povos antigos. Afinal de contas, a explicação racional e cientifica das coisas não estava exatamente disponível no momento em que o homem começava a descobrir o mundo ao seu redor e a se descobrir. Sobre esse último aspecto, vemos que as partes e funções do corpo acabaram ganhando diversos significados ao longo do tempo.
Ainda hoje, as pessoas têm um fascínio particular sobre os olhos. Mais do que uma simples questão estética, algumas pessoas acreditam que o olhar tem o poder de transmitir uma densa gama de sentimentos e estados de espírito. Não é por acaso que se ouve dizer que eles podem ser a “janela da alma”. É a partir daí que nos indagamos sobre uma expressão que revela nosso desejo e cobiça: o famoso “comer com os olhos”.
Para muitos, a relação parece muito óbvia. Toda vez que prendemos nosso olhar para algum objeto de desejo ou arregalamos nossos olhos em sinal de ambição, indicamos a manifestação de uma necessidade tão básica como o alimento. Logo, estaríamos “comendo com os olhos” sempre que nos portamos dessa forma. Mas será que foi assim que uma expressão dessas se tornou tão utilizada?
Na verdade, esse termo advém de antigas civilizações que acreditam no poder que o olhar de um ser humano pode exercer sobre outro. Entre os gregos, o mito da Medusa – capaz de petrificar seres apenas com o olhar – seria um exemplo desse tipo de crença. Em algumas regiões da África Ocidental, os chefes tribais tinham as suas refeições realizadas em espaço privado, para que ninguém absorvesse a energia dos alimentos com os olhos.
Seguindo essa mesma linha de raciocínio, acredita-se que a expressão “comer com os olhos” tenha sido difundida por meio de um antigo ritual dos romanos. Em uma celebração fúnebre especifica, os romanos realizavam um grande banquete em homenagem aos mortos. Nesse evento, os participantes não poderiam comer dos pratos feitos, apenas observá-los. Teria sido daí, “comendo” literalmente com os olhos, que os romanos nos levaram a empregar tal expressão.

Piada...


O cara já tava desesperado com as dívida que tinha.. Um amigo dele recomendou que ele fosse numa briga de galos e apostasse o que tinha sobrado pra ver se rendia uma grana pra ele pagar algumas das contas penduradas.
- Mas eu não sei nada de briga de galo. Como é que eu vou saber qual é bom de briga?
- Fácil! Pergunta pra um dos Caipiras que ficam vendo as lutas todos os dias. Eles com certeza sabem quais são os bons.
O cara foi lá... na maior esperança... achou um Capiau sentado no canto da arena com um capinzinho na boca... e foi logo perguntando:
- Você vem aqui todo dia meu amigo?
- Sim senhori..
- Então você sabe qual galo é bom né?
- Sei sim sinhori..
Entraram pra brigar 2 galos, um branco e um preto.
Ó meu amigo, você pode me falar qual deles que é o bom??
- O bão é o branco!!
O cara rindo até a orelha pois achou que ia descolar uma grana pra pagar as dívidas foi lá e apostou tudo que tinha no galo branco.
E a luta começou e o galo branco tava levando a maior surra.
O cara desesperado correu no caipira e perguntou:
- Amigo... Você não me falou que o branco é que era o bom?
- O branco é o bão. O preto é que é o marvado!

Devanear...


Adeus, Meus Sonhos! – Álvares de Azevedo

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!
http://www.aindamelhor.com/poesia/poesias07-alvares-azevedo.php

Será mesmo?


NUNCA É TARDE
Estreia hoje na seção Homens de Segunda o jornalista capixaba Marcos Sacramento, 35 anos, fã de esportes, livros e de um belo pôr do sol. Bom de prosa, hoje ele fala de um personagem com dificuldades de se envolver.
Ele estava no bar com um amigo. Entre as tantas afinidades, a música era a principal delas e por isso o assunto predominante nas raras vezes em que se encontravam. O amigo, mais extrovertido e conversador que ele, falava e falava do The Who. Ah, o The Who. Como o amigo conhecia o The Who. Dava gosto vê-lo discorrer sobre as nuances sonoras de Quadrophenia, relatos de quebradeiras de instrumentos e histórias que a Rolling Stone não contou. Ele escutava e só comentava as obviedades que seu conhecimento sobre rock permitia.
Chegou a hora e os dois amigos se despediram do breve encontro. O amigo chamou um táxi e Ele (vou chamá-lo assim, de Ele, sem que isso tenha qualquer significado de divindade) seguiu a pé, já que morava perto dali.
Andava devagar, mãos nos bolsos e meio cabisbaixo. Sentia um desconforto, um pequeno mal estar. Não, não era culpa das duas tulipas de chope mal tiradas nem dos pastéis consumidos enquanto papeavam. O mal estar era na alma. O que o incomodava era a intimidade do amigo com o The Who. Ele conhecia bem o sujeito, e por isso sabia da relação dele com algumas dezenas de bandas de rock. Uma relação maior que o simples conhecimento enciclopédico. O amigo, naquela conversa de bar, não estava querendo mostrar conhecimento ou impressionar. Não havia espaço para isso na amizade de anos e anos. Ele sabia que o amigo comia, bebia, respirava e transpirava rock’n'roll e aquela conversa cheia de minúcias era apenas a expressão da grande energia dedicada a escutar as mesmas músicas repetidas vezes, ler biografias, debater com outros entendedores, ir a shows e tudo mais que cabe no relacionamento entre um fã e sua banda favorita.
Ele fora tocado, assim, de estalo, pela percepção de que não era entendedor profundo de nenhum assunto. Assim como o amigo, era fã de rock, conhecia centenas de grupos e artistas de épocas e estilos diferentes, mas nunca se debruçou na história de uma banda, mergulhou de ponta a ponta nas faixas de um álbum ou no estilo de um guitarrista a ponto de identificá-lo em poucas notas. Sua relação com o futebol era parecida, pois apesar de ter seu time do coração e gostar de chutar uma bola, não conhecia os recônditos da história do clube e ignorava vergonhosamente a maioria das estrelas da Champions League. Porém o que realmente o incomodava naquela noite de terça-feira quente e ordinária era sentir que seu conhecimento não era superficial apenas em relação a música ou futebol. Percebeu ali que nunca havia conhecido de verdade uma mulher sequer.
Como arquivos de mp3, cds, discos de vinis e fitas cassete, Ele colecionara durante a vida várias mulheres sem se aprofundar em nenhuma delas. A intimidade do amigo com o The Who detonou nele algum mecanismo que o mostrou como sua relação com o sexo feminino era superficial. Ele nunca penetrou na alma, nos mistérios de uma mulher. Nunca criou códigos particulares com a parceira ou foi capaz de dizer algo apenas com o olhar. Jamais baixou a guarda, foi sincero e deixou a companheira do momento conhecer suas fraquezas. Nem mesmo cultivou proximidade suficiente a ponto de escolher um presente sem apelar para algo pouco pessoal. Ele percebia, agora, que construíra um muro entre o sexo feminino, barreira transposta somente pelo contato animalesco entre os corpos.
Lembrou de algumas moças que passaram por sua vida e lamentou o quanto perdeu por não deixá-las entrar na sua torre de marfim. Quantas emoções foram desperdiçadas por sua postura distante diante da Lilian  da Fabiana, da Stefanie, da Laura …
Sentia-se incompleto, como se tivesse deixado de cumprir um rito fundamental na existência masculina, como as brigas de escola na quinta série, o pavor de ser incorporado ao serviço militar ou os porres da faculdade.
Ele já estava em casa, debaixo de chuveiro, tomando um banho gelado para aliviar o calor do corpo e a angústia do espírito. Banho tomado, partiu para reverter a situação. Colocou um David Bowie para tocar, convicto a ser o melhor entendedor de Bowie da sua turma, e ao som de Moonage Daydream, prometeu a si mesmo que iria demolir a barreira e arrancar a cerca de arame farpado ao redor do seu coração.

Mais uma etapa superada...